sexta-feira, 5 de julho de 2013

Caçadores de esmeraldas


Caçadores de esmeraldas


Montanhas de beleza rara, vales que parecem não ter fim, rios que se espremem nos corredores de pedras. O conjunto de monumentos impressionantes foi criado pela natureza há 400 milhões de anos, quando a Terra ainda era criança. No coração da Bahia, as águas do inverno saltam dos pontos mais altos do Nordeste. Um espetáculo exuberante. A Queda d'Água da Fumaça, de quase 400 metros, parece que começa nas nuvens. Na Chapada Diamantina, a trilha das águas mostra o caminho das pedras. Pedras preciosas, que contam a história de muitos aventureiros. Carnaíba, norte da chapada. O vilarejo com cara de cidade atrai milhares de garimpeiros. As serras da região concentram a maior reserva de esmeralda do Brasil.
O empresário Alcides Araújo vive perseguindo a sorte há mais de 20 anos. Ele é um dos grandes investidores na extração da valiosa pedra verde. Alcides diz que ainda não encontrou a sorte grande. Do garimpo dele só saíram pedras de segunda. Mesmo assim não dá para reclamar.
"Já ganhei um dinheiro razoável no garimpo, produzi quase quatro mil quilos. Se tivesse essas pedras hoje, valeria R$ 300, R$ 200 o grama. Já ganhei mais de R$ 3 milhões", revela o empresário.
Boa parte desse dinheiro está enterrada na jazida que Alcides explora. O Globo Repórter foi ver como os garimpeiros vão atrás da esmeralda. Uma aventura que requer, além de sorte, muita coragem.

Na maior mina da região, a equipe foi a 280 metros de profundidade. Para chegar lá embaixo, o equipamento é um cinto de borracha conhecido como cavalo. Confira esse desafio em vídeo. Os garimpeiros são mesmo corajosos. No abismo dos garimpos, a vida anda por um fio. O operador da máquina que faz descer e subir o cabo-de-aço não pode vacilar. A água que cai do teto vem do lençol freático que o túnel corta. Parece uma viagem ao centro da Terra. Mas será que vale mesmo a pena correr tanto risco?
Foram quase seis minutos só de descida. Seis minutos de arrepios. A 280 metros a equipe chegou a um corredor estreito. No rastro da esmeralda, os garimpeiros abrem quilômetros de galerias. Calor, pouco ar, oito, dez horas por dia no estranho mundo subterrâneo. Esses homens vivem como tatus-humanos.
Alegria mesmo é quando o verde começa a surgir na rocha. Sinal de que pode estar por perto o que eles tanto procuram. É preciso detonar a rocha para ver se é mesmo esmeralda. O desejo de enriquecer é mais forte que o medo do perigo. Sem nenhuma segurança, eles enchem com dinamite os buracos abertos pela perfuratriz.
“Costumamos fazer até quatro detonações por dia. A cada detonação, são disparados de dez a quinze tiros", conta o fiscal de garimpo Klebson de Araújo.
Muita pedra desceu do teto da galeria. O trabalho agora era levar tudo lá para cima e examinar direito as pedras. E o dono do garimpo? Será que ele confia nos seus garimpeiros?
"Eles encontram e a gente fiscaliza. Se facilitar uma coisinha, eles botam dentro do bolso”, diz o garimpeiro Manoel.
“Tem várias formas de levar. Uns dizem que estão com sede, pedem uma melancia para chupar. Partem um pedacinho, colocam as pedrinhas lá dentro e levam a melancia”, denuncia Alcides.
Escondida ou não, esmeralda na mão é dinheiro no bolso. Nos fins de semana, a praça principal da cidade de Campo Formoso vira um mercado movimentado de pedras preciosas. No local, o que menos importa é a procedência. A esperteza sempre prevalece. Esmeralda de qualidade nunca é vendida na praça. Negócio com pedras valiosas é fechado dentro de casa, por medo de assalto. Os minérios da Chapada Diamantina fizeram fortunas e produziram histórias. Histórias como a de Herodílio Moreira que já viveu dias de glória.
“Já ganhei muito dinheiro com esmeralda. De comprar mercadoria e ganhar cinco carros de uma vez, de lucro. Hoje esses carros acabaram. Estou querendo dinheiro para comprar uma bicicleta velha”, conta o garimpeiro.
No mundo desses aventureiros, pobreza e riqueza dividem o mesmo espaço. O garimpeiro José Gomes, de 70 anos, também já viveu as duas situações, mas nunca perdeu a esperança.
“Quando vejo na joalheria uma esmeralda em forma de jóia, analiso o que perdi. Vejo as pedras nas lojas valendo milhões de dólares e eu sem nada", diz ele.

Algumas Pedras

Algumas Pedras

 
   
Azurita
   A azurita é um mineral do grupo dos carbonatos com composição química Cu3(CO3)2(OH)2, ou carbonato de cobre hidróxido, que pode ser encontrado frequentemente em associação com a malaquita como resultado da alteração e oxidação de minerais de cobre.
    Apresenta hábito prismático, apesar de serem comuns as ocorrências maciças, nodulares e estalactíticas e possui uma dureza que varia entre 3,5 e 4, com peso específico variando entre 3,77 e 3,89. Seu nome, azurita, tem origem na palavra árabe para azul e suas principais utilidades são pigmentação mineral azul, produção de joias e implementação de coleções. Também é considerada um mineral místico com os poderes de fortalecer o sangue, cortar as ilusões, inspirar a criatividade, limpar e intuir a mente, revelar e dissolver más impressões passadas, revelar padrões nos pensamentos, fazer-nos pensar criticamente e analisar situações críticas e/ou profundas, estimular o fígado, ajudar na desintoxicação, estimular o cérebro e o sistema nervoso e de fazer crescer as glândulas.
Algumas características:
Hábito - Complexo, podendo apresentar grupos esféricos e radiados.
Propriedades Ópticas - Biaxial positivo
Brilho – Vítreo
Cor - Azul-celeste intenso
Ocorrência – Pode ser encontrada associada à cuprita, cobre nativo, óxidos de ferro e/ou sulfetos de cobre e de ferro, em porções oxidadas dos filões de cobre ou nos veios de cobre que penetram calcários. 
Propriedades Diagnósticas – Cor e efervescência em ácido clorídrico. 

Ágata
   A ágata é uma variedade da calcedônia, que pertence ao grupo dos quartzos criptocristalinos, ou silicatos. Seu nome deriva do antigo Rio Achates, conhecido com Rio Dirillo, situado na Sicília, Itália, onde esta pedra foi encontrada pela primeira vez. Sua fórmula química é SiO2, sendo ela de sistema cristalino trigonal, com dureza 6,5, densidade 2,65 g/cm3, fratura concóide e brilho vítreo ou graxo.
   Suas propriedades místicas variam de acordo com sua cor, mas são consideradas dos signos gêmeos e virgem e, no geral, têm grande poder de cura, trabalham com os chacras e, em crianças, servem como proteção, tonificante e revigorante do corpo, ajudando a despertar e abrir o seu interior. Diz-se também que abaixa a febre, porque tem propriedades das águas refrescantes, que ajuda nos partos e que ajuda a obter equilíbrio físico e mental, atuando na consciência e na aceitação de si mesmo. Consequentemente, ativa a autoconfiança, além de iluminar a mente, proteger contra roubos, afastar tempestades, aguçar a visão, conceder eloqüência, auxiliar na descoberta de tesouros e na cura geral, aumentar a vitalidade, equilibrar as emoções, acalmar o corpo e a mente, endurecer gengivas frágeis e afastar o medo.

Hamberguita
   Com fórmula química Be2BO3(OH), grupo dos boratos, família dos berilos, cristalografia ortorrômbica, classe bipiramidal, propriedades ópticas biaxal positivo, densidade 2,35 g/cm3, dureza 7,5, clivagem perfeita ou boa, hábito prismático estriado, brilho vítreo e cor branca ou cinzenta, a hamberguita é um mineral muito raro, encontrado, às vezes, associado a outros minerais de boro, solúvel apenas em HF (ácido fluorídrico), de clivagem perfeita e fratura regular. Seu nome vem do mineralogista sueco Axel Hamberg, que a descobriu, e sua principal ocorrência é em depósitos aluvionais, sendo os de maior qualidade em Madagascar e os de qualidade mediana na Noruega.
   Seus usos vão de coleções e joias à misticidade, ou esoteria. Considerada do signo Touro, é dita como tratamento de distúrbios visuais do íris, controladora dos batimentos cardíacos, do peso, da euforia e dos estados febris e recuperadora do ânimo e da autoestima. 


Brasilianita
   Existe uma discussão sobre o nome da Brazilianita,originário de “brazilian”, brasileira em inglês, o que torna comum encontrar o nome do mineral das duas formas.  Foi encontrada pela primeira vez na Mina Córrego Frio, Divino das Laranjeiras – MG, tem dureza de 5,5 a 6, fórmula química NaAl3(PO4)2(OH)4, cor amarelada ou esverdeada, cristalografia monocíclica de classe prismática, propriedade óptica biaxal
negativa, clivagem boa, densidade 2,98 g/cm3, fratura conchoídal, brilho vítreo, associação possível com turmalina e quartzo, ocorrência em pegmatitos graníticos e propriedades diagnósticas cor, dureza e teste de fósforo.
   Esotericamente, atende o sistema nervoso vegetativo, o fluxo de energias e a força interior, além de curar, proteger, diminuir moléstias do cérebro, da espinha dorsal e do sistema nervoso, regular a alma, fortalecer os nervos, dar-nos mais alegria de viver e autodomínio perante as outras pessoas.

Fluorita
   ­O nome fluorita provém do latim, fluore, devido à sua fácil fusão. Com fórmula química Mg2SiO4, tem cristalografia ortorrômbica bipiramidal, propriedade óptica biaxal positiva, hábito tabular e prismático, clivagem perfeita ou boa, dureza de 6,5 a 7, densidade 3,2 g/cm3, fratura conchoídal, brilho vítreo ou resinoso, cor branca, amarela, verde ou translúcida, ocorrência em rochas ígneas e propriedades diagnósticas dureza, hábito e associação mineral, que pode ser com diopsídio, hornblenda ou enstatita.
   Pode ser usada: na siderurgia como fundente na obtenção do ácido fluorídrico ou na fabricação de ferro-liga, nas indústrias de vidros, esmaltes, instrumentos ópticos, cerâmica e joias. Também apresenta propriedades místicas e dá nome ao fenômeno da fluorescência, uma vez que muitas amostras fluorescem fortemente sob luz ultravioleta. A fluorescência pode dever-se a impurezas como o ítrio ou matéria orgânica, contidos na estrutura cristalina.


QUARTZO-AMARELO ou CITRINO


   O citrino é um tipo de quartzo de substância corante ferro, com fórmula química SiO2, assim como a Ágata, a diferença entre as duas encontra-se na estrutura, e nome derivado do latim, citrus, devido à sua cor. Pode ser artificialmente criado pelo aquecimento da ametista e tem o Brasil e a Escócia como principais produtores.
   Usado como substituinte de pedras amarelas na indústria joalheira, suas analogias são energia projetiva, planeta Sol, elemento fogo, chacras esplênico, coronário e plexo solar. É considerado dos signos leão e libra, indicado para proteger o ambiente de trabalho e recomendado para situações em que é preciso sentir-se confiante e seguro. Fora isso, diz-se que é útil para problemas de má digestão, infecções renais, bexiga, prisão de ventre, assuntos mundanos e tendências autodestrutivas como o suicídio.
   A maior parte do citrino comercial é na verdade ametista ou quartzo fumado aquecidos, mas a pedra tratada termicamente pode apresentar diferenças, como uma cor mais rosada característica da pedra original. É uma pedra preciosa de baixo preço, mais barata que a ametista, mas, mesmo assim muito apreciada e usada em joalherias.

Cuprita
   Com fórmula química Cu₂O, a cuprita tem dureza de 3,5 a 4, densidade de 5,8 a 6,1 g/cm3, cor
vermelha, ocorrência em superfícies em que houve alteração de outros minerais de cobre e importância secundária, uma vez que não ocorre em grande quantidade. Sua superfície pode alterar-se, virando malaquita verde.

Hematita
   Com fórmula química Fe2O3, a hematita é o principal minério de ferro e tem dureza 6,5, densidade 5,3g/cm3, cor cinza ou vermelha, ocorrência em rocha ígneas e metamórficas,
com grandes acumulações
de idade pré-cambriana. Seu nome vem do grego,hemos, que significa sangue, em referência à cor vermelha do mineral.

Ametista
   Com fórmula química SiO2assim como a Ágata e o Quartzo, a diferença entre as três encontra-se na estrutura, a ametista é uma variedade violeta ou púrpura do quartzo, sendo a gema mais preciosa do grupo. Sua cor violeta deve-se a impurezas férricas e é encontrada em veios de rochas graníticas, na camada de revestimento interior de geodes de ágata, em drusas e gretas. Tem brilho vítreo, transparente e translúcido, traço branco, fratura concóide, densidade 7g/cm³ e dureza 2,6.
 
  Suas analogias: energia receptiva, planetas Júpiter e Netuno. De signos peixes e sagitário, é ligada à água, aos chacras coronário, frontal (terceiro olho) e laríngeo e à temperança, no Tarô. Acalma e tranquiliza, combate diabetes, alcoolismo, insônia e enxaqueca, cura  tensão, enxaqueca, renite e alergia, ajuda na cicatrização e na manutenção do fígado.
Alexandrita
   A Alexandrita é considerada uma gema de colecionador, devidoà sua extrema beleza e raridade. Sua característica mais notável é a mudança de cor em função da luz que incide sobre si. Embora sua cor original à luz do dia seja verde, sob a luz de uma lâmpada incandescente se torna vermelha. Sua dureza é de 8,5, sua densidade de 3,7g/cm³, seu índice de refração varia de 1,744 a 1,755, sua fórmula química é BrO4, sua variedade gemológica é do crisoberilo, seu brilho é vítreo e graxo, sua fratura é concóide, sua clivagem é perfeita, seu traço é branco, seu corante é o cromo e é encontrada em associação com outras pedras ou em placers.seu nome vemConsiderando a extrema raridade desta gema, pedras com inclusões são bem aceitas pelo mercado, embora sua pureza seja muito valorizada.
   Seu nome deve-se ao aniversário de 12 anos de idade de Alexandre Nicolaievitch, o futuro czar Alexandre II, que coincidiu com o dia em que o explorador sueco Nils Nordenskiöld encontrou a pedra, pela primeira vez, nos montes Urais da Federação Russa. Nils Nordenskiöld percebeu que a variação de coloração da pedra encontrada, quando esta se apresentava sob a luz do sol e a luz incandescente, coincidiam com as cores do exército do czar: verde e vermelho. Tal coincidência tornou-a um símbolo nacional da Rússia.
   Desde 1970 se produz alexandrita sintética, e há também, no mercado, imitações feitas com espinélio sintético. As imitações são vendidas sob os nomes de Alexandrina, alexandrita sintética ou simplesmente alexandrita, o que pode provocar confusão na hora da compra.

O ouro da Volta Grande do Xingu

O ouro da Volta Grande do Xingu

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Informa a Reuters que o Ministério Público Federal (MPF) investiga um “grande projeto de extração de ouro na mesma região impactada pela hidrelétrica de Belo Monte.”.
Alega o MPF que "é muito preocupante que o projeto não faça nenhuma menção à sobreposição de impactos" e afirma a procuradora Thais Santi que "simplesmente não há estudos sobre impactos nos indígenas da Volta Grande ou participação da Funai no licenciamento".
> A Belo Sun Corp
Quem pleiteia o licenciamento para explorar o que seria o “maior projeto de extração de ouro em desenvolvimento no Brasil”, é a canadense Belo Sun Mining Corporation, mesma nacionalidade da Colossus, que já explora a mina de Serra Pelada.
A Belo Sun (que também se lista como proprietária dos direitos de exploração do "Projeto Patrocinio", também de ouro, na região do Tapajós) informa em seu portal que o potencial de produção da mina de Volta Grande do Xingu é de 4,684 mil quilos de ouro por ano.

MINERALOGIA, GEOLOGIA E GÊNESE DO Au

O OURO COMO FATOR ECONÔMICO NA MINERAÇÃO BRASILEIRA (2)

MINERALOGIA, GEOLOGIA E GÊNESE DO OURO.

O ouro , apesar de ser um mineral que acompanhar o homem através da historia como o metal mais cobiçado dentre os diversos encontrados na natureza, possui mineralogia relativamente simples. Cristaliza-se no sistema cúbico e ocorre, na maioria das vezes, em forma de octaedros e com menos freqüência como romboedros. "In natura" e freqüente ocorrer como agregados reticulares, dentríticos arborescentes, filiformes, esponjosos, capilares, placóides, escamosos, laminares e em forma de palhetas. E comumtambém ocorrer com impreguinacões quartizosas.
O ouro é o mais maleável e dúctil dos metais, insolúvel em ácidos normais (como o supracitado, apenas em água-régia). Seu traço e amarelo e não possui clivagem. Possui dois estágios de oxidação, o auroso e o áurico e forma alguns complexos solúveis. Além do seu estado natural (ouro nativo), ocorre também como teluretos: silvanita, calaverita, petzita e nagyagita. A diferença entre a calaverita e a silvanita é que o primeiro cristaliza-se no sistema monoclinico e o segundo no sistema ortorrombico. A aurostibita, fischesserita e a maldonita, completam a mineralogia do ouro.
Sua pureza, bastante elevada, e medida em partes por mil, representada quase sempre pela relação ‘‘1000Au / (Au + Ag)’’, por exemplo: o ouro nativo, cuja relação for igual a 900, possui 90% em ouro. Em media o ouro nativo tem 85 a 905% completando 100% com a prata, cobre, bismuto, mercúrio, platina, paládio, antimônio, rutênio, irídio e urânio, podendo assim encontrar varias tipologias de ouro (argentífero. Cuprífero, etc.).
As mineralizacões auríferas encontram-se dispersas ao longo do tempo geológico, desde a sua mais antiga, o Arqueano, ate os depósitos aluvionares recentes. O condicionamento geológico permite que algumas regiões da crosta possuam maior tendência a carrearem, nas suas estruturas, mineralizacões, notadamente em períodos chamados épocas metalogenéticas, em que a deposição de metais foi mais evidente. Para o caso do ouro, essa condição especial poderia ser definida como província metalogenética aurífera.

O OURO COMO FATOR ECONÔMICO NA MINERAÇÃO BRASILEIRA

O ouro é um metal precioso, de elevado valor comercial. Supõe-se que tenha sido o primeiro metal que chamou a atenção do homem primitivo. Por ser um metal é um bom condutor de calor e eletricidade, não magnético, maleável e dúctil, podendo por isso ser laminado até a espessuras da ordem de micrômetros.
O ponto de fusão do ouro é de 1064°C e o ponto de ebulição 2970° C, sua densidade e de 19,3 g / cm³ , e sua dureza atinge 2,5 a 3 na escala de Mohs. Devido suas propriedades físicas e químicas, é muito resistente ao intemperismo e tende a acumular-se em depósitos secundários, que serão abordados mais adiante.
Encontra-se o ouro entre os metais menos ativos quimicamente, não se oxida na presença do ar e é inerte às soluções-alcalinas fortes e aos ácidos. E dissolvido em um meio químico mediante a um agente oxidante, juntamente com um outro capaz de formar complexos, como a água-régia.
BREVE HISTORIA DA EXPLORAÇÃO DE OURO NO BRASIL
O seu nome veio do latim aurum, de provável origem indo-européia. Talvez tenha sido o primeiro mineral a ser conhecido pelo homem. Devido às suas extraordinárias características, o ouro é usado desde ha muitos séculos como meio de permuta comercial. Ao princípio, os mercadores recebiam o metal devidamente pesado, em troca das suas mercadorias. As primeiras moedas, com incisões indicativas do seu peso exato surgiram pela necessidade de se evitar as sucessivas pesagens.
No Brasil, ao final do século XVII e no inicio do seguinte, foram encontrados nos córregos, rios e montanhas de Minas Gerais "ricas jazidas de ouro". Tripuí, Carmo, Gualacho, Ouro Preto, Paraopeba, Rio das velhas, Inficcionado Pintangui, Pará, Catas altas, Santa Bárbara, Brumado, Rio das mortes e outras localidades. Ate 1713, o grande núcleo das Minas Gerais já estava desvendado.
A importância conferida pela Coroa Portuguesa a essas descobertas é atestada pela instalação, em janeiro de 1703, de uma Casa da Moeda no Rio de Janeiro, cidade localizada próximo da região aurífera.
A influência dos mineradores gerou um clima de disputas e tensão nas Minas Gerais. Os incidentes entre os paulistas, pioneiros na exploração das minas, e os emboabas (nome dado pelos paulistas a todos os forasteiros que não eram naturais da Capitania de São Vicente) começaram a se intensificar em 1707. A situação agravou-se em 1708, quando o português Manoel Nunes Viana, a frente dos emboabas expulsou muitos paulistas da zona de mineração. Para pacificar e melhor administrar a região, a metrópole criou, em 1709, a capitania real de São Paulo e Minas do Ouro, que incluía a antiga capitania hereditária de São Vicente.
A rápida ocupação da área minerada traduziu-se pela presença, em pouco tempo, de um expressivo contingente populacional (cerca de 30mil pessoas em 1709, sem falar nos escravos vindos da África e das zonas açucareiras de retração) e pelo surgimento de uma importante rede urbana, fato totalmente inédito para os padrões da colônia. Os pequenos núcleos, originados da junção de vários arraiais dos vales onde se extraia o ouro de aluvião, se desenvolveram, e alguns deles foram elevados à categoria de vida dotados de Câmaras Municipais.
Entre 1711 e 1715, o período mais intenso do processo de urbanização, foram criadas varias vilas, dentre elas a vila do Ribeirão Nossa Senhora do Carmo (atual Mariana), Vila Rica (Ouro Preto) e Arraial do Tijuco (atual Diamantina ) -- veja o mapa ao lado ...
Os números sobre a produção aurífera de MG não são muito precisos devido ao intenso contrabando que desde cedo começou a ser praticado. Os cálculos são dificultados pelas diversas formas de taxação imposta pela Coroa lusitana. Segundo a literatura, os dados oficiais referiam-se a uma produção de 100 arrobas (1arroba = 14.7kg) em 1711, embora cálculos mais realistas pudessem elevar esse total para 300 arrobas.
A produção do ouro aumentou de forma constante ate o final da década de 1740. Em 1725, pela primeira vez a cobrança do "quinto" ultrapassou os 1000kg. E novamente a literatura nos indica que no qüinqüênio 1745-50 a produção media chegou a 9712kg, caindo para 8780kg no qüinqüênio seguinte. Até o final do século, essa tendência declinante manteve-se irreversível, entre 1793 e 1799, a media anual limitou-se para 3249kg. Detendo com ampla margem de vantagem, a liderança na exploração do ouro, Minas representou 70% da produção da colônia do século XVIII.
Abriu-se a decadência ao desestimulo à exploração criado pelo sistema tributário, mais voltado para a arrecadação do que para o crescimento da produção em si, como também ao próprio esgotamento das reservas e ao processo técnico deficiente, ensejador de elevados desperdícios. Também o desenvolvimento da mineração diamantífera nas regiões do Norte de Minas deve ter contribuído para o fluxo de mineradores e de capitais a esse tipo de mineração.
Entre os princípios do século XVIII e a Primeira Guerra Mundial, a escassez do metal e a sua contínua subida de preço acabaram com a função do ouro em moedas. No entanto, as reservas dos bancos centrais dos estados mais poderosos ainda hoje são constituídas por grandes quantidades do rei dos metais.