domingo, 14 de fevereiro de 2021

Águas Marinhas geram fortunas em Pancas, Noroeste do Estado-ES

 


Ninguém sabe ao certo quanto rendeu às milhares de pedras preciosas extraídas em Pancas – município de 21,5 mil habitantes do Noroeste Espírito Santo cercado pelos belos picos rochosos do Parque Nacional dos Pontões Capixabas, mas os rastros de riqueza deixada pelas gemas são visíveis em algumas casas, contas bancárias e equenas propriedades rurais da região, diz Pedro Cypriano pesquisador do garimpo em Pancas.
A fascinante tonalidade azul escuro ou esverdeada da água marinha atraiu a atenção do mundo para Pancas, onde foram achadas as duas maiores pedras do mundo, uma batizada de Marta Rocha de 25,5 kg nos anos de 1950–, em homenagem a Miss Brasil do ano a Xuxa em 1988 de 20 kg em honra Rainha dos Baixinhos.
Xuxa foi vendida há cerca de cinco meses pelo fazendeiro Marcos Breda que recebeu a pedra de herança. Ele não revela o não revela o valor do negócio, mas na cidade corre a notícia de que foi avaliada na casa dos milhões.
Até por acaso teve gente que ganhou dinheiro com pedra cuja venda contribuiu subir na vida conforme aconteceu com o produtor rural Gercílio Agner, 62 anos. Gercílio conta que encontrou uma água marinha pura de 182 gramas enquanto o trator escavava uma vala na sua propriedade. “Ajudou demais a reforçar o caixa. Deu para comprar mais terra e expandir o cafezal”, disse Gercílio.
A descoberta desses tesouros destaca Pedro Cypriano, provocou uma verdadeira corrida nas áreas das jazidas nas respectivas épocas que duas pedras gigantes foram retiradas do fundo da terra.
“Por volta de 1960, dois mil garimpeiros invadiram o Córrego da Pratinha na mesma região que a Marta Rocha foi encontrada. Se amontoavam em barracas e esburacavam tudo”, destacou Pedro numa breve alusão a febre do ouro em Serra Pelada nos 80.
O garimpeiro Bráulio Wain, 73 anos recorda que aos 15 anos já remexia a terra na ‘Topa’ (área de escavação) com alavancas, além de tirar com balde a água empossada na mina atrás o sonho de ficar milionário. Em quase 60 anos de garimpo, a sorte sorriu para Bráulio várias vezes e o dinheiro que ganhou que deu para formar patrimônio em imóveis e até uma casa no Rio de Janeiro. “Do mesmo jeito que o dinheiro do garimpo vem ele vai”, resume Bráulio que hoje mora numa modesta casa, porém em um valorizado terreno no centro de Pancas.
Bráulio cogita deixar a cidade em breve para tentar novamente a sorte de achar um veio pedra boa visando restituir a fortuna perdida desta vez em Minas Gerais. Atualmente se contenta em observar colegas como Francisco Geraldo dos Passos, 65 anos e o pastor Valdir Ferreira da Silva, 58 anos a escavar a terra a cinco metros de profundidade cata da fortuna no Córrego da Pratinha.
A verdadeira Serra Pelada
A verdadeira Serra Pelada fica no Sul do Pará no município de Curionópolis. Ficou mundialmente conhecida pela febre do ouro que a tornou o maior garimpo a ceú aberto do mundo. Oficialmente foram extraídas 30 toneladas de ouro na década de 80. Calcula-se que a população envolvida direta ou indiretamente no garimpo foi maior do que 30 mil pessoas. Atualmente, a antiga escavação onde se situava o garimpo é um lago com 100 metros de profundidade do tamanho do estádio do Maracanã.






Fonte: CPRM

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