domingo, 2 de março de 2014

Setor mineral corresponde a 89% das exportações no Pará

Setor mineral corresponde a 89% das exportações no Pará

Minério de ferro destaca-se como a principal commodity exportada.
Dados são do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará.


Minério de ferro (Foto: BBC)Minério de ferro (Foto: BBC)
Segundo dados do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), dos US$ 7,231 bilhões em exportações totais do Pará, no primeiro semestre de  2013, as indústrias de mineração e de transformação mineral responderam por 89% desse valor. Juntas, exportaram US$ 6,421 bilhões, representando um crescimento de 7,75% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mais uma vez o destaque entre as commodities foi o minério de ferro, que representou 82% das exportações minerais do Pará, um crescimento de 17% em relação ao primeiro semestre de 2012. O cobre e o manganês também figuram com saldo positivo, apresentando um aumento de 55% e 43% das exportações locais.
Outra boa notícia é um substancial crescimento da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) nos últimos sete meses, no Pará.  O último levantamento que o Simineral recebeu do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) mostra que, em 2012, o estado arrecadou R$ 524 Milhões de CFEM. Já no período de janeiro a julho deste ano, os chamados royalties da mineração contabilizaram R$ 583 milhões, 11% a mais do que o total arrecadado durante todo o ano passado. Quando comparada à arrecadação do mesmo período, temos crescimento de 247%.
O grande destaque na arrecadação dos royalties é o município de Parauapebas, no sudeste paraense.  O município arrecadou R$ 522 milhões, praticamente o que o Pará conseguiu recolher em 2012. “E se compararmos a arrecadação no município em relação ao mesmo período do ano anterior, teremos aumento de 184%”, observa José Fernando Gomes Júnior, presidente do Simineral.
Além de Parauapebas, tiveram maior arrecadação em Canaã dos Carajás, Paragominas, Marabá, Juruti, Oriximiná e Ipixuna do Pará. “Como todos sabem, os recursos oriundos da CFEM podem ser aplicados em projetos que beneficiem, exclusivamente, a sociedade, melhorando a qualidade de vida com investimentos em infraestrutura, saúde, educação, meio ambiente, entre outros. É, exatamente, isso que esperamos dos municípios que usufruem desse direito, que possam oferecer, cada vez mais, melhor qualidade de vida à população”, ressalta o executivo.

Área em Belo Monte com vestígio de ouro é concretada pela Norte Energia

Área em Belo Monte com vestígio de ouro é concretada pela Norte Energia



 


 
 

A Norte Energia, empresa responsável pela construção da Usina Hidrelétrica em Belo Monte, localizada em Vitória do Xingu, no sudoeste do Pará, confirmou na manhã desta sexta-feira (20) que foram encontrados vestígios de ouro nas escavações das obras da UHE.

"Logo no início das escavações foi detectada a presença de ouro, após análise de amostras de solo que foram extraídas, mas era uma quantidade muito pequena, nem valia a pena explorar. Então o local foi concretado", informou Delorge Kaiser, gerente de comunicação da Norte Energia, lotado em Altamira.

O local onde foram encontrados os vestígios de ouro fica no sítio Belo Monte, onde vai funcionar a principal casa de força da UHE. Na área vão ser abrigadas 18 turbinas, responsáveis pela maior parte da energia que será gerada pelo empreendimento.

Segundo Kaiser, a primeira das 18 turbinas já começou a ser instalada no local exato onde foi encontrado o filamento de ouro. Outras seis turbinas serão construídas no sítio Pimental. "Não era uma mina, eram vestígios. Os engenheiros que estavam no comando das operações localizaram esses vestígios durante uma escavação", completou Kaiser.

Ainda segundo a Norte Energia, por ser uma quantidade pequena de ouro, o que foi encontrado não tinha viabilidade econômica de exploração.

Ouro é moeda de troca em novo garimpo no Pará


Ouro é moeda de troca em novo garimpo no Pará



Nem real nem dólar. Em um garimpo clandestino recém-surgido no meio do rio Xingu (PA), tudo é comercializado em ouro.

Cerca de 500 pessoas, entre elas uns 360 garimpeiros, organizaram uma vila à beira do garimpo -batizado como Jurucuá, por causa de uma cachoeira com o mesmo nome nas proximidades.

Pelo menos 60 balsas sugam o fundo do rio dia e noite. Os garimpeiros afirmam que o ouro encontrado no fundo do rio atinge grau de pureza de até 96, considerado bom para a venda. O minério ainda não foi encontrado em forma de pepitas, mas misturado entre a areia, a terra e o cascalho dragados.

A comida, a diversão e o salário são pagos em ouro, como testemunhou a reportagem da Agência Folha, que esteve no garimpo.

Uma refeição, por exemplo, vale um décimo de grama, o equivalente a R$9,00. Pela cotação do mercado, o grama do ouro fechou anteontem em R$90,00

Para facilitar o pagamento, os garimpeiros abrem contas nas oito mercearias da vila, que vendem também bebidas alcoólicas e mantimentos trazidos de barco de Altamira, em uma viagem que leva três horas e meia. Sete cervejas valem um grama de ouro.

O programa com uma das cerca de 20 prostitutas do local, por exemplo, sai por meio grama ou até um grama de ouro.



Até hoje nenhuma autoridade ambiental esteve no garimpo, e os garimpeiros não têm registro ou autorização para trabalhar na área. O garimpo já existe há quatro meses.

"Tirei o motor do meu caminhão para instalar na balsa e vir para este garimpo em busca do ouro. Já havia oito anos que estava afastado da garimpo e trabalhando na roça. Mas é como um vício. Basta o garimpeiro ouvir falar que apareceu ouro em algum lugar para vir correndo", disse Luiz Martins, 60.

Para montar uma balsa, o garimpeiro-empresário gasta entre R$ 23 mil e R$ 30 mil, incluindo uma voadeira (barco pequeno com motor), equipamento de mergulho e um motor acoplado a um tubo de ar de 200 milímetros, que puxa o cascalho e a areia do fundo do rio. Cada balsa tem seis garimpeiros mergulhadores, que se revezam em dois grupos de três homens e em turnos de 18 horas ou 24 horas no meio do rio Xingu.

Cada balsa -com estrutura de madeira e coberta com lona- tira entre 20 e 60 gramas de ouro por dia do rio, mas algumas balsas já chegaram a tirar até 100 gramas no mesmo período.

Os seis garimpeiros que trabalham na balsa dividem 40% do total retirado no dia. Os outros 60% ficam com o proprietário da balsa. O grama do ouro é vendido em Altamira entre R$ 60,00/70,00

Deputados mediam conflito em Garimpo

Deputados mediam conflito em Garimpo



 



 

A deputada Josefina Carmo, membro da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, presidiu uma reunião, na manhã de ontem (12/09), entre representantes de garimpeiros da Reserva Garimpeira do Tapajós, no extremo sudoeste do Pará e órgãos do setor mineral e de fiscalização no Estado. Do encontro, participaram ainda os deputados estaduais Carlos Bordalo e Edmilson Rogrigues; Hugo Rubert Shaedler, do IBAMA; Davi Leão Alves, do DNPM e Manfredo Ximenes, da CPRM e o presidente da Cooperativa de Extração Mineral do Água Branca (Coemiabra), Francisco Dias Silva (França). A representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Mariana Queiroz, não compareceu.Em pauta, a regularização de áreas da Reserva, onde a possibilidade de conflito é uma realidade.

A principal reivindicação dos garimpeiros é a de maior prazo para regularização. Para atuar, segundo França, eles precisam de duas licenças principais: a de Pesquisa de Larva Garimpeira (PLG) e a de Liberação Operacional (LO). “Não somos contra a legalização, mas precisamos de mais tempo. Estamos há mais de 40 anos na área e temos problemas em atender as exigências burocráticas, mas precisamos trabalhar. Já não agüentamos a forma arbitrária como é feita a ação dos fiscais do IBAMA, com uso da força e atos de violência; especialmente queima e destruição total dos equipamentos de trabalho”, destacou.

DESMATAMENTO – Na ocasião, Hugo Shaedler disse que a operação do IBAMA não é contra os garimpos, mas contra o desmatamento. “Fomos fiscalizar porque começaram a aparecer, nas imagens dos satélites, áreas muito grande de desmatamento nos garimpos. Temos 3 mil mapeados, mas só em 20 houve apreensão. Não há como não fiscalizar, multar e, com base na Legislação, até retirar equipamentos. Dentro das áreas de proteção ambiental (APA) e áreas de proteção integral (API) não vai haver tolerância. Mas nossa intenção não é polarizar, desde de julho que já não há apreensão. A fiscalização chega e negocia com os garimpeiros para que eles mesmos retirem as máquinas”, disse.

Quanto à regularização na concessão das terras da Reserva,Davi Leão Alves, do DNPM, falou das dificuldades do órgão. “Temos somente uma pessoa para analisar os processos de requerimento de áreas, mas gostaríamos que os garimpeiros nos indicassem os processos prioritários e nós vamos fazer uma força tarefa, com a disponibilização de mais técnicos para acelerar a análise”, afirmou. França disse que “a cooperativa já conta com um grupo de trabalho para fazer o levantamento das áreas de interesse; ação que será feita em até 60 dias”.Após essa etapa, Leão garantiu que o DNPM vai analisar os processos, verificando a disponibilidade das áreas e, em um prazo de 60 dias, liberar a concessão, através de edital.

Como a SEMA não mandou representante, a Comissão determinou a convocação do secretário, César Colares à Assembleia, para solicitar ampliação do prazo para as licenças. A partir da concessão das áreas, pelo DNPM, os garimpeiros teriam 90 dias para obter as licenças na SEMA e trabalhar em paz. Os prazos e propostas foram aprovados pelos garimpeiros e a deputada Josefina Carmo garantiu que vai continuar o empenho. “Vamos fazer quantas reuniões forem necessárias e procurar todos os órgãos para que vocês possam trabalhar com tranqüilidade”.

Descoberta do trecho de Serra da Carnaíba - ESMERALDA

Descoberta do trecho de Serra da Carnaíba

O Garimpo de Serra da Carnaiba fica localizado na cadeia de serras das Jacobinas, no município de Pindobaçu-Ba, no centro norte baiano na microrregião de Senhor do Bonfim-Ba, e distam 414 km da capital. Para chegar ao local de exploração, dirija-se ao Povoado de Terezinha na BA-131 e em seguida entre a direita por uma estrada carroçável por cerda de 13 km. O garimpo de Serra da Carnaíba, como o histórico de outras minas de pedras preciosas, não percorreu por um caminho diferente: fantasia, cobiça e tragédias serviram como desafios na exploração desse recurso oferecido pela natureza. Os habitantes como em qualquer um outro povoado, viviam uma vida simples, concentrada na pobreza que se estendia entre as gerações e tinham como economia a extração do babaçu e do ouricuri, abundantes na região que eram transformados em fonte de renda, estes eram comercializados por comerciantes compradores de produtos regionais e assim iam tendo como meio de sobrevivência a colheita de tais frutos. Ao redor do povoado eram encontradas umas pedrinhas verdes, que davam indícios sobre a possível produção de esmeraldas. Mesmo assim para a população do citado povoado isso não significava muito. Só depois do conhecimento da descoberta das esmeraldas da Salininha (Garimpo de esmeraldas de Pilão Arcado) e com o aparecimento de algumas amostras na cidade de Campo Formoso, comprovou-se que os moradores de Carnaiba estavam enganados ao quanto não atribuírem valores comerciais aquelas pedrinhas verdes, cujas eram encontradas facilmente pelos moradores. As pedrinhas preciosas que eram encontradas no povoado da Carnaíba eram das mesmas espécies encontradas na Salininha e por isso não podiam deixar de gozar de alto preço pago pelo mercado nacional e eram ainda mais caras no comércio internacional de pedras preciosas.
Carnaíba ou carnaúba é uma espécie de palmeira que pode ser usada para extrair cera. A Serra da Carnaíba recebeu este nome devido á alta concentração de carnaíba.
Palmeira de semente oleaginosa e comestível, das quais se extrai óleo nutritivo, também usado na indústria.



Dona Modesta de Sousa, esposa de seu Manoel Cerino conhecido por Manelinho, começou através de sonhos, terem uma visão onde à mesma afirmava que no seu sonho visualizava uma porção de garrafas verdes movimentadas pela cachoeira da Pedra Vermelha, no Riacho dos Borjas no alto da Serra da Carnaiba. E diante das suas visões, esta senhora solicitava ao seu esposo que ele fizesse uma visita até ao local do sonho. Pela a dificuldade de acesso à cachoeira, Manelinho esperou que a esposa sonhasse mais algumas noites até se tornar incomodado e atender seus pedidos. Conforme expõe relatos feitos por Manelinho concedidos à Freitas, (2004, p.24), a descoberta do Trecho da Serra aconteceu assim:

[...] Certo dia, não suportando mais ouvi, minha mulher contar seus sonhos e visões, resolvi subir a serra. Ao chegar ao espinhaço da serra desci pelas beiras da cachoeira segurando nos cipós para não cair. Na beira do riacho, só foi ciscar um pouco a terra e achei muitos berilos (Pedra semipreciosa composta de silicato de alumínio e glucínio). Desci mais uns dez metros, acompanhando o veio, afastei uma touceira (Moita) de capim e a esmeralda apareceu, quase a flor da terra. Na mesma hora marquei para mim um corte de uns dezesseis palmos quadrados. Na primeira semana a produção de esmeraldas foi tamanha que três homens fortes não conseguiram levar tudo para carnaiba de Baixo. Com um mês já tinha pedra suficiente para encher uma lata de querosene. Vendi tudo a Juca Marques, de Campo Formoso, por 15 contos.