Petrobras não ganha o maior elogio que poderia do mercado: um preço-alvo maior. Saiba por quê
A Petrobras (PETR3; PETR4) colecionou elogios nos relatórios publicados nesta quinta-feira (20) sobre os números do quarto trimestre e do consolidado de 2019. No geral, os analistas gostaram muito do desempenho “robusto” e da estrutura mais “enxuta” da estatal.
Mas… nada disso foi capaz de torná-la mais preciosa aos olhos do mercado.
Quatro relatórios divulgados nesta manhã (Ágora Investimentos, BTG Pactual, Credit Suisse e Banco Safra) mantiveram suas recomendações de compra ou outperform (desempenho esperado das ações acima da média do mercado). Mas nenhum elevou os preços-alvos calculados para o fim de 2020.
Além disso, apesar de os R$ 40 bilhões lucrados pela companhia representarem um resultado recorde, os investidores não foram às compras. Alguns preferiram, inclusive, realizar seus lucros no pregão de hoje. Por volta do meio-dia, as ações preferenciais (PETR4) caíam 0,43%, cotadas a R$ 30,42-
Já as ordinárias (PETR3) subiam 0,15%, a R$ 30,62, puxadas pelo anúncio de que a estatal pagará um dividendo adicional para os detentores desses papéis. O movimento é compreensível, já que o mercado espera, agora, pelo próximo gatilho que impulsionará as ações.
Em busca de novidades
Para o BTG Pactual, esse fator pode ser a intensificação da distribuição de dividendos. Thiago Duarte, Pedro Soares e Daniel Guardiola, que assinam seu relatório, afirmam que esperam pelo “início da história dos dividendos”.
Segundo o trio, tudo se encaminha para isso: a meta da Petrobras de reduzir a dívida total, a expectativa de entrada de US$ 2 bilhões, decorrentes de ativos já vendidos; a esperada redução do capex; e a continuidade dos desinvestimentos.
“Reiteramos que vemos a Petrobras inicie uma história de dividend yield na faixa média-alta de um dígito a partir de 2021”, afirma o BGT Pactual.
Já Regis Cardoso, que assina a análise do Credit Suisse, afirma que o próximo grande gatilho para a Petrobras será a venda das refinarias. O plano da estatal é reduzir em 50% sua presença no setor de refino.
.O Banco Safra, em análise assinada por Kaique Vasconcellos e Daniel Travitzky, acrescenta que a Petrobras é negociada com desconto, em relação a concorrentes estrangeiras.
Essa diferença pode cair, se o preço do petróleo der sinais de alta consistente. A dupla também aguarda novos cortes de custos e melhorias operacionais.
Fonte: MONEY TIMES
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