quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Operação da PF mira exploração ilegal de diamantes em terras indígenas em RO

 

Por G1 RO

 


Polícia Federal faz operação contra o garimpo ilegal de diamantes em terras indígenas
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Polícia Federal faz operação contra o garimpo ilegal de diamantes em terras indígenas

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24) a Operação Crassa, contra a exploração ilegal de diamantes na Reserva Roosevelt, em Rondônia.

No total são cumpridos 53 mandados de busca e apreensão no interior de Rondônia e em São Paulo, Roraima, Paraná, Piauí, Mato Grosso, Minas Gerais e Distrito Federal. Durante cumprimento de mandado em Espigão D'Oeste (RO), uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma.

  • Gravação mostra garimpeiros negociando diamantes de terra indígena de RO para vender na Suíça por US$ 5 milhões

Entre os alvos da operação estão indígenas, garimpeiros, intermediadores responsáveis por avaliar o valor das pedras preciosas e também por fazer a ponte com os compradores, e empresários. De acordo com a investigação da PF, indígenas autorizavam a entrada de garimpeiros na reserva.

Os diamantes, segundo a PF, são retirados ilegalmente e passam por avaliação do intermediador até serem vendidos em joalherias — principalmente em São Paulo e no exterior, em países como França, Itália e Suíça.

Os diamantes da reserva estão entre os que são considerados os mais valiosos do mundo. A investigação, que começou em 2018, identificou que o esquema movimenta cerca de US$ 20 milhões por mês.


Diamante apreendido durante investigações da Polícia Federal em Terra Indígena de Rondônia  — Foto: PF/Divulgação

Diamante apreendido durante investigações da Polícia Federal em Terra Indígena de Rondônia — Foto: PF/Divulgação

Investigações

Diamante apreendido durante investigações da Operação Crassa em Rondônia — Foto: PF/Divulgação

Diamante apreendido durante investigações da Operação Crassa em Rondônia — Foto: PF/Divulgação

Segundo a PF, o trabalho investigativo começou com a prisão em flagrante de três pessoas em posse de diamantes em 2018. Eles haviam se deslocado de São Paulo a Rondônia para adquiri-las. Na ocasião, admitiram que os diamantes eram da Reserva Roosevelt.

Durante as investigações, foram identificados os demais participantes do esquema. Entre os crimes investigados estão organização criminosa, usurpação de bens da União e lavagem de dinheiro.

A assessoria da Polícia Federal em Rondônia explica que o termo "crassa", que dá nome à operação, faz referência ao estado bruto dos diamantes. No início das investigações, foi encontrada a sinalização "bruto" ao lado dos contatos relacionados aos garimpeiros e intermediários do comércio ilegal na agenda dos suspeitos presos em flagrante

Extração ilegal de diamantes na Terra Indígena Cinta Larga em Rondônia  — Foto: PF/Divulgação

Extração ilegal de diamantes na Terra Indígena Cinta Larga em Rondônia — Foto: PF/Divulgação

Reserva Roosevelt

A reserva Roosevelt, de onde os diamantes eram extraídos pelos criminosos, tem uma área de 231 mil hectares e fica localizada entre a divisa de Rondônia e Mato Grosso. Na área existem dois povos indígenas, entre eles o Cinta Larga.

De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), o povo Cinta Larga tem parte de sua área situada a leste de Rondônia e noroeste de Mato Grosso. Os grupos estão localizados administrativamente em quatro áreas: Terra Indígena Roosevelt, Parque Aripuanã, Terra Indígena Aripuanã e Terra Indígena Serra Morena, com cerca de 1.086 pessoas nas quatro áreas, conforme senso de 2000.

Um estudo da Associação de Defesa Etnoambiental - Kanindé, aponta que as terras indígenas do povo Cinta Larga, principalmente a terra Aripuanã, é uma das maiores jazidas de kimberlito do mundo. Kimberlito é considerada a rocha matriz do diamante.

Local onde acontece extração ilegal de diamantes próximo a Espigão D'Oeste em Rondônia — Foto: PF/Divulgação

Local onde acontece extração ilegal de diamantes próximo a Espigão D'Oeste em Rondônia — Foto: PF/Divulgação

Fonte: G1

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