domingo, 13 de abril de 2014

Colossus demite e não paga

Colossus demite e não paga
Funcionários demitidos da mineradora Colossus fazem protesto em Curionópolis. Mais de 400 funcionários foram demitidos pela Colossus. Segundo estes funcionários a canadense ainda não pagou os direitos trabalhistas e indenizações.
A mineradora é sócia da cooperativa de garimpeiros de Serra Pelada, a Coomigasp e está ameaçada de perder absolutamente tudo, se prosperar um Projeto de Decreto Legislativo  da Câmara dos Deputados de Curionópolis. Este projeto anula a portaria de lavra dada à Colossus-Coomigasp e foi aprovado, por unanimidade, nesta quarta-feira, pelos deputados de Curionópolis.
Como um decreto municipal pode anular uma portaria de lavra federal? Esta é a pergunta que será respondida nos próximos capítulos do imbróglio Colossus.

Minério de ferro: China importa 21% a mais em março

Minério de ferro: China importa 21% a mais em março
O mês de março foi positivo aos mineradores de minério de ferro. Neste período, as importações chinesas cresceram 21% para 73,96 milhões de toneladas de minério.
É o maior volume em mais de 1 ano. Esta tendência já havia começado em fevereiro quando as importações cresceram 15%.
Aproveitando os preços ainda baixos as siderúrgicas compraram mais, mas não aumentaram a produção na mesma proporção. Talvez grande parte desse minério esteja servindo de colateral para os mega empréstimos bancários que estão sendo feitos na China.

Água ácida a herança maldita das minas de ouro Sul-Africanas

Água ácida a herança maldita das minas de ouro Sul-Africanas
É chegado o momento de reabilitar o meio ambiente e mitigar a poluição causada por mais de um século de lavra de ouro na África do Sul. As mineradoras atravessaram ciclos de grande lucratividade, mas nem todas se prepararam para o fechamento das minas exauridas e a reabilitação do meio ambiente. O mesmo ocorreu com o Governo, que não exigiu destas mineradoras planos de fechamento de mina que fossem viabilizados antes do abandono.
Todo o geólogo de projeto insere no seu cash flow os custos da reabilitação do meio ambiente a ser feita no fechamento da mina. É um procedimento padrão. Parece que no caso de várias minas sul-africanas isso não foi feito. Agora eles terão custos superiores a 1 bilhão de dólares só para tratar a água ácida que vaza das operações mineiras fechadas. O Governo quer que a água seja potável quando retornada ao meio ambiente e, naturalmente, isso tem um custo. No país existem mais de 6.000 minas abandonadas onde a água é ácida e não está sendo tratada.
O assunto é sério e até hoje, nenhuma mina fechada recebeu o cerificado ambiental após o fechamento.
É uma herança maldita de um processo que já produziu mais de 1,5 bilhões de onças de ouro que se fossem vendidas hoje propiciariam um retorno de mais de 4,5 trilhões de reais: mais do que a metade de todo o ouro já produzido no mundo.
Com o fechamento das minas resta o desemprego, comunidades abandonadas e a poluição.
O Governo sul-africano está, agora, querendo mudar esta situação obrigando as mineradoras a fazer um plano de fechamento de mina que tenha um relatório ambiental para aprovação antes da mina ser efetivamente fechada.
O custo total está estimado em 4 bilhões de dólares que é um pouco menor do que 2% das vendas do ouro. No entanto, como esse dinheiro não foi provisionado nem pelas mineradoras ou pelo governo, o país corre um sério risco de herdar os problemas e a poluição das minas abandonadas.
São problemas sérios que devem ser, sempre, considerados.
Aqui no Brasil o novo Código de Mineração, que ainda está para ser aprovado, já trata do assunto do fechamento da mina e da recuperação ambiental, mas não trata do possível abandono das populações que se estabelecem em torno das minas e que são abandonadas no fechamento destas.
Vale a pena rever esse ponto e inserir algumas linhas que evitem o que está ocorrendo hoje na África do Sul.



Rio Grande, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, é ameaçado pelo garimpo

Rio Grande, na divisa de São Paulo e Minas Gerais, é ameaçado pelo garimpo



SÃO PAULO - O garimpo vem comprometendo o meio ambiente no Rio Grande, na divisa de São Paulo e Minas Gerais. Segundo a Polícia Ambiental, a atividade compromete o habitat e a reprodução de espécie de peixes.
- É mexido em todo o leito do rio e todo este material acaba sendo carreado e deixado em alguns pontos específicos, formando morros que ficam bem visíveis quando o leito abaixa. Altera a qualidade das águas e vai mexer no habitat dos peixes, podendo influir também na reprodução - declara Tenente Alessandro Daleck, Polícia Ambiental.
No local há dezenas de estruturas flutuantes, conhecidas como barcaças, que ficam espalhadas na água. Nelas garimpeiros fazem a extração ilegal de diamantes. Homens mergulham a mais de 20 metros de profundidade de maneira improvisada, para retirar pedras do fundo do rio.
O material é peneirado para tentar encontrar os diamantes. O sonho de todos é encontrar a pedra da cor rosa, a mais valiosa, o kilate vale mais de um milhão de reais e lá tem milhares de kilates, Os diamantes retirados do rio são comprados e revendidos para o exterior ilegalmente, sem pagamento de impostos.
- Todo lugar onde a gente trabalha tem comprador. Em Rio Preto, tem aqui em Frutal, tem Franca, tem Belo Horizonte, todo canto tem comprador, mas eles que vão pegar daqui e levar para o seu país - explica.
Os garimpeiros vivem em situação bastante precária, fazem o serviço arriscado e ficam com menos da metade do valor das pedras vendidas para os atravessadores.
Durante operação no Rio Grande, a Polícia Ambiental apreendeu diamantes, motores, e equipamentos usados na extração ilegal. Todos os materiais vão ficar à disposição da Justiça.
Garimpeiro hoje infelizmente é tratado como assaltante, bandido, uma injustiça esse Brasil, enquanto Brasília...

Três mil garimpos clandestinos no Pará ameaçam Rio Tapajós

Três mil garimpos clandestinos no Pará ameaçam Rio Tapajós

SÃO PAULO — Cerca de três mil garimpos clandestinos ameaçam unidades de conservação, reservas indígenas e rios na região do Tapajós, no Sul do Pará, a área mais preservada da Amazônia Legal. Em cada um trabalham de dez a cem homens, mas alguns chegam a ter 500. Só num trecho de dois quilômetros há 63 dragas cavando o leito do Rio Tapajós em busca de ouro. O número está num relatório do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que monitora as unidades de conservação federais. Segundo o documento, mesmo garimpos com autorização de lavra não têm estudos de impacto ou licença ambiental.
— Neste trecho do Rio Tapajós onde as dragas operam está a maior concentração acumulada de ouro. O problema é que a venda é clandestina, fica muito pouco para o município — diz Valfredo Pereira Marques Júnior, diretor de Meio Ambiente e Mineração da Secretaria de Meio Ambiente de Itaituba.
A extração legal de ouro paga aos cofres públicos apenas 1% de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), dos quais 12% vão para a União, 23%, para o estado e 65%, para o município. Hoje, o ouro ocupa o segundo lugar na exportação mineral do país, atrás apenas do ferro.
O ouro começou a ser explorado na década de 50 no Rio das Tropas, afluente do Tapajós, e sempre foi a principal fonte de renda da população. Com o aumento do preço no mercado internacional, acentuado a partir de 2008, só a região de Itaituba — que inclui os municípios de Trairão, Jacareacanga e Novo Progresso — recebeu cerca de cinco mil novos garimpeiros.
A rapidez da destruição assusta até quem apoia o garimpo. Em fevereiro, o deputado federal Dudimar Paxiúba (PSDB-PA), de Itaituba, ex-garimpeiro, discursou na Câmara federal e se disse preocupado pelo fato de as reservas naturais “estarem sendo depredadas com rapidez impressionante”.
— Pelo menos metade das dragas chegaram de dezembro para cá. Os clandestinos são ousados, operam também com escavadeiras na mata. E não é só o ouro. Estão retirando areia, pedras, brita e cassiterita — conta Marques Júnior.
Segundo o Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará, só em 2010 foram dadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) duas mil autorizações para a instalação de lavras de garimpo na região. Segundo levantamento do GLOBO, das 610 lavras garimpeiras de ouro ativas no país, 473 estão no Pará, sendo 457 em Itaituba. Alguns garimpos ainda são manuais e usam mercúrio, poluindo a água e contaminando peixes.
Em abril, o governo do Pará proibiu dragas e pás carregadeiras no leito do Tapajós. Houve protestos dos garimpeiros e foi iniciada uma negociação. Segundo Marques Junior, uma instrução normativa deve ser editada pelo estado este mês.
Apenas em Itaituba, a estimativa é que sejam retirados cerca de 2500 quilos de ouro por mês e que 80% do dinheiro em circulação venham do garimpo. A compra e venda de ouro é tão comum que há balanças para pesar o metal em farmácias, bares e armazéns.