Crisoberilo e Alexandrita
Essa, gema considerada nobre, tem seu nome derivado do grego, que significa “berilo cor de ouro”, sendo também conhecida desde a Antiguidade. Entretanto, o crisoberilo só foi descrito como uma espécie mineral particular no século XVIII, a partir de sua descoberta no Brasil, no norte de Minas Gerais (Karsten 1789, Hoffmann 1789, In: Atencio 2015). É importante ressaltar que este é o primeiro “mineral brasileiro” descrito. Outros países produtores são Tanzânia, Zâmbia, Madagascar, Sri Lanka, Índia e Myanmar (Schumann 1995, Hurlbut Jr. & Switzer 1979).
O estado de Minas Gerais permanece como o maior produtor dessa gema no país, que ocorre ainda no Espírito Santo e Goiás. Em Minas Gerais e Espírito Santo, o crisoberilo e suas variedades olho-de-gato e alexandrita ocorrem exclusivamente na Província Pegmatítica Oriental do Brasil (Netto et al. 1998). Os dois primeiros são encontrados nas proximidades de Malacacheta, no Distrito Pegmatítico de Padre Paraíso, e a alexandrita nesse último distrito e ainda em Hematita (município de Antônio Dias), no Distrito Pegmatítico de Santa Maria de Itabira (Tabela 2).
O mineral é um óxido de alumínio e berílio, de cores preferencialmente amarela ou amarela esverdeada (o elemento químico cromóforo é o ferro); apresenta altas dureza, densidade e índices de refração (Tabela 1) (Hurlbut Jr. & Switzer 1979). O tipo mais comum não apresenta pleocroísmo e possui uma clivagem distinta, ou imperfeita. Suas duas variedades típicas são bastante diferentes, ambas gemológicas e muito apreciadas comercialmente em termos mundiais: a alexandrita e o olho-de-gato (Figura 6-A,B).
Figura 6. A) Amostras gemológicas de crisoberilo olho-de-gato (fonte: esoterismos.com, acesso em 29/03/2018). B) Amostra gemológica de alexandrita sob luz natural, à esquerda, e sob luz incandescente, à direita (fonte: Joialerismo, acesso em 29/3/2018).
A alexandrita, nome em homenagem ao czar russo Alexandre II, se caracteriza por um forte pleocroísmo – verde, vermelho púrpura e alaranjando (elementos cromóforos são cromo, vanádio e ferro) (Silveira 2012). O crisoberilo olho-de-gato tem como principal aspecto o fenômeno óptico conhecido como chatoyance, em que apresenta finos canais ou agulhas de rutilo ordenadas paralelamente; a reflexão total da luz causa o aparecimento de um raio sedoso ondulante de direção perpendicular à dos canais, nos exemplares lapidados em cabochão (Figura 6-A).
Segundo Silveira, no Brasil, por vezes os termos “crisoberilo” e “olho-de-gato” são designados, de modo equivocado, como crisólita e crisoberilo, respectivamente. A denominação crisólita deve ser empregada para designar a variedade do mineral olivina mais clara que o peridoto, ou simplesmente como sinônimo de olivina. Outras gemas podem exibir a chatoyance, porém o termo olho-de-gato sem descrição adicional se reserva apenas ao crisoberilo; as demais gemas devem ser designadas por seu nome seguido do mencionado termo.
Fonte: CPRM
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