quinta-feira, 6 de junho de 2013

Os embaixadores das esmeraldas

Os embaixadores das esmeraldas

Sinônimo da preciosa pedra verde, a joalheria carioca Amsterdam Sauer completa 70 anos de criação de luxo e beleza, sob o comando do fundador, Jules Sauer, e seu filho, Daniel

Por Márcia Pereira
Clique e confira um resumo da reportagem
 
 
 
O bandeirante Fernão Dias Paes Leme (1608-1681), morreu acreditando que havia encontrado a cobiçada esmeralda brasileira. Na verdade, seu mérito foi revelar ao mundo que o Brasil era rico em outra pedra. No caso, a semipreciosa turmalina, que, só com o tempo, foi alçada ao panteão das pedras preciosas. Em 1963, quase três séculos depois, um imigrante francês chamado Jules Sauer, dono da joalheria Amsterdam Sauer, deparou-se com uma pedra esverdeada, quando passava férias com a família na Bahia. 
 
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A gema lhe foi mostrada por um garimpeiro que a havia retirado de uma mina da região de Salininha, no nordeste do Estado da Bahia. A pedra era, sem dúvida, uma esmeralda de alto valor comercial – característica que, até então, não tinha sido atribuída a nenhuma das gemas esverdeadas encontradas. “No início da carreira, meu pai foi um bandeirante moderno, que trocou o lombo do burro pelo carro e soube explorar o valor da esmeralda”, diz Daniel Sauer, de 58 anos, filho caçula de Jules. Foi assim que começou uma história de amor, que já dura sete décadas.
 
Em 1941, com 20 anos, Jules criou, em Belo Horizonte, a Amsterdam Sauer, a joalheria que assumiria a cidadania carioca em 1953, com a inauguração de sua primeira loja na então Capital Federal. A empresa tornou-se sinônimo de joias com esmeraldas e hoje atua no País com 25 lojas, além de negociar peças prontas e pedras lapidadas com joalherias dos EUA, Europa e Ásia. Recentemente, inclusive, firmou  uma parceria com a maior rede de joalherias da China, a Shanghai Lao Feng Xiang, que tem 800 lojas. “Os Sauer são os embaixadores  brasileiros da esmeralda, que, com o diamante, a safira e o rubi forma o grupo das pedras consideradas preciosas pela joalheria tradicional”, diz Ivan Endreffy, presidente da Associação Brasileira de Gemologia e Mineralogia.
 
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"Ao longo do tempo, as joias ficaram mais suscetíveis às tendências de moda.
Porém, os clássicos da alta joalheria permanecem como ícones da elegância"
Jules Sauer, fundador da Amsterdam Sauer, aparece no museu da sua joalheria com o filho Daniel
 
“Admiro muito o profissionalismo e a visão de Jules. Um homem que soube, como ninguém, promover essa bela pedra e, claro, também lucrar com ela.” Admiração é o que o geólogo e gemólogo Daniel também sente pelo pai e mentor. “Ele me ensinou, com seus 90 anos de vida e 70 de joalheria, a gostar das pedras. Tanto que me formei em geologia para entender melhor o negócio”, diz o herdeiro, diretor técnico e comercial da empresa. “Outras características que admiro em meu pai são o otimismo e o arrojo.” O executivo, juntamente com a irmã, Debora, diretora de criação, e com o cunhado, Silvio Eisenberg, presidente, divide com Jules o comando da joalheria.
  
Daniel lembra que foi esse espírito ousado que fez o pai comprar, em meados da década de 1950, a água-marinha mais famosa do País, a Martha Rocha, colocando de vez o nome Sauer no mapa da joalheria brasileira. “Ela era gigantesca, pesava 36,5 quilos e tinha 50 mil quilates”, diz Jules. “Inicialmente, adquiri 43% da pedra, por cerca de US$ 750 mil, à época.” Segundo ele,  depois da lapidação, fragmentos da pedra se espalharam por todo o mundo, transformados em belas joias. “Ficaram conosco apenas as peças com as quais presenteei  minha mulher, Zilda”, diz o empresário. 
 
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Hoje e ontem: acima, a loja da marca, no número 1.782 da avenida Atlântica, no bairro de Copacabana, no Rio,
em dois momentos: atualmente, mais à esquerda, e em 1953, quando da sua inauguração 
 
Jules batizou a água-marinha com o nome da mais badalada Miss Brasil de todos os tempos, por ela ter a mesma cor dos olhos da bela morena baiana. Uma curiosidade: 30 anos depois, ele contratou a ex-miss Martha Rocha, a das duas polegadas a mais, para ser a relações públicas da joalheria. O empresário conta que, atualmente, as peças lapidadas da pedra valeriam, juntas, US$ 50 milhões. 
 
Outro ensinamento que Daniel diz ter aprendido com o pai foi tentar preservar ao máximo o quilate original de uma pedra, sem cortá-la em muitos pedaços. Em geral, a Amsterdam Sauer utiliza  pedras grandes, com 30 quilates. “Assim, preservamos seu valor e sua raridade e emprestamos esses quesitos à joia que irá recebê-la”, afirma. “Fazemos dessa maneira, desde a década de 1950, e, por isso, nossas joias estiveram entre as mais caras do País.” As peças atuais (excetuando as da categoria Reserva) custam entre R$ 3 mil e R$ 116 mil. 
 
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Pai e filho recordam que, antigamente, as joias avantajadas eram mais usadas pela realeza. No entanto, com uma maior distribuição da riqueza, o mercado se democratizou e está ainda mais exuberante. “O minimalismo não tem muita vez nesse ramo”, afirma Daniel. Mas o glamour, sim. Com clientes como a atriz Shirley MacLaine em sua carteira, Daniel acredita que, com a morte de  Elizabeth Taylor, a “mulher-joia” das décadas passadas, quem deve assumir o posto é a duquesa de Cambridge e mulher do príncipe William, Kate Middleton. 
 
“É uma plebeia com ar real”, diz. Galante e expert na arte de confeccionar o presente mais apreciado pelas mulheres, ao longo das gerações, o patriarca Jules é categórico: “Uma joia e uma mulher elegante são reconhecíveis em qualquer tempo”, afirma. “Ver uma bela peça vestindo uma bela mulher é sempre um verdadeiro fascínio. Até para nós, joalheiros, que convivemos diariamente com as duas belezas.”
 
 
 

TURMALINA PARAÍBA

Como todos devem imaginar, o nome Turmalina Paraíba vem pelo fato de que foram encontradas pela primeira vez na Paraíba, por Heitor Barbosa em 1989. Porém, apesar do nome e da raridade, esse tipo de  turmalina cuprífera, que traz uma cor azul neon exclusiva também pode ser encontrada no estado do Rio Grande do Norte e na Nigéria e Moçambique. A atual extração ainda é precária e difícil, o que torna o seu valor comercial maior ainda. Toda essa raridade e exclusividade torna a Turmalina Paraíba uma das gemas mais cobiçadas do mundo.

Turmalina Paraíba bruta de 26,5 cts da Mina da Batalha - PB. Preço: US$ 155.000,00.

Geologicamente falando, as turmalinas da região foram descobertas inicialmente no município de São José da Batalha, na variação de Elbaíta (turmalina litinífera que vai de vermelho rosado a verde e incolor), ocorre na forma de pequenos "cristais" na maioria das vezes irregulares dentro de corpos pegmatíticos que na localidade estão encaixados em quartzitos da Formação Equador (Grupo Seridó). A mineralogia básica da rocha é de quartzo, feldspato (comumente alterado pela infiltração de água), lepidolita (mica lilás) e schorlita (também conhecida como afrisita ou turmalina negra) e óxidos de nióbio e tântalo (sequência columbita-tantalita). Os índices de cobre podem ser associados à Província Metalogênica Cuprífera do Rio Grande do Norte

Província Cuprífera do RN-PB.

Análises comprovaram que as Turmalinas Paraíba contem expressivos teores de cobre, ferro e manganês, sendo atribuídos a estes elementos, em sua variação, o tom de cor do mineral. São designadas cores como azul-claro, azul-turquesa, azul-neon, azul esverdeado, azul safira, azul violáceo, verde azulado e verde esmeralda, na tentativa de descrever a rara e variável cor. 

Turmalina Paraíba lapidada de 50 cts que permaneceu no Brasil para exposição. Avaliada aqui no Brasil em R$ 500.000,00.

Uma característica que chama a atenção é o de uma turmalina paraíba devidademente tratada e lapidada poder brilhar em ambientes de pouquíssima luz, o que faz muitos atribui-la como fluorescente (no caso seria fosforescente).

Em fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de Tucson, nos EUA, teve início a escalada de preços desta variedade de turmalina, que passaram de umas poucas centenas de dólares por quilate a mais de US$2.000/ct, em questão de apenas 4 dias. A mística em torno da turmalina da Paraíba havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo dos anos 90, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de minerais. A máxima produção da Mina da Batalha ocorreu entre os anos de 1989 e 1991 e, a partir de 1992, passou a ser esporádica e limitada, agravada pela disputa por sua propriedade legal e por seus direitos minerários. Hoje em dia a turmalina paraíba no mercado japonês pode custar cerca de US$ 30.000/ct, porém dependendo de sua exclusividade pode chegar a custar cerca de US$ 100.000/ct.

Broche em ouro branco desenhado pelos designers da Chanel com mais de 1000 diamantes e com uma Turmalina Paraíba de 37,5 cts no centro. Peça única, foi vendida assim que anunciada. Não encontrei o preço.

A elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à escassez de sua produção, estimulou a busca de material de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do Norte.

Broche de papagaio, com gemas de diversas cores e olho feito em Turmalina Paraíba.

Para alcançar tons mais limpos e mais exclusivos as empresas adotam um tratamento na turmalina para melhor mais ainda a sua cor.Embora as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só as adquiram após tratamento térmico, a temperaturas entre 350°C e 550°C. O procedimento consiste, inicialmente, em selecionar os espécimes a serem tratados cuidadosamente, para evitar que a exposição ao calor danifique-os, especialmente aqueles com inclusões líquidas e fraturas pré-existentes. Em seguida, as gemas são colocadas sob pó de alumínio ou areia, no interior de uma estufa, em atmosfera oxidante. A temperatura ideal é alcançada, geralmente, após 2 horas e meia de aquecimento gradativo e, então, mantida por um período de cerca de 4 horas, sendo as gemas depois resfriadas a uma taxa de aproximadamente 50 oC por hora. As cores resultantes são a cobiçada azul-neon, a partir da azul esverdeada ou da azul violeta, e a verde esmeralda, a partir da púrpura avermelhada. Além do tratamento térmico, parte das turmalinas da Paraíba é submetida ao preenchimento de fissuras com óleo para minimizar a visibilidade das que alcancem a superfície.

Lote de turmalinas diversas de baixo valor comercial comumente vendido na internet.

Até 2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção da presença de cobre com teores anômalos através de análise química por fluorescência de raios X de energia dispersiva (EDXRF), um ensaio analítico não disponível em laboratórios gemológicos standard. No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios gemológicos do mundo em torno da definição do termo “Turmalina da Paraíba”.

Turmalina paraíba bruta de boa qualidade.

Em fevereiro de 2006, o Comitê de Harmonização de Procedimentos de Laboratórios, que consiste de representantes dos principais laboratórios gemológicos do mundo, decidiu reconsiderar a nomenclatura de turmalina da “Paraíba”, definindo esta valiosa variedade como uma elbaíta de cores azul-néon, azul-violeta, azul esverdeada, verde azulada ou verde-esmeralda, que contenha cobre e manganês e aspecto similar ao material original proveniente da Paraíba, independentemente de sua origem geográfica. Nos certificados, deve ser descrita como pertencente à espécie “elbaíta”, variedade “turmalina da Paraíba”, citando, sob a forma de um comentário, que este último termo deriva-se da localidade onde foi originalmente lavrada no Brasil. A determinação de origem torna-se, portanto, opcional.

Mais fotos de turmalinas paraíba:





segunda-feira, 3 de junho de 2013

Styling precioso: experts revelam quais as joias da vez...


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30/05/2013 - 06h00 - POR news

Styling precioso: experts revelam quais as joias da vez e como usá-las

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Pode guardar, bem lá no fundo do seu porta-joias, os colares e pulseiras em conjuntinhos (so boring!) e até os brincos dourados, ao menos por enquanto Com a chegada do inverno, é hora de atualizar o brilho dos looks de festa: Vogue conversou com cinco experts em joias para desvendar quais as peças preciosas mais-mais da temporada e as melhores formas de usá-las. Siga lendo e descubra.
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O ear cuff é o novo maxi brinco
"O ear cuff precioso, seja com pedras, brilhantes ou de ouro, é a escolha perfeita para atualizar um visual festivo. Moderniza qualquer look, até quando acompanha um vestido tradicional", comentou a editora de moda da Vogue, Barbara Leão de Moura, sobre a tendência que fez brilhar as orelhas de Sienna Miller, Jessica Alba, Constance Jablonski, entre outras belas, no Baile do Met de 2013. "Além de enfeitar, eles são práticos e fáceis de usar", completou Carla Amorim, uma das poucas joalheiras brasileiras que lançaram suas versões da peça. Dica: aposte nos modelos com pedras coloridas para alegrar o look sóbrio.
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Colar é para ser usadopara trás
"Acho que é um truque de styling que combina mais com o verão, quando você usa vestidos mais decotados", opina Sabrina Gasperin. Entretanto, se você não quiser esperar as temperaturas subirem para apostar no estilo que reinou no Oscar em 2013, a dica é investir nas peças com fios mais longos, como fez a atriz Jennifer Lawrence.
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Turmalina, a pedra da vez A estrela máxima das pedras é a turmalina paraíba, objeto de desejo de 9 entre 10 fashionistas – incluia nesta leva a top model Kate Moss, que brilhou com um colar com uma imponente gema azul no último gala da amfAR em São Paulo. "Conhecida como a gema das mil cores, a turmalina sempre foi nossa paixão", comentam Anna Claudia Rocha e Ana Paula Appolinario, da Ana Rocha&Appolinario. O melhor: ela é tão poderosa que transforma qualquer look em desejável.
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Verde, azul ou vermelho na nova cartela de cores"A turmalina é uma pedra superexclusiva e nem todo mundo pode ter. Entretanto, há outras gemas que ganham espaço neste inverno, como as joias verdes combinadas com diamantes escuros", comenta Barbara Leão de Moura. Carla Amorim e a dupla por trás da Anna Rocha & Appolonario concordam com a editora e acrescentam ainda que outros tons de azul e de vermelho também estão na lista-desejo da vez. Desta forma, invista em esmeraldas, jades, tsavorites, apatitas, tanzanitas e nos rubis.
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Quanto mais aneis, melhor!
Já faz alguns anos que o mix de aneis ganhou as mãos das fashionistas pelas ruas dos hemisférios orte e sul. Agora, o truque de styling migrou para os red carpets e festas: aneis de diamante, com pedras imponentes e/ou planos e metalizadas enfeitaram os dedos de famosas e fashionistas em eventos recentes. "Atualmente, estou adorando misturar aneis com diferentes diamantes: diamante branco, diamante chocolate, diamante negro e diamante amarelo", disse Sabrina.
PÉROLAS-COOL: as pérolas ganharam ares moderno quando combinadas com peças rocker ou joias metalizadas (Foto: Reprodução) (Foto: Reprodução e Getty Images)
 

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Na 'Suíça do Piauí', opala rende até R$ 60 mil

Na 'Suíça do Piauí', opala rende até R$ 60 mil no mês a garimpeiros

Mas, para encontrar pedra preciosa, é preciso sorte e dedicação.
Mineral é encontrado apenas em Pedro II e na Austrália.

Anay Cury Do G1, em São Paulo
Na pequena cidade de Pedro II, no norte do Piauí, a opala extra, pedra encontrada apenas nessa região e no interior da Austrália - que faz o mineral ser considerado precioso e chega a custar três vezes mais que o ouro - é o que move a economia local. Por ano, a cidade vende perto de 400 quilos de joias feitas com a pedra para os mercados interno e externo.
Processo de mineração da Mina do Boi Morto, em Pedro II, no Piauí. (Foto: Divulgação/Sebrae)Processo de mineração da Mina do Boi Morto, em Pedro II, no Piauí. (Foto: Marcelo Morais/Sebrae)

Tamanho é o valor do mineral que um garimpeiro chega a “achar” - com sorte e muita insistência - até R$ 60 mil em pedras em um mês. Normalmente, o ganho não atinge essa cifra com tanta frequência. No entanto, segundo José Cícero da Silva Oliveira, presidente da cooperativa dos garimpeiros de Pedro II, a atividade tem se desenvolvido, e o setor vem mantendo boas expectativas de crescimento - sustentável. Hoje, são explorados, legalmente, cerca de 700 hectares, o equivalente a 7 milhões de metros quadrados.
“A exploração não é mais desordenada. Todos os trabalhadores da cooperativa trabalham em áreas regulares, com licenciamento, com equipamento de segurança. Sempre recebemos a visita de fiscais de vários ministérios”, afirmou. No regime de cooperativa, 10% de tudo o que se ganha em vendas é dividido entre os 150 associados. “Mas se um encontra uma pedra maior, por exemplo, fica para ele. Se não fosse assim, não daria certo, né?”, ponderou.
Na chamada Suíça piauiense, devido às temperaturas mais amenas, que não castigam a cidade, diferente de muitos municípios do Nordeste, Pedro II tem cerca de 500 famílias, entre garimpeiros, lapidários, joalheiros e lojistas que vivem da opala, de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Piauí. A população de Pedro II, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 37.500 pessoas.
Opala bruta (E) e anéis feitos com a pedra, em Pedro II. (Foto: Carlos Augusto Ferreira Lima/Sebrae)Opala bruta (esq.) e anéis feitos com a pedra, em Pedro II. (Foto: Carlos Augusto Ferreira Lima/Sebrae)


Pedro II tem se consolidado, nos últimos anos, como um polo de lapidação de joias. “Além da opala, também usamos pedras de outros estados do Sudeste, do Sul. Compramos essas pedras, lapidamos e fazemos as joias”, contou a presidente da Associação dos Joalheiros e Lapidários de Pedro II, Surlene Almeida. Esse tipo de atividade é desenvolvida há cerca de oito anos.

Em relação ao tempo em que as minas de opala são exploradas, a transformação das pedras em joias é recente, mas está evoluindo. Na cidade, já foi instalado um centro técnico de ensino de lapidação, design e joalheria, segundo Surlene. “É como se fosse um curso técnico mesmo, onde as pessoas se especializam nessa atividade.”

Apesar de o forte da economia de Pedro II ser a mineração, a cidade também vive da agricultura familiar. Durante o inverno, que tem períodos mais chuvosos, muitos garimpeiros migram para esse outro tipo de sustento.

OPALA

Você cava o buraco e dá uma olhada lá pra dentro. O que você vê parece saído de um filme de sci-fi (malfeito) dos anos 50:
485343 474086139319102 1136965089 n Opala, o mineral que não é um cristal.    Curiosidades
Será o cocô fossilizado de um unicórnio?
Não. Trata-se da Opala. Curiosamente, esse mineralóide, como é chamado, só é encontrado com qualidade em dois lugares do mundo: Austrália e… Piauí! Isso mesmo, aqui no Brasil, na cidade de Pedro II está uma das maiores e mais importantes jazidas de Opala (claro que existem outras jazidas e Opala no mundo, sobretudo na África) da Terra.
Segundo a wikipedia:
O mineralóide Opala é sílica amorfa hidratada. Neste material, o percentual de água pode chegar a 20%. Por ser amorfo, ele não tem formato de cristal, ocorrendo em veios irregulares, massas, e nódulos. Tem a fratura conchoidal, brilho vítreo, dureza na escala de Mohs de 5,5-6,6, gravidade específica 2,1-2,3, e uma cor altamente variável. A opala pode ser branca, incolor, azul-leitosa, cinza, vermelha, amarela, verde, marrom e preta. Frequentemente muitas dessas cores podem ser vistas simultaneamente, em decorrência de interferência e difração da luz que passa por aberturas regularmente arranjadas dentro do microestructura do opala, fenômeno conhecido como jogo de cores ou difração de Bragg. A estrutura da opala é formada por esferas de cristobalita ou de sílica amorfa, regularmente dispostas, entre as quais há água, ar ou geis de sílica. Quando as esferas têm o mesmo tamanho e um diâmetro semelhante ao comprimento de onda das radiações da luz visível, ocorre difração da luz e surge o jogo de cores da opala nobre. Se as esferas variam de tamanho, não há difração e tem-se a opala comum. O termo opalescência é usado geral e erroneamente para descrever este fenômeno original e bonito, que é o jogo da cores. Na verdade, opalescência é o que mostra opala leitosa, de aparência turva ou opala do potch, sem jogo de cores. As veias de opala que mostram jogo de cores são frequentemente muito finas, e isso leva à necessidade de lapidar a pedra de modos incomuns. Um doublet de opala é uma camada fina de opala colorida sobre um material escuro como basalto ou obsidiana. A base mais escura ressalta o jogo de cores, resultando numa aparência mais atraente do que um potch mais claro. O triplet de opala é obtido com uma base escura e com um revestimento protetor de quartzo incolor (cristal de rocha), útil por ser a opala relativamente delicada. Dada a textura das opalas, pode ser difícil obter um brilho razoável. As variedades de opala que mostram jogo de cores, as opalas preciosas, recebem diversos nomes; do mesmo modo, há vários tipos de opala comum, tais como: opala leitosa (um azulado leitoso a esverdeado); opala resina (amarelo-mel com um bilho resinoso); opala madeira (formada pela substituição da madeira com opala); Menilite (marrom ou cinza) e hialite, uma rara opala incolor chamada às vezes Vidro de Müller. A opala é um gel que é depositado em temperatura relativamente baixa em fissuras de quase todo tipo de rocha, geralmente sendo encontrado nas formações ferro-manganesíferas, arenito, e basalto. Pode se formar também em outros tipos de materiais, como nós de bambus. A palavra opala vem do sânscrito upala, do grego opallos e do latim opalus, significando “pedra preciosa.” A opala é um dos minerais que podem formar fósseis, por substituição. Os fósseis resultantes, embora possam não ser especialmente valiosos do ponto de vista científico, atraem colecionadores por sua beleza. A maior parte da opala produzida no mundo (98%) vem da Austrália. A cidade de Coober Pedy, em particular, é uma das principais fontes. As variedades terra comum, água, geléia, e opala de fogo são encontradas na maior parte no México e Mesoamérica. Existem opalas sintéticas, que estão disponíveis experimental e comercialmente. O material resultante é distinguível da opala natural por sua regularidade; sob ampliação, as áreas com diferentes cores são arranjadas em forma de “pele de lagarto” ou padrão “chicken wire”. As opalas sintéticas são distinguidas das naturais mais pela falta de fluorescência sob luz UV. São também geralmente de densidade mais baixa e frequentemente mais porosas. Dois notáveis produtores do opala sintética são as companhias Kyocera e Inamori do Japão. A maioria das opalas chamadas sintéticas, entretanto, são denominadas mais corretamente de imitações, porque contêm substâncias não encontradas na opala natural (por exemplo, estabilizadores plásticos). As opalas Gilson vistas frequentemente em jóias vintage são, na realidade, um vidro laminado. fonte
Dá uma olhada na beleza desse material sensacional:
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Esta é uma amostra de opala assim que é escavada numa jazida asutraliana.
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Então as amostras são ensacadas em estado bruto e enviadas para lavagem e posterior lapidação. É aqui que a verdadeira  ”mágica” acontece. 

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É após a lapidação que o material passa a ser vendido para os artistas que farão jóias com ele.
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Algumas opalas bem legais:


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Os aborígines da Austrália têm uma lenda. Eles dizem que o Criador veio para a Terra em um arco-íris para dar uma mensagem de paz para toda a humanidade. O lugar onde o pé do Criador tocou a terra era repleto de rochas e tornou-se vivo, começou a brilhar em todas as cores do arco-íris. E é assim que Opalas foram criadas.
Talvez isso explique porque o nome Opala é derivado da palavra sânscrita “upala”, que significa “pedra preciosa”. Esta provavelmente é a raiz da palavra para o termo grego “opallios”, que se traduz como “mudança de cor”. Até 1920 as Opalas eram bastante incomuns. Antes da descoberta da jazida da Austrália de 1849, as únicas fontes de opala eram o Brasil e a Hungria. Quando as Opalas australianas surgiram, elas eram tão espetaculares e sua diferença foi tão marcante que os donos das minas na Hungria espalharam o boato que opalas australianas não eram opalas reais.
Opal Andamooka Opala, o mineral que não é um cristal.    Curiosidades
Graças ao boato, a opala australiana não apareceu no mercado mundial até 1890. Ninguém comprava porque acreditaram nos boatos.
Por muito tempo ninguém sabia porque as opalas da Austrália eram tão lindas. Na década de 1960 uma equipe de cientistas australianos analisaram as amostras de Opalas com um microscópio eletrônico. Eles descobriram que pequenas esferas de gel de sílica produziam interferência na passagem da luz, causando as incríveis refrações, que são responsáveis ??pelo jogo fantástico de cores dentro do material.
Em outras palavras, como a opala é formada de sílica, ela deixa a luz atravessar, e é essa entrada de luz e consequente divisão dela em micro-prismas, que dá às Opalas sua cor.
Entre as diversas formas de opala existente, (há as mais transparentes, as leitosas, as esverdeadas, é uma quantidade enorme de variações) estão as Opalas negras.
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A opala negra é a mais rara e valiosa de todas as opalas. Estas gemas sempre tem a cor de fundo escura, que contrasta lindamente com os brilhos multicoloridos naturais da Opala.
Quanto mais brilhante e mais nítidas as cores contrastantes, o mais valiosa a amostra de Opala negra.
A opala negra é rara, ao ponto de algumas pessoas colecionadoras de gemas a considerarem como “o Santo Graal da Opalas”.
Por sua inacreditável variação visual e beleza, as opalas são muito usadas para a produção de jóias. Algumas opalas de jazidas no México, chamadas Opalas de fogo,  são tão sensacionais que lembram até rubis:
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Há também a opala azul peruana, que é a pedra nacional do Peru. Eles dizem que ela tem a cor do mar do Caribe.
Blue4 Opala, o mineral que não é um cristal.    Curiosidades