sábado, 16 de novembro de 2013

Como funciona uma mina de diamantes?

Como funciona uma mina de diamantes?

Na maioria dos casos, máquinas gigantes escavam em busca das pedras preciosas, que são separadas do cascalho pelo peso e identificadas por um sofisticado sistema de raios x. As minas são criadas em regiões com alta concentração de um tipo de rocha, denominado pelos geólogos de kimberlito. Esse material é formado pelo resfriamento do magma, que chegou até a superfície há milhões de anos, carregando elementos de regiões profundas da Terra. Feitos de carbono submetido a altíssima pressão, os diamantes foram forjados até 200 km abaixo da superfície há pelo menos 3 bilhões de anos. O tipo mais comum de mina é o de poço aberto – como a representada no infográfico a seguir –, baseada na escavação do kimberlito, e a maioria delas está na África. No Brasil, a produção se concentra em minas formadas por erosão de kimberlito. As águas de rios e lençóis freáticos carregam pedras, que se concentram em áreas superficiais e passam a ser exploradas por mineradores. As 26 toneladas de diamante produzidas no mundo movimentam US$ 13 bilhões. O maior comprador é a China.
MUNDOESTRANHO-131-46
TRABALHO ÁRDUO
Supermáquinas, explosivos e alta tecnologia são usados para vasculhar toneladas de rocha.
Amaciando a terra
Após encontrar provas geológicas da presença de diamantes, os mineiros escavam o kimberlito. Mas a ferramenta deles não é picareta, não: os caras colocam explosivos em buracos de até 17 m de profundidade feitos pela perfuradora. O objetivo é fazer a rocha dura virar cascalho.
Trio parada dura
Três máquinas gigantes fazem o trabalho pesado: a perfuradora abre buracos na rocha para a colocação de explosivos, a escavadora movimenta até 50 toneladas de rocha por minuto e o caminhão mineiro leva 100 toneladas de material para o beneficiamento.
Buraco fundo
Com o avanço da escavação, o poço fica mais afunilado, chegando a centenas de metros de profundidade e a quilômetros de largura. A maior mina de diamantes em operação, com 600 m de profundidade e 1,6 km de diâmetro na parte mais larga, é a Argyle Diamond, na Austrália.
Plano B
Quando a escavação afunila demais, é preciso cavar um túnel paralelo ao poço. Do túnel principal, partem túneis perpendiculares para extrair a rocha mais profunda. No subterrâneo, são usadas versões menores das máquinas empregadas na superfície.
Coisa fina
O material extraído da mina vai para o processamento. O cascalho é triturado duas vezes, lavado e peneirado. Em seguida, as pedrinhas – de 1,5 a 15 mm – vão para um tanque de flotação. As pedras mais pesadas, com potencial de ser diamantes, ficam no fundo e as mais leves são descartadas.
Catando milho
Uma máquina de triagem equipada com raios X identifica os diamantes. Ao rolarem na esteira e serem atingidos pela radiação, eles ficam fluorescentes. Um sensor registra essa luz e aciona um jato de ar, que separa o que importa do restante das pedras. Por último, rola uma checagem manual.
Feitos para brilhar
Cerca de 30% dos diamantes são gemas, ou seja, têm características ideais para se tornar joias: cor, claridade, tamanho e possibilidade de lapidação. O restante é usado na indústria para a produção de peças de corte, como brocas, discos, serras e bisturis. Como transmitem calor rapidamente, diamantes também são usados em termômetros de precisão.
VALE QUANTO PESA
Cada tonelada de terra extraída rende 1 quilate de diamantes (0,2 g)
Valor de mercado
Um caminhão carregado rende até 20 diamantes de 1 g. Pedras usadas em joias valem, em média, US$ 1 mil/quilate. Para uso industrial, paga-se em torno de US$ 10/quilate.
Além do brilho
O valor do diamante é baseado em cor, claridade, tamanho e lapidação. Gemas azuis, laranja, vermelhas e rosa são raras. Brancas e amareladas são mais comuns (98% do total).
Joia da coroa
O maior dos diamantes foi extraído na África do Sul em 1905. A pedra bruta tinha 3,1 mil quilates e foi lapidada em nove. As duas maiores (Cullinan I e II) foram dadas à realeza britânica.
- Em 1714, foi encontrado o primeiro diamante no brasil, em um garimpo de ouro próximo a Diamantina, MG.
- O diamante mais caro do mundo foi leiloado em Londres por US$ 46 milhões. O Graf Pink pesa 24,78 quilates e tem coloração rosada.

A nova corrida do ouro em Serra Pelada .

A nova corrida do ouro em Serra Pelada .



Surpreenda-se com a história do povo de Serra Pelada.
Domingo Espetacular exibe reportagem exclusiva sobre a nova corrida pelo ouro em Serra Pelada. Dramas, denúncias, violência, mortes e conflitos de um Brasil escondido dos grandes centros serão revelados em duas reportagens, neste domingo.
Os repórteres Raul Dias Filho e Gustavo Costa revelam como estão sendo disputados por brasileiros e empresas estrangeiras o minério que ainda existe na região. De um lado, velhos garimpeiros, do outro, uma empresa canadense. Viúvas viram suas casas derrubadas por tratores de companhias internacionais. Cobiça, atentados e mortes aterrorizam Serra Pelada nos dias atuais.
O programa mostra documentos exclusivos que comprovam um desvio de mais de R$ 50 milhões contas da cooperativa dos garimpeiros. E conta a história de homens que ficaram milionários, perderam tudo e agora lutam por uma nova chance numa terra cheia de oportunidades, mas também dominada por disputas violentas. Serra Pelada tem um passado feito de riquezas e ilusão, um presente cheio de miséria e esperança e um futuro ainda incerteza.

Belo Sun's gold mining project at risk of being suspended

Belo Sun's gold mining project at risk of being suspended


One of Brazil’s largest gold mining projects is at risk of being suspended by problems linked to environmental licensing. The billionaire project of Canada’s Belo Sun intends to extract gold on the banks of Xingu River, right next to where hydroelectric plant Belo Monte, in Pará, is being built. But members of the Environmental State Council of Pará (Coema) have issued negative assessments on the project. Coema’s approval is decisive for the venture receiving the initial environmental permit. Valor had access to a report sent to the Secretariat of Environment of Pará State (Sema), which says there are a number of serious irregularities in the licensing process, such as the lack of studies on the impact for indigenous communities. Belo Sun, controlled by bank Forbes&Manhattan, wants to invest $ 1.1 billion in the extraction and processing of gold in the region.



State Grid busca parceiros para linhas de Belo Monte

State Grid busca parceiros para linhas de Belo Monte


Julio Bittencourt / Julio Bittencourt
"A State Grid veio ao Brasil para ficar", diz Hongxian, presidente no país
O atraso na realização dos leilões de geração e transmissão e a publicação da Medida Provisória 579, que trata da renovação das concessões, não diminuíram o apetite da chinesa State Grid por novos negócios no Brasil. Com planos de investir pelo menos US$ 5 bilhões no país até 2015 (pouco menos da metade dessa quantia já foi aplicada na aquisição de linhas de transmissão e de um prédio no centro do Rio de Janeiro), a estatal asiática tem como meta construir e operar o sistema de transmissão de Belo Monte e grandes hidrelétricas no país.
As primeiras linhas de transmissão de Belo Monte, que ligarão a usina ao Nordeste, devem ser leiloadas em novembro. As duas linhas restantes - as principais - com mais de 2 mil quilômetros de extensão cada, e que farão a conexão da hidrelétrica ao Sudeste, devem ser licitadas em 2013. O sistema todo tem investimentos previstos da ordem de R$ 10 bilhões.
Conta a favor da State Grid o projeto em estudo pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de utilização de linhas em corrente contínua, em 600 quilovolts (kV), para ligação da megausina com o Sudeste. A companhia detém a tecnologia de linhas de ultra-alta tensão, em 800 kV, em corrente contínua, já em operação na China.
Para o leilão, a State Grid estuda parcerias com o grupo Eletrobras, com quem já tem um acordo de intercâmbio de experiências, e outras estatais estaduais. A empresa também cogita fechar parcerias com elétricas privadas.
"As principais empresas do setor elétrico [brasileiro] têm conversado conosco. Temos convidado para conhecer nossas instalações. Mas como ainda não temos detalhes do projeto [de transmissão de Belo Monte], não temos como definir o parceiro", disse o diretor de investimentos da State Grid Corporation of China (SGCC), Sun Jinping.
A parceria com a Eletrobras, porém, corre o risco de não se concretizar. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda impedir que empresas com projetos de transmissão com mais de 180 dias de atraso participem novas licitações. Se aprovada, a medida atingirá Furnas, Chesf e Eletronorte.
Em geração, a State Grid pretende participar do leilão do tipo A-5 (com início de fornecimento de energia em 2017), marcado para 14 de dezembro. O foco da empresa é a usina de Sinop de 400 megawatts (MW), no rio Teles Pires (MT), onde a companhia já desenvolve um projeto de transmissão com a estatal paranaense Copel.
A chinesa também quer disputar a concessão da usina de São Manoel, de 700 MW, também no Teles Pires. A hidrelétrica, porém, ainda possui entraves no processo de licenciamento ambiental e só deve ir a leilão em 2013. Outro alvo do grupo é o complexo hidrelétrico do Rio Tapajós, que deve ser leiloado em 2014. Ao todo são cinco usinas, que somam mais de 10 mil MW de potência instalada e investimentos acima dos R$ 30 bilhões.
"Estamos abertos a futuras parcerias. Se o governo brasileiro disser que precisa e, se o Brasil necessita, nós podemos fazer [hidrelétricas]" diz Sun.
De acordo com o executivo, o volume de investimentos previstos pelo grupo no Brasil pode ser maior que os US$ 5 bilhões iniciais. "O governo brasileiro nos pediu um planejamento e nós elaboramos uma ideia. Mas esse número não é fixo", diz Sun. Tudo dependerá dos projetos que o governo colocará em licitação e em quantos a estatal chinesa sairá vencedora.
A State Grid chegou ao pais em 2010, ao comprar, por US$ 989 milhões, sete linhas da Plena Transmissoras. Em 2011, ela assumiu a construção de duas subestações em parceria com Furnas e de dois trechos do linhão da hidrelétrica de Teles Pires.
Em maio, após concluir a compra de 25% de participação na portuguesa Rede Eléctrica Nacional (REN), a State Grid anunciou a aquisição de mais sete linhas de transmissão no Brasil. Os projetos, num total de 2,8 mil quilômetros, pertenciam ao grupo espanhol Actividades de Construccion y Servicios (ACS).
Segundo Sun, o foco da empresa no Brasil agora são os projetos novos, e sempre em parceria com empresas locais. "Nosso objetivo é buscar cooperação e não competição", afirmou.
"A State Grid veio ao Brasil para ficar. Não é um capital especulativo", explica o presidente da filial brasileira, State Grid Brazil Holding (SGBH) Cai Hongxian. "Esse país [Brasil] precisa de investimentos", completa.
A State Grid também está analisando oportunidades de negócios no setor de distribuição de energia no Brasil. A companhia chegou a analisar os ativos do grupo Rede, mas não se interessou pelo negócio.
Com faturamento global de US$ 260 bilhões, a State Grid é a sétima maior empresa do mundo, em receita. E já ocupa a quinta colocação no ranking das maiores transmissoras de energia do Brasil.
O país é a principal operação da State Grid fora da China. A empresa tem operações nas Filipinas e em Portugal, além de escritórios em outros países, como Estados Unidos, Rússia e África do Sul. "Temos nove escritórios em outros países, mas o Brasil é o principal mercado estratégico a ser desenvolvido pela State Grid", afirmou Sun.
O repórter viajou a convite da State Grid Brazil Holding.



Potássio do Brasil confirma projeto na Amazônia

Potássio do Brasil confirma projeto na Amazônia


A Potássio do Brasil, controlada pelo grupo canadense Forbes & Manhattan, banco de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração, confirmou que pretende investir US$ 2 bilhões em um projeto de exploração de potássio na Amazônia.
Básico para adubos, o potássio tem poucas fontes viáveis de exploração no Brasil, que atende a mais de 90% da demanda dos produtores com importações. Assim, dezenas de empresas, a maioria de pequeno porte, realiza pesquisas no país em busca de oportunidades, principalmente em Sergipe e no Amazonas.
O projeto da Potássio do Brasil está na etapa inicial e ainda terá que obter seu licenciamento ambiental, o que poderá ser uma tarefa difícil, de acordo com ambientalistas. Helio Diniz, presidente empresa, confia que o projeto não deverá ter problemas nesta frente, uma vez que a área já é desmatada e ocupada por pasto.
Um relatório técnico do projeto está em elaboração e a expectativa da empresa é entrar com pedido de lavra no início de 2014. Na mesma época, deverá ser apresentada a requisição de licença ambiental prévia. A jazida é na região de Autazes, no Estado do Amazonas.
As reservas de minério, segundo a empresa, contêm mais de 500 milhões de toneladas e teores acima de 30% de cloreto de potássio. A empresa contratou a alemã Ercosplan para realizar uma auditoria independente para a validação das reservas. Os resultados devem sair neste mês.
As pesquisas de campo começaram em 2009. A Potássio do Brasil já investiu R$ 110 milhões, e informa que executou mais de 30 mil metros de sondagens, com 34 furos concluídos. O objetivo é que a operação comercial comece em quatro anos.
Segundo a empresa, as características técnicas da jazida permitem estimar que os custos operacionais serão de US$ 85 por tonelada de minério lavrado e processado. A produção anual é prevista em 2 milhões de toneladas de cloreto de potássio.
Conforme já informou o Valor, o Brasil ainda está longe de reduzir sua dependência externa de potássio. Só um projeto - o Taquari-Vassouras, da Vale, em Sergipe - está em produção em escala comercial, mas a mina que o abastece deverá chegar à exaustão nesta década.
O grupo canadense Forbes & Manhattan, que controla a empresa, também é dono da companhia Belo Sun, que está à frente de um polêmico projeto de lavra de ouro na região de Altamira, a menos de 20 quilômetros da barragem de Belo Monte, usina em obras no rio Xingu (PA).
Os dois projetos têm seus processos de licenciamento tocados por secretarias estaduais de meio ambiente. No Pará, o Ministério Público Federal pediu que o Ibama, órgão federal, assumisse o licenciamento da mina de ouro, dada a sua complexidade e sinergia com a hidrelétrica. Até agora, porém, o licenciamento permanece na esfera estadual.