domingo, 14 de junho de 2020

Garimpeiros são presos por extração ilegal de ouro em área indígena

Garimpeiros são presos por extração ilegal de ouro em área indígena





A Polícia Federal (PF) prendeu três garimpeiros por extração ilegal de ouro no Rio Sararé

JOANICE DE DEUS
Da Reportagem
Garimpo ilegal em área indígena próxima ao rio Sararé

A Polícia Federal (PF) prendeu três garimpeiros por extração ilegal de ouro no Rio Sararé. A área está localizada na terra indígena (TI) Sararé, situada entre os municípios de Pontes e Lacerda e Vila Bela de Santíssima Trindade (450 e 540 quilômetros, respectivamente de Cuiabá). As prisões ocorreram sexta-feira (12) e são desdobramento à operação “Alfeu”, deflagrada em maio passado em cumprimento à decisão judicial da 2ª Vara da Justiça Federal de Cáceres.
A ação policial preventiva visa combater uma associação criminosa voltada ao desmatamento e garimpo ilegal no Rio Sararé, afluente do Rio Guaporé, localizado na região sudoeste de Mato Grosso. A operação conta com a participação de cerca de 300 agentes públicos, entre eles, policiais federais, o Exército Brasileiro, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Após a desocupação, oito garimpeiros já foram presos por insistirem na extração. Eles estão sendo investigados pelos crimes de associação criminosa, garimpo ilegal, desmatamento e poluição de rio, cujas penas somadas podem chegar a 20 anos de prisão. As ações da Polícia Federal continuarão por tempo indeterminado enquanto houver criminosos atuando na área.

A área está localizada na terra indígena “Sararé”, habitada pelos índios Nambikwara e onde as investigações apontam a ocorrência de graves danos ambientais ao rio e à vegetação ciliar. Os levantamentos indicam que as degradações aumentaram intensamente durante a pandemia Covid-19, com a crença dos criminosos de que os agentes públicos não atuariam para combater o crime na região da terra.
VERDE BRASIL 2 - A operação “Alfeu” faz parte da ação nacional “Verde Brasil 2”, que foi prorrogada pelo governo federal até 10 de julho, por meio do decreto 10.394. Com isso, mantém-se o emprego de militares para combater focos de incêndio e desmatamento ilegal na chamada Amazônia Legal. A determinação se aplica à faixa de fronteira, terras indígenas, unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais nos estados da região, o que inclui Mato Grosso.
Na última quarta-feira (10), a operação completou um mês de atuação. Durante as ações de fiscalização foram identificadas áreas de desmatamento e corte ilegal de madeira, resultando em mais de 14,4 mil metros cúbicos de madeira apreendida e aplicação de 288 multas, que somadas superaram R$ 103 milhões.
Além disso, conforme informações do Ministério da Defesa, foram vistoriados 4.850 veículos e 2.273 embarcações. No total, apreendidos 131 veículos, entre carros, reboques, motos e caminhões, 50 tratores, escavadeiras ou máquinas agrícolas e 113 embarcações. Também foram destruídos 104 equipamentos, entre veículos, motores de garimpo, balsas, tratores, escavadeiras, máquinas agrícolas e outros.
A repressão resultou ainda na apreensão de 65 animais silvestres mortos, 12,250 quilos de pasta base de cocaína, 418,16 quilos de minério de cassiterita, 7 mil litros de óleo diesel e 18 armas de fogo. Os fiscais, apoiados pelos militares, ainda apreenderam perto de 1,5 tonelada de produtos do extrativismo, de caça e de pesca obtidos ilegalmente.


Fonte: Diário de Cuiabá

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