sábado, 8 de setembro de 2018

Produção da Lipari quadruplica exportação brasileira de diamantes

Produção da Lipari quadruplica exportação brasileira de diamantes


A produção de diamantes da Lipari Mineração, em 2016, foi de pelo menos 100 mil quilates. A produção brasileira de diamantes, que em 2015 foi de 31,8 mil quilates, pode aumentar em até dez vezes, nos próximos anos, com a exploração da jazida de Braúna 3, da mineradora em Nordestina (BA). A mineradora iniciou a produção em junho de 2016.

Segundo dados dos sistema Aliceweb, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a cidade de Nordestina (BA) exportou 20 quilos de diamantes no ano passado, ou 100 mil quilates, o que resultou em receita de US$ 18,88 milhões. Não houve exportação em 2015 a partir dessa cidade. Em 2016, também foram registradas exportações a cidade de Diamantina (MG), com 3 quilos de diamantes no valor de US$ 11,2 milhões; Belo Horizonte, no valor de US$ 4 milhões; Coromandel (MG); Juína e Cuiabá, no Mato Grosso; entre outras.

Com a exportação de 23 quilos de diamantes, o Brasil aumentou em 4,6 vezes a exportação desse tipo de pedra preciosa em relação ao ano anterior, que foi de 5 quilos. Em 2014, a exportação foi de 37 quilos. Essa estimativa leva em consideração somente o item “Diamantes, mesmo trabalhados, mas não montados nem engastados”, que corresponde ao código 7102 da NMC.

A produção média estimada da mina Braúna, de acordo com dados divulgados pela Lipari Mineração antes dela entrar em operação, era de 360 mil quilates por ano. O Notícias de Mineração Brasil (NMB) entrou em contato com a mineradora nesta sexta-feira (27) para confirmar a previsão, mas foi informado pela empresa de que a informação não pode ser divulgada por questões de confidencialidade.

A jazida de Braúna 3 faz parte do complexo Braúna, da Lipari Mineração. Lá existem pelo menos 28 corpos com diamante, dos quais 11 são mineralizados. Nem todos esses, entretanto, têm exploração viável economicamente, afirma Lys Mattos Cunha, geóloga da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). “A exploração de diamantes é muito errática: você pode encontrar uma pedra que paga todo o investimento, ou pode encontrar uma quantidade que não compensa”, diz ela em entrevista para a Agência de Notícias Brasil-Árabe (Anba).

Quase toda a produção nacional de diamantes é exportada. Em 2015, foram enviados a outros mercados 34,1 mil quilates de diamantes brasileiros, levando em consideração o estoque remanescente do ano anterior, contra um consumo local aparente de 5 mil quilates. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), os Emirados Árabes Unidos são um dos principais compradores da pedra brasileira.

A Lipari tem capacidade para processar 2 mil toneladas de minério kimberlítico por dia e, segundo a geóloga, é possível extrair até 40 quilates de diamante por tonelada de pedra. Em 2009, após uma apreensão de diamantes pela Polícia Federal (PF), o governo resolveu mapear todas as fontes de diamante no país, montando um grande banco de dados. “Cada diamante traz característica específica da região onde foi encontrado”, declara Lys.

Coordenada pelo CPRM, a pesquisa está quase concluída e, a partir dela, chegou-se à conclusão de que existem de 1,1 mil a 1,5 mil corpos kimberlíticos no país. Além de Braúna, há potencial para extrair diamante primário na região da serra da Canastra, em Minas Gerais.
Braúna 3 é a primeira jazida brasileira onde se encontra diamante em sua forma primária com exploração economicamente viável. Nessa, apenas empresas com tecnologia específica conseguem extrair o diamante da própria pedra, o que ajuda a explicar a ausência da corrida de garimpeiros para a região. Estes buscam diamantes já livres da pedra em rios ou próximo a eles. Desde o descobrimento do Brasil, o país fornece diamantes para outros mercados, mas há anos deixou de ser o principal produtor, sendo passado por Rússia, Austrália e países africanos.


Fonte: IBRAM

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