Warren Buffett: O que o oráculo pensa de ações, títulos, ouro, dinheiro e ETFs
“Se vi mais longe foi por estar sobre os ombros de gigantes”. A afirmação é de Isaac Newton, criador da lei da gravitação universal e precursor da mecânica clássica, e demonstra como é necessário, seja na vida ou no mundo dos investimentos, se espelhar nos maiores.
Warren Buffett é conhecido por ser um dos investidores de ações mais bem-sucedidos de todos os tempos, através da sua empresa Berkshire Hathaway, com retornos constantes ao longo de décadas. Com 88 anos, o megainvestidor detém uma das maiores fortunas do mundo. Logo, é sempre bom saber sua opinião sobre ativos do mercado financeiro.
Com isso em mente, o portal Motley Fool realizou levantamento sobre o que Buffett pensa sobre ações, títulos, ouro, dinheiro e ETFs.
Ações: riqueza de longo prazo
Para Buffett, investir em ações é a melhor maneira de construir riqueza no longo prazo. Antes da animação. uma medida cautelar: investidores, não comprem ações para fazer dinheiro de forma rápida, tendo em vista a impossibilidade de previsão das oscilações de curto prazo.
“Se você não tem desejo de possuir uma ação por 10 anos, nem pense em comprá-la para ter por 10 minutos”, dispara o megainvestidor.
Outro conselho valioso, além da manutenção da posição acionária, é a atenção a empresas com vantagens competitivas no setor de atuação ao longo do tempo. “A chave para investir é não avaliar quanto determinado setor afetará a sociedade, ou quanto crescerá, mas sim determinar a vantagem competitiva de qualquer empresa e, acima disso, a durabilidade desta vantagem”, afirmou Buffett.
Existem ainda duas recomendações do oráculo de Omaha: tentar manter-se cauteloso quando os outros estão mais propensos ao risco, e vice-versa; e mudança rápida de posições caso você esteja errado sobre a ação. “Caso você se encontre em um barco com vazamento crônico, a energia dedicada à troca de navios provavelmente será mais produtiva do qualquer energia dedicada a remendar vazamentos”, metaforiza.
Títulos: só no curto prazo
O megainvestidor pondera que títulos são menos arriscados do que ações em períodos curtos de tempo, o que leva a investidores com horizonte de investimento menor a alocarem recursos em títulos para ganhar dinheiro.
Contudo, no longo prazo, títulos são mais arriscados que ações. “Um portfólio diversificado de ações, a medida que o horizonte de investimento aumenta, se torna progressivamente menos arriscado do que títulos, assumindo que as ações são compradas através de múltiplo de lucros sensato em relação às taxas de juros então vigentes”, completa.
Ouro: sem multiplicação de valor
Warren Buffett não é muito fã de investimentos em ouro, ou em qualquer ativo não-produtivo. Em outras palavras, ouro não gerará renda ou produzirá algo de valor: seu preço basicamente é baseado na disposição de quanto outra pessoa desejará pagar por ele.
“Você poderia pegar todo o ouro que já foi extraído e encher um cubo. Pelos preços atuais do ouro, você poderia comprar – não alguns – todos os terrenos agrícolas dos EUA. Além disso, você poderia comprar 10 ExxonMobils (maior petrolífera norte-americana), além de ter US$ 1 trilhão em dinheiro. Ou você poderia ter um grande cubo de metal. O que você pegaria? Qual produzirá mais valor?”, exemplifica o megainvestidor.
Dinheiro: emergência em foco
Ao contrário do metal precioso, Buffett ama deter grandes posições em dinheiro. Na Berkshire Hathaway, o oráculo de Omaha quer ao menos US$ 20 bilhões líquidos no caixa da empresa.
“Nunca queremos contar com a bondade de estranhos para cumprir as obrigações de amanhã. Se forçado a escolher, não trocarei nem uma noite de sono pela chance de lucros extras”, diz Buffett.
No entanto, não pode-se confundir um fundo de emergência com investimento. “Uma coisa que eu vou lhe dizer é que o pior investimento que você pode ter é dinheiro. O dinheiro vai valer menos ao longo do tempo. Mas bons negócios vão valer mais ao longo do tempo”, completa o megainvestidor, sempre de olho na criação de valor.
ETFs: ganhos constantes ao longo do tempo
O oráculo de Omaha prefere ações a ETFs, porém não necessariamente descarta alocações em fundos que replicam a performance de índices. Desta forma, os ETFs aparecem como maneira assertiva de se posicionar no mercado acionário sem estudo aprofundado das empresas.
“Diante das diversas propostas oferecidas a você, se você investiu em um ETF com custo muito baixo – onde você não coloca o dinheiro de uma só vez, mas porções constantes em média ao longo de 10 anos – você terá performance superior a 90% da população que começou a investir no mesmo tempo”, avalia Buffett.
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