quarta-feira, 19 de junho de 2013

GÊNESE E INCLUSÕES DAS ESMERALDAS DE SANTA TEREZINHA DE GOIÁS - GO

Revista Brasileira
de Geociências
20(l-4):25-31, março/dezembro de 1990
GÊNESE E INCLUSÕES
DAS ESMERALDAS DE
SANTA TEREZINHA DE GOIÁS - GO
CARLITO LARIUCCI*, CIRANO RO
CHA LEITE**, REGINA HELE
NA DE ALMEIDA SANTOS***
ABSTRACT
GENESIS AND INCLUSIONS OF THE EMERALDS FROM SANTA TEREZINHA
DE GOIÁS - GO The genesis of the emeralds from Santa Terezinha de Goias-GO remount to solutions
of a pneumatolytic-metasomatic phase having
as the chromium donor source metamorphosed
basic-ultrabasic rocks (various schists), whose chromiph
erous mineral is spinel, found also as a protogenetic
inclusion. The mineral inclusions identified by
means of X-ray diffraction (powder method), optical
microscopy and electron mi
croprobe, were spinel, pyrite, pyrrhotite
, dolomite, magnesian siderite, talc,
mica (biotite, phlogopite), emerald,
quartz, talc-pyrophyllite,
rutile, halite and/or sy
lvite. The presence of
biphasic inclusions varying in size and form was also
observed. Among theses inclusions, pyrrhotite and/or
halite, magnesian siderite a
nd talc-pyrophyllite were detected for the first time in the emeralds from Santa
Terezinha de Goiás. The presence of a great quantity of spinel constitutes one of the main characteristics of
these emeralds.
Keywords:
Inclusions, spectroscopy, X-ray difrac
tion, emerald, Sant
a Terezinha (GO).
RESUMO
Neste trabalho é feita uma caracterização das
esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás por
meio de sua gênese e inclusões minerais. A gênese dessas esmeraldas remonta as soluções da fase pneumato-
lítica-metassomática tendo, como fonte doadora de cromo, rochas básicas-ultrabásicas metamorfisadas (di-
versos xistos) cujo mineral cromífero é o espinélio, encontrado também como inclusão protogenética. As in-
clusões minerais, identificadas por meio de difração
de raios X (método do pd), microscopia óptica e ml-
crossonda eletrônica, foram: espinélio, pinta, pirrotit
a, dolomite, siderite com Mg, talco, mica(biotíte/flo-
gopite), esmeralda, quartzo, talco-pirofilita, rutilo, halite e/ou silvita. Foi observada, também, a presença de
inclusões bifásicas de tamanhos e formas
bastante variadas. Destes inclusões,
a pirrotita, a silv
ita e/ou halita,
a siderite com Mg e o talco-pirofilita foram detectados pela primeira vez em esmeraldas de Santa Terezinha
de Goiás. A presença de grande quantidade de espinélio constitui uma das principais características dessas
esmeraldas.
Palavras-chaves:
Inclusões, espectroscopia,
difração de raios X, esmera
lda, Santa Terezinha (GO).
INTRODUÇÃO
Desde 1982, um ano após a descoberta
do Garimpo de Santa Terezinha de Goiás, alguns trabalhos
específicos foram realizados, uns enfatizando a geologia local
e regional, tais como os de Ribeiro & Sá (1983), Ribeiro Filho
& Lacerda Filho (1985) e Costa (1986), enquanto outros des-
tacam as características mineralógicas (inclusões), como os de
Hänni
& Kerez (1983), Cassedane & Sauer (1984), Barros
(1984), Schwarz & Mendes (1985) e Miyata
et al.
(1987).
Entretanto, foi observ
ado que, nos trabal
hos anteriores, não
está clara a questão da gênese das esmeraldas de Santa Tere-
zinha de Goiás. Este trabal
ho visa fornecer resultados que
contribuam com informações para as hipóteses formuladas
para a sua gênese, além de apresentar um estudo amplo sobre
as inclusões encontradas nessas esmeraldas.
SITUAÇÃO GEOGRÁFICA E GEOLÓGICA Locali-
zação e acesso
O garimpo de esmeraldas de Santa Tere-
zinha de Goiás, está situado
no centro-oeste goiano, distando
de Goiânia cerca de 310 km. Se
u ponto central apresenta lon-
gitude e latitude aproximadas de 49°20'W e 14°55'S (Fig. 1).
Tomando-se a rodovia asfaltada GO-080, num percurso de 95
km de Goiânia, atinge-se a BR-153, na altura do km 1.157.
Percorrendo esta até o km 1.055,5, toma-se a GO-336, que
conduz a Itapaci por uma distância de 20 km. Seguindo rumo
a Pilar de Goiás pela GO-154 alcança-se essa cidade após um
percurso de 30 km e segue-se por
esta rodovia, não asfaltada,
por 52 km até Santa Terezinha
de Goiás, seguindo-se, então,
mais 21 km até a Fazenda São João, por estrada municipal,
onde se localiza/o garimpo, hoje denominado Campos Verdes.
É pdssível chegar também ao garimpo partindo da BR-153,
através da GO-439, via Hidrolina e GÒ-465, passando por
Campinorte.
Síntese da geologia regional
A geologia do garimpo de
Santa Terezinha de Goiás é considerada por Barbosa
et al.
(1969) como compreendida no Grupo Araxá, sendo
formada por duas seqüências: uma basal, composta de mica-
xisto a duas micas, finas e grossas, com intercalações de
quartzitos micáceos, e outra de calcoxistos, com intercalações
de calcário.
De acordo com Ribeiro Filho (1978), a área estaria enqua-
drada dentro de uma seqüência vulcano-sedimentar do tipo
cinturões móveis, bordejando núcleos cratônicos, representa-
dos pelos terrenos granítico-
gnáissicos migmatizados que
ocorrem na região. Essa seqüência, de idade provável protero-
zóica-inferior-média, apresenta
como características princi-
pais: direção estrutural predominante NE e uma extensão su-
perficial de várias centenas de quilômetros de comprimento,
com largura que varia até dezenas de quilômetros.
Souza & Leão Neto (1984) denominaram de Seqüência
Santa Terezinha ao conjunto vulcano-sedimentar de baixo
grau metamórfico, posicionado a norte da cidade homônima.
Esta encontra-se inserida numa calha de direção preferencial
NE - S W, com bifurcação para sul, possuindo largura média
de 6 km. É balizada, a sudoeste, por uma estrutura dômica de
forma grosseira elíptica, constituída de gnaisses grossos (do-
mo da Serra de Santa Cruz); a noroeste, é limitada por rochas
graníticas gnaissificadas, onde se demarca um corpo de gra-
nito pórfiro (Granito São José de Alegre); a sudoeste, encon-
tra-se com uma associação gnáissico-anfibolítica-calcossilicá-
tica (Fig. 2). Seus limites longitudinais encontram-se fora da
área cartografada por Souza & Leão Neto (1983), mostrando
continuidade física para sul com a Seqüência Mara Rosa, de
Ribeiro Filho (1981) e para norte com o Grupo Araxá (Sabóia
1979 e Drago
et al.
1981).
Geologia local
Ribeiro & Sá (1983) consideraram que a
área do garimpo apresenta, como embasamento, uma rocha
* Departamento de Física, Universidade Federal de Goiás,
Campus II, Caixa Postal 131, CEP 74000, Goiânia, GO, Brasil
** Instituto de Química de Araraquara, UNESP,
Caixa Postal 174, CEP 14800, Araraquara, SP, Brasil
*** Instituto de Física e Química de São Carlos, Universidade de
São Paulo, Caixa Postal 369, CEP 13560, São Carlos, SP, Brasil
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Revista Brasileira de Geociências,
Volume 20,1990
Figura 1 — Mapa de Localização da reserva garimpeiro de
Santa Terezinha de Goiás (DNPM/VI Distrito Regional, Pro-
jeto Ouro Goiás 1985)
Figure l - Localization map for the Santa Terezinha de Goiás emerald
deposit (DNPM-VI Distrito Regional - Projeto Ouro Goiás 1985)
Figura 2 - Mapa geológico da região dos Garimpos de Santa
Terezinha de Goiás mostrando a distribuição da Seqüência
Santa Terezinha (simplificado e modificado do mapa 1:25.000
de Souza & Leão Neto 1983)
Figure 2 - Geologic map of the Sant
a Terezinha de Goias-GO emerald
deposit showing the Santa Terezinha sequence's distribuitíon (modified
and simplified from the map 1:25,000 of Souza & Leão Neto 1983)
biotito-gnáissica, que se encontra em contato com uma se-
qüência de rochas vulcano-se
dimentares, com o termo ácido
representado por rochas metavulcânicas, de composição pro-
vavelmente dacítica; os termos
ultrabásicos da seqüência se-
riam representados pelos seus
equivalentes retrometamorfisa-
dos, tais como talco-clorita xisto carbonátíco (biotitíto) e tre-
molita-clorita xisto. Subordinadamente, ocorrem leitos de
metacherts
ferríferos, manganesíferos, quartzitos ferruginosos
e metamargas. A mineralização, segundo os autores, obedece
a um controle litológico e ocorre, principalmente, no talco-
clorita xisto e/ou bolsões de biotitito ou mesmo no veio quart-
zo-feldspátíco, corte ou não aquelas litologias.
ANÁLISE DAS INCLUSÕES E DE ROCHAS ENCAI-
XANTES POR DIFRAÇÃO E FLUORESCÊNCIA DE
RAIOS X
As amostras foram coletadas em duas etapas.
A primeira visita realizada ao garimpo de Santa Terezinha de
Goiás foi efetuada em setembro de 1985. Nesta visita foram
conseguidos lotes de amostras de dois pontos do Trecho Ve-
lho, de quatro pontos do Trecho Novo, um ponto do Trecho
do Netínho e um ponto do Trecho do Antônio Rosa (Fig.
3).
A segunda visita ocorreu um a
no após a primeira, durante a
qual foram obtidos lotes de amostras de um ponto do Trecho
do José Maria e de dois pontos do Trecho Novo.
Às amostras abrangeram todos os trechos em produção, no
período em que foram coletadas. Assim, foi possível dispor de
aproximadamente 70 amostras, quase todas sem valor comer-
cial (esmeraldas com inclusões ou defeitos), algumas com va-
lor comercial (esmeraldas lapidáveis) e aproximadamente o
mesmo número de amostras de rochas encaixantes.
Estudos das inclusões por fluorescência e difração de
raios X
Para estudo das inclusões por fluorescência de
raios X, foi usada uma microssonda eletrônica e do EDS (E-
nergy Dispersive System X-ray microanaly-LINK Systems),
sendo este acoplado à microssonda. Com este conjunto, é
possível obter a análise semiquantitativa da amostra.
As lâminas delgadas utilizadas nesta técnica de análise fo-
ram preparadas da seguinte forma: imersão das amostras em
uma resina (araldite), por serem pequenas, seguida de lamina-
ção e fixação em lâminas de vidro apropriadas. A seguir, so-
freram polimento grosso com carbeto de silício, até uma es-
pessura de aproximadamente 200
μ
m, e fino com pasta de
diamante. E, por fim, as mesmas foram metalizadas com car-
bono.
Após a preparação das amostras, foi possível obter 80 es-
pectros relativos às inclusões e aos hospedeiros.
Os espectros de EDS mostram a presença de elementos
compatíveis com os presentes nos minerais de espinélio,
quartzo, siderita com Mg, esmeralda, dolomita, flogopita, tal-
co-pirofilita, biotita, talco e carbonates.
A difração de raios X foi realizada em um difratômetro de
pó HZG4B (JENA) com radiação CuKct, velocidade de var-
redura 2°/min em 2
θ
, em câmara de Guinier, usando-se tam-
bém a radiação CuKa e 10 horas de exposição.
Com estas técnicas de policristal, foi possível identificar as
inclusões de pirita, talco e pirrotita.
Estudo das rochas encaixantes por difração de raios
X
Na análise das rochas encaixantes foram utilizados um
goniômetro horizontal de raios X Philips, um difratômetro de
pó HZG4B (JENA) e câmara de Debye-Scherrer.
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Figura 3 — Mapa de articulação dos trechos do Garimpo de Santa Terezinha de Goiás e localização dos pontos (+) onde foram co-
letadas as amostras (modificado de DNPM VI Distrito, Projeto Ouro Goiás 1985)
Figure 3 - Articulation map os the places where the samples were colected and the localization site (+) in the Santa Terezinha
de Goias-GO
emerald/deposit
Os difratogramas obtidos foram analisados como demons-
trativos da presença de dolomita, magnesita, talco, flogopi-
ta/biotita, quartzo, moscovita, turingita e clorita.
Os resultados obtidos pela
câmara de Debye-Scherrer,
para algumas amostras, são c
oncordantes com os expostos
anteriormente.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A GÊNESE
A teoria
mais difundida e com maior aceitação sobre a gênese de de-
pósitos esmeraldíferos em todo
o mundo atribui a formação da
gema à substituição do A1
3+
pelo Cr
3+
, na estrutura cristalina
do mineral berilo (Al
2
Be
3
Si
6
O
18
).
Para que tal processo ocorra, é necessário, portanto, que
uma solução transportadora de berilo encontre um ambiente
em que haja disponibilidade de Cr
3+
, elemento responsável
pela cor verde da esmeralda.
Essa teoria tem encontrado respaldo nas jazidas russas
(Urais), em Leidsdorp (Transvaal) e no complexo de Gravel-
lote-mica (Kaapvaal), segundo Griffon
et al.
(1967) e Couto
& Almeida (1982), o mesmo ocorrendo na Colômbia (Johnson
1961 e Pogue 1916).
No Brasil, os exemplos mais conhecidos e estudados são os
garimpes de Carnaíba (BA) e Santa Terezinha de Goiás que,
de uma maneira geral, também se enquadram na teoria acima.
Em Carnaíba, de acordo com dados da literatura, as esmeral-
das ocorrem nas proximidades do Granito de Carnaíba, em
filões de flogopita-biotita xistos, encaixados em serpentinitos,
especialmente em zonas mais fraturadas, geradas pela ação
metassomática de pegmatites injetados a partir da massa gra-
nítica. As esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás ocorrem,
além de nos filões de flogopita-biotita xistos, também nos
veios carbonáticos, ambos nas proximidades do Granito São
José de Alegre (Costa 1986, Schwarz 1986).
A semelhança entre as esmeraldas de Santa Terezinha de
Goiás e as colombianas é atribuída à ocorrência de ambas em
veios carbonáticos, disto provém o grande número de inclu-
sões carbonáticas observadas nas mesmas. Para Schwarz
(1986), a falta de inclusões trifásicas tipo sólido-líquido-gás
(slg), consideradas características para esmeraldas formadas
em ambiente hidrotermal (por exemplo, Colômbia e Swat-Pa-
quistão), indica que as esmera
ldas de Santa Terezinha de
Goiás remontam às soluções da fase pneumatolítico-metasso-
mática. Segundo Costa (1986), a gênese pode estar relaciona-
da tanto às soluções pneumatolíticas de granitos subjacentes,
como às transferência de material por deformação diferencial
a partir de rochas circunvizinhas (vulcânicas ácidas etc.). Uma
fonte mista, isto é, soluções
residuais de granito, associadas
à fase de metamorfismo, pode também ser admitida.
Após o estudo das inclusões nas esmeraldas de Santa Tere-
zinha de Goiás, é possível concluir que o espinélio é a fonte
doadora de cromo para a esmeralda. Esta hipótese corrobora
às admitidas por Schwarz (1986) e Ribeiro & Sá (1983), que
indicaram, como fonte doadora de cromo, rochas básicas-ul-
trabásicas metamorfisadas (diversos xistos).
INCLUSÕES
As inclusões minerais predominam nas
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esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás. Apresentam-se em
quantidades e formas bastante variadas, que são descritas a
seguir.
Halita e/ou silvita
Foi notada, em algumas amostras, a
presença de cristais cúbicos e
transparentes (Foto 1) ao serem
observadas no microscópio com luz transmitida. Com ou sem
polarização, não foi observada nenhuma alteração de cor nesta
inclusão, sendo esta completamente isotrópica. Uma vez que
essas características são as mesm
as de halita e silvita, foi con-
cluída sua presença.
Foto 3 - Esmeralda com inclusão de esmeralda
Photo 3 - Emerald with emerald inclusion
Talco e mica
Em quantidades bem pequenas, são encon-
trados o talco e a mica (biotita, flogopita).
O talco é praticamente imperceptível sem o auxílio do mi-
croscópio, porém, com o auxílio deste, usando-se luz transmi-
tida, é percebido pelos seus reflexos prateados (Foto 4).
Foto l — Esmeralda com inclusão de halita e/ou silvita
Photo l - Emerald with halite and/or silvite inclusion
Rutilo
A ocorrência de inclusões de rutilo é muito peque-
na. De todas as amostras estudadas, somente uma apresentou
inclusão deste mineral, sob forma prismática alongada ou
curta e geralmente com geminação na forma de joelhos, com
cor castanho-avermelhada escuro e brilho submetálico (Foto
2). O rutilo apresenta-se em cristais isolados e bem formados,
distribuídos de uma maneira mais ou menos uniforme no cris-
tal hospedeiro.
Foto 2 - Esmeralda com inclusões de rutilo
Photo 2 - Emerald with rutile inclusions
Esmeralda e quartzo
Ocasionalmente, são observados,
como mineral de inclusão, pequenos cristais de esmeralda. Po-
dem ser reconhecidos devido a uma ligeira variação de cor em
relação ao cristal hospedeiro (Foto 3). O mesmo ocorre com o
quartzo, que foi identificado pela análise por microssonda
eletrônica.
Foto 4 — Esmeralda com inclusão de talco
Photo 4 - Emerald with talc inclusion
A composição química desta inclusão foi analisada em vá-
rias amostras com as mesmas
características. Com a utilização
de microssonda eletrônica, foi constatada a presença de Si,
Mg e traços de Fe e Ni e, em algumas das amostras, também
foi detectada a presença de Al, caracterizando, assim, a pre-
sença de talco e talco-pirofilita respectivamente.
Por meio de difração de raios X, foi verificada a presença
de duas reflexões cujas distâncias interplanares correspondem
às raias mais intensas do talc
o, como pode ser observado na
tabela l, quando comparada com os valores tabelados JCPDS
(1983).
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As micas podem se apresentar em cristais individuais ou,
mais raramente, como concentração de agregados irregulares.
Elas formam família caracterizada por uma série de proprie-
dades comuns. Um dos meios de diferenciação é pela compo-
sição química. Os elementos químicos determinados nas aná-
lises realizadas foram Al, Si, Mg, K e traços de Fe e, em ou-
tras amostras, um teor de Fe
mais elevado foi determinado, o
que levou à conclusão da possível presença de flogopita e bio-
tita, respectivamente.
Carbonates
Inclusões carbonáticas ocorrem em maior
quantidade do que a mica e o talco. Apresentam-se em formas
muito variadas, desde pequenos cristais irregulares e razoa-
velmente distribuídos sobre o cristal hospedeiro, até concen-
trações em algumas regiões da esmeralda (Foto 5a), e também
cristalizadas em fendas (Foto 5b).
Dentre as inúmeras inclusões carbonáticas de origens pro-
to, epi e singenéticas foi possível identificar a dolomita e a si-
derita com Mg.
Este resultado difere de
Hänni
& Kerez (1983), que consi-
deraram as inclusões carbonátic
as como dolomita, e de Casse-
danne & Sauer (1984), que as interpretaram como uma solu-
ção sólida de calcita-dolomita.
Foto 5a e 5b — Esmeralda com inclusões de carbonates
Photos 5a and Sb - Emerald with carbonate inclusions
Pirita e pirrotita
O mineral de inclusão opaca mais fre-
qüente que os carbonates é a pirita, que é identificada devido
a forma cúbica bem desenvolvida de seus cristais (Foto 6).
Além de observada por microscopia óptica, a sua presença foi
confirmada por meio de difratometria de raios X, pelo método
do pó. Nas interpretações dos difratogramas foram obtidas,
além das reflexões da esmeralda, mais seis reflexões corres-
pondentes às mais intensas da pirita, com distâncias interpla-
nares (d
nk|
) observadas e comparadas com as tabeladas na
JCPDS, mostradas na tabela 2.
Tabela 2 - Distâncias interpl
anares (K) observadas e tabela-
das para a pirita
Table 2 - Interplanar distances (Å) observed and tabled for pyrite
A presença de mais um sulfeto de ferro, além da pirita, foi
observada nos resultados experimentais obtidos pela difração
de raios X. Após análise detalhada dos difratogramas, foi ve-
rificado que as distân
cias interplanares (d
hkl
), correspondentes
às reflexões ainda não explicadas, eram compatíveis com os
d
hkl
, das reflexões mais-intensas da pirrotita, como pode ser
observado na tabela 3.
Tabela 3 — Distâncias interplanares
(Å)
observadas e tabela-
das para a pirrotita
Table 3 - Interplanar distances (A) observed and tabled for pyrrhotite
Espinélio
A inclusão mais freqüente
é
de minerais do
grupo do espinélio, que foram identificados por Hänni & Ke-
rez (1983). Apresentam-se de forma muito variada: desde pe-
quenos grãos, distribuídos no cristal hospedeiro, ou até den-
30
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Volume 20,1990
samente concentrados, formando "nuvens" que tornam a es-
meralda praticamente opaca nessas regiões (Fotos 7a e Tb). A
composição química determinada foi Cr
2
O
3
(63,33%), FeO +
Fe
2
O
3
(25,82%), A1
2
O
3
(6,68%), SiO
2
(3,32% - como contami-
nante), MgO (0,10%) e NaO (1,1
0%). Na realidade, trata-se
de um espinélio com Mg e Al altamente substituídos por Fe e
Cr, respectivamente.
Inclusões bifásicas (2-g) As
inclusões fluidas são iden-
tificadas, em muitos casos, pela presença na cavidade de uma
bolha de gás móvel.
Na maioria das amostras estudadas foram observadas in-
clusões tipo líquido-gás (2-g) com tamanhos variados (Foto
8a). Em algumas amostras, estão localizadas em fendas (Foto
8b) e, em outras, distribuídas quase uniformemente por todo o
cristal de esmeralda.
RELAÇÃO ENTRE ROCHA ENCAIXANTE E INCLU-
SÕES
O que pode ser observado neste conjunto de in-
clusões minerais, nas esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás,
é que elas foram formadas antes, durante e depois da cristali-
zação do hospedeiro. O espinélio, por exemplo, é um dos pri-
meiros minerais a se formar durante o resfriamento do mag-
ma. A foto 7b mostra que o espinélio não foi apenas engloba-
do pelo fluxo mineralizante do berilo, mas também interagiu
ativamente com o mesmo. Como um dos resultados desta in-
teração houve a deformação dos cristais de espinélio. O outro
resultado foi a migração de cromo do espinélio para o berilo,
originando, assim, a esmeralda.
Entre as inclusões de origem não-magmáticas encontradas
foi notado mais de um período de formação, em relação à es-
meralda. A foto 5a mostra um carbonato singenético e a foto
5b mostra um epigenético, preenchendo fendas do cristal hos-
pedeiro.
A comparação dos minerais presentes nas rochas encai-
xantes com aqueles formando inclusões, nas esmeraldas de
Santa Terezinha de Goiás, mostra, de forma geral, a conexão
direta entre as duas associações. Quase todos os componentes
que formam as mineralizações em veios ou bolsões, junto à
esmeralda, apresentam-se também como minerais de inclusão.
Além de pirita, talco, mica (biotita, flogopita), quartzo, pirro-
tita, carbonates (dolomita, siderita com Mg), halita e/ou silvita
e rutilo (cuja formação pode acontecer sob condições varia-
das) é diagnóstica, em esmeraldas de Santa Terezinha de
Goiás, a presença acentuada de espinélio. O aparecimento de
substâncias carbonáticas nestas esmeraldas remonta às rochas
encaixantes.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
As inclusões identifica-
das nos estudos realizados divergem, em parte, das encontra-
das por Sauer (1982), Cassedanne & Sauer (1984),
Hänni
&
Kerez (1983), Schwarz & Mendes (1985), Barros (1984) e
Miyataefa/(198T).
Para Cassedanne & Sauer (1984), por exemplo, as inclu-
sões mais importantes nas esmeraldas de Santa Terezinha de
Goiás são: pirita, cromita, talco e calcita, das quais a pirita é a
mais freqüente.
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Neste trabalho, ao contrário, o espinélio foi encontrado
como o mineral de inclusão de maior freqüência. A discrepân-
cia sobre o mineral mais freqüente resulta, provavelmente, do
fato de que os pequenos crista
is formadores das "nuvens" tí-
picas foram vistos como pinta por Cassedanne & Sauer
(1984). Estas "nuvens" de mine
rais opacos, segundo os resul-
tados aqui expostos, e em c
oncordância com Hänni & Kerez
(1983) e Schwarz & Mendes (1985), são quase exclusivamente
de cristais de espinélio.
Foi observada, também, uma pequena discordância entre os
pesquisadores com relação às inclusões de espinélio presentes
nas esmeraldas. Para Cassedanne & Sauer (1984) e Barros
(1984), trata-se de cromita; para Miyata
et al.
(1987), de mag-
nesioferrita ou magnesiocromita; para Hánni & Kerez (1983),
Schwarz & Mendes (1985) e neste trabalho, no qual a con-
clusão foi feita a partir de análise química por microssonda
eletrônica, essas "nuvens" são identificadas como espinélio.
Segundo Schwarz & Mendes (1985), as inclusões bifásicas
são raras e muito pequenas, enqua
nto os resultados aqui obti-
dos mostram que a maioria das amostras estudadas apresen-
tam inclusões "2-g" com tamanhos e freqüências variadas. O
número dessas inclusões é grande em algumas amostras.
Inclusões de rutílo, em esmeraldas do Estado de Goiás, ti-
nham sido observadas somente nas provenientes do Garimpo
da Fazenda das Lages (Leinz & Leonardos 1959), e não ti-
nham sido descritas, até o pres
ente, nas de Santa Terezinha.
As inclusões minerais identificadas no presente trabalho,
ou seja, espinélio, pirita, pirrotit
a, carbonates (dolomita, side-
rita com Mg), talco, talco-pirofilita, mica (biotita, flogopita),
esmeralda, quartzo, rutilo, halita e/ou silvita e inclusões bifá-
sicas, já foram citadas em out
ros trabalhos, exceto pirrotita,
halita e/ou silvita, siderita com Mg (entre as carbonáticas) e
talco-pirofilita.
As esmeraldas de Santa Terezinha de Goiás são, sob o
ponto de vista de inclusões minerais, muito parecidas com as
da Colômbia (Schwarz 1986), principalmente no que se refere
à presença de pirita e carbonates. A presença de pirita tinha
sido observada somente nas esmeraldas da Colômbia (Gubelin
1973) e Leysdorp (van Eeden
et al.
1939). Em outras esmeral-
das brasileiras (Socotó, Carnaíba-BA e Itabira-MG; Schwarz
& Mendes 1985), quase não se observam inclusões minerais.
As numerosas inclusões carbonáticas encontradas, de ori-
gens proto- e singenéticas, cuja presença não é compatível
com a gênese puramente "pegmatítica", indicam que, durante o
transporte de berílio e no deco
rrer da cristalização, as esme-
raldas foram envolvidas por soluções carbonáticas. Esta hi-
pótese é reforçada pela ausência de feldspatos, molibdenita,
scheelita etc., minerais indicati
vos da presença de veios peg-
matíticos. Assim, é possível que a origem das esmeraldas de
Santa Terezinha de Goiás remonte a soluções da fase pneu-
matolítico-metassomática (Schwarz 1986 e Costa 1986), ten-
do, como fonte doadora de cromo, rochas básicas-ultrabásicas
metamorfisadas (diversos xistos), cujo mineral cromífero é o
espinélio, encontrado também como inclusão protogenética.
Agradecimentos
Os autores agradecem ao Instituto de
Geociências, Instituto de Física
e Química de São Carlos, Fa-
culdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto, e ao
Centro de Energia Nuclear na
Agricultura - CENA (Piracica-
ba), todos pertencentes à USP, ao Instituto de Química de
Araraquara - UNESP, pela utilização de seus laboratórios; e,
à Universidade Federal de Goiá
s e à CAPES, que possibilita-
ram a realização deste trabalho pelo apoio financeiro concedi-
do ao primeiro autor na forma de salário e bolsa de doutorado,
respectivamente.
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MANUSCRITO A621
Recebido em 14 de setembro de 1989
Revisão do autor em 21 de junho de 1990
Revisão aceita em 21 de junho de 1990

O GARIMPO DE ESMERALDAS......

O GARIMPO DE ESMERALDAS......



Em 1990.,conheci um dos mais importantes garimpos do Brasil...foi o garimpo de esmeraldas de Santa Terezinha de Goiais.,no interior do estado de Goiais...uma cidade bem interessante,hospitaleira.,aonde na epóca a economia gerava em torno de muitas minas de esmeralda que se espalhava pela cidade.
Ali se vivia 24 horas o ambiente de compra, venda e permutas em torno da pedra...tinha um lugar aonde se reunia os compradores e a conversa ali era só..pedras..quilates..mina e etc...vinha periodicamente pessoas da India(aonde se compra muita esmeralda)..,para conhecer o lugar e quem sabe,levar algo para lá não é???
Porém o dia a dia do garimpeiro de esmeralda não era facil...geralmente ele trabalhava para um patrão que era o dono das minas...andando pela cidade voce observava varios poços(iguais os usados para agua),,e ali se descia até 250 metros atraves de elevadores rusticos e lá era desenvolvido o trabalho..o ar era enviado por mangueiras que era gerado por compressor de ar...trabalhava-se a semana toda e no final de semana o patrão pagava o valor do trabalho semanal e dava um carrinho de xisto(que era o material aonde geralmente fica a esmeralda).,para que o garimpeiro lavasse para ele e se tivesse sorte encontra-se uma boa pedra....muitos ganharam boas quantias em dinheiros com as pedras encontradas nestes xistos....no sabado era normal ver varios garimpeiros nas "piscinas", aonde era lavado o xisto., lavando seu quinhão na esperança de uma boa pedra....e em roda desses garimpeiros os compradores.,avídos tambem por um bom lucro...e eram esses.,os compradores que sempre ficavam com o lucro maior.,pois sabiam da cotação da pedra e tambem ficavam sabendo se tinha "Indianos" na cidade...Indiano era certesa de um bom lucro.
Porém os garimpeiros sempre achavam alguma coisa.,pois trabalhando la embaixo.,sabiam aonde podiam se dar melhor levando para si o melhor xisto...
Porém meus dias de garimpo de esmeralda acabaram logo na minha chegada a Santa Terezinha de Goiais....estava perambulando pela cidade.,procurando uma vaga.,quando um "patrão" perguntou se eu queria trabalhar...disse que sim., e ele me falou que estava precisando de um trabalhador....fiquei alegre..feliz.,com a certesa de logo.,logo estar com o meu carrinho de xisto para lavar...fui feliz para o hotel aonde estava hospedado.,na certesa de outro dia ir trabalhar...porém quando soube o por que dessa vaga "saltei" longe e vazei!"!!!!!...o ultimo garimpeiro que trabalhou naquele poço.,acabava de ser enterrado no cemiterio local...motivo: estava trabalhando nas minas quando um barranco desbarrancou em cima dele...não deu tempo de sair...foi centenas de kilos de terra em cima dele...demoraram mais de um dia para tira-lo de lá...isso o "patrão" não me contou...acabava ali,prematuramente a minha hipotética carreira de garimpeiro de esmeralda......

ALEXANDRITA

ALEXANDRITA


Luiz Antônio Gomes da Silveira *


A mais rara e valiosa variedade de crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II; de acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.

Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.

Esta lenda deve-se ao fato de que a alexandrita apresenta um peculiar fenômeno óptico de mudança de cor, exibindo uma coloração verde a verde-azulada (apropriadamente denominada “pavão” pelos garimpeiros brasileiros) sob luz natural ou fluorescente e vermelha-púrpura, semelhante a da framboesa, sob luz incandescente. Quanto mais acentuado for este cambio de cor, mais valorizado é o exemplar, embora, para alguns, os elevados valores que esta gema pode alcançar devam-se mais a sua extrema raridade que propriamente à sua beleza intrínseca.

Esta instigante mudança de cor deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.

Este exuberante fenômeno é denominado efeito-alexandrita e outras gemas podem apresentá-lo, entre elas a safira, algumas granadas e o espinélio. É importante salientar a diferença entre esta propriedade e a observada em gemas de pleocroísmo intenso, como a andaluzita (e a própria alexandrita), que exibem distintas cores ou tons, de acordo com a direção em que são observadas e não segundo o tipo de iluminação a qual estão expostas.

Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, explicado detalhadamente no artigo anterior, no qual abordamos o tema do crisoberilo.

As principais inclusões encontradas na alexandrita são os tubos de crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas, sobretudo a biotita, actinolita acicular, quartzo, apatita e fluorita) e as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com aspecto de degraus são também importantes características internas observadas nas alexandritas.

Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh).

No Brasil, a alexandrita ocorre associada a minerais de berílio, em depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente pegmatitos graníticos. Ela é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932 e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatú e Uruaçú).

A alexandrita é sintetizada desde 1973, por diversos fabricantes do Japão, Rússia, Estados Unidos e outros países, que utilizam diferentes métodos, tais como os de Fluxo, Czochralski e Float-Zoning, inclusive na obtenção de espécimes com o raro efeito olho-de-gato.

A distinção entre as alexandritas naturais e sintéticas é feita com base no exame das inclusões e estruturas ao microscópio e, como ensaio complementar, na averiguação da fluorescência à luz ultravioleta, usualmente mais intensa nos exemplares sintéticos, devido à ausência de ferro, que inibe esta propriedade na maior parte das alexandritas naturais.

Na prática, a distinção por microscopia é bastante difícil, seja pela ausência de inclusões ou pela presença de inclusões de diferente natureza, porém muito semelhantes, o que, em alguns casos, requer ensaios analíticos mais avançados, não disponíveis em laboratórios gemológicos standard.
O custo das alexandritas sintéticas é relativamente alto - mas muito inferior ao das naturais de igual qualidade - pois os processos de síntese são complexos e os materiais empregados caros. O substituto da alexandrita encontrado com mais frequência no mercado brasileiro é um coríndon sintético “dopado” com traços de vanádio, que também exibe o câmbio de cor segundo a fonte de iluminação sob a qual se observa o exemplar. Eventualmente, encontram-se, ainda, espinélios sintéticos com mudança de cor algo semelhante à das alexandritas.

Gold Map

Gold Map
Where to pan for GOLD in a river, stream, or even a "dry-gulch", where an old steam was in the past.
Below is a GOLD MAP that I created for my grandchildren. If by chance the "Gold-Bug" bites you someday and you would like to go out panning for gold, this map will give you all the information that you will need to find gold in most any area. You can go out and purchase a ton of books, but in general it all comes down to these eight critical areas that you should pan first. Once you hit pay-dirt, then slowly move up-stream, until you find the Mother-Load, then you can send me a check for 20% of what you find (Just kidding)
Remember: BLACK SAND (It has lot of Iron in it), it is heavy and will sink down lower & lower into the stream like GOLD, so once you find BLACK SAND (It might be under the Blond Sand), there is a good chance that you are very close to the GOLD that you are seeking.   
Have Fun Panning
Walt Tofel
See additional pictures below
 
                                                                  
 O ouro se deposita no rio , como o motociclista entra em uma curva ; Sempre pelo miolo. ( por dentro ) .



 Veja outras fotos abaixo

Q # 1 O que é "Black Sand", e por que é tão importante?

A. Quando a extração de ouro, é bom estar à procura de "Black Sand", muitas vezes, o ouro é encontrado nessas areias mais escuras. Preto da areia é geralmente composto de ferro, bem como a platina e paládio, são os metais pesados, como o ouro, assim, devido ao seu peso, todos eles têm uma tendência de afundar inferior num leito bem como agrupamento. Da mesma forma, se você está encontrando Areia Preta, você pode encontrar ouro nesta área.

Q # 2 Por que está à procura de quartzo é tão importante?

A. O ouro é encontrado frequentemente com e ou em pedras de quartzo, pode ser panning um córrego ou escavação em ravina seca, se você está vindo em cima de pedras e rochas de quartzo, ter tempo para olhar cuidadosamente para esta quartzo. Muitas vezes você vai ver flocos finos e veias de ouro ou, eventualmente, um nice grande pepita encaixada nesta rochas. Encontrar Quartz é uma boa indicação de possíveis ouro para ser encontrado nesta área.

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Abaixo estão fotos adicionais, de modo a compreender melhor onde você pode encontrar ouro quando se olha para o rio seco ou ravina de uma perceptiva diferente.


Q #1 What is "Black Sand" and why is it so important?
A. When panning for gold, it good to be looking for "Black Sand", often gold is found in these darker sands. Black Sand is usually composed of Iron, as well as Platinum and Palladium, these metals are heavy like gold, thus because of their weight they all have a tendency of sinking down lower in a stream bed as well as grouping together. Likewise if you are finding Black Sand, you may find gold in this area.
Q #2 Why is looking for Quartz so important?
A. Gold is often found with and or in Quartz stones, you may be panning a stream or digging in dry gulch, if you are coming upon quartz stones and rocks, take the time to look carefully at this quartz. Quite often you will see fine flakes and veins of gold or possibly a nice large nugget incased in this rocks. Finding Quartz is a good indication of possible gold to be found in this area.
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Below are additional pictures, so as to better understand where you can find gold when looking at the river or dry gulch from a different perceptive.
  
  
  
Se, em um rio ou riacho, é uma boa maneira de manter a calma em um dia quente, com ouro de US $ 1.200 por onça troy, você pode fazer alguns milhares de dólares, enquanto se diverte. 

If in a river or stream, it is a good way to stay cool on a hot day, and with gold over $1200 per troy ounce, you might make a few thousand dollars while having fun.
Have fun
Walt

Classificação

Classificação
Pedras Preciosas x Semipreciosas

A gema, expressão utilizada para caracterizar as pedras de valor, não faz distinção entre pedras preciosas e semi-preciosas. Antigamente, acreditava-se que as pedras preciosas eram apenas o diamante, a esmeralda, a safira e o rubi, fazendo com que todas as outras gemas fossem consideradas semipreciosas.
Foi então que com o tempo e o aprimoramento de estudos acerca do assunto, que se chegou à conclusão de que não existem pedras 'semipreciosas', uma pedra é simplesmente preciosa, ou não.

Origem

A origem das pedras preciosas pode ser classificada de diversas maneiras.
 pedras-borda1
Um mineral magmático, por exemplo, é o que tem a origem através da associação do magma à gases ígneos do interior da Terra, ou também através de larvas vulcânicas que conseguiram alcançar a superfície terrestre.

Já os minerais sedimentários são os que se cristalizam e crescem com soluções solventes de água e auxílio de outros organismos.

Os minerais metamórficos, outro tipo de origem das gemas, normalmente se formam através da recristalização de outros minerais, que são submetidos às pressões e temperaturas altas.

Formação dos cristais

A estrutura interna e a composição química de um mineral são determinantes para as características físicas da pedra preciosa. Existem sete tipos de sistemas que determinam o formato da gema:

Sistema cúbico – Tem como unidade fundamental o hexaedro ou o cubo, podendo aparecer também formatos de octaedro, tetraexaedro, tetraedro, entre outros;

Sistema hexagonal – O prisma de seis faces retangulares com duas bases hexagonais é a unidade básica desse sistema, que também pode apresentar o formato do romboedro, por exemplo;

Sistema tetragonal – Tem como unidade principal a bipirâmide de base quadrada;

Sistema ortorrômbico – O prisma de base retangular é a sua unidade principal;

Sistema trigonal ou romboédrico – Tem um eixo ternário de rotação com 25 grupos espaciais;

Sistema monoclínico – É caracterizado por três eixos cristalográficos de comprimentos diferentes;

Sistema triclínico – Agrupa as formas que não podem ser classificadas nos outros sistemas.

Os quatro C's

Para caracterizar e classificar o valor de uma gema, é utilizada uma combinação de características conhecidas como “4 C's” - Color, clarity, carat e cut.

Color (Cor) – Diz respeito à coloração da gema. Geralmente, nas gemas com cores mais intensas e incolores (no caso do diamante, por exemplo), maior é o seu valor;

Clarity (Pureza) – Diz respeito à pureza da gema. Quando mais livre de impurezas (sujeiras ou outros componentes), mais valiosa ela é;

Carat (Quilate) – O quilate das pedras preciosas (ct) é totalmente diferente do quilate dos metais preciosos (K). O quilate métrico, no caso das gemas, diz respeito à unidade de peso utilizada para pesar as pedras já lapidadas. Um quilate é igual a 0,2 gramas, que são subdivididas em 100 pontos.

Cut (Lapidação) – Diz respeito ao corte da pedra. Assim, existem expectativas de lapidação que podem dar referência ao aproveitamento da gema.

Lista de gemas

As espécies de gemas mais conhecidas são:

Diamante
Rubi
Safira
Esmeralda
Água-marinha
Opala
Ametista
Citrina
Ágata
Jaspe
Turmalina
Topázio
Peridoto
Zircão
Granada
Crisoberilo
Espinela
Jade
Turquesa
Lápis-lazúli
Pedra-de-lua Labradorite