quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Petrobras não ganha o maior elogio que poderia do mercado: um preço-alvo maior. Saiba por quê

Petrobras não ganha o maior elogio que poderia do mercado: um preço-alvo maior. Saiba por quê





Por Márcio Juliboni
20/02/2020 - 12:37

Petrobras
Cadê a novidade? Para analistas, falta um gatilho para elevar o preço da Petrobras (Imagem: Valter Silveira/Money Times)

Petrobras (PETR3; PETR4) colecionou elogios nos relatórios publicados nesta quinta-feira (20) sobre os números do quarto trimestre e do consolidado de 2019. No geral, os analistas gostaram muito do desempenho “robusto” e da estrutura mais “enxuta” da estatal.
Mas… nada disso foi capaz de torná-la mais preciosa aos olhos do mercado.
Quatro relatórios divulgados nesta manhã (Ágora Investimentos, BTG Pactual, Credit Suisse Banco Safra) mantiveram suas recomendações de compra ou outperform (desempenho esperado das ações acima da média do mercado). Mas nenhum elevou os preços-alvos calculados para o fim de 2020.
Além disso, apesar de os R$ 40 bilhões lucrados pela companhia representarem um resultado recorde, os investidores não foram às compras. Alguns preferiram, inclusive, realizar seus lucros no pregão de hoje. Por volta do meio-dia, as ações preferenciais (PETR4) caíam 0,43%, cotadas a R$ 30,42-
Já as ordinárias (PETR3) subiam 0,15%, a R$ 30,62, puxadas pelo anúncio de que a estatal pagará um dividendo adicional para os detentores desses papéis. O movimento é compreensível, já que o mercado espera, agora, pelo próximo gatilho que impulsionará as ações.

Em busca de novidades

Para o BTG Pactual, esse fator pode ser a intensificação da distribuição de dividendos. Thiago Duarte, Pedro Soares e Daniel Guardiola, que assinam seu relatório, afirmam que esperam pelo “início da história dos dividendos”.
Segundo o trio, tudo se encaminha para isso: a meta da Petrobras de reduzir a dívida total, a expectativa de entrada de US$ 2 bilhões, decorrentes de ativos já vendidos; a esperada redução do capex; e a continuidade dos desinvestimentos.

Exemplo: venda da BR Distribuidora foi elogiada, mas analistas querem mais (Imagem: Divulgação/BR Distribuidora)

“Reiteramos que vemos a Petrobras inicie uma história de dividend yield na faixa média-alta de um dígito a partir de 2021”, afirma o BGT Pactual.
Já Regis Cardoso, que assina a análise do Credit Suisse, afirma que o próximo grande gatilho para a Petrobras será a venda das refinarias. O plano da estatal é reduzir em 50% sua presença no setor de refino.
.O Banco Safra, em análise assinada por Kaique Vasconcellos e Daniel Travitzky, acrescenta que a Petrobras é negociada com desconto, em relação a concorrentes estrangeiras.
Essa diferença pode cair, se o preço do petróleo der sinais de alta consistente. A dupla também aguarda novos cortes de custos e melhorias operacionais.


Fonte: MONEY  TIMES

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