segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Meteorito Bendegó Museu Nacional

O que são meteoros, meteoritos
e meteoroides?

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Meteoritos são fragmentos de corpos sólidos do Sistema Solar (como asteroides, cometas, planeta Marte, Lua, entre outros) que após vagarem pelo espaço por milhões/bilhões de anos, atravessam a atmosfera terrestre e chegam até a superfície.

Quando ainda estão no espaço interplanetário são denominados meteoroides; assim que entram na atmosfera terrestre tornam-se incandescentes devido ao atrito com os gases da atmosfera, esse efeito luminoso é denominados meteoro (popularmente conhecido como estrela cadente). A maioria dos meteoros se desintegra completamente durante a passagem atmosférica. Os que chegam até a superfície terrestre são chamados de meteoritos.

A queda de um meteorito é marcada por um meteoro bem brilhante, denominado bólido, e na maioria das vezes escuta-se estrondos e assovios, uma vez que estão em alta velocidade - para se ter uma ideia, um meteoroide entra na atmosfera terrestre com uma velocidade que varia entre 11 e 72 Km/s.

Quando a queda de um meteorito é observada, classifica-se o meteorito como queda (ex.: o meteorito Varre-Sai e Vicência), já quando o meteorito é simplesmente encontrado no campo, ele é classificado como achado (ex.:o meteorito Bendegó). A maioria dos meteoritos catalogados são achados. Os meteoritos caem aleatoriamente na Terra, ou seja, eles caem em qualquer ponto da superfície terrestre e em qualquer momento. A nossa atmosfera está sendo bombardeada por material cósmico constantemente. Impactos de grandes meteoritos são mais raros, embora tenham ocorrido com frequência durante o processo de formação da Terra, contudo micro fragmentos com 1 mm de diâmetro impactam com a Terra a cada 30 segundos. Estimativas da NASA indicam que cerca de 100 toneladas de material cósmico atinge a atmosfera terrestre diariamente.


Que tipos existem?

Basicamente existem três tipos de meteoritos: aerólitos (rochosos), sideritos (metálicos), siderólitos (mistos). Respectivamente exibidos nas imagens abaixo: (Clique para ver em tamanho maior).
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Meteorito rochoso. Imagem:University of Washington
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Meteorito metálico. Imagem:University of Washington
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Meteorito misto. Imagem: University of Washington

Os meteoritos do tipo aerólito, conhecidos como rochosos, são formados basicamente de silicatos. Os sideritos, conhecidos como metálicos, são constituídos basicamente de ferro e níquel. Os siderólitos, por sua vez, também conhecidos como mistos, são formados por material rochoso e metálico.

Os meteoritos rochosos representam o tipo mais comum, correspondendo a cerca de 93% dos meteoritos. Existem dois grandes grupos de meteoritos rochosos, os condritos (~86%) e os acondritos (~7%). Os meteoritos rochosos do tipo condrito são formados por olivinas, piroxênios e minerais, e apresentam ferro e níquel em menores quantidades. O nome condrito vem de côndrulos, uma característica desse tipo de meteorito, que são glóbulos esféricos ou elipsoidais de minerais. Apesar do nome condrito vir de côndrulos, alguns poucos meteoritos desse tipo não apresentam essa característica. O grupo dos condritos ainda é dividido em algumas classes como carbonáceos, ordinários e enstatita.

Já os meteoritos rochosos do tipo acondrito são mais raros e não apresentam côndrulos, mineralogicamente são constituídos principalmente de olivina, piroxênio e plagioclásio. Estão incluídos no grupo de acondritos os meteoritos oriundos de Marte (SNC : shergotitos, nakhlitos e chassignitos), da Lua (basaltos e brechas) e de Vesta (HED: howardito, eucrito e diogenito). São meteoritos que sofreram diferenciação, foram formados por recristalização de material parcial ou totalmente fundido.

Os meteoritos metálicos correspondem a cerca de 6% dos meteoritos, são formados basicamente por uma liga de ferro e níquel e quantidades menores de minerais como fosfetos e sulfetos, são provenientes do núcleo do corpo parental (corpo de origem). São facilmente diferenciados das demais rochas terrestres devido a sua composição metálica e densidade elevada. Além disso, são mais resistentes ao intemperismo, o que contribui para a sua descoberta mesmo depois de muito tempo da queda. Existem dois métodos para a sua classificação: estrutural, que tem como base a largura da lamela de kamacita (que está ligada à quantidade de níquel presente no meteorito) dividindo os meteoritos metálicos em: hexaedritos, octahedritos e ataxitos. E a classificação química, em que a análise de elementos como: gálio, germânio e irídio, divide os meteoritos metálicos em treze grupos: IAB, IC, IIAB, IIC, IID, IIE, IIF, IIG, IIIAB, IIICD, IIIE, IIIF, IVAB. Existem ainda os não agrupados, que não se encaixam em nenhum grupo químico. Quando são atacados com nital (solução de ácido nítrico e álcool) exibem algumas estruturas, que estão relacionadas à classificação estrutural. A mais comum é o ''padrão de Widmanstätten'', nos meteoritos classificados estruturalmente como octahedritos. Os hexaedritos não exibem o ''padrão de  Widmanstätten'', mas sim linhas paralelas conhecidas como ''bandas de Neumann''. Os ataxitos não exibem estrutura evidente.

Os meteoritos mistos possuem composição mista, ou seja, minerais silicáticos e substâncias metálicas, podendo variar a quantidade desses materiais. São meteoritos raros, correspondem a pouco mais de 1% dos meteoritos. Estão divididos basicamente em dois grupos: pallasitos e mesosideritos.

Como identificar um meteorito?

Para identificar um meteorito utiliza-se algumas características típicas destas rochas, contudo não são características definitivas dos meteoritos, ou seja, não é porque uma pedra possui grande parte de tais características que ela é um meteorito. Existem muitas rochas terrestres que muitas vezes são confundidas com meteoritos.

Em geral, os meteoritos apresentam uma fina camada escura que reveste apenas a sua parte externa, denominada crosta de fusão, consequência da ablação (queima) durante a passagem atmosférica. Além disso, costumam apresentar sulcos e depressões na superfície (regmaglitos), que se assemelham a marcas de dedos deixadas em uma massa de modelar e em geral, são mais pesados do que uma rocha terrestre de tamanho similar - os metálicos chegam a ser de 3 a 4 vezes mais pesados. Como a grande maioria contém ferro e níquel, praticamente todos os meteoritos são atraídos por ímã, e quando lixados vão exibir o interior prateado como aço (no caso dos metálicos), ou geralmente mais claro, como concreto, com pintinhas prateadas e cor de ferrugem (no caso dos rochosos condritos).

Qual a importância dos meteoritos?

Os meteoritos são importantes fontes para o estudo da origem e evolução do Sistema Solar e são estudados não só por astrônomos, mas também por geólogos, biólogos e outros cientistas. Os meteoritos são oriundos de diversos corpos do nosso Sistema, como asteroides, Lua,  Marte, etc; logo podem trazer informações sobre a origem e evolução destes corpos, e inclusive da Terra. Alguns meteoritos são tão antigos quanto o Sistema Solar e podem trazer informações até mesmo sobre a nebulosa que deu origem a todos os seus componentes.

Os meteoritos podem ser considerados a ''sonda espacial do homem pobre'', já que podem ser comparados com uma sonda espacial, por trazerem diversas informações sobre o universo, sem nenhum custo, já que caem aleatoriamente na Terra.  Apesar de rochas lunares já terem sido tragas para Terra por meio das missões Apollo (NASA), as únicas rochas marcianas que a ciência tem em mãos são meteoritos que vieram de Marte. Logo, meteoritos são ferramentas muito importantes para o estudo do universo, em particular do Sistema Solar.

Quanto vale um meteorito?

Muitos pensam, e até a mídia divulga, que meteoritos são muito valiosos, mas não é bem assim. Apesar de existirem meteoritos que são muito raros, como lunares e marcianos, que valem bastante dinheiro, a maioria dos meteoritos não valem tanto assim.
O valor de um meteorito vai depender de diversos fatores, como:
-Raridade;
-Tipo do meteorito;
-Aparência estética;
-Tamanho;
-Se ele é uma queda ou achado; etc.

Meteoritos que foram autenticados pelo Meteoritical Society, em geral valem mais, e os encontrados em desertos valem um pouco menos do que os encontrados em outros lugares do mundo. Vale ressaltar ainda que o mercado de meteoritos não funciona como o mercado de ouro, por exemplo. Diferentemente do ouro, quanto mais se tem de um meteorito, menor será o seu preço por grama.
Os meteoritos hammers, ou seja, aqueles que caíram e atingiram alguma coisa, em geral valem mais.
Fonte: Meteoritos Brasileiros


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