segunda-feira, 9 de abril de 2018

Anchieta vai deixar de arrecadar R$ 50 milhões em 2018 sem a Samarco


Anchieta vai deixar de arrecadar R$ 50 milhões em 2018 sem a Samarco

município de Anchieta, no Sul do Espírito Santo, vai deixar de arrecadar R$ 50 milhões em tributos, em 2018, com a paralisação da mineradora Samarco. Em 2017, a perda foi de R$ 6 milhões, de acordo com a prefeitura. A empresa está sem operar desde novembro de 2015, quando uma barragem se rompeu em Mariana, Minas Gerais, provocando uma enxurrada de lama que deixou 19 mortos e um desaparecido, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, contaminou o Rio Doce e parte do litoral Norte do Espírito Santo.
Segundo o secretário de Finanças de Anchieta, Dirceu Porto, já foram feitos cortes em diversos setores da prefeitura, mas o principal problema é com pagamento dos servidores. “Esse é o principal gargalo, é manter a folha de pessoal. Aquilo que a gente já podia cortar, a gente já vem cortando, que são alugueis, despesa com combustível, telefonia, água, energia, manutenção. Então, a gente vem cortando em todas as pontas. A dificuldade maior, sem dúvida, é pessoal”, falou o secretário de Finanças de Anchieta, Dirceu Porto.
Segundo um levantamento da prefeitura, a cidade tem, atualmente, oito mil desempregados, o que representa 30% da população. Sem previsão do retorno da Samarco, os moradores precisam buscar alternativas. “Na região Sul, não tem município que tem tantas pessoas com mão de obra especializada quanto Anchieta, para a área industrial. Está por vir, por exemplo, o Porto de Presidente Kennedy, o que é uma oportunidade. Anchieta também está fazendo o dever de casa, que é movimentar turismo, incentivar as questões regionais, a pesca, para que a coisa gire e fique aqui mesmo”, disse o secretário.

Comércio e desemprego

O porteiro Cassiano Souza, há três anos, era químico da Samarco, mas a situação mudou depois da tragédia na barragem em Mariana, Minas Gerais. “Para a minha família eu dava tudo e, hoje, não posso dar nada. Você só vê amigos reclamando da situação financeira da cidade. Hoje, praticamente, as pessoas estão isoladas em casa. Vai fazer o que na rua? Vai sair como, sem dinheiro?”, questionou. A comerciante Sandra Moura é sócia de uma loja de materiais de construção. Desde que a Samarco fechou as portas, ela disse que o faturamento caiu 50%.
“Você precisa olhar a sua empresa e pensar para os outros anos. Como eu vou me sustentar a partir dessa nova configuração? O sonho da gente é que a Samarco realmente retorne, mas a gente precisa entender que a gente precisa sonhar com outras coisas e não perder essa força de vontade, essa esperança de que dê certo”, falou.
O auxiliar de farmácia Fabrício Couzzi disse que viu diversas lojas fechando as portas. “Aqui do lado, mesmo, uma autoescola fechada. Mais à frente, uma farmácia fechou e muitos outros empreendimentos fecharam. Com isso, vai minando mais ainda a vida dos moradores da cidade”, disse.
Fonte: G1

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