William Alves: Veja a “Carteira NotBad” para maio de 2019
Por William Castro Alves, economista e especialista em mercados internacionais – Acompanhe em “Bugg“
UM ERRO: Fui conferir a performance anual do Ibovespa na minha tabela e não estava batendo. O motivo? Estava considerando um valor de fechamento do Ibovespa em março que estava errado. Estive usando nas últimas 4 semanas de abril o valor de 95.087, quando na verdade o valor correto é 95.415. Uma diferença que pode não parecer alta, mas fez a diferença para determinar que a Carteira #Notbad superou seu benchmarking! Importante ressaltar que o erro foi apenas no Ibov e restrito a esse mês.Corrigido o erro, da uma olhada como ficou a foto final:
Corrigido o erro, da uma olhada como ficou a foto final:
Boa consistência com 3 ativos superando o Ibov. Não obstante, a troca de VALE3, por UNIP6 (entrou na carteira no mês passado) me parece ter sido correta, dado que as ações da Vale acumularam queda de 2,5%.
Mas calma…devo ser honesto e a realidade é que 1,28% num mês é uma rentabilidade baixa quando levamos em conta os custos e o risco incorrido em investir em ações. Logo não há grandes motivos para celebrar…mas ok…ações é assim mesmo…a de se ter paciência.
Números
- Desde o início a carteira acumula 197% contra 53% do IBOV!
- Performance de 12 meses: 45% contra 12% do IBOV!
- No ano ainda assim melhor que o IBOV! 13,9% conta 9,6%!
- Até aqui foram 23 meses de existência, com a carteira batendo o IBOV em 16 meses, ou seja, 74% dos meses.
Carteira para maio
Se você observar no gráfico acima o Ibovespa tem ficado praticamente parado, no sentido de não estar gerando retorno aos investidores pelos últimos meses. Não por acaso em meus 2 últimos posts de carteira comentei que os grandes temas macro do mercado parecem dados: desaceleração da economia americana; trade war; impactos da guerra comercial na China; e no Brasil, essencialmente a definição em torno da reforma da previdência. Pouca coisa mudou…em geral uma certa deterioração no Brasil..a velha ideia da bicicletba que não pedala cai; economia americana desacelera sim, mas sem maiores riscos assim como a China; e a Trade War aparentemente será resolvida cedo ou tarde.
Maio é tradicionalmente um mês complicado para bolsa brasileira e até mesmo americana. Num cenário desses seria recomendável não mexer muito na carteira e buscar ativos mais estáveis, de menor risco. Sim. Mas por vezes sou teimoso e tenho uma tendência a me encantar com o risco…
Então optei por realizar 2 trocas nessa carteira, a qual, como vocês sabem, eu coloco o meu dinheiro próprio.
Por que saiu…
Retirada de AGRO3 se deve a: (i) falta de triggers potenciais para as ações; (ii) a derrocada dos preços das commodities agrícolas. Fico até com 2 corações, pois realmente vejo valor no ativo…mas essa é uma carteira de 5 ativos e entendo que a queda recente de GUAR3 abriu oportunidade para montar posição no ativo. Dia 07/05 a AGRO3 publica resultado, então pra quem não tem certeza se vale ou não a pena sair do papel, pode esperar o resultado que pode, eventualmente, ser um trigger.
Retirada de UNIP6. Ativo entrou mês passado e a única razão para retirá-lo é pela forte queda das ações da CSN. Não há nada de especialmente ruim com a Unipar. Único detalhe a ser comentado é a situação complicada pela qual a Argentina passa e que pode eventualmente afetar a Indupa empresa controlada pela Unipar.
Por que entrou…
Entrada de Guararapes (GUAR3). Teria sido lindo ter mandado esse post antes de ontem dia 29/04 e se aproveitar da alta de 5% do papel. Mas mesmo após a alta recente, vejo alguns bons pontos positivos: (i) empresa vem demonstrando há muito tempo melhoras operacionais relevantes como a melhora do seu ciclo financeiro, aumento de vendas e ganhos de margens consistentes e hoje trabalha com um retorno sobre o patrimônio elevado; (ii) empresa negocia a múltiplos decentes num setor de múltiplos altos – P/L 19E de 16x, P/VPA de 1,8x e EV/Ebitda de 9x ; (iii) empresa vem tendo melhoras de governança relevantes, como o split que deve incrementar a liquidez das ações, a conversão das ações PN em ON, entre outras ; (iv) queda recente de 12% desde a máxima abriu uma oportunidade de entrar no ativo.
Entrada de CSN (CSNA3). CSN é uma empresa que segue passando por um grande processo de desalavancagem, ou seja, redução de sua dívida que hoje alcança os R$ 28BI. Entendo que o principal trigger para a empresa seja justamente a venda de ativos e acordos que ela faça que a direcionem para esse caminho…tal qual o acordo com a Glencore em fevereiro, para fornecimento de minério com um pagamento antecipado.
Os riscos são grandes e por isso a suas ações tem apresentado uma volatilidade ainda mais alta que o comum. A empresa já se comprometeu em buscar uma redução de dívida esse ano e acredito que novidades nesse front podem mexer novamente com o ativo. Queda recente do papel abriu uma oportunidade de montar uma posição no ativo.
Fonte: MONEY TIMES
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