quinta-feira, 16 de maio de 2013

ALEXANDRITA DO PELA EMA, MINAÇU/GO

ALEXANDRITA DO PELA EMA, MINAÇU/GO: INCLUSÕES FLUIDAS E
CONDIÇÕES GENÉTICAS
KLAUS JUERGEN PETERSEN JR., RAINER ALOYS SCHULTZ-GÜTTLER &
ROSA MARIA DA SILVEIRA BELLO
RESUMO
Uma ocorrência primária de alexandrita ocorre nas rochas metassedimentares do Grupo Serra da Mesa (GSM) no
município de Minaçu (GO), próximo ao córrego Pela Ema, na borda SE do núcleo granito-gnáissico da Serra Dourada (GrSD).
Entre as variedades de crisoberilo coletadas, 10 a 15% são de alexandrita de boa qualidade gemológica, caracterizada por
cristais de hábito pseudo-hexagonal devido à geminação múltipla, com dimensões entre 0,4 e 3cm, contendo inclusões de
quartzo, muscovita, biotita, granada, monazita e um número relativamente elevado de inclusões fluidas (IF). O GSM, na área da
mineralização estudada, é representado por biotita-muscovita-quartzo xisto com porfiroblastos de crisoberilo, granada, estaurol
ita
e cianita, finas lentes de xisto feldspático, delgados níveis de anfibolito, exogreisens e veios de quartzo, às vezes com miner
alização
de esmeralda.
O estudo óptico da alexandrita revelou a presença de inclusões fluidas de origem primária e pseudo-secundária. A
microtermometria de IF primárias mostrou que durante a formação do mineral estiveram presentes soluções aquocarbônicas
ricas em NaCl, CaCl
2
e, possivelmente, KCl e AlCl
3
, com salinidades variando de 18,5 – 21,5% em peso de NaCl equiv. e
densidades de 0,96 a 1,03g/cm
3
. As estimativas de P-T forneceram valores variando de 6,1-7,5 kbar e 535-576
o
C e 4,4-5,9 kbar
e 530-565
o
C, dependendo das equações termodinâmicas consideradas. A condição de formação do crisoberilo foi determinada
como sendo da fácies anfibolito médio, por meio da intersecção dos campos gerados pelas curvas paragenéticas, principalmente
da cianita e estaurolita, com as isócoras obtidas pelas análises das IF. Os estudos indicaram ainda que a formação do crisoberi
lo
ocorreu, provavelmente, a partir do berílio, liberado dos veios de quartzo com berilo (esmeralda), por fluidos metamórficos,
precipitando-se em função da disponibilidade de Al
3+
das encaixantes.
Palavras–chaves
: alexandrita, crisoberilo, mineralização primária, Minaçu, inclusões fluidas, condições P-T.
ABSTRACT
ALEXANDRITE OF PELA EMA, DISTRICT OF MINAÇU/GOIÁS STATE: FLUID INCLUSIONS AND GENETIC
CONDITIONS
A primary alexandrite mineralization occurs in metasedimentary rocks of the Serra da Mesa Group (GSM) in
the district of Minaçu (Goiás State), near the Pela Ema River, SE border of the Serra Dourada granite-gneissic dome (GrSD).
Among the varieties of chrysoberyl, 10 to 15% are alexandrite of good gemological quality. Most crystals show pseudo-hexagonal
habits due to multiple twinnings, with dimensions from 0.4 to 3cm. They contain inclusions of quartz, muscovite, biotite, garne
t,
monazite and a relatively high number of fluid inclusions (IF). The GSM in the area is represented by biotite-muscovite-quartz
schist containing chrysoberyl, garnet, staurolite and kyanite porphyroblasts, fine lenses of feldspatic schist, thin amphibolit
e
layers, pegmatites, exogreisens and quartz veins sometimes with emerald mineralizations.
Optical studies of alexandrite crystals revealed the presence of primary and pseudosecundary IF. The microthermometry of
primary IF showed that during the formation of the alexandrite aquocarbonic solutions rich in NaCl, CaCl
2
, and probably KCl
and AlCl
3
were present, with salinities varying from 18.5 to 21.5 wt % NaCl equiv. and densities from 0.96 to 1.03g/cm
3
.
Estimatives of P-T values resulted in the following ranges: 6.1-7.5 kbar at 535-576
o
C and 4.4-5.9 kbar at 530-565
o
C, depending
on the thermodynamic equations used. The conditions for formation of chrysoberyl occurred at medium-grade amphibolite
facies, determined by the intersection of the fields generated by the paragenetic associations, for kyanite and staurolite, wit
h the
isochores diagrams from the IF analysis. The studies indicate that the formation of the crysoberyl started with the Be liberate
d
from the quartz vein zone with beryl (emerald) and remobilized in the metamorphic fluids, where the precipitation may have
been conducted by the presence of Al
3+
from the host rocks.
Keywords
: alexandrite, crysoberyl, primary mineralization, Minaçu, fluid inclusions, P-T conditions.
INTRODUÇÃO
Uma mineralização primária da rara
variedade do mineral-gema alexandrita e outras variedades
de crisoberilo (BeAl
2
O
5
) ocorre próximo ao córrego Pela
Ema, município de Minaçu, na região norte de Goiás. A ocor-
rência situa-se na borda sudeste do braquianticlinal da Serra
Dourada, que possui núcleo granito-gnáissico, envolvido por
rochas metapelíticas e quartzitos do Grupo Serra da Mesa
(Fig. 1).
A Serra Dourada já foi alvo de diversos estudos que discutem
a origem desse maciço granítico e das mineralizações de cassi-
terita (Dardenne & Schobbenhaus 2001, Botelho 1992, Marini
& Botelho 1986, Macambira & Villas 1984, 1985, Macambira
1983, Marini
et al.
1974), além de columbita-tantalita, wolfra-
mita, topázio, fluorita, berilo (esmeralda e água-marinha) e
crisoberilo, dos quais aproximadamente 10 a 15% são da varie-
dade alexandrita com boa qualidade gemológica na área estu-
dada (Petersen Jr. 1998).
O objetivo deste trabalho é a caracterização físico-química
das soluções responsáveis pela formação de alexandrita e o esta-
belecimento das condições genéticas da mineralização, por mei

Águas Marinhas geram fortunas em Pancas ES


Águas Marinhas geram fortunas em Pancas, Noroeste do Estado

Ninguém sabe ao certo quanto rendeu às milhares de pedras preciosas extraídas em Pancas – município de 21,5 mil habitantes do Noroeste Espírito Santo cercado pelos belos picos rochosos do Parque Nacional dos Pontões Capixabas, mas os rastros de riqueza deixada pelas gemas são visíveis em algumas casas, contas bancárias e equenas propriedades rurais da região, diz Pedro Cypriano pesquisador do garimpo em Pancas.
A fascinante tonalidade azul escuro ou esverdeada da água marinha atraiu a atenção do mundo para Pancas, onde foram achadas as duas maiores pedras do mundo, uma batizada de Marta Rocha de 25,5 kg nos anos de 1950–, em homenagem a Miss Brasil do ano a Xuxa em 1988 de 20 kg em honra Rainha dos Baixinhos.
Xuxa foi vendida há cerca de cinco meses pelo fazendeiro Marcos Breda que recebeu a pedra de herança. Ele não revela o não revela o valor do negócio, mas na cidade corre a notícia de que foi avaliada na casa dos milhões.
Até por acaso teve gente que ganhou dinheiro com pedra cuja venda contribuiu subir na vida conforme aconteceu com o produtor rural Gercílio Agner, 62 anos. Gercílio conta que encontrou uma água marinha pura de 182 gramas enquanto o trator escavava uma vala na sua propriedade. “Ajudou demais a reforçar o caixa. Deu para comprar mais terra e expandir o cafezal”, disse Gercílio.
A descoberta desses tesouros destaca Pedro Cypriano, provocou uma verdadeira corrida nas áreas das jazidas nas respectivas épocas que duas pedras gigantes foram retiradas do fundo da terra.
“Por volta de 1960, dois mil garimpeiros invadiram o Córrego da Pratinha na mesma região que a Marta Rocha foi encontrada. Se amontoavam em barracas e esburacavam tudo”, destacou Pedro numa breve alusão a febre do ouro em Serra Pelada nos 80.
O garimpeiro Bráulio Wain, 73 anos recorda que aos 15 anos já remexia a terra na ‘Topa’ (área de escavação) com alavancas, além de tirar com balde a água empossada na mina atrás o sonho de ficar milionário. Em quase 60 anos de garimpo, a sorte sorriu para Bráulio várias vezes e o dinheiro que ganhou que deu para formar patrimônio em imóveis e até uma casa no Rio de Janeiro. “Do mesmo jeito que o dinheiro do garimpo vem ele vai”, resume Bráulio que hoje mora numa modesta casa, porém em um valorizado terreno no centro de Pancas.
Bráulio cogita deixar a cidade em breve para tentar novamente a sorte de achar um veio pedra boa visando restituir a fortuna perdida desta vez em Minas Gerais. Atualmente se contenta em observar colegas como Francisco Geraldo dos Passos, 65 anos e o pastor Valdir Ferreira da Silva, 58 anos a escavar a terra a cinco metros de profundidade cata da fortuna no Córrego da Pratinha.
A verdadeira Serra Pelada
A verdadeira Serra Pelada fica no Sul do Pará no município de Curionópolis. Ficou mundialmente conhecida pela febre do ouro que a tornou o maior garimpo a ceú aberto do mundo. Oficialmente foram extraídas 30 toneladas de ouro na década de 80. Calcula-se que a população envolvida direta ou indiretamente no garimpo foi maior do que 30 mil pessoas. Atualmente, a antiga escavação onde se situava o garimpo é um lago com 100 metros de profundidade do tamanho do estádio do Maracanã.


Marcos Szuecs

Opala: preciosidade do Sertão ganha o mundo

Opala: preciosidade do Sertão ganha o mundo

Pedra brasileira alcança prestígio internacional e amplia os negócios de ourives em Pedro II, no Piauí

por Hanny Guimarães | Fotos: Ernesto de Souza
Ernesto de Souza
Sobre a pedra bruta de onde são extraídas, estãos expostas gemas de opala (esq.) e peças já lapidadas que serão usadas em joias (dir.)
A paisagem árida do interior do Piauí esconde a riqueza que a região oferece. Em Pedro II, no norte do estado, no entanto, ela está estampada já no portal da cidade, onde se lê que o lugar é a “terra da opala”.

Essa pedra preciosa, ainda pouco valorizada no país, movimenta a economia local e chega a render para os ourives até R$ 70 mil por mês. O município tem a única reserva de gemas nobres de opala no Brasil, que é a segunda maior do mundo – a primeira está na Austrália, que explorou minas brasileiras na década de 1970.

Afastada a desorganização e a mineração desenfreada, a cidade tomou as rédeas do negócio e foram criadas associações ligadas ao garimpo e à lapidação, estruturando o mercado da pedra.
Ernesto de Souza
Juscelino Souza, há 24 anos como lapidário em Pedro II, no Piauí
O lapidário Juscelino Araújo Souza, pioneiro no segmento de joalherias, conta que quando começou, há quase 24 anos, o setor não estava organizado. “Tinha a pedra, mas não tinha quem fizesse o trabalho”, diz. A falta de mão de obra especializada o estimulou a abandonar as feiras livres, onde era ambulante, e procurar um curso de lapidação promovido pelo governo na época. Em 1992, Juscelino inaugurou a primeira empresa de lapidação de Pedro II e, em 2000, implantou ali uma área dedicada à joalheria.
Exportação e mercado interno
Assim como a empresa de Juscelino, outras 30 se estabeleceram na região. Atualmente, elas são responsáveis pelo beneficiamento de 5 quilos de pedra bruta por mês, que resultam em 30 quilos de joias, já com valor agregado da prata ou do ouro utilizados na confecção das peças.

Cerca de 30% das opalas garimpadas são de alta qualidade e seguem para exportação, movimento que chega a render até R$ 500 mil anuais para lapidários do município. Os principais compradores são os Estados Unidos e a Alemanha, além de França e Suíça, que também valorizam o produto. Os 70% restantes ficam na região de Pedro II e são utilizados na produção de joias artesanais comercializadas no próprio Nordeste e em alguns estados brasileiros.

Para reconhecer uma gema de valor é preciso estar atento à intensidade de cores que ela apresenta. Quanto maior o jogo de cores, mais valiosa é a pedra. A opala pode ser classificada, em ordem decrescente, como extra, média, fraca ou leitosa. Os garimpeiros chegam a vender as mais preciosas por até R$ 200 o grama, enquanto o grama da opala comum vale cerca de R$ 5.
Indicação Geográfica
Segundo estimativas dos garimpeiros, ainda há jazidas inexploradas na região. Hoje existem cerca de 30 minas locais, e estudos sugerem que apenas 10% da reserva foi explorada. Com a organização do setor, as associações receberam o suporte que faltava para se desenvolverem. Em 2005, foi criado o Arranjo Produtivo da Opala, projeto que ajudou a reestruturar o mercado das pedras de Pedro II.
Ernesto de Souza
Peças feitas em mosaico utilizando resíduos da lapidação de opala
Marcelo Morais, coordenador dos trabalhos, afirma que o negócio está mais orientado e hoje aspira até ao registro do selo de Indicação Geográfica, que já está em análise pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A expectativa é de que até o fim do ano a indicação acompanhe o nome das opalas da cidade.

Juscelino, que também é o presidente da Associação para a Indicação Geográfica da Opala, diz que com a obtenção do selo a demanda deverá aumentar, o que pode elevar o preço final da joia em até 30%. Enquanto aguardam reconhecimento nacional, as associações se preparam para criar uma escola profissionalizante que começará a funcionar ainda em 2011. “O espaço irá atender o aumento da produção e oferecer formação para os jovens do município”, afirma.
Leia Mais

Turmalina bicolor confirma riqueza da região do Seridó

Turmalina bicolor confirma riqueza da região do Seridó

Vall França
Semiárido paraibano, região do Seridó. O caminho que corta a caatinga tem muito mais que beleza. E é neste cenário, um dos mais castigados pela seca no Nordeste, que existe um verdadeiro caminho para o tesouro. Um caminho de terra e poeira liga uma das mais ricas reservas de minérios do Brasil com o resto da civilização.
É neste lugar remoto, onde celular e qualquer tipo de comunicação não existem, que um grupo de cinco garimpeiros paraibanos encontrou uma das pedras mais caras e raras do mundo, a turmalina bicolor. A raridade foi encontrada em uma mina já desativada. A gema, que pesa de 804 gramas e é uma das muitas variações da turmalina Paraíba, foi vendida em negociação milionária.
De acordo com os garimpeiros, que preferiram não se identificar, a pedra foi vendida para um empresário do estado de Minas Gerais por US$ 1,3 milhão de dólares e atualmente se encontra em um banco de Belo Horizonte, de onde deve ser exportada para a Europa. A turmalina Paraíba é considerada uma das pedras mais caras do mundo, sua cotação já ultrapassa a do diamante: 1 quilate (0,2 grama) custa em média US$ 30 mil, mas pode chegar a US$ 100 mil, dependendo das características da gema.
Atualmente, são explorados nas cidades que compõem o Seridó Paraibano os minérios albita, mica, granito, quartzo rosa, feldspato, lítio, água-marinha, nióbio, urânio, tantalita e a famosa Turmalina Paraíba. O Governo estima que oito mil famílias trabalhem diretamente com mineração em todo Estado. Somente a região do Seridó produz mensalmente 15 mil toneladas de caulim e 600 mil toneladas de quartzo rosa. A Paraíba hoje é considerada pelos especialistas o terceiro Estado na exploração de minério, ficando atrás apenas da Bahia e Minas Gerais.
Mas, foi no último ano que a atividade, que começou com os americanos de forma clandestina na época da Segunda Guerra Mundial, voltou a ser a base econômica da região. O programa de crédito de iniciativa do Governo da Paraíba, o Empreender-PB, vem ajudando a formalizar o garimpo. A atividade, que antes existia de forma clandestina voltou a operar e vem sendo regulamentada e acompanhada pelo Estado.
Em um ano, mais de R$ 3 milhões foram repassados em crédito para cooperativas de mineradores do Seridó. Além da liberação do crédito os agentes do governo atuam para garantir melhores condições de trabalho dos garimpeiros.
Para o técnico em mineração da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Minerais da Paraíba (CDRM), Antônio de Pádua, o acompanhamento do Governo tem ajudado a diminuir a informalidade do garimpo no Estado. “Antes os garimpeiros vendiam a atravessadores, a matéria prima era desvalorizada e os trabalhadores ficavam na informalidade. Hoje, estamos fiscalizando os garimpos, orientando na extração, levantando as necessidades de equipamentos, fazendo o acompanhamento diário da produção. Tudo isso para agregar valor e garantir uma qualidade de trabalho digna para os garimpeiros”, disse. 
Para o garimpeiro Assunção Henriques, de 64 anos, que trabalha há 42 na atividade, o crédito fornecido pelo Governo tem ajudado na aquisição de equipamentos e, consequentemente, na melhoria das condições de trabalho. “Com o crédito liberado para a cooperativa adquirimos equipamentos que nunca tivemos condições de comprar. O trabalho que levava semanas, agora pode ser feito em um ou dois dias”, disse.
Percebendo a potencialidade da Paraíba, o Governo Federal já sinaliza interesse pela atividade. O secretário adjunto de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Carlos Nogueira, destacou as potencialidades da base mineral do Estado: “A Paraíba tem potencial na geração de bens minerais não metálicos. Fomentar esse tipo de atividade nessas microrregiões é gerar emprego e renda, além de fixar o homem no campo”, avalia Nogueira.
Um azul único, de um brilho incomparável
Um azul único, de um brilho incomparável, alcançou valores nunca imaginados nos mercados das joias. Um recorde: a Turmalina Paraíba superou a cotação dos diamantes. A gema tem esse nome porque foi encontrada pela primeira vez no distrito de São José da Batalha, no interior paraibano. O Estado é rico em turmalinas, mas a variedade de um azul único surgiu da obstinação típica dos caçadores de pedras.
Informado da ocorrência de gemas no subsolo paraibano, no começo dos anos 80 o mineiro Heitor Dimas Barbosa decidiu garimpar na região. Com licença do governo federal, escavou durante sete anos. Em 1989, encontrou algumas pedras ‘diferentes’, estranhou a cor e mandou para análise no maior laboratório de gemas do mundo, o Gemological Institute of America (GIA). A resposta chegou em poucos dias: eram pedras únicas no planeta. O GIA ficou tão impressionado que publicou uma reportagem de nove páginas em sua revista, e assim a Turmalina Paraíba se tornou conhecida no meio dos aficionados, por profissão ou paixão, das pedras preciosas. 
Na cidade de Picuí, nada mudou com a descoberta das pedras tão valiosas. Os moradores seguem a rotina sem pressa e sem novidades. As raras turmalinas permanecem nas histórias que alimentam sonhos de um futuro próspero para a região.
“Antes a atividade era clandestina. Agora com incentivos, estamos esperançosos com o futuro. Com certeza, ele será melhor”, comemora o garimpeiro Joaquim Vidal de Negreiros Filho, de 47 anos, que trabalha há mais de 20 no garimpo. A dificuldade de extração, feita manualmente em túneis de até 60 metros de profundidade, é uma das razões da sua raridade. A gema é de um azul neon tão intenso que chega a brilhar no escuro.
Os cientistas descobriram que a Turmalina Paraíba contém uma grande quantidade de ouro, cobre, ferro e manganês. Esses elementos são responsáveis pelos variados tons e coloração. São mais de 300 tons diferentes de turmalina encontradas no Estado, porém, a mais rara é a azul. E é esse azul raro que a torna tão especial.
Atualmente, a gema é utilizada pela grifes brasileiras Arrigoni, Amsterdan Sauer e H. Stern, além das internacionais Dior e Channel. A turmalina até pode ser rara, mas a presença de ‘estrangeiros’ na cidade de Picuí já não surpreende os moradores.
Tem gringo na caatinga – “Por aqui já passou alemão, chinês, japonês americano, espanhol, italiano. Somos visitados por representantes de joalherias de todo o mundo. Toda semana chega um gringo diferente querendo comprar turmalina Paraíba. E isto é bom, prova que a qualidade da cor das nossas gemas é a mais especial do mundo”, comemora Vidal Filho.
E a otimismo do garimpeiro não é à toa. O próprio fundador da H.Stern, Hans Stern, falecido em 2007, tinha as turmalinas como suas pedras preferidas. Era tão aficionado pela gema que deixou uma coleção particular de turmalinas, a maior e mais importante do planeta, aberta à visitação pública na matriz da joalheria, no Rio. Hans Stern era um caçador de turmalinas, investindo e rastreando até que a coleção chegasse a 971 pedras.
Apesar da raridade, o comércio da turmalina parece estar só começando. Em 2011 uma turmalina extraída na Paraíba, de 191,87 quilates e lapidação oval, recebeu certificação do Guiness Book of World Records. O proprietário da gema, o banqueiro canadense Vincent Boucher, disse que a pedra está avaliada entre 25 milhões e 125 milhões de dólares canadenses (algo em torno de US$ 24 milhões a US$ 122 milhões americanos), mas já adiantou que ela não está à venda.•.
A Turmalina Paraíba ainda é pouco conhecida no Brasil. A aparição em pequena ocorrência, as lendas e a raridade são o que a fazem se tornar ainda mais especial. Quem sabe a beleza, glamour, poder e brilho não fariam a eterna diva do cinema, Marilyn Monroe, se render aos encantos do azul mais caro do mundo? Além dos diamantes, as turmalinas podem sim, ser as melhores amigas das garotas
Voltar

Safira

Safira

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Ambox rewrite.svg
Esta página precisa ser reciclada de acordo com o livro de estilo (desde Fevereiro de 2008).
Sinta-se livre para editá-la para que esta possa atingir um nível de qualidade superior.

Safira
Estado bruto
Fórmula química Al2O3
Safira (do arábico: ياقوت أزرق , safir, "pedra preciosa" [1]) é uma variedade da forma monocristalina de óxido de alumínio, (Al2O3), um mineral chamado coríndon. Pode ser encontrada na natureza sob a forma de gemas ou produzida de forma sintética para uma infinidade de aplicações.

Índice

A Gema

Safira e uma joia muito bonita e pode ser de tipo de qualquer variedade de coríndon de qualidade gemológica que não seja de cor vermelha (a variedade vermelha do coríndon é o rubi). Pode ser incolor (safira branca ou leucossafira), azul (devida, em parte, ao ferro), púrpura, dourada ou rósea, entre outras. As cores devem-se à presença de cobalto, cromo, titânio ou ferro. A safira azul, ao filtro de Chelsea, fica cinza a preta.
Quando a cor não é especificada, o termo safira refere-se à variedade azul. As safiras cor-de-rosa, amarelas, verdes, brancas e multi-coloridas são frequentemente menos valorizadas do que a variedade azul de mesma qualidade e tamanho. No entanto, a safira cor-de-rosa/alaranjada, designada por Padparacha ou Padparadja, é altamente valiosa. Há também safiras que mudam de cor, apresentando uma cor azul sob a luz do sol e uma cor púrpura sob a luz artificial. Esta variedade de cores deve-se às impurezas na safira. A safira pura é transparente. Traços de ferro e [[titânio dão a coloração azulada.
Dureza 9,0. Densidade relativa 4,00. Índice de refração 1,762-1,770. Birrefringência 0,008. Uniaxial negativa. Dispersão 0,018. Pode mostrar fluorescência (forte nas gemas sintéticas). Como o rubi, a safira tem o rutilo como inclusão frequente (cristais longos, aciculares, formando ângulos de 60º), além de zircão (com halos pleocróicos, aparecendo como um ponto luminoso), espinélio (em cristais octaédricos, comuns nas safiras de Sri Lanka), mica, hematita, granada e outros minerais. As safiras de Sri Lanka e algumas sintéticas mostram asterismo e as procedentes da Caxemira apresentam uma névoa constituída de filamentos ou tubos vazios marrons muito claros. Costuma ocorrer em mármores, basaltos ricos em alumínio, pegmatitos e em lamprófiros.
Na lapidação, a safira deve ter a mesa perpendicular ao eixo principal. Se não for lapidada em cabuchão, deve ter formato retangular, oval ou retangular com cantos cortados.
Safiras e rubis de qualidade gemológica podem ser facilmente produzidos em laboratório, a baixo custo. As composições química e física são idênticas às das gemas naturais correspondentes.
A safira é passível de confusão com cordierita, berilo, tanzanita, espodumênio, cianita, topázio e outras gemas.
É produzida principalmente no Sri Lanka. Outros produtores são Myanmar, Tailândia, Vietnam (em basaltos, no sul do país), Turquestão, Índia, Quênia, Tanzânia, Estados Unidos e Austrália. As melhores safiras vêm da Caxemira (Índia), da vila de Soomjam, mas as jazidas estão praticamente esgotadas.
Ótimas gemas vêm de Myanmar (Ratnapura) e as maiores, da Austrália.
É rara no Brasil, existindo no Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais.
Safira azul, exibindo asterismo
O maior centro de lapidação é a Índia.
A safira situa-se entre as gemas mais valiosas, embora já tenha havido época em que era usada apenas em mecanismos de relógio. A var. azul-escura com tons de violeta é a mais valiosa de todas. A safira cinza tem valor gemológico só quando astérica.
Por tratamento térmico, a safira pode ficar tanto mais clara quanto mais escura. A amarela fica incolor e a violeta fica rósea. Usam-se temperaturas entre 1.500 °C e 1.800 °C, em forno elétrico, em ambiente com oxigênio ou não, e o processo demora de duas horas a três dias. Safiras praticamente incolores do Sri Lanka podem ficar bem azuis. Expostas a radiações, as safiras incolores ou róseas ficam alaranjadas. A incolor ou amarelo-clara, sob ação dos raios X, fica amarela, semelhante a alguns topázios.
A maior safira já encontrada tinha mais de 200 g no estado bruto e foi achada em Ratnapura, Myanmar (antiga Birmânia). Das gemas lapidadas, a maior de todas é a "Estrela da Índia", com 575 ct (ou 563 ct, segundo outras fontes), que está no Museu Americano de História Natural de Nova Iorque. A "Logan" tem 424 ct e cor azul. A "Estrela da Ásia", de 330 ct, está também nos Estados Unidos, na Smithsonian Institution (Washington). É também famosa a safira "Ruspoli", de 135,8 ct.
O anel de casamento de Lady Diana Spencer com Carlos, Príncipe de Gales era um anel de safira.
O Anel do Administrador tem como pedra a safira de cor azul-escura, pois é a cor que identifica as atividades criadoras, por meio das quais os homens demonstram sua capacidade de construir para o aumento de suas riquezas, tendo em vista suas preocupações não serem especulativas.

Aplicações

Quando não serve para jóias, a safira é empregada em esferográficas sofisticadas, equipamentos elétricos e óticos e em janelas de fornalhas de alta temperatura. Safiras com impurezas de titânio são usadas em lasers através de impulsos ultracurtos. Os astrólogos associam a Safira, principalmente a azul, ao signo de Libra.