As primeiras descobertas de diamantes no Brasil ocorreram em 1729, nas lavras do Tijuco, Minas Gerais - atual Diamantina - pelo qual o governo português permitiu a livre extração, até 1739, através do pagamento do quinto.
A Bahia participou deste importante ciclo econômico, em meados desse século, onde esta exploração teve um importante papel na atividade sócio - econômico e política da região, além de contribuir com a expansão demográfica e povoamento de zonas até então inabitadas.
Nos resgates mais antigos constam que, em 1817 ou 1818, o capitão-mor Felix Ribeiro de Morais encontrou diamantes na Serra do Gagau, conhecida como Serra do Bastião, onde posteriormente surgiu a vila de Mucugê. Seguem-se muitas referências a possível presença de diamantes pelos naturalistas alemães Spix e Von Martius, em 1821, que ao examinarem as rochas da Serra do Sincorá, na vila do Sincorá, atualmente Sincorá Velho, reconheceram os terrenos diamantíferos semelhantes aos do Arraial do Tijuco, englobando ainda os municípios atuais de Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras.
O geólogo e cientista Orville Derby, em 1882, fez referência também à descoberta do primeiro diamante na Chapada, por José de Matos, em 1840, próximo à vizinhança de Santo Inácio, na Chapada Velha. Outras descobertas foram registradas, em 1841, na Serra do Assuruá, município de Gentio do Ouro, em 1842, na Serra das Aroeiras, em Morro do Chapéu e na vila de Bom Jesus do Rio de Contas, hoje sede do município de Piatã, onde foi encontrado o maior diamante dos sertões baiano. Mas o dado mais significativo foi revelado por Theodoro Sampaio, que afirmou que somente a partir de 1844 a mineração de diamante tomou rumo na Bahia, com a descoberta feita por José Pereira do Prado, o “Cazuza do Prado”, morador da Chapada Velha nas terras marginais do ribeirão Mucugê.
O Ciclo do Diamante no Brasil durou cerca de 150 anos, da segunda metade do século XVIII até o final do século XIX, período em que o País foi o maior produtor mundial. A produção na Bahia foi iniciada efetivamente em 1844 e seu apogeu perdurou até 1871, com declínio da produção e queda de preço, que coincidiu com a expansão das jazidas da África do Sul, descobertas seis anos antes.
O colapso da produção na região da Chapada Diamantina só não foi maior porque ao lado do diamante passou a ter valor o carbonado, usado na indústria e na perfuração de rochas, sobretudo durante a abertura e construção do Canal do Panamá. Entre 1980 e 1996 a economia mineral da região teve um pequeno reaquecimento, com base na extração mecanizada de carbonado e diamante em Lençóis, a qual foi finalmente proibida com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Atualmente o Brasil detém uma posição quase insignificante no mercado global de diamantes, respondendo por aproximadamente 1% da produção mundial. O modo de ocorrência dos diamantes em todas as localidades brasileiras é similar, sendo as gemas lavradas em depósitos secundários, em aluviões, eluviões, colúvios e/ou em metaconglomerados.
Embora no Brasil ocorram centenas de kimberlitos e lamproítos, as fontes primárias do diamante, a imensa maioria destes corpos rochosos é estéril ou apresenta teores insignificantes sob o ponto de vista econômico, daí porque a importância da recente descoberta em Nordestina, no sertão baiano, pois trata-se da primeira jazida de diamante em fontes primárias no Brasil.
A mina é o resultado de oito anos de pesquisas e investimentos de cerca de R$ 200 milhões, realizados pela Lipari Mineração, uma joint venture, formada por belgas e chineses. O diamante, denominado de Greenstone Belt Itapicuru, é considerado como entre os cinco tipos mais preciosos e cobiçados do mundo e será extraído dos Kimberlitos da região - rochas vulcânicas que forma o manto terrestre -, que vieram à superfície através de explosões de vulcões, ocorridas há bilhões de anos. A estimativa de vida útil da mina gira em torno de dez anos ou mais, caso as pesquisas nas partes central e norte da Braúna se confirmem, principalmente em termos de uma lavra subterrânea, já que sondagens realizadas acusaram a presença do minério a uma profundidade de até 350 metros.
Com uma reserva que pode chegar a 2 milhões de quilates e uma produção estimada de 300 mil quilates/ano, a mina de Braúna (nome de uma árvore típica da caatinga) será lavrada à céu aberto, com profundidade em torno de 250 metros e diâmetro de 340 metros, o que fará com que a atual produção brasileira aumente em mais de seis vezes e faça com que o Estado da Bahia tenha um grande retorno em termos de produção de diamantes. A previsão, com base média de 300 dólares o quilate, é que a mina, em sua vida útil, dê um lucro líquido em torno de 330 milhões de dólares.
Isso para o município representará um incremento em torno de 30 milhões de reais em termos de CFEM e ISS, sem contar que haverá uma geração de pelo menos 250 empregos diretos, além dos empregos indiretos gerados pela economia paralela e pelos investimentos sociais, como a modernização de escolas, do hospital municipal e a construção de novas moradias.
Para a região sofrida desse semiárido baiano, portanto, será a redenção, pois a entrada em operação da mina de diamantes vai mudar radicalmente a realidade sócio- econômica de Nordestina, através da exportação mensal de cerca de três quilos de pedras brutas, que de Salvador irão para os principais centros de lapidação do mundo (Tel-Aviv - Israel; Dubai - Emirados Árabes e Antuérpia - Bélgica).
Será, portanto, o retorno triunfal da produção desse bem mineral no Estado da Bahia, depois de mais de um século do grande apogeu da Chapada Diamantina.
A Bahia participou deste importante ciclo econômico, em meados desse século, onde esta exploração teve um importante papel na atividade sócio - econômico e política da região, além de contribuir com a expansão demográfica e povoamento de zonas até então inabitadas.
Nos resgates mais antigos constam que, em 1817 ou 1818, o capitão-mor Felix Ribeiro de Morais encontrou diamantes na Serra do Gagau, conhecida como Serra do Bastião, onde posteriormente surgiu a vila de Mucugê. Seguem-se muitas referências a possível presença de diamantes pelos naturalistas alemães Spix e Von Martius, em 1821, que ao examinarem as rochas da Serra do Sincorá, na vila do Sincorá, atualmente Sincorá Velho, reconheceram os terrenos diamantíferos semelhantes aos do Arraial do Tijuco, englobando ainda os municípios atuais de Mucugê, Andaraí, Lençóis e Palmeiras.
O geólogo e cientista Orville Derby, em 1882, fez referência também à descoberta do primeiro diamante na Chapada, por José de Matos, em 1840, próximo à vizinhança de Santo Inácio, na Chapada Velha. Outras descobertas foram registradas, em 1841, na Serra do Assuruá, município de Gentio do Ouro, em 1842, na Serra das Aroeiras, em Morro do Chapéu e na vila de Bom Jesus do Rio de Contas, hoje sede do município de Piatã, onde foi encontrado o maior diamante dos sertões baiano. Mas o dado mais significativo foi revelado por Theodoro Sampaio, que afirmou que somente a partir de 1844 a mineração de diamante tomou rumo na Bahia, com a descoberta feita por José Pereira do Prado, o “Cazuza do Prado”, morador da Chapada Velha nas terras marginais do ribeirão Mucugê.
O Ciclo do Diamante no Brasil durou cerca de 150 anos, da segunda metade do século XVIII até o final do século XIX, período em que o País foi o maior produtor mundial. A produção na Bahia foi iniciada efetivamente em 1844 e seu apogeu perdurou até 1871, com declínio da produção e queda de preço, que coincidiu com a expansão das jazidas da África do Sul, descobertas seis anos antes.
O colapso da produção na região da Chapada Diamantina só não foi maior porque ao lado do diamante passou a ter valor o carbonado, usado na indústria e na perfuração de rochas, sobretudo durante a abertura e construção do Canal do Panamá. Entre 1980 e 1996 a economia mineral da região teve um pequeno reaquecimento, com base na extração mecanizada de carbonado e diamante em Lençóis, a qual foi finalmente proibida com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
Atualmente o Brasil detém uma posição quase insignificante no mercado global de diamantes, respondendo por aproximadamente 1% da produção mundial. O modo de ocorrência dos diamantes em todas as localidades brasileiras é similar, sendo as gemas lavradas em depósitos secundários, em aluviões, eluviões, colúvios e/ou em metaconglomerados.
Embora no Brasil ocorram centenas de kimberlitos e lamproítos, as fontes primárias do diamante, a imensa maioria destes corpos rochosos é estéril ou apresenta teores insignificantes sob o ponto de vista econômico, daí porque a importância da recente descoberta em Nordestina, no sertão baiano, pois trata-se da primeira jazida de diamante em fontes primárias no Brasil.
A mina é o resultado de oito anos de pesquisas e investimentos de cerca de R$ 200 milhões, realizados pela Lipari Mineração, uma joint venture, formada por belgas e chineses. O diamante, denominado de Greenstone Belt Itapicuru, é considerado como entre os cinco tipos mais preciosos e cobiçados do mundo e será extraído dos Kimberlitos da região - rochas vulcânicas que forma o manto terrestre -, que vieram à superfície através de explosões de vulcões, ocorridas há bilhões de anos. A estimativa de vida útil da mina gira em torno de dez anos ou mais, caso as pesquisas nas partes central e norte da Braúna se confirmem, principalmente em termos de uma lavra subterrânea, já que sondagens realizadas acusaram a presença do minério a uma profundidade de até 350 metros.
Com uma reserva que pode chegar a 2 milhões de quilates e uma produção estimada de 300 mil quilates/ano, a mina de Braúna (nome de uma árvore típica da caatinga) será lavrada à céu aberto, com profundidade em torno de 250 metros e diâmetro de 340 metros, o que fará com que a atual produção brasileira aumente em mais de seis vezes e faça com que o Estado da Bahia tenha um grande retorno em termos de produção de diamantes. A previsão, com base média de 300 dólares o quilate, é que a mina, em sua vida útil, dê um lucro líquido em torno de 330 milhões de dólares.
Isso para o município representará um incremento em torno de 30 milhões de reais em termos de CFEM e ISS, sem contar que haverá uma geração de pelo menos 250 empregos diretos, além dos empregos indiretos gerados pela economia paralela e pelos investimentos sociais, como a modernização de escolas, do hospital municipal e a construção de novas moradias.
Para a região sofrida desse semiárido baiano, portanto, será a redenção, pois a entrada em operação da mina de diamantes vai mudar radicalmente a realidade sócio- econômica de Nordestina, através da exportação mensal de cerca de três quilos de pedras brutas, que de Salvador irão para os principais centros de lapidação do mundo (Tel-Aviv - Israel; Dubai - Emirados Árabes e Antuérpia - Bélgica).
Será, portanto, o retorno triunfal da produção desse bem mineral no Estado da Bahia, depois de mais de um século do grande apogeu da Chapada Diamantina.
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