Potássio do Brasil confirma projeto na Amazônia
A Potássio do Brasil, controlada pelo grupo canadense Forbes & Manhattan, banco de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração, confirmou que pretende investir US$ 2 bilhões em um projeto de exploração de potássio na Amazônia.
Básico para adubos, o potássio tem poucas fontes viáveis de exploração no Brasil, que atende a mais de 90% da demanda dos produtores com importações. Assim, dezenas de empresas, a maioria de pequeno porte, realiza pesquisas no país em busca de oportunidades, principalmente em Sergipe e no Amazonas.
O projeto da Potássio do Brasil está na etapa inicial e ainda terá que obter seu licenciamento ambiental, o que poderá ser uma tarefa difícil, de acordo com ambientalistas. Helio Diniz, presidente empresa, confia que o projeto não deverá ter problemas nesta frente, uma vez que a área já é desmatada e ocupada por pasto.
Um relatório técnico do projeto está em elaboração e a expectativa da empresa é entrar com pedido de lavra no início de 2014. Na mesma época, deverá ser apresentada a requisição de licença ambiental prévia. A jazida é na região de Autazes, no Estado do Amazonas.
As reservas de minério, segundo a empresa, contêm mais de 500 milhões de toneladas e teores acima de 30% de cloreto de potássio. A empresa contratou a alemã Ercosplan para realizar uma auditoria independente para a validação das reservas. Os resultados devem sair neste mês.
As pesquisas de campo começaram em 2009. A Potássio do Brasil já investiu R$ 110 milhões, e informa que executou mais de 30 mil metros de sondagens, com 34 furos concluídos. O objetivo é que a operação comercial comece em quatro anos.
Segundo a empresa, as características técnicas da jazida permitem estimar que os custos operacionais serão de US$ 85 por tonelada de minério lavrado e processado. A produção anual é prevista em 2 milhões de toneladas de cloreto de potássio.
Conforme já informou o Valor, o Brasil ainda está longe de reduzir sua dependência externa de potássio. Só um projeto - o Taquari-Vassouras, da Vale, em Sergipe - está em produção em escala comercial, mas a mina que o abastece deverá chegar à exaustão nesta década.
O grupo canadense Forbes & Manhattan, que controla a empresa, também é dono da companhia Belo Sun, que está à frente de um polêmico projeto de lavra de ouro na região de Altamira, a menos de 20 quilômetros da barragem de Belo Monte, usina em obras no rio Xingu (PA).
Os dois projetos têm seus processos de licenciamento tocados por secretarias estaduais de meio ambiente. No Pará, o Ministério Público Federal pediu que o Ibama, órgão federal, assumisse o licenciamento da mina de ouro, dada a sua complexidade e sinergia com a hidrelétrica. Até agora, porém, o licenciamento permanece na esfera estadual.
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