terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A febre do ouro em Serra Pelada

A febre do ouro em Serra Pelada
Guto da Costa tinha pouco dinheiro no bolso e muita esperança em 1983. Havia completado
18 anos, e “de maior”, sonhava em ficar rico. Andava de namorico com a filha de um homem
“bem de vida”, que não via com bons olhos aquele romance ameaçando entrar sem pedir
licença na própria casa. Com os brios feridos, o coração em chamas, o corpo afogueado,
Guto olhou para a imensidão à frente, observou atônito, o vai e vem de homens embrutecidos
e de poucas palavras, respirou fundo e disse a si mesmo. “É aqui que vou ‘enricar’ e voltar pra
casar com ela”. Vinte e nove anos depois, Guto é dono de uma pequena venda em uma vila
pobre e empoeirada. Ri dos arroubos da juventude. Nunca mais voltou para casa. Nem saiu do
garimpo de Serra Pelada. A história poderia ser um enredo ficcional para uma novela ou filme.
Mas é real. Como reais são as histórias de milhares de ex-garimpeiros de Serra Pelada. O
mergulho em apenas uma delas é mais rico do que qualquer roteiro cinematográfico, mas o
cinema insiste em tentar capturar a quase inatingível essência do mais famoso garimpo de
ouro do Brasil.
A empreitada mais recente será a que unirá Wagner Moura, um dos mais talentosos atores de
sua geração, ao diretor Heitor Dhalia. O filme terá como pano de fundo a região de Serra
Pelada. A história se passa em 1978, quando dois amigos saem do Rio de Janeiro em
direção ao Pará, com a intenção de encontrar ouro em Serra Pelada, mas a cobiça pelo poder
e pela riqueza vai abalar a relação da dupla. Ao divulgar o projeto, Dhalia disse que há muito a
ser explorado nessa história, que marcou uma época no Brasil e ainda não foi contada nos
cinemas.
Os garimpeiros não tinham noção dessa grandiosidade épica quando fincaram pés e mãos no
barro da serra em busca de ouro. Não pensavam em ser protagonistas ou coadjuvantes de
nada. Sonhavam apenas com o metal que mudaria as próprias vidas. Cinema, por exemplo,
só os do telão meio encardido que exibia uns filmes de faroeste. “Aqui tinha o telão do cinema
todo dia, e sempre tinha um artista por aqui fazendo show. Aparecia uns circos de vez em
quando. Os filmes que passava no cinema, os que os garimpeiros mais aplaudia, depois
passava de novo”, lembra Almir Ferreira, 71 anos num português atropelado.
Quando Serra Pelada chamou a atenção do mundo, o cinema veio atrás. “Era nosso
divertimento”, diz Ferreira. “Quando Os Trapalhões vieram aqui, se melaram tudo de
melechete (lama proveniente da lavagem da terra). Aí enchia o saco de folhas, saía subindo as
escadas na pedra preta que nem os garimpeiros. Mas o nosso era cheio de terra. Eu achei
aquilo muito bom, pra você vê como nós era importante”.
“Os Trapalhões na Serra Pelada” é um filme de 1982, dirigido por J.B. Tanko. A história é
simples. Os amigos Curió, Boroca, Mexelete e Bateia aventuram-se em busca de ouro no
garimpo de Serra Pelada. A mina é controlada pelo estrangeiro Von Bermann, cujas ordens
são executadas pelo capanga Bira. Sedento por poder, o gringo contrabandeia o ouro e
deseja apoderar-se das terras do brasileiro Ribamar, que se recusa a fazer negócio antes da
chegada do filho Chicão. Mesmo sendo uma típica comédia ao estilo de Renato Aragão e
companhia, a sinopse do filme apresenta as possibilidades de discussão a respeito da forma10/12/13 Diário do Pará- A febre doouroemSerra Pelada
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colonizadora que caracteriza a região. O capital estrangeiro dominando o local onde homens
simples tentam construir sonhos a partir de uma realidade difícil.
“Sabe qual é a história mais bonita, seu moço? É quando era só nós, os garimpeiros. O cara
saía por dentro da mata, com saco de ouro nas costas, com um 38 do lado e mais uns quatro
companheiros. Um respeitava o outro, mas não tinha muita conversa”, lembra Luiz Fonseca
Oliveira, 65 anos, enquanto senta num banco rústico fugindo do sol. “Quando tirei a carteira de
garimpeiro fiquei orgulhoso. Me senti gente importante, cidadão mesmo”, ri, olhando para o
boné amassando nas próprias mãos.
Novos Colonizadores
Saber que Serra Pelada e outros pontos da Amazônia voltaram a interessar ao cinema
nacional desperta reações diferentes. Como os próprios garimpeiros, a Amazônia será
apenas cenário ou protagonista nessa relação?
“A região nunca saiu de foco, o que acontece é que os interesses dos ‘colonizadores’ de
nossa sociedade moderna mudam de acordo com o que os convém em dado momento de
espaço e tempo”, analisa o professor e videomaker Guto Nunes. “Do ponto de vista
profissional pode ser uma boa resposta, desde que eles utilizem em suas produções,
produtoras independentes e mão-de-obra profissional e a força braçal e intelectual do nosso
povo”, diz.
Diretora do documentário “Serra Pelada: Esperança não é sonho”, Priscila Brasil não gosta
quando falam em “redescoberta amazônica”. “A expressão é cheia de uma submissão da qual
eu não gosto. Vários já se inspiraram nesse universo, cada um de um jeito, cada um na sua
lógica. Uns enxergam a selva de uma maneira mais brutal, outros de uma maneira mais
contemplativa, outros veem quase um zoológico gigante, tipo Simba Safari, que só falta rolar
ar condicionado”, critica.
A supremacia do olhar estrangeiro
“É preciso mais que um dia para entender a história dos garimpeiros”, diz, com ar de quem viu
muito, Pedro Bacabal, 53 anos. Homem de riso fácil que zomba do próprio destino, Bacabal
chegou ao garimpo com 23 anos. Ganhou e perdeu dinheiro. Batendo com o cabo de uma
enxada no chão, como a pontuar as palavras, enfatiza que em Serra Pelada os homens todos
deixaram escorrer a juventude. “Como é que vou explicar isso ao senhor?”, questiona-se. “Eu
acho que mesmo na melhor das produções ainda existe um olhar estrangeiro, os
protagonistas são de fora, uma lacuna que só vamos talvez superar com nossas produções
locais. O que me preocupa é se reforçarem o olhar do exótico, do coitadinho. Isso sempre me
irrita”, diz Segtowick.
“Tem quem ache que a Amazônia tem vocação para cenário de filme - mas o cenário
exuberante é um coadjuvante mal pago, infelizmente”, diz a jornalista, produtora e fotógrafa
Maria Christina. “Embora eu deva concordar que a história ainda por ser contada deve ser
efetivamente contada, seja em filmes ou obras literárias, o melhor era mesmo que nos
deixassem em paz. Ilusão, claro, porque a região precisa de divisas, e minha indignação com
toda a exploração que sofremos (cuja conta vamos pagar ad infinitum) me faz desejar que
fôssemos invisíveis”, complementa.
Terra de feitos épicos (e homens invisíveis)
Invisibilidade social parece ter sido sempre a marca dos garimpeiros de Serra Pelada.10/12/13 Diário do Pará- A febre doouroemSerra Pelada
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Mesmo que tenham produzido feitos épicos. “O garimpo tirou uma serra de um lado e colocou
em outro. Isso não é pra qualquer um”, bate no peito Manoel Martins de Oliveira, um homem
que chegou ao garimpo em dezembro de 1980. Dizia-se que o ouro de Serra Pelada pagaria
a dívida externa brasileira. Mais de três décadas depois, Antonio Bernardo, o Godô, luta aos
64 anos, contra uma hanseníase que lhe insiste em pregar peças. A última foi uma ferida no
rosto. O curativo imenso esconde a chaga. Pobreza e doença se tornaram companheiras dos
ex-garimpeiros. Juntam-se à saudade, a uma melancolia resignada, a um bom humor de quem
viu e viveu boas aventura e à incerteza dos dias que restam.
“A gente fez parte do Brasil. Eu sei disso”, diz o ex-garimpeiro que só atende pelo nome de
Nick. É o pseudônimo que ele descobriu para dar vazão ao lado artista. Nick é pintor. Exibe os
quadros com orgulho. A febre do ouro passou. Para ele não volta mais. Não?
Nos fundos da Loja Kaleny, bem no centro da vila de Serra Pelada, duas fotos chamam a
atenção. Numa está a clássica imagem do formigueiro humano que foi o garimpo nos anos 80.
Ao lado, uma foto com dois homens, sujos de lama da cabeça aos pés, outra imagem
bastante difundida de Serra Pelada. É quase impossível reconhecer que o rapaz de 23 anos
que posa com ar de esperança na foto, em um dia perdido de 1985, seja o mesmo
proprietário da loja que vende de tudo um pouco. Cláudio Moraes tem hoje 49 anos e criou as
duas filhas na vila de Serra Pelada. “Não enriqueci, ganhei problema de hérnia de disco, de
coluna, mas sei que fiz parte de uma história bonita do Brasil”, diz. Cláudio Moraes está
relativamente estabilizado. Não precisa diretamente do ouro do garimpo, mas quem disse que
deixou de sonhar em voltar à ativa? “Daqui não arredo pé. Se esse garimpo voltar a dar ouro
de novo, quero estar aqui”, afirma. Alguém registraria a cena? (Diário do Pará)

A mineração está chegando na Lua?

A mineração está chegando na Lua?
A Moon Express uma empresa americana baseada em Las Vegas está fabricando um robô do tamanho de uma mesa que deverá navegar na superfície da Lua. O robô será movido a peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e por células fotoelétricas. A Moon Express planeja ter o robô na superfície da Lua ainda em 2015 e ganhar  o prêmio de trinta milhões de dólares oferecido pelo Google ao primeiro robô financiado por uma entidade privada a andar em solo lunar.
A ideia é usar esse e outros robôs para a busca de recursos minerais na Lua sendo a platina um dos elementos a serem prospectados segundo Bob Richards o CEO da Moon Express.
È muito mais interessante e lucrativo usar esses robôs para o turismo do que para a prospecção e mineração lunar. Até onde se sabe grande parte da Lua é composta por rochas máficas que, possivelmente, foram ejetadas da própria Terra em um choque cataclísmico com um corpo de grandes proporções. A prospecção e lavra de minerais do grupo da platina na Lua é um sonho com um duvidoso retorno econômico. Aqui na Terra temos gigantescos complexos máfico-ultramáficos com imensos recursos de platinóides em vários locais da África do Sul, Canadá e Rússia. Um bom exemplo é o projeto de platina e níquel que o bilionário Bob Friedland está investindo, na parte norte do Complexo máfico-ultramáfico do Bushveld, chamado de Plat Reef. Jazimentos como o Plat Reef é o que possivelmente a Lua terá, mas com custos muitíssimo mais elevados do que os nossos.
A mineração na Lua talvez nunca seja viabilizada. Pelo menos até que a humanidade decida e legisle sobre o assunto.
Contanto que não criem um Marco Regulatório para a Mineração Lunar espelhado no nosso modelo tupiniquim, subnutrido, que anda tropeçando, aos trancos e barrancos, nos bastidores do Congresso...

O Brasil vai virar um grande garimpo?

O Brasil vai virar um grande garimpo?

As atenções da mídia estão focadas hoje, 6 de dezembro de 2013,em dois grandes eventos: as homenagens ao grande estadista Nelson Mandela,ontem falecido aos 95 anos, e o sorteio dos grupos das seleções que irão disputar a Copa do Mundo de futebol no próximo    ano aqui no Brasil.Enquanto isto, nós do setor mineral vivemos o rescaldo de uma prolongada batalha na Câmara dos Deputados envolvendo as discussões do Novo Marco Regulatório da Mineração.Depois de dezenas de audiências públicas ,    encontros regionais e muitas horas de reuniões, o relator da Comissão Especial não conseguiu colocar seu substitutivo em votação por apresentar pontos divergentes do projeto original,acatando várias sugestões apresentadas pela    ABPM.Pelo visto,esta matéria ficará para o próximo ano ou mesmo para 2015,em função das eleições.
Diante deste quadro, precisamos tocar o barco, a começar pelo destravamento do DNPM, como bem observou nosso associado Felipe    Sampaio,com a propriedade que lhe é peculiar.Todos sabemos das dificuldades enfrentadas por este órgão há décadas e que foram minuciosamente expostas em audiência pública para discutir sua transformação em Agência (parece que este    foi um dos pontos de divergência do relator com o executivo,que queria que o processo não acarretasse aumento de despesas). Mas algumas áreas do DNPM apresentaram significativos avanços nos últimos anos, como a informatização de    vários serviços e a atualização permanente de estatísticas disponíveis em sua página na internet. Graças a elas obtivemos os dados que passaremos a discutir a seguir.
Nos últimos 10 anos (2013 até novembro) o DNPM outorgou 3.042    portarias de lavra(PL) e 1.674 Permissões de Lavra Garimpeira(PLG). Ocorre que ,considerando os últimos 4 anos,os números mostram 885 PL e 1.139    PLG,significando uma queda de 28% na média anual das PL,enquanto as PLG    tiveram um acréscimo de 70% sobre a média decenal considerada, invertendo a    proporção dos regimes de concessão. Se esta tendência continuar, nas próximas    décadas o país terá algumas minas cercadas por um imenso garimpo ,com todas as    mazelas advindas desta atividade.
Não que o garimpo deva ser proibido,mas    que se atenha àquelas jazidas cujo contexto geológico seja propício à    mineração em pequena escala,sem uso de grandes equipamentos. É o caso,por    exemplo,das ametistas no Rio Grande do Sul, que ocorrem de forma irregular em    determinados níveis dos derrames basálticos, sendo impossível uma lavra    mecanizada. Em geral são encontradas em pequenas propriedades rurais, cujos    donos conciliam a atividade extrativa com a agropecuária. Outros casos    clássicos são o dos pegmatitos da Província Borborema, no Nordeste, e os    diamantes de Coromandel, em Minas gerais.
Seria de se esperar que o    esgotamento de depósitos aluvionares de alto teor e o avanço no conhecimento    geológico, fossem transformando paulatinamente áreas garimpadas em distritos    mineiros organizados. Entretanto, verifica-se que depósitos de ouro e cobre    primários estão sendo lavrados sob o regime de PLG com utilização de    equipamentos pesados, mas sem o planejamento e a tecnologia das empresas de    mineração tradicionais. Parece que a estratégia é a ocupação da área para sua posterior legalização, através da constituição de cooperativas e a obtenção das PLG quando já existe uma situação de fato implantada. Exatamente como    ocorre na ocupação de terrenos no Distrito Federal, onde centenas de condomínios abrigam um quarto da população do DF, aguardando sua regularização, com o caos urbano instalado em Brasília.
Parece que existe    um denominador comum entre as duas situações: o voto das camadas mais simples da população, moeda forte para os políticos. Num país que ostenta uma das    piores posições no ranking mundial dos indicadores de educação, é fácil entender porque tais políticas encontram terreno fértil para prosperarem.
  Esperamos que não seja criado um novo programa de governo no estilo ‘”Meu    garimpo, minha vida” e que ,apesar do desânimo generalizado, consigamos recolocar a indústria mineral nas trilhas do desenvolvimento,com as ferramentas que hoje dispomos.

O que o Brasil tem a aprender com a Mongólia

O que o Brasil tem a aprender com a Mongólia
A Mongólia viu os investimentos estrangeiros caírem quase 50%, tudo graças a aumento de taxas, cassação de licenças e a uma política intervencionista. Os mesmos pontos que estão sendo hoje debatidos em relação ao novo Marco Regulatório da Mineração Brasileira.
Aqui, por incrível que pareça estamos tentando seguir o modelo Mongol, com o Governo Brasileiro tentando empurrar, goela abaixo, uma pílula que vai acabar com a pesquisa mineral, afugentar investidores externos e tornar o controle sobre os negócios da mineração em uma verdadeira ditadura: o novo Marco Regulatório da Mineração.
Na Mongólia, por muito menos do que isso, o país está indo à bancarrota com investidores fugindo e as receitas caindo exponencialmente. Os sinais que vemos estão em todos os cantos, até nos recentes leilões do petróleo e gás que não mais estão atraindo os grandes investidores a arriscar no Brasil.
Um bom exemplo do medo que esse tipo de regime intervencionista causa está ocorrendo agora na Mongólia onde a Turquoise Hill, a empresa que controla a super-mina de Oyu Tolgoi, faz uma nova emissão de ações. A Turquoise Hill, uma empresa de Robert Friedland e da Rio Tinto está tentando , com o lançamento de novas ações, levantar 2,4 bilhões de dólares para investir na mina de cobre e ouro da Mongólia. O projeto é um dos melhores do mundo em tamanho, teores e economicidade, mas tem um problema: está na Mongólia. A empresa, que já foi a queridinha das bolsas de valores, viu suas ações caírem 26% somente hoje.
O motivo?
Medo!
Os investidores estrangeiros não querem investir em países que mudam as regras do jogo durante o jogo, que aumentam os impostos sem pensar nas consequências que os aumentos causam nos mineradores e que controlam com mão de ferro todas as decisões importantes.
Se os nossos políticos abrirem os olhos eles perceberão que estão vendo um déjà vu do que nós iremos experimentar nos próximos anos no Brasil se o Código Mineral for aprovado como o Governo quer.
Estaremos curtindo o caos, ao lado da Mongólia, Bolívia e Venezuela, com os minérios e as riquezas ainda no chão e com o povo nas ruas.

A cegueira política não conhece fronteiras: Códigos Minerais de Quebec e do Brasil criam problemas com indígenas e mineradores

A cegueira  política não conhece fronteiras: Códigos Minerais de Quebec e do Brasil criam problemas com indígenas e mineradores

Nós não estamos sós quando o assunto é cegueira política. Infelizmente dividimos as nossas mazelas com países do terceiro mundo como a Bolívia e, também, ocasionalmente, com os do primeiro mundo como o Canadá.
Em Quebec o código atual permite ao minerador entrar e lavrar sem consultar as comunidades indígenas. No entanto, o novo código mineral, ainda em debate,  modifica o dispositivo anterior obrigando os mineradores a consultar as comunidades “se for necessário”. É um texto vago e dá margem a interpretações.
Aqui no Brasil o novo Código está repleto de textos que permitem as mais variadas interpretações e que concedem ao Governo um imenso poder.
Em Quebec o texto está em debate e as principais comunidades indígenas não o estão endossando. Elas  querem ser consultadas antes de qualquer trabalho de exploração, assim que a empresa requerer uma área em seus territórios.
Usando uma tática política clássica o Governo de Quebec encerrou os debates tentando, desta forma, aprovar o código sem dar oportunidade à oposição.
O mesmo vem sendo tentado pelo Governo Brasileiro nestes últimos anos em relação ao novo Código Mineral: aprovar sem debater.
Em Quebec as comunidades indígenas enfurecidas ameaçam recorrer aos tribunais para que o texto seja ampliado.
Aqui os mineradores tiveram que recorrer à justiça para terem suas concessões minerais, paralisadas pelo DNPM, liberadas. Apesar do esforço contrário, no Brasil, o debate já começou e assim que o Governo percebeu que poderá ser vencido no voto do Congresso, mudou de tática e adiou a aprovação do novo  código substitutivo para 2014...
A reflexão que podemos fazer nos leva de volta à máxima: cada povo tem o Governo que merece. 
No ano que vem poderemos nos redimir no voto. Pense nisso.