domingo, 7 de janeiro de 2018

O kimberlito é uma rocha magmática plutônica de grande interesse econômico por sua associação com diamantes.

O kimberlito é uma rocha magmática plutônica de grande interesse econômico por sua associação com diamantes. Os diamantes são transportados pelo magma kimberlítico partindo de seu local de formação a cerca de 100km de profundidade.
O kimberlito trata-se de um peridotito composto por olivina com quantidades variáveis de flogopita, ortopiroxênio, clinopiroxênio, carbonatos e cromita.
Todos os peritotitos possuem mais de 40% de sua composição de olivina. No caso do kimberlito, a olivina componente é comumente serpentinizada.
O kimberlito é encontrado em chaminés kimberlíticas, que são resquícios de chaminés vulcânicas. As chaminés kimberlíticas apresentam-se geralmente com pouco soerguimento da área ao redor e com crateras muito largas. É comum que estas crateras se apresentem como maares. É consensual a proposição de que os kimberlitos são formados de um magma rico em voláteis.
A origem do nome deu-se em função da descoberta de kimberlitos diamantíferos na região de Kimberley na África do Sul em 1866. Classifica-se grosseiramente, em função das características do kimberlito de Kimberley o kimberlito como sendo “yellow ground” e
“blue ground”. Yellow ground é relativo ao kimberlito intemperizado que se encontra na superfície. Blue ground é relativo ao kimberlito não intemperizado, encontrado em profundidades variáveis. Esta nomenclatura, embora usual, não caracteriza o kimberlito satisfatoriamente, tendo em vista as discrepâncias que kimberlitos de diferentes regiões apresentam. Estas discrepâncias entre os kimberlitos levou à teoria que haveriam diferenças em sua formação. Baseado nesta premissa, o modelo de classificação dos kimberlitos mais aceito hoje em dia foi proposto por Clement e Skinner em 1985 e classifica os kimberlitos segundo três grandes grupos relativos ao seu local de formação na chaminé kimberlítica: Crater Facies Kimberlites, Diatreme Facies Kimberlites e Hyperabyssal Facies Kimberlites, que numa adaptação livre podem ser denominados simplesmente por “Kimberlitos de Crateras”, Kimberlitos de Diatremas” e “Kimberlitos Abissais”. Os Kimberlitos de Crateras são formados na porção superior da chaminé kimberlítica em profundidades muito rasas. Os Kimberlitos de Diatremas são formados nas diatremas, que é a região cônica da chaminé kimberlítica. Os Kimberlitos Abissais são formados na região abaixo das diatremas, no fundo do cone e nos entornos do dique de alimentação da chaminé.
Quanto à sua formação, existem três teorias mais conhecidas e aceitas: a Teoria do
Vulcanismo Explosivo, que sugere que os voláteis (principalmente CO2) do magma formador do kimberlito dilatem entre a fácie abissal e a diatrema, criando uma zona de pressão contida pela rocha encaixante e que em um certo ponto explodiria gerando uma erupção. A Teoria Magmática sugere que somente existam explosões próximas à superfície e nestas explosões a energia liberada fluidizasse a rocha encaixante fazendo com que
Página 21 pedaços desta afundassem no magma enquanto o kimberlito alcança a superfície. A Teoria
Hidrovulcânica aponta a água superficial como fator causador das explosões do magma kimberlítico.
Os três modelos apresentam falhas e a formação do kimberlito ainda é objeto de estudo, porém é tido como consenso que um modelo definitivo será algo muito próximo da Teoria Magmática e da Teoria Hidrovulcânica, sendo que a Teoria do Vulcanismo explosivo é praticamente descartada.
Os kimberlitos podem ser dividos em dois grupos segundo sua petrologia.
Kimberlitos do Grupo I são ricos em CO2 e apresentam textura inequigranular. São chamados genericamente de kimberlitos basálticos.
Kimberlitos do Grupo I são ricos em H2O e são também chamados “orangeítos”. Sua característica distintiva são as macro e megacristalizações de flogopita, juntamente com presença de micas. Devido a isto são genericamente chamados de kimberlitos micáceos.
No estado de Minas Gerais a lavra de diamantes foi historicamente realizada em aluviões, com destaque especial para a região de Diamantina, Província Diamantífera do Espinhaço.
A verdadeira origem dos diamantes da Província do Espinhaço ainda é alvo de debates, tendo em vista que a Serra do Espinhaço é composta basicamente por rochas sedimentares e metamórficas, sem nenhuma relação com kimberlitos (ou com lamproítos, outra rocha relacionada ao transporte de diamantes)
Por outro lado, a Província do Alto Parnaíba possue presença marcante de kimberlitos, mas até pouco tempo não se conheciam kimberlitos mineralizados na região.
Recentemente a descoberta de kimberlitos mineralizados, embora com teores muito baixos, na Serra da Canastra, na Província do Alto Parnaíba, despertou o interesse de mineradoras e a região vem sendo alvo de pesquisas em busca de kimberlitos diamantíferos.
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MAPA: OCORRÊNCIAS DE DIAMANTES NO BRASIL Lineamentos das Principais Ocorrências de Diamantes no Brasil
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ANEXO I DIAGRAMA: KIMBERLITO DIAMANTÍFERO Diagrama de Formação de Kimberlito Diamantífero

Chaminé Kimberlítica
Fonte: CPRM

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