quinta-feira, 1 de maio de 2014

Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum

Corindo – Mineral Coríndon, Coríndon ou Corundum
O corindo é o mineral mais duro na natureza depois do diamante. Por este motivo só pode ser riscado e trabalhado por ele. A palavra corindo surgiu nos meios científicos europeus no fim do século XVIII, quando foram trazidos da China cristais de um mineral que nesse país era pulverizado e usado como abrasivo. Era idêntico ao comercializado pelos mercadores de Bombaim com o nome de kurund ou corundum.
foto de cristal corindo
As análises demonstraram que a sua composição era a mesma da telesia (em grego “perfeito”), nome que o célebre vulcanólogo francês René Just Haüy havia atribuído ao rubi e à safira, ambos usados como gemas. Foi o próprio René quem identificou o corindo como telesia e optou pelo novo nome indiano, para evitar confusões com as denominações europeias tradicionais.
O mineral corindo é composto por 53% de alumínio puro, pode conter pequenas quantidades de cromio, ferro e titânio, impurezas que lhe dão os diferentes coloridos. O corindo comum é pouco brilhante e não transparente, de cor cinzenta, por vezes róseo, amarelo ou verde. Das gemas, as variedades mais conhecidas são o rubi de cor vermelha e as safiras, azul carregado (safira propriamente dita), incolor (leucossafi ra), amarela (topázio oriental), verde (esmeralda oriental), roxa (ametista oriental) ou rósea.
Existe ainda uma variedade que é corindo maciço, granular, cinzento a negro, que juntamente com magnetite, hematite e espinela formam uma rocha denominada esmeril. Mohs classifi cou-o no grau 9 da sua escala de dureza. Tal como o diamante que é o único mineral com dureza 10, o corindo é a única substância natural de dureza 9. Génese. O corindo é um mineral típico das rochas metamórficas, isto é, das que se formam a partir de rochas preexistentes quando submetidas a altas pressões e temperaturas.
Também pode ser encontrado em rochas formadas pela consolidação de magmas profundos pobres em sílica. Ocorrência. As gemas ocorrem na Birmânia, Sri Lanka, Tailândia, Índia, Bornéu, Madagáscar, Tanzânia, Estados Unidos, Alemanha e República Checa. Depósitos de esmeril ocorrem no Cabo Emeri na ilha de Naxos na Grécia, na região de Aiden na Turquia e nos Urais Centrais. Utilização. A mais lucrativa é como gema em joalharia, a esta se destinando as variedades mais coloridas, sobretudo o rubi e a safira, o que desde finais do século XIX tem levado ao fabrico de corindos sintéticos.
O esmeril é utilizado como abrasivo em pastas de polimento e em instrumentos de perfuração e corte. Mais recentemente, safiras e rubis sintéticos são usados como revestimento de vidros (altamente resistentes à abrasão), na indústria dos lasers, como substratos de microcircuitos (protegendo-os de radiações perturbadoras) e como pontas de mísseis (dada a sua transparência à radiação que os conduz ao alvo, aliada à sua dureza, muito útil em teatros de guerra onde tempestades de areia poderiam “cegar” os mísseis).
A safira apresenta-se na natureza, tal como já foi referido, em todas as tonalidades com destaque para o azul ténue e o azul intenso. Nas pedras perfeitamente transparentes a cor mais apreciada é a intermédia entre os dois extremos. Frequentemente confundida durante a Idade Média com o lápis-lazuli, o seu nome vem do grego sappheiros, “pedra azul” ou do hebreu sappir, “a coisa mais bela”. Os Romanos chamavam-lhe hyacinthus, por a sua cor se parecer com a do esplêndido jacinto azul como Plínio explica no livro XXXVII da sua História Natural.
Colar de Safira em exposição na coleção Smithsonian
Como todas as gemas azuis ou incolores, é incluída entre as “pedras de ar”, que os Antigos consideravam directamente ligadas ao céu. Era o símbolo da justiça divina, da esperança, da coragem, da confi ança e da alegria. Do ponto de vista químico, a safi ra é um óxido de alumínio com pequenas quantidades de ferro e titânio em substituição do alumínio. Cristaliza no sistema trigonal, no estado puro apresenta-se sob a forma de cristais bipiramidais alongados, com estrias transversais.
Safira Brooch Logan, no Museu Nacional de História Natural, em Washington DC
Apresenta um brilho notável e a sua densidade é de 4. A safira apresenta uma capacidade de absorção de luz que varia consoante a direcção de onde esta se propaga, chama-se pleocroísmo. Por isso a cor que vemos é uma mescla de azul intenso e azul-esverdeado. Apresenta com frequência uma coloração localizada, com faixas claras e escuras que formam entre si um angulo de 120 graus, o efeito geral pode ser uma figura hexagonal completa, visível a olho nu.
safira rosa
Entre as inclusões típicas, visíveis à lupa merecem citação as de rútilo (óxido de titânio), que surgem na forma de cristais aciculares orientados entre si a 60º, cristais de pirite, biotite, espinela e zircão por vezes emitindo os halos característicos, que se devem à radioactividade emitida por vestígios de urânio e tório neles presentes.
padparadscha facetada
Génese
As safiras têm geralmente origem em rochas metamórficas. O tipo de jazida mais comum é o sedimentar, formado por cascalhos e areias aluviais. No seu estado bruto tem o aspecto de um seixo opaco em forma de barril. As jazidas mais conhecidas são as do Sri Lanka, extraordinárias e ainda hoje muito produtivas, justamente consideradas um “cofre” natural. Outras jazidas importantes são as da Birmânia (Myammar), na região gemífera de Mogok (as safi ras de Mogok são muito apreciadas comercialmente), na zona tailandesa de
Chantaburi e as do Cambodja, região de Pailin.
Safira do Madagascar
Hoje é quase impossível encontrá-las ali, mas as safi ras de Caxemira são magníficas, de um belíssimo azul-lírio. A região australiana de Queensland fornece uma grande quantidade de safi ras de um azul-esverdeado intenso, outras zonas onde recentemente foram encontradas safi ras em quantidades apreciáveis são o estado norte-americano de Montana e a ilha de Madagáscar.
Lapidação
A safira pode ser talhada de diversas formas, em geral usa-se uma lapidação mista, uma coroa de tipo brilhante com um pavilhão em degraus. No caso de pedras opacas ou translúcidas prefere-se o talhe em cabochão, imprescindível no caso das safiras estrela mostrando seis raios. Mais raramente, a safira é usada em trabalhos de gravação, utilizando-se técnicas já conhecidas de Egípcios e Romanos.
safira sintética
Imitações
Hoje em dia, a imitação mais comum é, sem dúvida, a safira sintética, obtida por fusão à chama, muito difundida no mercado desde o início do século XX. É importante referir que as imitações constituídas por quartzos incolores tratados com corantes de proveniência brasileira e de safiras, cujo óptimo aspecto se deve à sofisticação dos tratamentos por termodifusão e não ao lento trabalho da Natureza.
Gemas célebres
Não é difícil encontrar nos museus de todo o mundo safiras com cores e dimensões excepcionais, como a Star of India de 536 quilates, guardada no Museu de História Natural de Nova Iorque, a Star of Asia de 330 quilates ou a Star of Artaban de 316 quilates.
O nome Rubi vem do latim ruber, ou rubeus que signifi ca vermelho. A palavra surgiu no final da Idade Média. A cor, ligeiramente diferente segundo os diversos pontos de observação, varia entre o vermelho violáceo e o vermelho amarelado. Alguns rubis apresentam inclusões em forma de agulha de rútilo que em determinadas ocasiões produzem reflexos luminosos em forma de estrela de seis pontas.
cristal de rubi natural
Este fenómeno chamado asterismo, é evidente se a pedra for lapidada em superfície curva, ou cabochão. Se as inclusões forem paralelas o reflexo produzido é de um único raio, fenómeno que é conhecido pelo nome de olho de gato. Se as inclusões aparecerem desordenadamente, origina-se um reflexo interno nacarado denominado seda.
Bracelete - Pulseira de rubis e diamantes
Génese
A maioria dos rubis aparece em mármores, rochas metamórficas formadas a temperaturas e pressões muito altas. No entanto, esta pedra não é extraída directamente da rocha mãe em que se forma, mas sim de depósitos de cascalhos e areões aluviais, “placers” resultantes da erosão da rocha mãe. Os principais produtores de rubis são na Ásia: Birmânia, Sri Lanka, Tailândia e Cambodja. No Sri Lanka, os placers gemíferos de maior rendimento situam-se na região de Ratnapura, na Birmânia, as principais jazidas encontram-se no vale do Irawaddi, ao norte de Rangun; na Tailândia, na região de Chantaburi. Em África no norte da Tanzânia, também se encontram rubis opacos, mas bem coloridos e de grandes dimensões.
Rubis no Museu Nacional de História Natural, Washington DC, E.U.A.
Lapidação
Geralmente, os rubis transparentes são lapidados em facetas, ao passo que para os translúcidos se prefere a superfície curva, ou cabochão. Os rubis de grandes dimensões, como os da Tanzânia são adequados para talhe em esmeralda e em brilhante. Imitações. Como todas as pedras preciosas, também os rubis são alvo de muitas imitações e falsificações. A gema natural que mais se parece com ele é a espinela-nobre, de um vermelho mais claro e menos intenso. As falsificações mais frequentes são as de vidro colorido e as de quartzo colorido.
Os rubis sintéticos, que são fabricados há mais de um século são as melhores imitações das pedras naturais. Muitos “anéis da avó” conservados com veneração ostentam frequentemente rubis sintéticos.
Gemas célebres
Os rubis transparentes são sempre de pequenas dimensões, uma pedra de dez quilates já é excepcional. Por isso são considerados extraordinários rubis como o Eduard de 167 quilates, exposto no Museu Britânico de Historia Natural, em Londres, o Estrela de Reeves, com 138,7 quilates, exposto na Smithsonian Institution em Washington e o Long Star, de 100 quilates, exposto no Museu de História Natural de Nova Iorque. Em Teerão conservam-se numerosos rubis com mais de 40 quilates que fazem parte juntamente com milhares de outras pedras preciosas, do fabuloso tesouro do Irão.

Diamante azul de 29,6 quilates é encontrado na África do Sul

Diamante azul de 29,6 quilates é encontrado na África do Sul

O diamante azul de 29,6 quilates encontrado pela empresa na mina da África do Sul
Foto: Petra Diamonds / Divulgação
Um diamante azul de 29,6 quilates, um dos mais raros e mais cobiçados do mundo com um preço de possivelmente dezenas de milhões de dólares foi descoberto em uma mina sul-africana pela Petra Diamonds. A mineradora afirmou que o "excepcional" diamante do tamanho de uma bolota pequena o suficiente para caber na palma da mão foi descoberto na mina Cullinan, perto de Pretória.
A mina, propriedade da empresa desde 2008, foi o local onde em 1905 foi descoberto o Diamante Cullinan, descrito como o maior diamante bruto já recuperado, de 3.106 quilates. Também foram encontrados outros diamantes notáveis na mina. Incluindo um diamante azul Cullinan de 25,5 quilates, achado em 2013 e vendido por 16,9 milhões de dólares, e um diamante achado em 2008, conhecido como a Estrela de Josephine, vendido por 9,49 milhões de dólares.
Johan Dippenaar, diretor da Petra Diamons, com a pedra nos dedos: "As pedras no último ano estão vendendo bem, acima dos US$ 2 milhões"
O diretor Johan Dippenaar disse à Reuters que a última descoberta do diamante azul pode ultrapassar descobertas recentes. "Com alguma margem... essa é provavelmente a pedra mais significante que nós, em termos de pedras azuis, descobrimos", afirmou. "As pedras no último ano estão vendendo bem, acima dos US$ 2 milhões. Isso não é citação minha, são atualizações de mercado", disse, antes do primeiro comunicado do primeiro semestre da empresa.
A Petra Diamonds deve divulgar dados sobre produção e vendas para os seis meses até 31 de dezembro na quinta-feira, mas eles não levarão em conta a descoberta de janeiro. O analista Cailey Barker da corretora Numis avalia que o diamante pode custar entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões em um leilão.

O DIAMANTE


     
 
   
  O Diamante
 
 
  Dentre todas as pedras preciosas, o diamante sem dúvida é o "Rei". Um diamante polido, engastado num anel ou colar, ou até numa coroa real, é uma jóia belíssima; além disso, seu preço é muito alto.

O homem conhece o diamante há milhares de anos. Uma das doze pedras preciosas que o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava o Choshen (Peitoral) do Efod (veste do Sumo Sacerdote), representando as doze tribos de Israel, era um diamante.

O diamante é conhecido por ser a pedra mais dura e mais resistente. A palavra "diamante" é derivada de uma palavra grega que significa "inconquistável".

Há cerca de 130 anos, o diamante era bastante raro. Em 1866, os filhos de um fazendeiro na África do Sul encontraram uma pedra tão reluzente que chegava a soltar faíscas, e brincaram com ela, guardando-a entre seus brinquedos. Quando a mãe percebeu a pedra brilhante, deu-a a um vizinho, que a vendeu para um ambulante por alguns trocados. Aquela pedra era um diamante que depois foi classificado como pesando mais de 21 quilates.

As pessoas começaram a encontrar mais diamantes na mesma área. Em 1869, um pastor vendeu um diamante com mais de 83 quilates pelo preço de 500 ovelhas, dez vacas e um cavalo. A notícia do achado destes tesouros espalhou-se como fogo na mata. Logo havia milhares de "caçadores de tesouro" perto do Rio Vaal na África do Sul, onde os diamantes acima mencionados tinham sido encontrados. Alguns anos depois, começou a escavação no agora famoso campo de Kimberly. Ali também, o primeiro diamante foi encontrado por acaso.

Uns poucos "caçadores" chegaram ao local, onde mais tarde seria fundada a cidade de Kimberly. Eles estabeleceram uma fazenda. Isso foi no verão de 1871. Um dos trabalhadores fez algo de errado, e como castigo, foi mandado para cavar num campo das proximidades. Enquanto cavava, encontrou diamantes.

Houve uma corrida até o campo, e cerca de 1600 homens compraram cotas do lugar, embora tivesse apenas 10 acres de tamanho. Todos começaram a cavar em sua propriedade, e carregavam a rocha e a levavam por correntes até a mina na superfície; ai a "rocha" era lavada e filtrada, para fazer surgir os diamantes. O campo da mina foi transformado numa densa rede de correntes; fervilhava como uma colméia, todos trabalhando para si mesmos, não pensando no vizinho. Com freqüência, as finas paredes entre as minas desabavam, porque não havia um sistema de cooperação. Muitas vezes, um ou outro mineiro atingia um regato subterrâneo que inundava sua mina, e também as dos vizinhos.

Dois homens sonhavam criar um monopólio das minas de diamantes para eles próprios. Um deles era um inglês, Cecil Rhodes. Ele iniciou sua carreira alugando bombas de água para vários "escavadores", e pouco a pouco começou a adquirir pequenas cotas nos lucros. Também o outro homem, Barbey Barnatto, começou a comprar mais e mais cotas. Alguns anos depois Cecil Rhodes comprou as cotas de Barney Barnatto, e assim se tornou o único dono das famosas minas "De Beer". Este era o nome de uma família sul africana a quem os campos tinham pertencido originalmente, antes da descoberta dos diamantes.

Rhodes pagou 26 milhões de dólares para se tornar o único dono das minas de diamantes. A empresa que ele formou "Minas Consolidadas De Beer Limitada", atualmente controla a produção e o preço dos diamantes em todo o mundo.

Hoje em dia, 5 toneladas de diamantes são extraídas anualmente, e a maior parte vai para fins industriais, não para joalherias. O diamante pelo seu grau de dureza é usado para diversos propósitos: cortar ferro e aço, serrar pedras, polir, moer e raspar diversos tipos de instrumentos, etc.

O diamante industrial, embora inútil como jóia, é uma parte vital na indústria mecânica, como eletricidade ou outras formas de força. Em 1957, por exemplo, os Estados Unidos importaram 15 milhões de quilates de diamantes. Desse total, menos de 2 milhões de quilates foram para joalherias. O restante – mais de 13 milhões de quilates, ou quase 3 toneladas – eram diamantes industriais.

Como jóia, o diamante custa cerca de U$ 1000,00/quilate, ao passo que um diamante industrial custa apenas U$ 4,00/ quilate.

As minas de diamantes da África do Sul produzem a maioria dos diamantes. O Congo Belga (atual República do Congo, na África Central) tem a maior quantidade de diamantes industriais. Em 1957, 13 milhões de quilates foram extraídos, porém 95% deles eram da qualidade industrial, mais barata, que é moída até virar pó para fins de polimento. A África como um todo produz 97% de toda a produção mundial de diamantes. A produção mundial supera os 23 milhões de quilates por ano. Tanganica, Gana, África Ocidental Francesa e outras partes do Continente Negro também produzem boa quantidade de diamantes, mas todos são vendidos através da empresa De Beer.

Um dos primeiros países onde os diamantes foram descobertos foi a Índia. Ali os diamantes eram conhecidos há mais de 2000 anos. Segundo a lenda, o famoso "Koh-I-Noor" ("montanhas de luz"), que hoje faz parte dos tesouros da Coroa Britânica, foi descoberto na Índia.

Houve certa vez um diamante com uma lenda ligada a ele, chamado "o grande Mogul", e pesava 787 quilates. Há cerca de 300 anos, desapareceu, e foi cortado em pedras menores. Uma dessas partes, pesando 280 quilates foi utilizado para a coroa de um marajá indiano.

Dentre os tesouros russos, há um diamante das jóias da coroa dos antigos czares. É chamado "Orloff", e pesa 220 quilates. Um soldado francês o roubou de um templo hindu, do olho de uma estátua que ali havia. Isso ocorreu em 1700. A pedra mudou de mão muitas vezes, sempre com derramamento de sangue envolvido, até que chegou a Amsterdã em 1774. Ali, um príncipe russo, Orloff, comprou-a (por cerca de meio milhão de dólares) e deu-a de presente à rainha Catarina II. Alguns acreditam que também fazia parte do "Grande Mogul" extraviado.

Um dos diamantes mais famosos é o "Hope", uma pedra enorme, azul, rara. Está envolvido nas mortes trágicas de doze pessoas; também causou tragédias em duas famílias reais. É parte de uma pedra maior, que pertenceu ao rei francês, Luiz XIV. Foi roubado na época da Revolução Francesa. Posteriormente, apareceu na Inglaterra (44 quilates) onde um banqueiro, Henry Thomas Hope, comprou-a em 1800. Mais tarde, um sultão turco, Abdul Al Hamid, comprou-a, e a deu para sua esposa favorita usá-la ao redor do pescoço. Aparentemente o diamante também trazia má sorte, pois ele perdeu o trono. A pedra agora pertence a um mercador de diamantes em Nova York.

O maior diamante do mundo foi encontrado na Mina Premier em Transvaal, na África do Sul. Esta nova mina de diamantes foi descoberta em 1902 por um tal Thomas Cullinan. Três anos depois, o capataz, Frederick Wells, percebeu um raio de luz na lama de uma mina aberta; com seu canivete, ele desenterrou o maior diamante do mundo – 3106 quilates, ou meio quilo de peso.
O Governo de Transvaal presenteou o "gigante" ao Rei Edward VII da Inglaterra. A pedra foi chamada de "Cullinan". O rei escolheu o famoso lapidador, J. Osher de Amsterdã, para cortar a pedra. Este especialista estudou a pedra durante meses. Uma batida no lugar errado poderia partir a o diamante em pedaços.

As responsabilidade e a tensão eram indescritíveis. Algumas vezes ele desmaiou durante o trabalho. Finalmente, partiu com sucesso em nove diamantes grandes, e 100 jóias menores. A pedra maior pesava 530 quilates e foi engastada no Cetro real. A pedra leva o nome de "Primeira Estrela da África".

A "Segunda Estrela da África" do diamante Cullinan pesa cerca de 130 quilates, e enfeita a Coroa Real Britânica, que é usada na Coroação.

Cortar e polir um diamante bruto de tamanho grande pode levar um ano. O especialista precisa de extrema paciência, arte, e nervos de aço. Cada diamante tem suas próprias peculiaridades. O lapidador estuda os "músculos" internos, ou gramatura da pedra, faz diversas linhas demarcatórias ao redor do diamante, de modo a obter a pedra maior e o menor número possível de pedras pequenas; quanto maior a pedra, mais alto é o preço.

Às vezes ocorre que um especialista corte a pedra com uma batida do martelo no ponto exato, como fez J. Osher com o diamante Cullinan (e desmaiou na mesma hora). Ele foi informado mais tarde que o golpe tinha sido perfeito. Atualmente, os diamantes são cortados por serras especiais. São rodas, finas como papel, cobertas com pó de diamante misturado com azeite de oliva, e giram mecanicamente a grande velocidade, serrando o diamante bem lentamente, muitas vezes durante semanas. Somente um diamante pode cortar outro, porque não existe substância mais dura que o diamante.

Mas por que estamos contando sobre a história dos diamantes com tantos detalhes? Por que tudo que é criado no mundo, certamente possuí um propósito Divino.

O Báal Shem Tov, cujo aniversário é a 18 de Elul, declarou que todo judeu é um "diamante", porque possui as qualidades naturais daquela gema; é duro e determinado (um povo que não se dobra), e inconquistável na sua profunda crença interior no Todo Poderoso; os traços e qualidades inatas do judeu reluzem como raios do sol. Porém, assim como um diamante é bruto e opaco quando retirado da terra, e somente após ser lavado, raspado e polido emerge o verdadeiro "diamante", o mesmo ocorre com cada judeu. Suas boas qualidades estão ocultas no seu âmago, sob uma camada de "lama" que precisa ser lavada e limpa, até que sua centelha interior brilhe até a superfície. Aqui também, muita paciência e amor são necessários, grande Ahavat Yisrael (amor ao próximo) para fazer surgir aquilo que há de bom no outro. A pessoa precisa atingir o "ponto" certo.

Da mesma forma que é preciso um diamante para cortar e polir outro diamante, o mesmo ocorre com cada judeu. É somente num ambiente genuinamente judaico, que instila sabedoria de Torá e incentiva o cumprimento das mitsvot, que um judeu pode desenvolver suas qualidades da forma mais pura e elevada.


Reportagem especial: as lições de Singapura

Reportagem especial: as lições de Singapura

Carga tributária é baixa, empresa é aberta em seis horas, e governo do país divide lucro com o povo

A ida do pesquisador brasileiro Antonio Castro Neto a Singapura para liderar uma pesquisa sobre grafeno – ele é referência mundial no assunto – dá o tom da escolha feita pelo governo singapuriano, há 47 anos, quando separou-se da Malásia e transformou-se num Estado independente. Há dois anos morando no país do Sudeste Asiático, o professor deixou a Universidade de Boston, onde lecionou por mais de 20 anos, para tocar um projeto de US$ 100 milhões na Universidade Nacional de Singapura.

Tudo bancado pelo governo local. O objetivo é esmiuçar as propriedades do grafeno, carbono em estado puro. Trata-se do material mais forte e impermeável do mundo, que possui velocidade de condução dezenas de vezes maior que a do silício.

Para termos ideia do que significa a pesquisa liderada por esse mineiro de Belo Horizonte, todas as empresas de eletrônica estão investindo no grafeno. A expectativa é de que, em breve, todas as telas sensíveis ao toque sejam produzidas com ele. "É muito mais barato", explica Castro Neto. O grafeno também dará sua contribuição à saúde. Os estudos capitaneados pelo brasileiro incluem a fabricação de pele e de sangue artificial, tudo tendo o grafeno como base.

Singapura

Valor agregado

Para ter condições decentes de trabalho, o brasileiro teve de se mudar para um país de apenas 700 quilômetros quadrados, a cerca de 20 mil quilômetros do Brasil, que não possui uma só mina de grafite, mineral composto por camadas de grafeno. Enquanto isso, o Brasil, possuidor das maiores reservas de grafite do mundo, ainda engatinha na área.

"O Brasil vende o quilo do grafite por US$ 1 e compra o grama do grafeno por US$ 100, sem contar as aplicações que ele terá nas indústrias de tecnologia e farmacêutica. Investem agora, para agregar valor depois, o problema é que o Brasil só entra nas pesquisas quando já está tudo desenvolvido", critica o professor.

A atração de cérebros como o de Antonio Castro Neto mostra porque o país conseguiu multiplicar por quase 117 vezes sua renda per capita em 47 anos, saindo de US$ 512 em 1965, para chegar em US$ 59.900 no ano passado (a do Brasil é de US$ 10.627). Num Estado economicamente muito aberto, eficiência é fundamental, por isso, as empresas tiveram de adotar práticas avançadas de gestão e criar produtos competitivos internacionalmente. Ao governo coube essencialmente prover educação de qualidade, expandir a infraestrutura e apoiar o desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Eficiência


Hoje, o micropaís tem o porto de contêineres (PSA) mais movimentado e automatizado do mundo. Dos 150 milhões de contêineres movimentados, em 2011, em todo o planeta, 29 milhões passaram por lá. A indústria naval é uma das mais desenvolvidas e avançadas do planeta. Além de abrigar um dos portos mais movimentados do mundo e de apostar pesado na efervescência tecnológica, a riqueza singapuriana vem de uma indústria financeira desburocratizada aliada à baixa tributação.

"O que manda aqui é a eficiência. O empreendedor que vier para cá abrirá sua empresa em seis horas. A burocracia é pequena, e a carga tributária é de apenas 22% do PIB. O empresário singapuriano gasta apenas 80 horas por ano com a burocracia tributária", destaca o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Singapura, Herbert Drummond. No Brasil, de acordo com o último levantamento feito pelo Banco Mundial, o empresário gasta 2.600 horas por ano com a burocracia tributária.

Ainda com relação à tributação, se o governo fechar o ano com superávit, o dinheiro é devolvido à população. "No final do ano passado, cada cidadão recebeu um cheque de 800 dólares singapurianos (cerca de R$ 1,2 mil) do governo. Dinheiro que foi arrecadado, mas acabou não sendo utilizado", conta o conselheiro da embaixada brasileira.

Mesmo sem impostos abusivos, a qualidade do serviço público é alta. "O gasto com educação e saúde é quase que simbólico. Com R$ 90 mensais, os estudante tem todos os livros e cadernos necessários, instalações e ensino de qualidade internacional. Caso precise de um hospital, o singapuriano paga o equivalente a R$ 150 para fazer todos os exames necessários, recebe todos os medicamentos, mesmo os que usará em casa, gratuitamente e, caso precise, ficará internado sem nenhum custo adicional", assinala Drummond.

O repórter foi a Singapura a convite do estaleiro Jurong.

País de regras: nem chiclete pode no metrô

Se na economia o que manda é a liberdade, na política e no dia a dia da população e dos visitantes, a mão do Estado ainda pesa. O código penal de Singapura ainda prevê pena de morte e chibatadas. A compra de chicletes – por conta de um tumulto no metrô causado, há alguns anos, por uma goma de mascar grudada no sensor da porta de uma das composições e da sujeira – é restrita. Quem atravessar a rua fora da faixa arrisca-se a tomar uma pesada multa.

"Há algumas décadas, o governo percebeu a necessidade de todo mundo falar inglês. Numa canetada, todas as escolas foram obrigadas a incluir o inglês no currículo. Hoje, todo singapuriano, bem ou mal, fala inglês", destaca o encarregado de negócios da embaixada brasileira em Singapura, Herbert Drummond.

O país vive sob um regime parlamentarista e é governado pelo Partido de Ação Popular desde a independência da Malásia, em 1965. Quem é de fora se surpreende com as regras rígidas do país, mas os locais sabem que o Estado singapuriano já foi muito mais repressor. No final da década de 90, o governo chegou a proibir a exibição do filme Titanic por conta de algumas cenas de nudez.

Hoje, são poucos os sinais da mão pesada do Estado, mesmo assim, sobra a certeza de quem em caso de alguma escorregada, grande ou pequena, haverá punição. "Aqui, a lei funciona para todos. Para traficantes, a pena é de morte, para crimes como estupro, chibatadas. Em caso de desvio de recursos públicos, além de devolver tudo, o cidadão vai preso. Há alguns anos, deram oito anos de cadeia para um sonegador do Imposto de Renda. Além disso, há os pequenos deslizes: quem for pego comendo no metrô é multado em R$ 780", diz Drummond.

Potencialidades da mineração no Brasil

Potencialidades da mineração no Brasil


Potencialidades da mineração no Brasil 

Agrominerais, fosfato, potássio, nióbio, terras raras, níquel, bauxita, cobre, zinco, rochas ornamentais,  gemas e diamante, água mineral, agregados/argila, calcário, grafite, xisto, nada escapa ao olhar de Mathias Heider – Engenheiro de minas do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral – DNPM, em artigo publicado na revista In The Mine
Agrominerais – O Brasil tem procurado elevar a sua produção interna de agrominerais para reduzir a sua dependência, vulnerabilidade e gasto de divisas. A disponibilidade de novas terras agriculturáveis (a maior do mundo) e o aumento da produtividade revelam a necessidade crescente, a cada ano, de fertilizantes para atender a demanda. Em 2012, o consumo nacional de fertilizantes foi da ordem de 29,5 Mt e, para 2013, estima-se 30,5 Mt. O maior consumo foi no Mato Grosso. O Brasil desenvolve também pesquisas e iniciativas para o uso de técnicas de rochagem na agricultura, com grande apoio da EMBRAPA.
Fosfato – Novas frentes produtoras de fosfato se encontram em fase de projeto em Patrocínio/MG (Vale), Arraias/TO (MbAC), Santa Quitéria (Itataia)/CE (Galvani), além de expansão de projetos ativos. A empresa MbAC também avalia o projeto Santana/PA e Araxá/MG. Outras regiões com Anitapólis/SC e a Flona Ipanema, na região de Iperó/SP, possuem comprovadas reservas de fosfato, mas envolvem complexas questões ambientais. Pará, Piauí, Tocantins e Mato Grosso têm uma alta potencialidade de novas jazidas, segundo diversas fontes (Tabela 6).
Potássio – A Vale desenvolve o Projeto Carnalita (SE) de fosfato adotando o inédito método de lavra por dissolução, em data a ser definida, com grande impacto na produção nacional. As reservas existentes em Nova Olinda/AM revelam um alto potencial da substância, bem como a região de entorno, que foi exaustivamente requerida para pesquisa por diversas empresas. Novas metodologias de extração dos sais de potássio podem viabilizar a extração nessa região, altamente sensíveis aos impactos ambientais. Existem também estudos para aproveitamento de rochas ígneas que contém potássio, avaliando-se sua viabilidade técnica e econômica. A agricultura brasileira é especialmente dependente deste insumo nas formulações de NPK.
Na Tabela 7 encontram-se os direitos minerários vigentes no Brasil (dados de julho/2012).

Nióbio – O Brasil detém a maioria das reservas e produção de nióbio no mundo. A principal produtora é a CBMM e a Mineração Catalão/GO (Anglo American). O minério de nióbio no Brasil é o
pirocloro, cujo custo de produção é bastante competitivo. A CBMM desenvolve toda a cadeia produtiva, produzindo ligas metálicas com alto valor agregado. Diversas fontes citam o potencial da
reserva de nióbio de "Seis Lagos", no Amazonas, que merece um maior trabalho de pesquisa visando seu detalhamento. Outras fontes citam ainda a produção via garimpo, associada à columbitatantalita.
Terras Raras – Os embargos da China e a extrema valorização das cotações dos "ETR", que tem importante aplicação na indústria de alta tecnologia e de energias limpas, fizeram dessa
"commoditie" um insumo estratégico, provocando uma corrida mundial a novas áreas de produção. No Brasil ganha destaque o seu uso na indústria de catalisadores de petróleo, que utiliza o lantânio como componente. Diversas empresas (Vale, CBMM, MbAC, Minsur, dentre outras) tem divulgado projetos com potencial para obtenção de "ETR" como subproduto em projetos já ativos. É necessário diagnosticar toda a cadeia produtiva dos "ETR" e estimular a agregação de valor/tecnologia, atraindo empresas e centros de pesquisa.
Níquel – O Brasil oferece um enorme potencial para níquel laterítico nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde existem diversos projetos ativos e em fase de avaliação/desenvolvimento. Na Bahia, a Mina Santa Rita (Mirabela), uma das maiores de níquel sulfetado nos últimos anos, foi desenvolvida após licitação da CBPM, que executa um bem sucedido papel de órgão fomentador da mineração no estado. A Vale tem o projeto Onça-Puma, que está sendo reavaliado em quesitos técnicos, e avalia o projeto Vermelho/PA e outro no Piauí. A Anglo American aposta no projeto Barro Alto/GO e avalia Jacaré/PA e Morro sem Boné/MT, para assumir uma nova posição global no ranking de produtores de níquel. A Votorantim Metais produz ferro-níquel em Niquelândia/GO e em Fortaleza de Minas/MG, matte de níquel com cobalto contido (onde o maior conhecimento da geologia elevou a produção e a vida útil do empreendimento, após sua aquisição da Rio Tinto). A empresa avalia ainda o Projeto Montes Claros (GO). A Xstrata avalia o projeto Araguaia/PA. A Teck Resources e a Horizonte Minerals também realizam estudos de projetos no Brasil. Os projetos de níquel se caracterizam por alto investimento, alta complexidade e risco, o que deverá contribuir para a elevação futura das cotações deste insumo.
Bauxita – O Brasil tem posição de destaque, em nível mundial na produção de bauxita, com amplo desenvolvimento da cadeia produtiva do alumínio, mas bastante dependente dos custos de energia. A reavaliação desses custos deverá manter a competitividade dessa cadeia, uma vez que o alumínio não apresentou a valorização que atingiu outras commodities minerais e que um
expressivo percentual das refinadoras internacionais possui plantas tecnologicamente obsoletas e custos maiores de energia/produção. A região Norte do País mostra todo seu potencial  com contínua expansão da produção e novos projetos. Em 2010, a Vale alienou seus ativos da cadeia produtiva de alumínio para Norsk Hydro que, assim, completou sua integração vertical. Atualmente, a Rio Tinto avalia a viabilidade do projeto Amargosa/BA e a Votorantim avalia projetos em Barro Alto/GO e Rondon do Pará/PA, com estimativa de investimentos da ordem de US$ 3,4 bilhões.
Cobre – Os projetos que surgiram nos últimos anos (Sossego, Chapada, Salobo, etc) elevaram substancialmente a produção nacional de cobre, tornando o Brasil auto-suficiente em termos de cobre contido. Os novos projetos em curso (Alemão, Cristalino, Boa Esperança e Corpo 118) levarão o País a uma condição de exportador, além de incrementar a produção nacional de ouro obtido como subproduto em alguns projetos.
Somente a Vale estima produzir cerca de 18 tpa de ouro em seus projetos de cobre. A Paranapanema, que trabalha a metalurgia do cobre, desenvolve um programa de compra do minério de pequenas e médias mineradoras, estimulando a viabilização desses empreendimentos. A empresa também investe na expansão da capacidade de sua planta metalúrgica e, após ter sido alvo de oferta de compra pela Vale, na agregação de valor e melhor aproveitamento dos subprodutos contidos na metalurgia do cobre.
Zinco – A Votorantim desenvolve o projeto Aripuanã/MT que também irá produzir zinco, cobre e chumbo associado. A Votorantim adquiriu (Nov/2007) os antigos ativos da MASA (Vazante/MG) que deverá ser futuramente reativada.
Rochas Ornamentais – O Brasil se consolidou como produtor e exportador de rochas ornamentais em nível mundial. Em 2012 foi o maior fornecedor do exigente mercado norte-americano e, no total, registrou exportações da ordem de US$ 1,06 bilhão. A cadeia produtiva está em contínuo processo de modernização das atividades de lavra e beneficiamento, com o uso de fio diamantado e teares de multi-fios diamantados nas etapas de lavra e beneficiamento.
É importante ressaltar que o Brasil produz uma enorme variedade de rochas (granitos, mármores, quartzitos foliados, ardósias, pedra-sabão), com destaque para materiais exóticos únicos no mundo, além da ampla capacidade de atender a todas as demandas de mercado. No caso do quartzito foliado, já existem iniciativas de aproveitamento dos rejeitos, visando à produção de areia através de um processo simplificado de moagem e peneiramento. A proximidade de alguns centros consumidores torna essa operação bastante atraente.
A gestão associativa de resíduos é outra experiência bem sucedida do setor de rochas. Uma outra iniciativa é a avaliação do uso dos resíduos de rochas em outras cadeias produtivas (construção civil, cimento, cerâmica, agricultura) reduzindo o impacto ambiental. O DNPM e o MME buscam diversas ações para apoio à formalização da produção e atendimento de demandas e necessidades setoriais. Conforme quadro abaixo, na pesquisa mineral de rochas ornamentais destacam-se o Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. O Espírito Santo também possui um amplo parque de beneficiamento de rochas e uma grande rede logística e de apoio aos produtores, com dois APL (Arranjos Produtivos Locais) consolidados – Cachoeiro do Itapemirim e Noroeste -, garantindo assim, sua posição de competitividade e qualidade em nível mundial.
Gemas e diamante – O Brasil produz uma ampla variedade de gemas, reconhecidas mundialmente pela sua beleza e alta qualidade. Os destaques em termos de produção são Minas Gerais, Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul. Com potencialidade, temos ainda o Pará e o Piauí e outros estados do Nordeste. A Lipari Mineração desenvolve o projeto Braúnas (Nordestina/BA) com uma estimativa de produzir cerca de 250 mil quilates de diamante por ano (em cerca de 7 anos de vida útil). Segundo reportagem do Valor Econômico, trata-se da primeira rocha kimberlítica na América do Sul em produção comercial.
Água Mineral – Produção amplamente disseminada no Brasil, com crescente potencial de consumo, favorecido pelo crescimento da renda do brasileiro.
Agregados/Argilas – O crescimento da construção civil acarretou um elevado consumo de agregado, que hoje tem um enfoque na mineração social e de desenvolvimento, associada ao crescimento econômico do Brasil. Segundo dados do IBRAM, a produção de agregados, em 2011, foi da ordem de 670 milhões de toneladas. É uma atividade de mineração amplamente disseminada pelo País e altamente impactada pelo custo de transporte ao centro consumidor
Hoje, diversas empresas cimentadas aproveitam o calcário não utilizado para cimento visando a produção de agregados, gerando novas receitas e reduzindo o impacto ambiental. No caso das argilas, os mercados de construção civil também garantem uma demanda crescente para peça de cerâmica vermelha (tijolos, telhas, etc) e pisos e revestimentos (cerâmica branca). Nesse setor, o desafio é a legalização das fontes de argila e a promoção do associativismo, estimulando as centrais de massa que podem fornecer matérias primas com sustentabilidade e menor custo (além de racionalizar a lavra).
A padronização e melhoria de qualidade das peças cerâmicas e a reciclagem são outros desafios do setor. A devida caracterização das argilas permite a fabricação de produtos com maior valor agregado. A reciclagem de resíduos da construção civil também é uma prática a ser estimulada e economicamente viabilizada. Existe, ainda, um enorme potencial para aproveitamento das áreas pós mineração nesses segmentos, elevando os benefícios para a população local (com novas atividades econômicas e de lazer) e melhorando sua qualidade de vida.
Calcário – Insumo bastante abundante no Brasil e no mundo. Em 2010, foram produzidas mundialmente cerca de 3,3 Bt de cimento. Uma tonelada de cimento demanda 3,5 metros cúbicos de areia e 2,2 metros cúbicos de brita para a fabricação de concreto. O Brasil produziu em 2011, cerca de 64,1 Mt de cimento, segundo dados do SNIC. Já existem projetos de produção de cimento com uso de fornos chineses, com menor custo, permitindo o surgimento de pequenas unidades regionais.
A CSN também desenvolve um sistema que aproveita suas reservas de calcário e a escória de siderúrgicas, garantindo uma produção com maior competitividade e aumento gradual de sua
capacidade produtiva.
Grafite – O Brasil é um importante produtor mundial, com destaque para Minas Gerais, onde a Magnesita desenvolve um projeto da ordem de R$ 80 milhões, com geração de 200 empregos no norte do estado (Alemanara) e produção prevista de 40 mil toneladas por ano, a ser iniciada em 2014. Outra empresa importante é a Companhia Nacional de Grafite, que produz na região de Itapecerica/MG. Existem potencialidades de produção no Espírito Santo, Ceará, Pernambuco, Goiás e Tocantins, segundo diversas fontes.
Xisto – A partir de 2008 houve uma retomada da pesquisa mineral do xisto com a emissão de cerca de 220 títulos minerários (entre alvarás e requerimentos), concentrados principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Países como os EUA e a Argentina também tem ambiciosos planos para explorar seu xisto, mostrando uma nova importância deste bem mineral. O potencial anunciado de produção desta matriz energética poderá ter um impacto nas cotações do petróleo e nas economias regionais.
Outros minerais – A Largo Resources inicia a implementação de seu projeto de Vanádio em Maracás/BA com alto teor (1,34%) e verticalização, com produção de ferro-vanádio. Foi anunciada,
também na Bahia, a existência de expressivos recursos de tálio. O Brasil também tem extensas reservas e expressiva produção de caulim. Outro minério de destaque no País é a tantalita,
amplamente utilizada em tecnologias avançadas e considerada um mineral estratégico para diversos países.
O Brasil também tem um enorme potencial para urânio e está retomando a pesquisa e a reavaliação geológica de seus recursos. A jazida de Itataia/CE (parceria com a Galvani) deverá entrar em operação nos próximos anos, tornando-se mais uma importante fonte de suprimento para o programa nuclear do Brasil, que implicará no avanço da mineração deste bem mineral.
A Vale recentemente adquiriu os ativos de titânio da estatal Metago (GO), indicando a viabilização da extração deste insumo a partir do anatásio, além de avaliar uma possível existência de fosfato. A Vale tem expressivas reservas deste minério em Araxá (MG).
Plataforma marítima – A mineração nas áreas da plataforma marítima mostrou amplo desenvolvimento nos últimos anos, com destaque para o calcário marinho (granulados bioclásticos
marinhos), de amplo uso como corretivo de solo, filtros para meio ambiente e indústria de alimentação. Estados como Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e São Paulo tem a maior
quantidade de títulos minerários na área de plataforma, já existindo cerca de 15 concessões de lavra.
Sustentabilidade e conclusões – Falar em potencialidade da mineração exige obrigatoriamente mencionar os fatores relativos à sustentabilidade. Cada vez mais as comunidades envolvidas nos projetos de mineração adquirem importância na sua aprovação, exigindo também políticas diversas que potencializem o retorno para a região e a minimização da utilização de conteúdo local (RH, equipamentos e serviços). O uso futuro das áreas de mineração adquire um novo contexto, evitando situações anteriores de altos impactos negativos e elevados passivos para a comunidade (a exemplo da Serra do Navio, no Amapá, e do chumbo em Santo Amaro, na Bahia).
Para diversos produtos minerais, a sustentabilidade pode ser um diferencial na manutenção e conquista de novos mercados, como no caso das gemas e rochas ornamentais. A implementação de técnicas modernas como a lavra seqüencial reduz os custos produção e de fechamento de mina e antecipa uma série de ações, beneficiando a população na região do empreendimento mineral.
Na questão da sustentabilidade econômica, as empresas podem maximizar seus resultados avaliando seus diversos gargalos através da aplicação da "teoria das restrições", melhoria da
produtividade e gestão de seus principais indicadores gerenciais e de desempenho. As empresas de mineração devem melhorar a eficiência energética de suas operações e processos, bem como buscar a eco-eficiência no seu dia a dia. Políticas de qualidade e segurança são cada vez mais obrigatórias e inseridas na gestão da empresa, bem como as diversas certificações (ISSO 9000, ISSO 14.000, etc).
Já estão em curso por parte de diversas empresas (Vale, Anglo American, CIF, etc), ações de reaproveitamento de minérios em barragens de rejeito e pilhas de estéril, com ótimos resultados
econômicos. A maximização do retorno e da recuperação do recurso mineral é uma das premissas que devem orientar a operação das empresas de mineração.
Também podemos citar a reativação de diversas operações mineiras e/ou novos projeto com a expansão da configuração da mina decorrente da reavaliação das reservas minerais ou do próprio avanço da lavra. No Brasil diversos projetos de mineração já ativos ou em fase de implementação foram viabilizados a partir de antigas áreas de mineração de ouro (C1-Santa Luz/ Yamana, Riacho dos Machados/ Carpathian, etc), por exemplo.
Também já existem diversos projetos visando o aproveitamento de minério de ferro associado ao minério de ouro existente em determinadas minas (Ex.: Pedra Branca do Amapari/PA e Riacho dos Machados/MG da Carpathian). A reavaliação de projetos como a "Mineração Morro do Ouro" em Paracatu/MG, sob gestão da Kinross, resultou em uma substancial elevação da produção e da vida útil do empreendimento.
Antes de tudo, é importante ousar e sair de "zonas de conforto". O retorno pode ser surpreendente. Nossa indústria minerária tem muito espaço ainda a explorar para se consolidar
ainda mais! E assim, apoiar o processo de desenvolvimento do Brasil, como base de diversas cadeias produtivas.