domingo, 21 de julho de 2019

Homem procurava ouro mas encontra meteorito de 4,6 bilhões de anos

Quatro anos atrás, David Hole encontrou uma pedra de aparência misteriosa em Victória, Austrália. O garimpeiro estava inspecionando uma área de Maryborough quando seu detector de metais o alertou para o que ele pensava ser ouro. Sem saber, Hole levou para casa a pedra vermelha extraordinariamente pesada e estava disposto a tentar tirar o “ouro” que poderia haver no meio. Apesar de suas inúmeras tentativas – usando uma esmeril, serras, ácidos e uma marreta de ferro, Hole não conseguiu partir o material. Depois de guardar a rocha por alguns anos, ele finalmente encontrou em contato com o Museu de Melbourne, na Austrália, numa tentativa de, de uma vez por todas, descobrir o que era.



O meteorito de Marborough mede 38,5 cm x 14,5 cm x 14,5 cm. Foto: Museu de Melbourne
Muitas rochas são analisadas porque as pessoas pensam que são meteoritos, segundo o geólogo Dermot Henry, do Melbourne Museum.

“E como costumamos dizer, elas não passam de meteoros errados”,  disse em tom de bom humor.

Testes realizados por geólogos confirmaram que David certamente encontrou um meteorito – A pedra espacial pesa 17 quilos e tem aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Agora conhecido como o Meteorito de Maryborough, ele foi formado provavelmente no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. O teste de datação por carbono-14 sugere que a rocha caiu na Terra entre 100 e 1000 anos atrás.


Os meteoritos são fragmentos que viajaram pelo espaço e caíram na Terra. Normalmente, eles são pedaços de asteróides destruídos, embora ocasionalmente pedaços de um cometa – muito, muito raramente, são pedaços de Marte ou da Lua que rondam o sistema solar desde a formação dos planetas. Quando você vê uma ‘estrela cadente’ cruzando o céu noturno, ela pode ser um meteorito encontrando seu novo lar em nosso planeta.

“Para nós, essa é a maneira mais barata para se explorar o espaço, porque recebemos essas amostras rochosas diretamente para nós”, disse o geólogo Henry.

“Eles nos levam de volta aos primórdios do nosso sistema solar. Então, observamos dentro do meteorito Maryborough alguns dos primeiros materiais que se cristalizaram na nuvem quente, gasosa e empoeirada que formou o nosso sistema solar a 4,6 bilhões de anos atrás.” “E é por isso que estamos muito animados.”

O meteorito de Maryborough é visivelmente mais pesado e resistente do que qualquer rocha encontrada na Terra naturalmente, porque ele é preenchido por composições mais densas de ferro e níquel. Usando uma serra de diamante super-dura para dar uma olhada no interior, Henry e o Dr. Birch determinaram que fosse o que é conhecido como um meteorito comum de condrito H5.


O termo condrito significa que este meteorito contém minúsculas esferas cristalizadas ligadas a ferro-níquel (côndrulos), que se formou quando as nuvens de gases do sistema solar primitivo se aqueceram.

De fato a rocha não é ouro, mas pelos números, é excepcionalmente mais rara que o material valioso.

“Este é apenas o 17º meteorito encontrado em Victoria, na Austrália, enquanto isso, milhares de pepitas de ouro foram encontradas no mesmo local”, disse Henry.

“Quando você pensa em como ele chegou aqui, o fato de que este meteorito em particular provavelmente saiu do cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter e foi desviado de lá por alguns asteróides, se chocou com diversos outros fragmentos no caminho até cair na órbita da Terra e alguns garimpeiros o encontraram e trouxeram para nós “. “Olhando para essa cadeia de eventos, é bem, você pode dizer, astronômica, uma descoberta incrível.”



O último meteorito conhecido encontrado em Victoria foi descoberto em Willow Grove, Gippsland, em 1995. O meteorito de Maryborough se juntará à coleção de mais de 400 espécimes de meteoritos do Museu de Melbourne e estará em exibição para a Semana Nacional da Ciência.



Fonte: Mistérios do Mundo

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