O potencial geológico do país para a mineralizações auríferas é altamente reconhecido. Como se não bastasse seu passado histórico, o expressivo número de ocorrências, depósitos, minas e as centenas de áreas ativas, inativas e abandonadas pelos garimpeiros distribuídas em inúmeras e extensas regiões do País, autenticam essa afirmativa.
Segundo informações do Serviço Geológico Nacional - CPRM, além das extensas áreas do Terciário e do Quaternário onde se encontram os depósitos de ouro de origem secundária a maioria dos depósitos de origem primária estão associados ao período do Pré-cambriano. Essas formações são encontradas por uma área de aproximadamente 3,9 milhões de km² compreendendo áreas cratônicas do Arqueano e do Proterozóico Inferior, assim como do Proterozóico intermediário e superior. Com base nessas considerações cerca de 46% do território consiste de terrenos cuja metalogenia é reconhecidamente vocacionada para ouro, tendo em vista a presença de greenstone belts, conglomerados antigos e suítes metavulcânicas entre outras ambiências informações de interesse. Registra-se que, excluindo-se a província geológica do Quadrilátero Ferrífero, concentrando o argumento nas mega-províncias pertencentes ao domínio do Arqueano exclusivamente, tem-se uma área de aproximadamente 623.000 km², representando cerca de 7% do território nacional.
Estimativas da CPRM aproximam o total de recursos geológicos em 33.000 toneladas de ouro, das quais 20 mil toneladas (cerca de 61%) estariam classificadas como recursos potenciais, 11mil toneladas (34%) integrariam a categoria de reservas geológicas e 1.700 toneladas (5%) como reservas, propriamente ditas. As regiões Norte e Centro-Oeste apresentam o maior potencial, com aproximadamente 70% dos recursos geológicos. Todavia, em termos de reservas definidas - medidas e indicadas - as regiões Sudeste e Nordeste são responsáveis por 46% e 22%, respectivamente. É oportuno mencionar que cerca de 59% das reservas geológicas estão associadas aos depósitos de origem primária.
Com base nessas considerações, os depósitos conhecidos de origem secundária estão situados principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, enquanto que os de origem primária estão nas regiões Sudeste e Nordeste. A respeito dessas considerações, com o deslocamento da fronteira de exploração e a maior compreensão da geologia da Amazônia, a região Norte desponta como a de maior potencial para a ocorrência de depósitos primários, vindo em seguida a região Centro-Oeste. Finalmente, estimativas do U.S. Gological Survey sugerem que o Brasil concentraria cerca de 12% dos recursos auríferos mundiais, ou seja, 11mil toneladas de Au. Atualmente as ditas reservas garantem apenas 7%, isso por decorrencia de novas descobertas em outros países ao longo do tempo.
O grande salto observado em 1996, com um incremento de aproximadamente 110% quando comparado com 1995, foi originário da reavaliação de reservas em distritos mineiros tradicionais e da conclusão de propagandas de exploração conduzido à época. Nesse particular e digno da menção as estimativas referentes ao ouro contido no depósito de cobre e ouro de Salobo.
Mais recentemente, com a definição da viabilidade de projetos de cobre na região de Carajás, onde o ouro está sendo recuperado como subproduto, observou-se um salto nas reservas de ouro no País. Veja aqui um perfil da distribuição geográfica das reservas brasileiras medidas de ouro tendo como referência dezembro de 2007.
Os depósitos de origem secundária, especialmente os aluvionares, configuraram os grandes alicerces dos diferentes estágios evolutivos da mineração de ouro do país, desde os tempos do Brasil Colonial. Não obstante, um segundo grupo de depósitos de origem secundária que ocorrem próximo aos de origem aluvionar, e formados a partir de um processo de laterização, não foram devidamente apreciados e podem representar importante vetor para a expansão da produção nacional.
Tendo em vista o nível relativamente limitado e antigo da informação geológica disponível e os recursos minerais conhecidos, as expectativas de descoberta de novos depósitos de ouro nas regiões do Pré-cambriano são bastante promissoras, especialmente na Amazônia e no Centro-Oeste.
--- (imagem 2, acima) Extração de ouro em garimpo (GO), depósito secundário por desmontE
hidráulico.
Fonte: DNPM/CPRM
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