sábado, 15 de outubro de 2022

Caçadores de tesouros procuram tacho de ouro lendário em Pitangui

 


Com detectores de metais, grupo procura tesouro que estaria enterrado.
Lenda contada no Município do Centro-Oeste de Minas atrai aventureiros.


Grupo usa detectores de metal em caça a tacho cheio de ouro (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Grupo usa detectores de metal em caça a tacho cheio de ouro
Encontrar um tacho de ouro que teria sido enterrado há muitos anos no povoado rural de Mascarenhas, que pertence ao município de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas. Esse é um dos objetivos de um grupo de amigos que praticam detectorismo na região. A prática recebe esse nome porque consiste em usar detectores de metais para procurar peças escondidas no subsolo.
Esse tipo de caça a tesouro tem crescido na região, afirmam os adeptos. O pesquisador Vandeir Santos mora em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e já perdeu as contas de quantas vezes se aventurou pelas matas pitanguienses em busca de artefatos metálicos antigos.
Vandeir Santos e Marcos Faria exibem detectores que usam em caça a tesouro (Foto: Vandeir Santos/Arquivo pessoal)Vandeir Santos e Marcos Faria exibem detectores
que usam
Ele conta que existe uma história antiga, contada de geração a geração, que afirma que há um tacho cheio de ouro enterrado perto de alguns coqueiros há cerca de 5 km da cidade. Essa história parece ter, inclusive, uma árvore genealógica por trás.
"Uma moradora do povoado de Mascarenhas conta que o tacho de ouro pertenceu a João Lopes, um rico fazendeiro português que viveu século 19 e seria bisavô dela. Ele teve um namoro com uma escrava, sua bisavó. Ao longo da vida teve filhos com mulheres diferentes e, com medo de ter de dividir a fortuna, enterrou o tesouro. Não contou a ninguém onde o escondeu, mas morreu sem resgatá-lo. Não existem documentos que comprovem isso. Por enquanto, é uma história ligada apenas ao imaginário popular", conta.
O "por enquanto" dito por Vandeir faz sentido. É que mesmo considerando a história uma lenda, ele e alguns amigos costumam passar boa parte das horas vagas perambulando pela região com seus detectores de metais. Os equipamentos apitam com muita frequência, indicando que há algo metálico enterrado no local. Ainda não acharam nenhum tacho de ouro, mas encontram muitos pedaço de enxada, latas enferrujadas, pregos e, de vez em quando, alguma ferramenta antiga.
Detectorismo3 (Foto: (foto: acervo de Vandeir Santos/Divulgação))Peças encontradas em área rural de Pitangui com
detectores
Sem ambição
O principal objetivo, ele afirma, não é ambição por riquezas. A missão é ir atrás do passado. Levantar elementos que contribuam para a preservação da história de Pitangui. "Costumamos fotografar os objetos que achamos e para divulgar a história do Município. Também já doamos muitas dessas peças ao Museu Histórico de Pitangui", comentou.
O também pesquisador Marcos Antônio de Faria é membro do Instituto Histórico de Pitangui, fundado em 1968. Ele afirma que ainda há muito ouro escondido em Pitangui. "Os bandeirantes retiraram o metal que estava por cima da terra. O que estava nas profundezas continua lá", afirmou.
Quando história oral e ciência se misturam, a crença na possibilidade de encontrar ouro aumenta e desperta o interesse de cada vez mais gente. O grupo de detectoristas começou com dois amigos e agora já são cinco. Para eles, cada caçada é uma aventura. Mesmo que não encontrem ouro, afirmam, a experiência é enriquecedora. "É um contato direto que temos com a valiosa história de Pitangui", concluiu Vandeir.




Fonte: O TEMPO

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