domingo, 13 de abril de 2014

Governo vai licitar 210 mil hectares de floresta e regularizar 32 garimpos no Pará

Governo vai licitar 210 mil hectares de floresta e regularizar 32 garimpos no Pará

ITAITUBA - O Serviço Florestal Brasileiro vai licitar uma área de 210 mil hectares na Floresta Nacional (Flona) de Amana, no Pará, para exploração de madeira. Junto com essa concessão florestal, um processo muito mais polêmico acontecerá paralelamente: a regularização de 32 garimpos de ouro que funcionam dentro desta unidade de conservação. Demarcada em 2006 sobre um local onde o garimpo de ouro se instalou há cerca de 30 anos, o decreto de criação da Flona autoriza a mineração dentro de seus limites. No entanto, atualmente, a ilegalidade é total. Apenas 17 lavras têm algum tipo de documentação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e nenhuma possui licença ambiental para operar.
Esses garimpos que desmatam sem controle e jogam mercúrio na água são os maiores inimigos da natureza
Da forma como atuam hoje, esses garimpos são, segundo o Diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Pires, "os piores inimigos da natureza". O diretor acredita, entretanto, que é possível conciliar a proteção da Flona com a atividade, desde que haja um licenciamento muito rigoroso dessas lavras.
- É possível proteger a Flona, através de um bom processo de licenciamento, que regule a supressão de vegetação, que contenha os rejeitos e determine medidas que minimizem o impacto. Agora, esses garimpos que desmatam sem controle e jogam mercúrio na água são os maiores inimigos da natureza - observou.
O chefe da Flona de Amana, Ricardo Jerozoolimski, contou que a decisão de permitir a continuidade dos garimpos na unidade de conservação foi tomada para atender à demanda dos garimpeiros, que já estavam na região antes da criação da Flona, e do próprio Ministério de Minas e Energia. A região, que se estende às margens do Rio Tapajós, teria a maior jazida de ouro do mundo. Os garimpos que operam dentro da Flona terão que ser regularizados e não poderão ser ampliados. Novos empreendimentos dessa natureza não poderão ser criados.
Vamos ter que observar se a degradação vai aumentar. Há experiências bem sucedidas
Para Adalberto Veríssimo, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a permissão do garimpo na Flona de Amana foi "um bom arranjo", já que atende uma demanda social que não coloca em risco necessariamente a integridade da floresta.
- A mineração, em tese, não é incompatível com uma unidade de conservação de uso sustentável (categoria na qual as Flonas se enquadram), cuja função primária é a proteção da biodiversidade e em segundo lugar é a geração de renda. Eu não sou contra, desde que haja um licenciamento adequado. Vamos ter que observar se a degradação vai aumentar. Há experiências bem sucedidas - disse.
Presente à audiência pública que aconteceu semana passada em Itaituba, cidade que margeia a Flona, o presidente da Associação de Mineração de Ouro do Tapajós, José Antunes, explicou que todos os garimpeiros que trabalham no local _ 758, segundo o Serviço Florestal_ estão em processo de regularização e deverão estar totalmente legais até o final do ano. Antunes estima que 100 quilos de ouro sejam retirados mensalmente da Flona de Amana, gerando um faturamento mensal de cerca de US$ 3,9 milhões.
Para se ter uma ideia da importância do negócio, há 30 pistas de pouso de pequenos aviões dentro da Flona. Pessoas que moram em Itaituba contam que no auge da exploração de ouro, no início dos anos 80, o pequeno aeroporto da cidade era o mais movimentado do mundo. Ao desembarcar no município, uma pintura imortaliza uma imagem registrada na época, quando um avião chegou a pousar sobre o outro, tamanho o fluxo aéreo.
- Quem segura a economia de Itaituba é o ouro. Aqui tá todo mundo ligado na cotação. Todo mundo sabe que a onça de ouro (31,1g) tá valendo hoje US$ 1.207 - disse Antunes, explicando que fora do centro da cidade, o minério é usado como moeda de troca:
- Se eu vou comprar uma quantidade grande de óleo diesel, eu pago em ouro. Mil litros de diesel dá 40 gramas de ouro.
Embora a atividade movimente imensas quantias de dinheiro, um rápido olhar por Itaituba, cidade de 127.000 habitantes, acusa que muito pouco dessa fortuna fica na região. A cidade é dona do pior IDH do oeste paraense e tem altas taxas de desemprego e analfabetismo. De acordo com o Censo 2000 do IBGE, 18% da população do município não sabe ler ou escrever. Nas ruas, o esgoto corre livremente e deságua sem pudor sobre as águas do rio Tapajós. É comum ver espalhado pela cidade grandes quantidades de lixo, atraindo ratos, baratas e cães famintos.
O Serviço Florestal Brasileiro, órgão responsável pela gestão de florestas públicas, espera que com o início da concessão da Flona, a presença do Estado se instale de vez, acabando com a ilegalidade também no garimpo. Segundo o órgão, o relatório sobre a presença dos garimpeiros na unidade foi entregue ao Ministério de Minas e Energia para providências. Um termo de ajustamento de conduta terá de ser assinado pelos donos dos garimpos. Além disso, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, gestor das unidades de conservação, tem poder de polícia e pode autuar os delitos ambientais ali praticados. O que muda com a concessão, é que parte do dinheiro pago pelas empresas vencedoras da licitação vai para o Chico Mendes, que atualmente não consegue ter presença atuante no local.

O Sul de Minas foi povoado graças aos garimpeiros


O Sul de Minas foi povoado graças aos garimpeiros

O Sul de Minas exibiu uma série especial sobre as pedras preciosas mineiras. Dividida em quatro reportagens, os repórteres percorreram os Vales do Mucuri e do Jequitinhonha para mostrar como o garimpo ainda é forte em Minas.  Pedras que fascinam e alimentam sonhos, a capital nacional das pedras é Teófilo Otoni.
EPTV exibe série de quatro reportagens sobre as pedras preciosas mineiras (Foto: Reprodução EPTV)EPTV exibe quatro reportagens sobre as pedras preciosas mineiras (Foto: Reprodução EPTV)
Turmalinas, topázios, ametistas, esmeraldas, águas-marinhas, quartzo. Um terço das pedras preciosas vendidas no mundo são do Brasil. Minas Gerais é o estado líder na exploração das pedras coloridas. Você sabia que por causa das pedras preciosas que o Sul de Minas foi povoado?



Na segunda reportagem da série ‘Pedras de Minas’ os repórteres mostraram como Teófilo Otoni se tornou referência mundial dessas preciosidades. Milhares de pessoas vivem deste setor da economia na cidade, tudo isso, em um município que não extrai um quilate sequer desses minerais.





A vida dos garimpeiros no Norte de Minas são muitos os profissionais, mas poucos conseguem a sorte grande. Os repórteres visitaram uma grande mina de quartzo rosa, quase na divisa com a Bahia. A pedra do amor é encontrada a olho nu em grandes paredões.



A pedra como adorno de joia que agrada em cheio as mulheres. As pedras preciosas também são usadas pelos místicos em terapias alternativas. Dizem que elas irradiam energia e protegem contra forças ocultas.


 

http://globotv.globo.com/globo-news/conta-corrente/t/todos-os-videos/v/amsterdam-sauer-conta-com-21-lojas-espalhadas-pelo-brasil/3276802/

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sábado, 12 de abril de 2014

O Gás do "Xisto"

O Gás do "Xisto"



Uma nova fonte de combustível fóssil está mudando o panorama energético de alguns países e promete ser o início de uma nova era no panorama energético mundial: o gás natural extraído de folhelho (shale gas, em inglês).
Folhelho é uma rocha argilosa de origem sedimentar; xisto é uma rocha metamórfica, de outra origem, portanto. Mas, há uma longa e equivocada tradição brasileira, inclusive entre técnicos da Petrobras, de chamar folhelho (shale) de xisto (schist), daí se falar muito em gás de xisto.

A obtenção de gás natural e óleo a partir de folhelho não é novidade e nos Estados Unidos ela vinha sendo tentada desde 1821.  No Brasil, antes mesmo da criação da Petrobras o Conselho Nacional do Petróleo já estudava um meio de extrair óleo de folhelho betuminoso da Formação Irati, iniciando uma usina-piloto em Tremembé (SP), no Vale do Paraíba. Com a criação da Petrobras, em 1954, os estudos continuaram e desenvolveu-se o Projeto Petrosix, também em escala piloto e em Tremembé. Mais tarde, a Petrobras criou a Superintendência de Exploração do Xisto  e um projeto semi-industrial em São Mateus do Sul (PR), que hoje processa 5,5 mil toneladas de folhelho por dia e produz cerca de 4.000 barris/dia de óleo. Esse processo já despertou inclusive interesse internacional, tendo sido exportado para Jordânia, Marrocos, Estados Unidos e China. Ele produz, além de óleo e gás, nafta e enxofre.
O óleo extraído do folhelho betuminoso é chamado de querogênio e tem as mesmas utilizações do petróleo.
Os processos usados até recentemente eram antieconômicos. A mudança começou em 1990, quando George Mitchell, magnata do petróleo texano descobriu uma nova maneira de extrair o gás do folhelho.  Seu processo deu tão certo que levou os Estados Unidos a reduzirem a importação de petróleo e o uso de carvão mineral e em 2009 pela primeira vez aquele país exportou mais combustíveis fósseis e seus derivados do que importou.
O preço do gás natural caiu, nos Estados Unidos, de US$ 9 por milhão de BTU (unidade britânica de calor) para US$ 1,82 (no Brasil, o gás custa cinco vezes mais).  Prevê-se agora que o gás assim obtido será o combustível mais importante do século XXI, tão grandes são as reservas de folhelho betuminoso espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil.
O gás do folhelho responde, por enquanto, por apenas 8% da eletricidade gerada nos EUA. Segundo a Agência Internacional de Energia, a partir de 2035 ele poderá atender 8% da demanda mundial. Em 2000, o gás de xisto representava 1% do total de gás natural consumido nos Estados Unidos, mas hoje corresponde a 16%. Em 2035, poderá chegar a 46%, tornando aquele país autossuficiente em gás natural.
A produção de gás a partir do folhelho é crescente hoje também em países como Canadá, México, Argentina (5% do consumo nacional) e África do Sul.

Reservas internacionais de gás em folhelho

As reservas em folhelho representam 10% do total do petróleo e 32% do gás disponíveis no planeta, segundo a Agência de Estudos sobre Energia dos Estados Unidos.
Mais de trinta países possuem reservas de gás em folhelho, mas poucos aproveitam comercialmente essa fonte de energia. As maiores reservas mundiais estão na China (36,1 trilhões de metros cúbicos), que só em março de 2012 perfurou seu primeiro poço. O segundo colocado em reservas são os Estados Unidos (24,4 trilhões de metros cúbicos), seguindo-se o México (19,3 trilhões)
O folhelho betuminoso, que fornece óleo, é importante em países como o Canadá, mas, em temos globais, é menos importante que o folhelho que fornece gás.

O novo processo de obtenção do gás

A extração do gás contido no folhelho utiliza duas técnicas. Uma é a chamada fratura hidráulica (fracking, em inglês) e consiste em fraturar as finas camadas de folhelho com jatos de água sob pressão. A água recebe adição de areia e de produtos químicos que mantêm abertas as fraturas provocadas pelo impacto, mesmo em grandes profundidades. A segunda técnica é aquela desenvolvida por George Mitchell: a perfuração horizontal da camada de rocha portadora de gás.

O folhelho betuminoso no Brasil

O Brasil conta com grandes áreas de folhelho betuminoso, não só no Paraná, já citado, mas também no Rio Grande do Sul e em outros sete estados pelo menos.
Em 1979, a Comissão Especial do Xisto, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, defendeu a instalação, naquele estado, de uma usina de processamento do folhelho pirobetuminoso lá existente, cujas reservas potenciais já eram conhecidas.  A proposta, porém, não foi levada adiante.
A Agência Internacional de Energia coloca o Brasil em 10º lugar em temos de reservas de folhelho (China, Estados Unidos e Argentina são os primeiros colocados). As reservas brasileiras estão sobretudo na Bacia do Paraná, na Formação Irati, que ocorre na região Sul, além de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, e são de 6,4 trilhões de metros cúbicos.
Atento à importância dessa nova fonte de energia, o governo brasileiro decidiu testá-la e, em outubro de 2013, fará o primeiro leilão de áreas portadoras desse tipo de jazida.
Segundo Adriano Pires, da empresa de consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura, se o gás de folhelho se mostrar viável e barato no Brasil, “tem tudo para reduzir a importância do pré-sal”.
Em setembro de 2012, a Shell anunciou que no ano seguinte abriria o seu primeiro poço em busca de gás em folhelho, na bacia do rio São Francisco, em Minas Gerais. Representante daquela empresa disse que a Shell caminha rumo a uma produção de gás maior que a de petróleo, embora ambos os combustíveis continuem sendo importantes para ela.

O gás do folhelho e a questão ambiental

A extração do gás natural a partir dessa nova fonte não está livre de efeitos colaterais indesejáveis. O processo utiliza grandes volumes de água e, o que é pior, com adição de produtos químicos como o benzeno, o que resulta em uma água ácida. Doenças no gado e em outros animais têm sido atribuídas à contaminação do solo por essa água e teme-se até que a extração do gás por fraturamento da rocha provoque pequenos tremores de terra.
A preocupação é tão séria que o processo está proibido na França, Bulgária e em alguns estados da Austrália, Alemanha e Espanha. Até mesmo o Estado de Nova Iorque, nos EUA, proíbe sua utilização, pois a água que abastece a cidade vem do aquífero onde está o gás. Aqui, as diretorias da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Academia Brasileira de Ciências solicitam que seja sustada a licitação de áreas para a explotação de gás de folhelho (...) por um período suficiente para aprofundar os estudos (...) sobre a real potencialidade da utilização da fratura hidráulica e os possíveis prejuízos ambientais.
Os aditivos mais frequentemente usados totalizam cerca de sessenta substâncias.
Há temores também de que o metano contido no folhelho possa escapar para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Na Pensilvânia (EUA), em certos locais próximos a minas de gás em folhelho a água sai da torneira com tanto metano que é possível pôr fogo nela. Mas, ainda não se conseguiu confirmar a procedência desse metano.
No Brasil, o aproveitamento do gás existente em folhelhos está longe de ser um consenso entre os geólogos. A Agência Nacional de Petróleo diz estar estabelecendo as regras para sua extração, mas elas não estarão prontas até outubro, quando será realizado o primeiro leilão de áreas para extração de gás.  A preocupação é muito procedente, pois em São Mateus do Sul a USP verificou excesso de poluentes atmosféricos e até mesmo presença de mercúrio no leito de um rio, o que motivou ação da promotoria local contra a Petrobras.

FALANDO UM POUCO SOBRE OPALA

A cidade tem como principal produto de sua economia a extração de pedras semipreciosas, com destaque para as minas de opalas, que são as mais belas e puras encontradas em todo o solo brasileiro. Também se destaca um rico artesanato à base de fio de algodão, que dão origem a belas tapeçarias e redes.
 FALANDO UM POUCO SOBRE OPALA
OPALA - a origem do nome é uma palavra sânscrita, "Upala", que significa pedra preciosa. Sua característica principal é a sua opalescência, que é um fenômeno de irisação em forma de arco-íris que varia segundo o ângulo em que se olha. Há algumas décadas as principais minas se estavam na Austrália, hoje porém o principal produtor mundial é o Brasil com sua jazida na cidade de Pedro II  no Piauí. Muitas opalas brasileiras são levadas para a Austrália e lá vendidas como "australianas".
As opalas são pedras conhecidas pela sua grande variedade de cores na mesma pedra. Seu jogo de cores varia segundo o ângulo em que se olha. Há tempos atrás, estas cores eram explicadas como sendo uma refração da luz sobre lâminas muito finas. Hoje sabemos que são minúsculas esferas do cristal cristobalita inclusos em uma massa de sílica. Opalas de elevada qualidade chegam a ser mais valiosas que os diamantes, podendo chegar a U$ 20.000 por quilate.
TIPOS DE OPALA
A Opala Nobre tem um corpo branco com brilho de várias cores. A Opala Negra pode ser preta, azul escura, verde escura ou cinzenta com vivo brilho de várias cores (vermelho, rosa, verde garrido). Ocasionalmente pode ser tingida noutras cores. A opala simboliza a fé, a abundância e a pureza. Na idade média, loiras raparigas jovens usavam opalas nos cabelos para as proteger. Escritores medievais acreditavam que o uso das opalas dava poder da invisibilidade. Dizia-se ainda que tinham efeito benéfico sobre a visão, afastavam os espíritos maus, favoreciam as crianças, o teatro, as diversões, as amizades e os sentimentos. As opalas devem ser tratadas com cuidado, evitando riscos, produtos químicos e elevadas temperaturas. Para manterem o brilho, devem ser limpas com um pano macio. Não devem ser limpas na ultrasónica. As principais opalas são de origem australiana, mexicana e norte-americana.
OPALAS DE PEDRO II
A opala de Pedro II apareceu, por acaso, no final dos anos de 1930, quando um senhor conhecido por Simão, que na época estava fazendo um roçado em um lugar denominado “Crispim” (onde hoje é a grande mina do “Boi Morto”), era época da limpa da mandioca no referido roçado. A pedra foi levada a capital, Teresina, e lá mostrada a um engenheiro, sendo confirmada como opala, uma pedra semipreciosa.
         Em Pedro II, já foram encontradas opalas de aproximadamente 30 minas diferentes, tendo como principais, as minas do Boi Morto, Roça dos Pereiras, Bom Lugar e Centro. Em 50 anos de exploração, tendo sido encontradas já várias toneladas de opalas, estudos feitos pela CPRM, comprovam que ainda restam 80% das reservas de opalas do subsolo pedrossegundense.
Em Pedro II, devido a sua grande diversidade de minas, encontra-se uma incrível variedade de opalas, com as mais diversas cores, formas e tamanhos, encontradas nos aluviões do Rio Corrente às planícies da Chã do Lambedor e aos desfiladeiros do Boi Morto. A opala mais famosa pesou 4,3 quilos e foi encontrada na Mina Pajeú, em 1996. Tudo isso proporciona rara oportunidade aos turistas que visitam Pedro II, de conhecerem e vivenciarem toda esta diversidade em atividade. São mais de 500 a 600 garimpeiros que sobrevivem da extração de opalas e de vez em quando encontram a sorte quando encontram uma gema de excepcional qualidade.
Atualmente uma opala de qualidade extra, os garimpeiros chegam a vender por até R$ 300,00 o grama.
Depois estas opalas são lapidadas e transformadas em jóias que estão à venda em algumas lojas da Cidade, montadas em prata 950 ou em ouro 18 K. Também é impossível uma visita às lapidações de opalas, onde é possível conhecer todo o processo de beneficiamento desta tão rara pedra semipreciosa, desde sua extração, onde as pedras são encontradas de forma bruta, até sua lapidação, feita ainda de forma artesanal e rudimentar.
Ao longo das sertanias foram instaladas minas que se multiplicaram e movimentaram o comercio de extração dos minérios, uma das maiores fontes de renda do município. As opalas são lapidadas e usadas para compor brincos, anéis, pulseiras, colares e usado também como talismã energético, por sua grande concentração de luz.
ARTESANATO
A nossa história começa por um fio...
Até estarmos prontos para tecer nosso próprio destino, até que cortem nosso cordão umbilical, é um fio que nos dá a vida no ventre materno.
Talvez por isso, a história da tecelagem é sempre relacionada à figura feminina. Através do tempo, personagens mitológicos e princesas de conto de fadas protagonizaram tramas ligadas ao tear, ao fio. Fios que percorrem a existência humana e que através das mãos das mulheres eternizam uma das mais belas e simples atividades criativas do ser humano, o tecer.

   
Algumas mulheres de Pedro II, ainda dão continuidade a essa arte, mantendo viva uma tradição secular iniciada em 1895, com a chegada do Padre Joaquim de Oliveira e das irmãs Honorina, Mariana e Severa. Passando de mão em mão, de tear em tear, fio a fio, elas garantem a beleza e a originalidade de suas criações. A intuição e a sensibilidade dessas tecelãs dão cores, formas, texturas e resgatam o rico imaginário dos povos que viviam nas cavernas e grutas da Lapa.
Alternativa de ocupação e renda na sociedade piauiense, o artesanato tem importância secular. Em Pedro II encontramos alguns dos mais expressivos centros de produção de tecelagem manual do Estado do Piauí. Ali se confeccionam de forma constante, redes, mantas, mochilas, tapetes, bolsas, almofadas e cobertas.
A fabricação de redes apresenta-se como um potencial para o investimento no Município de Pedro II. Do setor, resulta um produto de grande atratividade turística para a região, confeccionado por artesãs que são famosas pela qualidade dos seus produtos.  Atualmente, existe uma Cooperativa Artesanal de Redes de Pedro II, fundada em 1978, que trabalha no sentido de organizar e orientar as mulheres rendeiras (que fazem redes), principalmente no que diz respeito ao atendimento da demanda existente no setor econômico e a busca do melhor mercado consumidor para os produtos gerados com a atividade artesanal.
Utilizando-se de técnicas artesanais os artesãos de redes de Pedro II, apresentam uma produção média de redes mês em torno de 371 redes/mês, cada. Os tipos mais produzidos são redes de linha e redes solo a solo. A matéria-prima utilizada é adquirida no próprio município e segundo os produtores pesquisados, não há dificuldades para adquiri-la.
Apesar da maior parte da produção de rede de Pedro II ser destinada a venda em outros mercados, fez um levantamento no mercado municipal com o objetivo de traçar algumas características do segmento de redes.
No levantamento constatou-se que os comerciantes comercializam o produto fabricado no próprio município, comprado diretamente do produtor, sendo os tipos mais vendidos, a rede solo-a-solo (80% da demanda) e a rede fio-a-fio 20%.
60% suprem seus estoques com freqüência semanal, 20% semanal e 20% mensal.
Não há dificuldades para se encontrar o produto no município e a relação dos comerciantes com seus fornecedores é considerada satisfatória.
Ao contrário da forma de compra (onde 90% dos comerciantes compram a prazo) a forma de venda mais praticada por eles, é a venda a vista (90%).
Os comerciantes acreditam que o setor será fortalecido com mais investimentos que possibilitem aumento na escala de produção; instalações mais adequadas para a produção; subsídios para a exportação e financiamentos (capital-de-giro).
A economia da cidade é ainda alimentada com a venda de outros produtos, para cidades e estados circunvizinhos, como: o couro caprino e bovino, o pó e a cera da carnaúba, castanha do caju, mel de abelha, tomate, pimentão, farinha de mandioca, fava, milho em grão e dentre outros produtos.