Venezuela: soldados abrem fogo contra ajuda humanitária na fronteira com o Brasil
Soldados venezuelanos abriram fogo contra um grupo de civis que tentavam abrir uma parte da fronteira para entregar ajuda humanitária, levando a fatalidade de duas pessoas e mais diversas feridas, conforme apurado pela reportagem do Washington Post.
Nesta sexta-feira (22), um comboio militar se aproximou de checkpoint de uma comunidade indígena no vilarejo de Kumarakapai, última artéria da ligação entre Brasil e Venezuela. Quando os voluntários ficaram na frente dos veículos militares, os soldados venezuelanos abriram fogo. Zorayda Rodriguez, de 42, veio a falecer, assim como Ronaldo Garcia. 15 pessoas estão feridas, sendo 4 gravemente.
“Perguntei as Forças Armadas: é constitucional para eles abrir fogo contra indígenas desarmados?”, afirmou Jorge Perez, local de Gran Sabana, distrito pertencente a cidade na qual os soldados abriram fogo. “É constitucional matar indígenas?”, indagou.
Retaliação
Ao menos 30 pessoas tomaram as ruas diante do tiroteio, sequestrando três soldados venezuelanos, de acordo com depoimentos de Carmen Elena Silva, 48, e de George Bello, porta-voz da comunidade indígena, à reportagem do Washington Post.
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Desabastecimento em RR
O governo anunciou também que tomará medidas para evitar o desabastecimento de produtos básicos e de combustíveis em Roraima, devido o fechamento da fronteira, e para impedir apagões no estado, onde a energia elétrica é gerada por usina térmica a diesel.
Nos últimos dias, com a ameaça de bloqueio por Caracas, milhares de venezuelanos correram para Pacaraima e Boa Vista em busca de provisões. Os estoques para os consumidores brasileiros caíram. Acostumados a abastecer seus veículos em Santa Helena de Uairén, onde um litro de gasolina custa cerca de R$ 0,04, os brasileiros já enfrentam problemas para conseguir combustíveis. O posto mais próximo está em Boa Vista.
“O governo não permitirá o desabastecimento ao nosso povo, ao nosso sangue verde-amarelo. Estamos nos antecipando e sobrepondo a um possível desabastecimento, para não deixar que a população de Roraima sofra”, declarou Rêgo Barros.
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