O que são os diamantes e qual sua origem
Os diamantes são uma forma cristalina de Carbono, dura e transparente. Por muitos séculos foram apreciados como a mais perfeita das pedras preciosas, sendo de grande valor na sociedade.
Os diamantes são encontrados em quase todos os grandes continentes. Historicamente, a Índia foi o primeiro fornecedor de diamantes para o mundo; logo depois o Brasil tornou-se a fonte mais importante para ser encoberto por sua vez, pelas descobertas fabulosamente ricas da África. A mais recente fonte de diamantes fora da África foi descoberta na antiga União Soviética, nas enormes jazidas da Sibéria Setentrional.
Os diamantes foram formados nas profundezas da terra, sob a influência de pressões muito elevadas combinadas com altas temperaturas. Os números exatos relativos à gênese dos diamantes naturais não são conhecidos mas, certamente, excederam 50.000 bária, 500 kg/mm2 e 1.200°C. Os diamantes que se cristalizaram sob essas imensas forças e temperaturas chegaram à superfície da terra durante violentas erupções vulcânicas. Com grande freqüência, uma coluna de rocha derretida era impelida para cima através da crosta terrestre. Estas colunas de rocha são o que conhecemos como uma coluna kimberlítica.
O nome kimberlita, derivado da cidade de Kimberley, onde essas colunas foram descobertas pela primeira vez, é a denominação do mineral onde os diamantes são encontrados. As camadas superiores dessas extrusões kimberlíticas sofreram erosão causada pela chuva e pelos ventos durante milhares de anos e os diamantes nelas contidos foram arrastados às gargantas e aos rios indo parar, muitas vezes no mar.
O diamante é um mineral relativamente pesado, com uma densidade de 3.52 g/cc, e portanto tende a se acumular em cacimbas, em leitos e margens de rios, principalmente em suas curvas, etc. Os depósitos dessa natureza são chamados depósitos de aluvião e, na realidade, foram os primeiros a serem minerados e explorados. A descoberta das primeiras colunas vulcânicas verdadeiras veio mais tarde, em Kimberley, na década de 1870.
Talvez o mais famoso, e com certeza o mais rico, de todos os depósitos de aluvião é o da Consolidated Diamond Mines do Sudoeste África, em Oranjemund (Foz do Orange)
Ali, os diamantes estão depositados em antigos terraços marinhos — que se estendem por mais de 80 km a noroeste da Foz do Rio Orange. Esses ricos terraços de aluvião estão cobertos por uma grossa camada superficial de areia e pedras arredondadas (calhaus), que têm que ser retiradas para que os diamantes sejam recuperados. Esta que é a maior operação de remoção de terra que se conhece, implica na remoção de até 20 toneladas de areia e rocha, para se extrair 1/5 de grama (um quilate) de diamante.
As minas de colunas, dentre as quais as de Kimberley, são talvez as mais conhecidas, também implicam na remoção de enormes quantidades de rocha visando à extração de quantidades relativamente mínimas de diamante. Na Mina Premier, onde foi descoberto o diamante Cullinam, o maior do mundo, três toneladas de Kimberlita têm que ser extraídas para cada quilate de diamante.
Os diamantes assim extraídos das várias minas, são classificados como pedras preciosas ou industriais, conforme a sua forma e pureza. Em geral, apenas os diamantes cuja pureza e limpidez não são suficientes para seu uso como pedras preciosas é que são classificados como industriais.
A porcentagem de diamantes industriais varia bastante de uma mina para outra — por exemplo, na Consolidated Diamond Mines of South West Africa, 9,8% são preciosos e 2% industriais. O oposto dos grandes depósitos do Zaire, onde mais de 80% dos diamantes são industriais e menos de 20% podem ser classificados como gema ou quase gema.
Foram essas enormes jazidas do Zaire que, até o advento do diamante sintético, supriram em grande parte a demanda mundial de diamantes industriais, do tipo empregado para a geração de pós e grãos abrasivos.
Antes de falar dos sintéticos, no entanto, seria interessante explicar brevemente a classificação dos diamantes industriais.
A classificação mais ampla é uma divisão em dois tipos. O de qualidade inferior que serve apenas para ser britado para uso como abrasivo industrial, conhecido como “boart”, e que constitui o maior volume apesar de ter o menor valor.
O diamante de melhor qualidade do que o que é britado é subdividido, por sua vez, conforme sua utilização geral — diamantes para perfuração nas indústrias de mineração e petróleo, dressadores para a retificação de rebolos abrasivos, etc.
Na década de 50 ficou evidente que a aplicação útil dos diamantes industriais estava sendo limitada pelo suprimento natural disponível. Isto incentivou a pesquisa para se elaborarem métodos de produção de diamantes sintéticos. A busca foi bem sucedida e levou ao estabelecimento da florescente indústria de diamantes sintéticos.
Os diamantes sintéticos são produzidos sob condições bem similares às condições naturais, a saber - pressões muito elevadas e altíssimas temperaturas. Entretanto, no Laboratório ou na fabrica, é difícil manterem-se essas condições extremas pelo período de tempo necessário para o desenvolvimento de cristais grandes e, no futuro que nos é dado antever, o diamante sintético estará limitado a cristais bem pequenos que são usados como partículas abrasivas, paralelamente ao boart natural britado no tamanho equivalente.
Fonte: BBC
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