90 mil pontos: O que o Mercado está comprando?
Desde a eleição de Bolsonaro, em 28 de outubro, o Ibovespa oscilou positivamente em 4,6%. O dólar, por sua vez, subiu 5,8% desde o segundo turno, para R$ 3,85. Nesta sexta-feira (30), a euforia cresceu ainda mais e o índice rompeu os 90 mil pontos pela primeira vez. Mas o que o mercado está comprando, ou vendendo?
Apenas um mês após a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência, e de todos os governadores, o mercado financeiro e os investidores já têm se organizado para montar posições para enfrentar e possivelmente ganhar com o mandato do deputado federal e capitão reformado do Exército.
O time de Paulo Guedes, indicado para o “Superministério” da Economia já está quase pronto, e nomes como o de Sérgio Moro para a pasta de Justiça ajudam a trazer credibilidade ao novo governo.
“A equipe econômica sendo formada pelo novo governo está seguindo o que esperávamos – atraindo pessoas respeitadas, comprometidas com o plano do futuro ministro Paulo Guedes, e ao mesmo tempo mantendo aqueles que já vinham desempenhando esse papel no governo atual”, ressalta Will Landers, diretor de mercados emergentes da BlackRock.
As empresas mostram uma reorganização para um novo cenário de crescimento na atividade econômica do Brasil, conforme a excelente equipe do governo Bolsonaro está sendo concluída, aguardando os planejamentos para os próximos 4 anos”, aponta o analista da Terra Investimentos Regis Chinchila.
Ele ressalta que alguns dados de comércio (Black Friday), crédito e confiança do consumidor reforçam novas apostas para Natura (NATU3), Gol (GOLL4), JBS (JBSS3), Lojas Americanas (LAME4), B2W (BTOW3) e Pão de Açúcar (PCAR4).
“A parte vendedora, as negativas, não são tão em relação ao cenário local. Já as positivas, sim, estão correlacionadas com o cenário pós-eleitoral. Já vemos sinais de melhor visibilidade no cenário”, aponta Victor Benndorf da Benndorf Research.
Altas
“Após esse primeiro mês de eleições notamos um grande interesse dos investidores por empresas estatais com novos governadores (exemplos: Paraná e Minas Gerais), com expectativa de venda de ativos ou privatizações, como Cemig, Copel (CPLE6) e Sanepar (SAPR4)”, destaca Chinchila.
Ele ressalta que as ações da Engie (EGIE3) e Equatorial (EQTL3) estão atentas nas movimentações do setor de energia elétrica, prevendo uma melhora no ambiente no setor. “As estatais federais tiveram uma valorização muito forte conforme o cenário foi direcionado para vitória do novo governo Bolsonaro, Banco do Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET3)”, ressalta.
Quedas
Benndorf pontua que parte da queda das ações é explicada pela sistemática global, já outros tem a ver com riscos não-sistemáticos: do setor ou das empresas.
“Cielo (CIEL3) e MRV (MRVE3), por exemplo, são problemas setoriais. Já a Qualicorp (QUAL3) é da empresa. O risco sistemático global e das commodities, além da guerra comercial com a China, afetou mais a Petrobras (PETR3; PETR4), Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5). As de papel e celulose se movimentaram pelo movimento corretivo do dólar, que foi um catalisador pós-eleitoral”, ressalta.
Fonte: MONEY TIMES
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