A prévia de resultados operacionais, divulgada pela MRV (MRVE3) na noite de ontem (16), desapontou o mercado e os analistas. O resultado foi uma forte queda de suas ações durante boa parte da sessão desta sexta-feira. Por volta das 14h20, os papéis recuavam 2,17%, para R$ 21,15, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3 (B3SA3) subia 0,83% e marcava 117.675 pontos.
Naquele momento, era o papel que mais caía, segundo o site da própria B3, bem à frente do Laboratório Fleury (FLRY3), que perdia 0,99%, a R$ 30,93.
No fim do dia, contudo, a MRV se recuperou, a ponto de encerrar o pregão com uma leve alta de 0,32%, cotada a R$ 21,69. Uma virada e tanto, mas ainda longe do Ibovespa, que terminou o dia com valorização de 1,52% e 118.418 pontos.
Um relatório do BTG Pactual (BPAC11) sobre o desempenho da MRV no quarto trimestre dá uma ideia do desapontamento que predominou do mercado. Os principais números vieram abaixo das expectativas do banco. As vendas líquidas, de R$ 1,38 bilhão, por exemplo, foram 23% menores que a projeção do BTG – e 10% inferior ao do último trimestre de 2018.
Queimando dinheiro
O banco também destaca a queima de R$ 34 milhões no caixa da MRV no período, apesar de os números mostrarem que a construtora reduziu seu ritmo de produção. Foram construídas 9.124 unidades, 8% menos que no mesmo intervalo do ano retrasado.
Como alento, o BTG Pactual afirma que o volume de lançamentos, R$ 2,37 bilhões, superou em 13% as suas projeções, com o aumento do tíquete médio (R$ 169 mil por unidade) e um trabalho mais intenso no segmento de imóveis para classe média. Apesar das críticas, o banco recomenda a compra das ações, com preço-alvo de R$ 23.
O maior problema dos números da MRV, segundo o BTG Pactual, é que eles indicam um ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, na sigla em inglês) potencialmente menor. “O mais importante é que acreditamos que os maiores níveis de estoque e os contínuos investimentos em terrenos poderiam pressionar o ROE no curto prazo”, afirma.
Direcional na frente
O Santander (SANB11)também não ficou satisfeito e classificou os números como “ligeiramente negativos”. A queima de caixa também chamou a atenção. “Os resultados devem confirmar o momento negativo dos resultados, na nossa opinião”, afirma o banco.
A instituição acrescenta que os dados não pesarão positivamente na avaliação do papel, já que “boa parte” dos números positivos “já está refletida nas cotações atuais das ações”. Assim, O Santander mantém a recomendação neutra para os papéis, e ainda observa que a Direcional (DIRR3) é a sua preferida entre as incorporadoras.
Fonte: MONEY TIMES
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