segunda-feira, 11 de julho de 2022

Mansão, helicóptero e festas com famosos: a boa vida de um megaempresário do garimpo ilegal

 

megaempresário do garimpo
Polícia Federal

Helicópteros, lanchas, carros importados, mulheres, festas regadas a bebida cara com shows de duplas sertanejas famosas. Essa é a vida de Márcio Macedo Sobrinho, sócio da empresa M.M.Gold, investigada pela Polícia Federal por conexão com garimpo ilegal em Terras Indígenas na Amazônia.

Folha mostrou alguns indícios coletados pela PF sobre os luxos do empresário. Segundo os investigadores, ao menos parte dessa “boa vida” foi financiada com dinheiro sujo: estima-se que a empresa tenha movimentado cerca de R$ 16 bilhões em ouro ilegal nos últimos anos, com lucro líquido de R$ 1,1 bilhão. O Fantástico (TV Globo) também exibiu imagens da operação e deu mais detalhes sobre a farra dos “barões do ouro ilegal”.

A ilegalidade é um aspecto problemático da cadeia do ouro no mercado brasileiro. O Jornal Nacional (TV Globo) citou dados de um levantamento do Instituto Escolhas apontando para indícios de origem ilegal para quase a metade do ouro comercializado no país.

Os criminosos se aproveitam não apenas da fiscalização frágil em campo, nos garimpos, mas também na venda da mercadoria para joalherias e consumidores: a documentação associada a cada carregamento de ouro ainda é física, no papel, sem possibilidade de análise da origem do produto pelos compradores.

Enquanto isso, a PF realizou uma operação na 6a feira (8/7) contra o garimpo ilegal na Terra Indígena Xipaya, no sudoeste do Pará. Os agentes cumpriram dois mandados de busca e apreensão em Novo Progresso, que resultaram na coleta de telefones celulares e outros equipamentos eletrônicos. Em abril passado, um grupo indígena denunciou a presença de garimpeiros no território, que depois foram retirados pela PF da região e, em seguida, liberados. A notícia é do g1.

Já em Porto Velho (RO), uma operação antigarimpo na região da usina de Santo Antônio terminou com enfrentamento entre policiais e garimpeiros. De acordo com o g1, os agentes tentaram deter os criminosos, mas a embarcação da polícia acabou sendo atingida por outro barco e emborcada. Ninguém ficou ferido.

Em tempo: O deputado estadual George Melo, autor da lei que proibe a destruição de maquinário de garimpo apreendido em operações de fiscalização em Roraima, disse a uma rádio que o poder público local teria uma “dívida histórica” com os garimpeiros! É isso mesmo: para ele, essa turma fará de Roraima o estado “mais rico do mundo”. Curioso é que, a despeito de décadas de garimpo desenfreado no estado, inclusive com anuência de autoridades locais, Roraima continua sendo um dos mais pobres e subdesenvolvidos do Brasil. Noves fora a destruição ambiental, a violência contra os indígenas, os conflitos fundiários, a presença do crime organizado etc. Conta outra, deputado!



 

ClimaInfo, 11 de julho de 2022.

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