Em mineração, empolgação e ufanismo rima com desinformação
Em matéria da folha de São Paulo, a respeito da reserva Roosevelt,
texto em vermelho com relativização de Fernando Lemos
Parte 1
texto em vermelho com relativização de Fernando Lemos
Parte 1
RESUMO Terras indígenas entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso
possuem o que, estima-se, possa ser a maior jazida de diamantes do mundo. Os
indígenas cintas-largas que ali vivem passaram a colaborar com garimpeiros e
atravessadores na exploração; a área agora sofre desmatamento e tem até pista
de pouso.
1) "A nossa terra é nosso espírito. Um índio sem sua terra é um índio
sem alma." Assim uma das lideranças do povo cinta-larga encerrou seu
discurso em um encontro, realizado em maio, para discutir novas políticas
indígenas. Inseparáveis na sua crença, a terra e a alma dos cintas-largas
padecem juntas: o genocídio cultural e a violência contra membros da etnia são resultado
da violação do chão que consideram sagrado. Debaixo das Terras Indígenas
Roosevelt, Serra Morena, Parque Aripuanã e Aripuanã, entre Rondônia e Mato
Grosso, onde habitam, esconde-se aquela que pode ser a maior jazida de
diamantes do planeta.
2) O brilho das pedras começou a atrair o garimpo ilegal à região do
igarapé Lajes entre 1999 e 2000. O território indígena demarcado (que, em tese,
não poderia ser objeto de atividade mineradora, exceto garimpo artesanal
promovido pelos próprios índios. Também
não) é cortado hoje por uma clareira de
aproximadamente 10 km de extensão por até 2 km de largura (não deve ser
kimberlito. Os milhares de kimberlitos conhecidos no mundo são todos corpos de
diâmetros menores que 1.000 metros. (O MIR
maior mina em kimberlito do mundo tem uma cratera com diâmetro de 1.200 metros,
porem, o kimberlito mesmo tem cerca de 400 metros de diametro) –além de um apêndice, também de 2 km, na chamada Grota do Sossego. ( dois mil hectares)
3) Garimpeiros e indigenistas estimam área ainda maior: seriam mais de
1.000 hectares dedicados à exploração mineral. (colide
com o item 2)
4) O pico da corrida ao diamante na Roosevelt ocorreu em 2004, quando havia
mais de 5.000 garimpeiros na região. Foi interrompido com um conflito, após uma
sequência de ameaças mútuas entre garimpeiros e indígenas, que resultou na
morte de 29 dos extratores de minerais. Desde então, o garimpo no local já foi
fechado e reaberto diversas vezes. (todas
ilegais com aval de índios)
5) "O quadro atual é mais grave do que era em abril de 2004. Em março
deste ano havia pelo menos 500 garimpeiros, a maioria armada e afrontando os
índios (que índios?? Os que os colocaram
lá???), dizendo que não iria sair da terra
indígena", afirma Reginaldo Trindade, procurador da República incumbido de
defender a etnia.
6) A situação se repete: a reportagem esteve dentro do garimpo enquanto as
atividades estavam completamente suspensas, em maio, por ordem dos índios (não se harmoniza com o item 5). Ainda
havia equipamentos abandonados e marcas de pneus recentes. Em julho, a área foi
retomada pelos garimpeiros, que, armados, voltaram a extrair os diamantes.
DIAMANTES
7) Por ser terra indígena, a Reserva Roosevelt não pode ser estudada nem
lavrada até a aprovação de uma lei com regulamentação específica. Ou seja, o
conhecimento que se tem hoje resume-se a estimativas ( chutes!!!!!! Sem base técnica alguma!!!), e
todas elas –segundo especialistas e empresas de mineração ( quais???? Apoiados em que trabalhos técnicos de amostragem???)– estão abaixo do potencial real (se é
potencial, não é real!!!!!. Potencial e real são excludente)
8) Mesmo conservadoras, as previsões sobre a reserva são superlativas: a
Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério de Minas
e Energia, calcula que, apenas no garimpo Lajes, seja possível extrair 1 milhão
de quilates de diamante por ano ( que
trabalhos de amostragem foi feito?????, por que a modéstia??? Sem trabalhos,
pode chutar qualquer número. 1 bilhão, 1 trilhão de quilates) –uma receita que ultrapassaria US$ 200 milhões (cerca de R$ 800
milhões). Mais que isso: semelhantes ao raro kimberlito (tipo de rocha
vulcânica onde se formam os diamantes) do Lajes, ( quem disse que é kimberlito??? Quantas amostras ???) de acordo com relatório de uma empresa mineradora ( qual????), existiriam em pelo menos mais 14
áreas. Não seria exagero (é mais do que exagero. é uma
estultice!!!) dizer que há anuais US$ 3 bilhões
(cerca de R$ 12 bilhões) debaixo da terra. (porque
não 50 bilhões de dólares). No tapajós na década de 80, se falou em 900.000
toneladas de ouro. E mais de 2.000 toneladas em Serra Pelada, assim na base da
CHUTOMETRIA!!! Sem qualquer trabalho técnico).
Confirmados esses números, (que provavelmente não se confirmarão são megalomaníacos!!!!!) a Roosevelt seria a maior jazida do planeta (tal qual a megalomania brasileira), com
quase 50% de vantagem sobre a segunda, a russa Jubilee, que produz 10,4 milhões
de quilates ao ano. Em 2012, a Rússia anunciou que a jazida Popigai
Astrobleme (não é kimberlito. O diamante de Popigai foi formado no impacto do meteorito sobre um
granada-grafita-gnaisse Arqueano, rocha metamórfica que aflora regionalmente
na área e apresenta extensas evidências de impacto como shatter-cones,
coesita, stishovita e outras variedades de quartzo de altíssima pressão).
9) A cratera de quase 100 km de diâmetro resultante do impacto de um
asteroide, teria diamantes para abastecer o mercado global por 3.000 anos, mas
ainda não há provas dessa capacidade.
Atualmente, o Brasil é inexpressivo no
comércio internacional de diamantes: em 2013, o país produziu aproximadamente
49,2 mil quilates, o que corresponde a 0,04% do total da produção mundial
(130,5 milhões de quilates). Destacam-se hoje Mato Grosso (88% do total) e
Minas Gerais (11%), não por acaso as principais rotas de lavagem do diamante
ilegal.
10) As pedras oriundas da Roosevelt são muito valorizadas por seu formato,
tamanho, pureza e cor. "Podem ser usadas principalmente para joias de alto
valor, são diferentes e facilmente
identificáveis", diz o chefe do departamento de
recursos minerais do CPRM, Francisco Valdir da Silveira.
11) Para atingir uma produção proporcional ao potencial da
Roosevelt ( não existe produção de potencial. Só é
possível produção de reservas medidas, quantificadas por intensos e caros
trabalhos de pesquisa) seria necessária a exploração
mineral industrial de alta tecnologia, com máquinas modernas e mão de obra
qualificada. Bem diferente da garimpagem semiartesanal que lá se pratica, com
perda de até 40% das pedras no processo (se não
se tem pesquisa não se sabe o teor lavrado, como então se calcula a perda???? É
mais um chute como os que se falavam nos garimpos de ouro). Sem nenhuma fiscalização, utilizam-se equipamentos improvisados com
baixa capacidade produtiva (baixa
capacidade de recuperação. Coisa diferente de produtiva. Uma planta pode
produzir pouco com alta taxa de recuperação).
12) As retroescavadeiras abrem fendas de até 20 metros ao passo que, nas
grandes minas do mundo, as escavações chegam a até 600 metros (as minas de aluvião são rasas em qualquer parte do mundo, máximo
de dezenas de metros. As minas em kimberlitos e lamproitos é que são profundas,
centenas de metros). Ainda assim, estima-se que a
venda anual de pedras extraídas do território indígena chegue a R$ 100
milhões (estimativa baseada em que dados?????).
Nenhum comentário:
Postar um comentário