terça-feira, 5 de novembro de 2013

Depois da bolsa de minério de ferro a China inicia a de carvão

Depois da bolsa de minério de ferro a China inicia a de carvão

A China é a maior produtora e importadora de carvão do mundo. Para aperfeiçoar os negócios de carvão térmico, coque e grafita uma nova plataforma de futuros estará entrando em operação. O comércio futuro de carvão e no mercado spot deve aperfeiçoar este mercado que é vital para o país, onde 70% de toda a energia é provinda da queima de carvão. Esta queima é o principal motivo da enorme poluição que assola o país, causando doenças e paralisando aeroportos e até mesmo cidades.

Indios da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, podem praticar a atividade do garimpo em suas terras

STF autoriza garimpo sem finalidade de lucro na Raposa Serra do Sol

Supremo aceitou pedido de índios para liberar atividade por razão cultural.
Se garimpo tiver caráter econômico, será preciso autorização do governo.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
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Índio acompanha julgamento de recursos do caso Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)Índio acompanha julgamento de recursos do caso Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (23), por unanimidade, que os índios da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, podem praticar a atividade do garimpo em suas terras para manter a cultura, mas deverão pedir autorização para o poder público se houver objetivo econômico de lucro.
O tribunal tomou a decisão ao analisar recurso de comunidades indígenas da reserva. Uma das 19 regras estipuladas pelo STF em 2009 definiu que os índios deveriam pedir permissão para atividades de mineração nas suas terras, como o garimpo.
Os índios recorreram sob o argumento de que se trata de uma atividade tradicional das comunidades. Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, relator do processo, as comunidades indígenas usam diferentes tipos de minério em atividades manuais para fabricação de colares e outros objetos. Na região da reserva, há ouro, diamante, nióbio e outros minerais nobres.
O ministro Barroso concordou com o argumento dos índios. "Não se pode confundir a mineração como atividade econômica com formas naturais praticadas nas quais a coleta se configura um modo de vida", afirmou o ministro.
Critérios
Antes de julgar o recurso sobre o garimpo, o último dos sete apreciados nesta quarta (todos os seis anteriores foram rejeitados), o plenário do Supremo já tinha decidido, por maioria, manter o entendimento de que são válidos os critérios utilizados pelo governo para a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol.
No julgamento, o Supremo também determinou que o entendimento não tem efeito vinculante, ou seja, não precisa ser automaticamente aplicado por outros tribunais, cabendo a cada juiz avaliar caso a caso.
A decisão foi tomada na análise de uma série de recursos impetrados por produtores rurais, índios, Ministério Público e parlamentares contra julgamento de 2009 no qual, após uma série de conflitos entre índios e fazendeiros, o Supremo determinou a saída imediata dos produtores de arroz e de não índios que ocupavam a reserva de Roraima, além de ter fixado 19 regras sobre demarcação de terras indígenas no país. Os índios são favoráveis aos critérios adotados para a demarcação, que é questionada por produtores rurais.
A Advocacia-Geral da União (AGU) chegou a publicar em 2012 a portaria 303, regulamentando a demarcação de terras no Brasil com base na decisão do Supremo, mas suspendeu sua aplicação até a avaliação dos recursos pelo tribunal.
A decisão proferida não vincula juízes e tribunais quando do exame de outros processos relativos a terras indígenas diversas."
Ministro Luís Roberto Barroso, do STF
Antes da sessão desta quarta, o advogado geral da União, Luiz Inácio Adams, informou que se o Supremo mantivesse o entendimento - como de fato ocorreu - a portaria 303/2012 voltaria a ser aplicada.
As regras
Segundo o relator do processo no STF, ministro Luís Roberto Barroso, as regras estabelecidas pelo Supremo sobre demarcações criaram "polêmica".
Em 2009, o tribunal estabeleceu 19 condições a serem verificadas em todas as terras indígenas demarcadas no território nacional, entre as quais a que autoriza intervenções de interesse da Política de Defesa Nacional na terra indígena e a atuação das Forças Armadas e da Polícia Federal sem prévia consulta aos índios ou à Fundação Nacional do Índio (Funai).
O tribunal [Supremo] extrapolou, traçou parâmetros abstratos e alheios ao que foi proposto na ação originária. [O STF] agiu como verdadeiro legislador."
Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF
Na ocasião, o Supremo também determinou que os índios permitam a entrada de visitantes e pesquisadores não índios na área de conservação ambiental, não cobrem tarifas para permitir a entrada nas terras e não implantem estabelecimentos comerciais nas reservas.
Efeito vinculante
Segundo o ministro Barroso, não se pode dar às regras do caso Raposa Serra do Sol um caráter vinculante a outros processos.
"Essa circunstância, a opção para demarcação da Raposa Serra do Sol, não traduz em ato normativo geral e abstrato em outros eventuais processos. [...] A decisão proferida não vincula juízes e tribunais quando do exame de outros processos relativos a terras indígenas diversas."
Barroso afirmou que as condicionantes servirão de "diretriz". "Tendo a Corte anunciado sua compreensão sobre a matéria é apenas natural que esse pronunciamento sirva de diretriz relevante para autoridades estatais que venham a enfrentar a mesma questão. Mas não têm força vinculante formal para além do caso aqui decidido", afirmou o relator.
Questionamentos
Os ministros Marco Aurélio Mello e Joaquim Barbosa entendiam que, a exemplo do que pediu oMinistério Público Federal, as condicionantes não poderiam ter sido estabelecidas pelo Supremo nem mesmo para o caso Raposa Serra do Sol.
"Eu acolho os embargos [...] por entender que o tribunal extrapolou, traçou parâmetros abstratos e alheios ao que foi proposto na ação originária. [O STF] agiu como verdadeiro legislador", disse Joaquim Barbosa.
Presença de não indios
Ao analisar os recursos, o Supremo confirmou que não índios podem continuar na reserva caso tenham ligação com a comunidade indígena. Ou seja, não é necessário ter laços genéticos.
"O critério adotado [em 2009] não foi genético, mas sociocultural. Podem continuar todos aqueles que integrem a comunidade indígena, não importando se tem antecedentes. O que interessa é sua comunhão com modo de vida tradicional, com índios da região. Pessoas miscigenadas que vivam na comunidade evidentemente podem permanecer", destacou Barroso.
Templos e igrejas
O Supremo definiu ainda que cabe aos índios decidirem sobre a permanência de igrejas e templos em suas terras.
"Não se legitima a presença de indivíduos que tenham como propósito interferir na religiosidade dos índios. [...] Estão em jogo dois direitos atribuídos aos índios: a proteção de suas culturas como integrantes de grupos minoritários e sua autonomia individual. De caber às comunidades, e apenas a elas, o direito de decidir como e em que circunstância se admitirá a presença de tempos e igrejas."
Ampliação das terras
A corte manteve o critério de que é proibida a ampliação das terras demarcadas por parte dos indígenas, mas deixou claro que a União, se julgar que há necessidade de aumentar a reserva, pode tomar essa decisão por meio de procedimento administrativo, desde que indenize os envolvidos.
"Se a União achar que pode e deve ampliar uma determinada terra, ela pode intervir mediante indenização dos envolvidos", citou o relator, que completou que todos os envolvidos devem ser ouvidos, inclusive o Ministério Público.
Ações sobre propriedade na área
O tribunal respondeu ainda uma dúvida de produtores rurais, sobre como ficam os processos individuais na Justiça que questionam o direito à propriedade privada dentro da reserva Raposa Serra do Sol.
Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, todas as instâncias devem julgar conforme o estabelecido pelo Supremo. "Todas as ações pendentes envolvendo terras na área indígena Raposa Serra do Sol deverão  ser julgadas pelas instâncias locais levando em conta a decisão do Supremo", citou Barroso.
O relator afirmou que eventuais disputas por espaço entre os próprios índios devem ser resolvidas pelas comunidades "com participação da Funai e da União".


Astrônomos varrem a galáxia em busca de ouro

Astrônomos varrem a galáxia em busca de ouro

Para cientistas, ouro seria fruto de poderosas explosões e colisões celestes. A formação deste valioso metal nestes processos, contudo, seria imprevisivel.


Junko Kimura/Bloomberg
Barras de ouro
Barras de ouro: cientistas divergem quanto ao processo de formação do metal, mas concordam que são raros
São Paulo – O ouro foi um dos primeiros metais usados pelo homem. Raro e, por isso, muito valioso, este elemento é alvo incessante de exploração mundo afora. E, no que diz respeito às suas origens, astrônomos estão quase certos de que o brilhante e maleável metal surgiu através de processos que resultam de supernovas ou com a poderosa colisão entre estrelas de nêutrons. Ou seja, veio do espaço para a Terra.
Mas, ao que parece, independente de como aconteceu o surgimento do ouro, a verdade é que a ocorrência de processos que o originam é rara.
Segundo o astrônomo Andrew McWilliam, do Observatório Carnegie (Pasadena, Califórnia), em entrevista ao site da Forbes, nem toda supernova seria capaz de produzir ouro. A maioria, disse ele, produz pouco ou nada deste valioso metal.
Difícil de ser encontrado, tanto na Terra quanto em corpos celestes espalhados pela via láctea, a presença de ouro em uma estrela pode ser constatada a partir da verificação da existência de outros elementos que, segundo o cientista, formam-se da mesma maneira. Através de supernovas ou da colisão de estrelas de nêutrons.
Para Chris Sneden, outro astrônomo ouvido pela reportagem, se a ocorrência de um destes fenômenos irá, de fato, formar elementos como o ouro é impossível prever. Apesar disso, explicou o pesquisador, a nossa galáxia foi capaz de “distribuir” elementos como o ouro nas estrelas. Isto faz com que a existência de metais preciosos na Terra ou outros planetas é mais ou menos a mesma. 

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Kinross busca novas reservas no Brasil

Kinross busca novas reservas no Brasil

Eduardo Almeida/Divulgacao / Eduardo Almeida/Divulgacao"Estamos na fase final do nosso plano. Com isso, ganhamos grande representatividade nos negócios globais", afirma Marinho, presidente da Kinross no Brasil
Estimulada pelo avanço do preço do ouro no mercado internacional, a Kinross conclui neste ano seu longo plano de expansão produtiva no Brasil. Com os últimos desembolsos, de US$ 150 milhões, os investimentos da multinacional no país somam US$ 1,5 bilhão desde 2007. Ao mesmo tempo, a Kinross inicia três projetos de pesquisa para exploração de ouro, com o objetivo de detectar novos depósitos em território brasileiro.
"Estamos na fase final do nosso plano de investimentos. Com isso, ganhamos grande representatividade nos negócios globais da empresa", afirmou ao Valor o presidente da Kinross no Brasil, Antônio Carlos Marinho.
A canadense iniciou a construção do quarto moinho de bolas em sua unidade de Paracatú, no noroeste de Minas Gerais, projeto que tem previsão de ser concluído no segundo semestre. Os investimentos incluem ainda uma nova frota de equipamentos e mais duas unidade de flotação rápida.
Esses investimentos devem ajudar a empresa a elevar a produtividade do processamento do metal da mina Morro do Ouro, que tem o menor teor aurífero do mundo - com uma média de 0,4 gramas de ouro por tonelada de minério.
O quarto moinho de bolas, por exemplo, aumenta a capacidade de moagem para processar a parte mais dura do corpo mineral. O processamento dos minérios de maior dureza - permitido pela segunda planta de processamento, concluída em 2009 - fez com que a vida da mina fosse aumentada em cerca de 25 anos. Hoje, a previsão é de que a vida útil da mina ultrapasse 2040.
As unidades de flotação rápida, por sua vez, têm tecnologia para capturar as partículas de ouro liberadas no início do processo de beneficiamento, evitando sua oxidação, com menor custo operacional. "A ideia dos últimos investimentos é tornar mais eficiente a nossa capacidade instalada em Paracatú", afirmou o executivo.
Em 2007, quando a Kinross deu o pontapé inicial em seu plano de investimentos no Brasil, os desembolsos somaram US$ 570 milhões, com a implantação da segunda planta de processamento do minério. Em 2011, foi concluída a construção do terceiro moinho, com US$ 94 milhões. Foram desembolsados neste período ainda US$ 708 milhões em infraestrutura de mina e manutenção das fábricas.
Com essas iniciativas, em 2011 a produção da Kinross no Brasil alcançou 16,2 toneladas de ouro, ultrapassando sua rival, a sul-africana AngloGold Ashanti. O resultado representa 20% da produção mundial da canadense. "Vamos a 18 toneladas em dois anos", completa o executivo.
O faturamento da subsidiária - que, além das operações em Paracatu, tem uma joint venture com a AngloGold Ashanti em Goiás - somou US$ 810,5 milhões em 2011, sendo que em 2010, as vendas totalizavam US$ 692,5 milhões.
Os resultados e as decisões de investimentos da empresa tiveram um grande aliado: o alto preço do ouro. A valorização do metal está associada à instabilidade da economia mundial, que aumenta a aversão ao risco dos investidores, que buscam ativos mais seguros. Em Nova York, a cotação do ouro avançou 16,63%, desde o início do ano até o fechamento de ontem, quando ficou no patamar dos US$ 1.786,90 por onça troy. No acumulado de 2011, o metal subiu 8,94%.
Os próximos passos da Kinross se voltam para a avaliação de três projetos estratégicos de pesquisa em mineração, sobre os quais a companhia não quis adiantar detalhes. "Ao fim dos nossos investimentos, será o momento de colher os resultados. Não temos ainda um novo plano de expansão em mente, mas somos cada vez mais significativos nos negócios globais. A empresa tem bons planos para o Brasil", afirmou Marinho.
Com minas e projetos em oito países, a empresa faturou globalmente US$ 3,9 bilhões em 2011, alta de 31%. A produção somou 83,6 toneladas. Mas, fechou o ano com prejuízo de US$ 2 bilhões, ante lucro de US$ 759,7 milhões em 2010.

Glencore e Sumitomo compram mina da Rio Tinto

Glencore e Sumitomo compram mina da Rio Tinto

A Glencore Xstrata e a Sumitomo compraram da Rio Tinto uma participação controladora na terceira maior mina de carvão energético australiana. A aquisição é a mais recente iniciativa da parte de tradings de commodities para garantir maior controle de cadeias de abastecimento de recursos naturais.
As tradings de commodities estão se expandindo rapidamente a partir de seus negócios tradicionais "de intermediárias" de compra e venda de matérias-primas, em que as margens são extremamente estreitas, para a aquisição de ativos físicos.
Desde que a Glencore concluiu sua compra, por US$ 44 bilhões, da Xstrata, em maio, as tradings gastaram cerca de US$ 1 bilhão ao mês na compra de ativos das mãos de produtoras, segundo a consultoria Oliver Wyman. Elas abocanharam desde minas de zinco e carvão até unidades de esmagamento de soja e moinhos de trigo.
A Glencore e a Sumitomo disseram que concordaram em pagar pouco mais de US$ 1 bilhão por uma participação controladora de 50,1% na mina de carvão energético de Clermont, na região central do Estado de Queensland. Cada uma das empresas deterá uma participação de 25,05%, mas a Glencore vai operar a mina a céu aberto e, o que é decisivo, comercializar seu carvão.
Clermont produziu quase 9 milhões de toneladas de carvão energético, empregado na geração de energia elétrica, nos nove primeiros meses deste ano. Entre os demais acionistas da mina estão a Mitsubishi e a J-Power.
"Esse investimento sintetiza nosso foco em identificar ativos de alta qualidade que complementem nossas operações e nosso potencial de comercialização já existentes", disse Peter Freybeerg, diretor de carvão da Glencore.
Para a Rio Tinto, a venda de Clermont permite depreender que o grupo minerador anglo-australiano levantou mais de US$ 3 bilhões com a venda de ativos este ano, parte de seu esforço para racionalizar sua carteira e quitar dívidas.
A Rio Tinto também vendeu sua mina de cobre de Northparkes, na Austrália, e o projeto de níquel e cobre de Eagle, nos Estados Unidos. Mas tentativas de vender ativos de minério de ferro no Canadá estão em suspenso, enquanto a Rio Tinto decidiu também não vender sua divisão de diamantes e tirou parte de seus ativos de alumínio do mercado.
Analistas disseram que tudo indica que a Glencore pagou o preço cheio por sua participação em Clermont, mas isso pode ser justificado devido aos direitos de comercialização.
"Com base nos fundamentos econômicos, parece caro, mas as sinergias de comercialização vão aumentar a atratividade da operação", disse um deles. A Glencore é a maior trading mundial de carvão energético por via marítima, com uma participação de mercado estimada em mais de 30%, segundo analistas.
A crescente produção da Indonésia e o enfraquecimento da demanda da parte da China deprimiram os preços do carvão australiano, que caíram 15% este ano. As mineradoras reagiram pela diminuição dos custos e pelo fechamento de minas pouco lucrativas.
Mas, em seu recente dia do investidor em Londres, a Glencore se mostrou otimista sobre o carvão, dizendo que a sólida demanda por nova capacidade de geração de energia elétrica na Ásia puxará os preços para cima no médio prazo.