quarta-feira, 30 de maio de 2018

CEO da Vale vê ‘piso’ de US$60/t para minério de ferro


CEO da Vale vê ‘piso’ de US$60/t para minério de ferro

O mercado global de minério de ferro tem passado por uma mudança, puxada pelo movimento da China de buscar um produto de maior qualidade e pela exaustão de muitas minas de empresas australianas e chinesas, o que deve estabelecer um “piso” para os preços da commodity em cerca de 60 dólares por tonelada durante algum período, disse nesta terça-feira o presidente da Vale, Fabio Schvartsman.
“Essa commodity chamada minério de ferro é pensada por todos como uma coisa que tem uma variabilidade muito grande, e nós na companhia achamos que esse momento mudou radicalmente”, afirmou o executivo, ao palestrar durante o Brazil Investment Forum, em São Paulo.
“Estamos numa situação em que o minério de ferro tem um claro piso da ordem 60 dólares por tonelada, que é causado pelos descontos que o minério de ferro de baixa de qualidade tem que sofrer para conseguir ser vendido… É uma mudança estrutural importante.”
Segundo ele, “fala-se que é uma indústria de altíssima volatilidade, mas isso é passado”. “Por um longo período de tempo agora teremos uma previsibilidade maior de onde os preços do minério de ferro estarão”, adicionou ele.
Conforme Schvartsman, o processo de exaustão de minas antigas dos rivais da Vale na Austrália e na China irá reduzir a qualidade do minério de ferro produzido por elas, enquanto a companhia brasileira, maior produtora global da commodity, acaba de concluir o maior projeto de sua história, o S11D, no Pará, que aposta em um produto de elevada qualidade que pode ser vendido com prêmio no mercado internacional.
Ele ressaltou que esse minério de ferro de melhor qualidade é alvo de interesse cada vez maior na China, onde a indústria busca aumentar a produtividade e ao mesmo tempo reduzir a produção, o que tem beneficiado a Vale.
“Praticamente só a Vale no mundo tem (minério de alta qualidade para atender a demanda chinesa)”, apontou.
O executivo disse ainda que a Vale está em um momento de desalavancagem, buscando reduzir a dívida após os elevados aportes no S11D, mas poderá em breve anunciar alguns novos investimentos no Brasil.
“Nós faremos expansões orgânicas no Brasil ao longo dos próximos meses, anunciaremos algumas expansões orgânicas”, afirmou, sem detalhar.
PROTESTOS
As operações da Vale no Brasil têm sofrido um “impacto limitado” dos protestos de caminhoneiros, mas as consequências para a companhia podem se agravar caso o movimento continue, segundo Schvartsman.
“Evidente que, se o movimento de greve continuar mais alguns dias, será inevitável que a produção seja reduzida como consequência da falta de diversos materiais que são necessários para a produção”, afirmou.
Ele adicionou que a empresa criou um gabinete de crise para acompanhar “hora a hora” o andamento do movimento de greve e as medidas necessárias para garantir a continuidade das operações da companhia.
Fonte: Reuters

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