domingo, 6 de julho de 2014

Gigante das dragas de ouro nos garimpos do Madeira mira Amazonas e Pará

Gigante das dragas de ouro nos garimpos do Madeira mira Amazonas e Pará


Draga de ouro no Mutum Paraná, afluente do Madeira.
Chico Nery. Porto Velho, Rio Madeira – Dono de um faturamento estimado em mais de R$ 1,2 milhões, em média, o dragueiro Arão Rodrigues Mendes – que se intitula presidente da Cooperativa dos Garimpeiros da Amazônia (COOGAM) – que teria origem no Amazonas -  está prestes a renovar licença de operação junto a SEDAM (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental) e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).  A medida, que contaria com o aval da secretária Nanci Rodrigues, pode sair em desacordo com as recomendações do Ministério Público Federal de Rondônia, para que a SEDAM não renove as licenças dos empreendimentos sob a alegação de uma série de ações que ferem o Código Nacional de Mineração, a lei de conservação e preservação aquaviária e do subsolo da União, bem como “a extração sem a totalidade da comprovação de origem do ouro pelas dragas do acusado em áreas outorgadas a outras cooperativas no Rio Madeira e Mutum-Paraná”.


A suposta vistoria ocorrida nas áreas reclamadas pelo “empresário brasileiro-boliviano” – um jovem de pouco mais de 30 anos oriundo da fronteira com a Bolívia – em sete processos denunciados ao MPF, já estaria em curso na Coordenadoria de Recursos Minerais (COREM) da SEDAM a renovação da licença ambiental de Arão Mendes a pedido do técnico José Trajano, cujo procedimento pode ser considerado “mais um flagrante descumprimento do Governo Confúcio Moura a uma decisão já tomada por parte de um órgão vinculado à Justiça Federal, nesta parte da Amazônia Brasileira”.

Líder” na extração e venda do “vil metal” (ouro) no estado e região, sobretudo nos garimpos dos rios Guaporé - Iténez e Mamoré (Bolívia), Madeira e Mutum-Paraná, ele é acusado de operar em áreas que estão fora das poligonais dos Pedidos de Lavra Garimpeira (PLG), cujas liberações – tidas como duvidosas pelas entidades habilitadas. – são atribuídas ao DNPM e SEDAM. Em que pese haja acusações de que, “o ouro dele é vendido sem notas fiscais, que atestariam a origem, a ação não é combatida pelo Fisco Federal, Estadual ou Municipal”, diz um delegado federal aposentado, estupefato com o que considera crime de lesa-pátria. .  

Com exceção das cooperativas MINACOOP (Cooperativa de Garimpeiros, Mineração e Agro-florestal) e COOGARIMA, os empreendimentos de Arão Rodrigues Mendes parecem imunes à legislação do País, já que até agora “não sofreu nenhum tipo de interdição, seja da Marinha do Brasil, SEDAM, DNPM ou da Polícia Federal”; a não ser sanções tomadas pelo MPF e recomendadas à secretária Nanci Rodrigues, cotada pelas denúncias de garimpeiros da extração mineral familiar, “a descumprir, em breve, uma decisão judicial”, caso conceda a renovação da aludida licença ambiental ao empresário.

Apesar de insistir em liberar as licenças ambientais de seus empreendimentos junto a SEDAM, mesmo com parte deles em situação sub-judice, Arão Rodrigues Mendes, esnobaria nos bastidores do Sindicato dos Garimpeiros (SINGRO), na Capital Porto Velho, que, “não estou nem aí para os garimpos de Rondônia, já que estou indo para o Pará”. Contudo, investigações apontam, no entanto, que, “liberadas as licenças, ele pretende fazer da bióloga Creuza Kuster e da advogada Tânia Sena, respectivamente, suas potenciais pre-postas nos negócios dos garimpos dos rios Iténez-Mamoré, Madeira e Mutum-Paraná”.

DNPM NÃO AGE – A Portaria de nº 263, de 13 de Julho de 2010, do Ministério de Minas e Energia (DNPM), publicada no Diário Oficial da União (D.O.U), edição de 16 de Julho do mesmo ano, “disciplina  aplicação de paralisação e de interdição nas ações de fiscalização promovidas pelo DNPM”.

Apesar de gozar de poder de polícia, em que pese inúmeros pedidos de fiscalização em empreendimentos de Arão Rodrigues Mendes e de outros considerados ilegais em áreas invadidas das cooperativas habilitadas, “não é de hoje que Superintendentes do órgão alegam que o DNPM não tem esse poder”. O que são desmentidos pela portaria só divulgada, agora, nesta Capital, por fontes do setor de arrecadação do próprio órgão depois que o novo Superintendente, Deolindo de Carvalho Neto, assumiu em substituição ao antecessor Airton Nogueira, por recomendação do Ministério Público Federal (MPF).

Diz o documento que, “considerando a necessidade de aperfeiçoamento dos procedimentos de fiscalização, item 1.6 – Fiscalização das Normas Reguladoras de Mineração – NRM, do Anexo I da Portaria 237, de 18 de outubro de 2001, especialmente no que concerne à interdição total ou parcial de um empreendimento mineral; considerando a necessidade de estabelecimento de ação integrada com outras instituições que atuam na atividade mineral; considerando o interesse social no aproveitamento dos bens minerais, a minimização dos impactos ambientais decorrentes da atividade mineraria bem como a melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho, RESOLVE: Art. 1º Será lavrado AUTO DE PARALISAÇÃO de empreendimentos minerais quando durante a fiscalização forem constatadas as seguintes irregularidades: a) Extração mineral sem título autorizativo de lavra; b) Extração mineral executada fora da área determinada pelo título autorizativo e lavra, nos casos em que não se configurar erro de demarcação e possibilidade de retificação da POLIGONAL DA ÁREA titulada; c) Extração mineral na fase de alvará de pesquisa ou requerimento de lavra, sem Guia de Utilização; d) Lavra acima do limite estabelecido pela Guia de Utilização; ou e) Lavra com Guia de Utilização com prazo e validade vencido e sem requerimento de renovação ou com pedido de renovação intempestivo.

Por força do Art. 2º, “Será lavrado AUTO D EINTERDIÇÃO e áreas ou setores de empreendimentos minerais com título autorizativo e lavra outorgado, interditando parcial ou totalmente as atividades de extração mineral, quando durante a fiscalização forem constatadas as seguintes irregularidades: a) LAVRA AMBICIOSA, nas situações previstas no item 1.6, anexo I da Portaria nº 237, de 18 de outubro de 2001; b) Lavra com risco iminente; c) Lavra sem Licença Ambiental vigente, observado o disposto no subitem 1.6.5 do Anexo I da Portaria nº 237, de 2001; d) lavra executada pelo cessionário antes da averbação do contrato de cessão ou transferência de direitos minerários pelo DNPM; e) Lavra executada pelo novo titular, sem Licença Ambiental em seu nome, após averbação de contrato de cessão ou transferência de direitos minerários; ou f) Lavra executada dentro da área concedida e fora dos limites das reservas aprovadas. Parágrafo 1º NO ato da lavratura do auto serão efetuadas exigências para o SANEAMENTO da irregularidade que motivou a interdição da atividade. Parágrafo 2º A área ou setores do empreendimento mineral serão desinterditadas tão logo o titular comunique e comprove ao DNPM o saneamento de todas as irregularidades apontadas e o cumprimento das exigências determinadas no ato da interdição. 

Por fim, o Art. 3º diz que, “A aplicação dos arts. 1º e 2º desta Portaria não exime o cumprimento de outras determinações decorrentes das ações de fiscalização, bem como da aplicação de outras sanções previstas na legislação mineral”.       

Revista Forbes - Uma Abordagem Vanguarda para Negócios

Revista Forbes - Uma Abordagem Vanguarda para Negócios


Confira a matéria traduzida sobre Olacyr de Moraes na revista Forbes Capa revista Forbes Março 2013Aos 81 anos, Olacyr de Moraes é um dos melhores e mais reconhecidos empresários do Brasil.
Ele ganhou o apelido de "Rei da Soja" após ter cultivado o maior império de soja do mundo. Moraes é agora acionista majoritário da "ltaoeste Serviços e Participações Ltda", uma empresa de pesquisa mineral e desenvolvimento, que em 2011 descobriu um depósito de metal raro tálio que será o responsável por ajudar a suprir a demanda mundial por seis anos.
"Eu sempre fui um inovador, desde a produção de energia e transporte ferroviário para a agricultura, e tive sucesso em todas elas", diz Moraes. "Eu tinha um banco, mas acabei vendendo e investindo em uma ferrovia para o transporte da soja, área que eu não tinha conhecimento. Este pioneirismo me saiu caro, mas ele me deu um sentimento de realização. O Brasil lucrou com meus empreendimentos".
A empresa "Itaoeste" está se beneficiando de sua experiência com foco em produtos escassos como cobalto, titânio, ouro e outros minérios em São Paulo, Piauí e Bahia.
"No negócios de mineração, há obviamente um componente de sorte", diz Moraes. "Mas nós fizemos uma pesquisa muito meticulosa. Vendemos pequenas porções de metáis muito raros e de valor agregado o que tem dado muito resultado."

Até minerais raros são encontrados em terras baianas

Até minerais raros são encontrados em terras baianas

A Largo Mineração, subsidiária brasileira da canadense Largo Resources, prepara-se para começar a extrair vanádio de uma mina em Maracás, cidade da região central da Bahia, a 376 quilômetros de Salvador. O início das operações está previsto para o fim do ano que vem, após investimentos de US$ 200 milhões.
O vanádio da mina de Maracás, além de passar a ser o único explorado no País, é considerado o de maior teor no mundo, com 1,44% de concentração - minas da África do Sul, que têm a maior concentração de vanádio hoje, registram índice de 0,44%. O metal é usado para aumentar a resistência e diminuir o peso do aço. Espera-se que, por ano, a produção da mina baiana seja de 5 mil toneladas anuais.
Há quase três décadas sabe-se da existência do minério em Maracás. A Odebrecht chegou a iniciar o projeto em 1986, mas a falta de um marco regulatório e o temor de contaminação ambiental levaram a uma ação pública contra o empreendimento. Mais de 15 anos depois, a empresa venceu a ação, mas a baixa cotação do mineral naquele momento não justificava o investimento. O projeto foi abandonado e retomado apenas no ano passado, já pela Largo Mineração.
Tálio. A paulista Itaoeste Serviços e Participações, do ex-rei da soja Olacyr de Moraes, anunciou em fevereiro a descoberta de uma jazida de tálio em Barreiras, no oeste baiano. O mineral raro, explorado em apenas dois países, China e Cazaquistão, tem sua aplicação focada em instrumentos de alta tecnologia, como medicina nuclear, supercondutores de alta temperatura e em materiais termoelétricos.O preço médio do grama do mineral foi de US$ 6 em 2010. Segundo a Itaoeste, análises preliminares apontam que a jazida teria 60 toneladas de tálio - montante suficiente para abastecer o mercado global por seis anos.
Se a descoberta animou investidores , causou apreensão entre os agricultores. Insípido, inodoro e altamente tóxico - a ingestão de um grama é capaz de levar o ser humano à morte -, o metal poderia contaminar o solo de toda a região sem ser notado.
"Se a extração de vanádio é uma operação complexa, a do tálio é mais ainda", admite o secretário de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia. "Existe a necessidade de se estudar a melhor forma para a mineração, que é nova para o País."

"Rei da soja" agora quer investir em minérios no Piauí

"Rei da soja" agora quer investir em minérios no Piauí

O empresário Olacyr de Moraes, 81 anos, já foi o "rei da soja" no Brasil, mas deixou esse título no passado. Atualmente, trilha o caminho da mineração, onde chegou por acaso, quando resolveu pesquisar calcário para fornecimento a produtores de estados como o Piauí, onde avança o agronegócio, que depende desse insumo para correção de solo.
Foi graças a essa pesquisa que sua empresa, a Itaoeste, descobriu manganês, titânio, ferro, atapulgita e argila em cidades do cerrado e semiárido do Piauí, além da única jazida de tálio em estado puro em todo o mundo. A mina fica em Barreiras, Oeste da Bahia. Moraes esteve ontem com o governador Wilson Martins, a quem apresentou as intenções de investir na exploração desses minérios.
"Queremos colocar o Piauí no mapa da mineração brasileira", disse o empresário ao Jornal Meio Norte. "Em uma crise global como que se vislumbra agora, tenho certeza que as commodities minerais podem salvar o país", afirma. "Temos esperança de que a exploração mineral no Piauí haverá de produzir bons resultados.
Mas entre a esperança e a realidade, não podemos sonhar", vaticina o empresário, que também pretende pesquisar e explorar calcário para agricultura e fabricação de cimento em território piauiense. "Esse foi nosso primeiro interesse quando começamos a fazer pesquisa mineral no Piauí e seguimos firme com ele", diz.
Segundo relatou o empresário, o governo do estado do Piauí se dispõe a oferecer condições para os investimentos em mineração. Ele diz que quer uma parceria também com os governos municipais das áreas onde sua empresa pretende atuar.
Embora vislumbre a possibilidade de se gerar milhares de empregos diretos e indiretos com a exploração de minérios por sua empresa, Olacy de Moraes não fala precisamente em números. Ele cita que apenas em pesquisa, o grupo empresarial que comanda investiu R$ 50 milhões no Piauí, Bahia e São Paulo. Ele informa ainda que partir da pesquisa para a produção mineral requer tempo e investimento, além de uma custosa transposição de barreiras burocráticas, que incluem, sobretudo, licenciamentos ambientais: "Há uma burocracia infernal no Brasil, muitas vezes inibidora de investimentos", explica.


Mesmo com barreiras burocráticas, Olacy de Moraes espera que até o final deste ano esteja iniciando operações de sua empresa no Piauí. "Esperamos as primeiras licenças de exploração para o começo de 2014. A partir daí pretendemos explorar, inclusive em associação com outras empresas", explica.
Ele informa que os investimentos são demorados. Somente em pesquisa se levaram quatro anos. Na exploração de minas e jazidas há necessidade das autorizações de lavra e licenciamento ambiental, sem o que não se pode atrair investidores. "Gostaria de fazer as coisas acontecerem em menor tempo, mas não é possível".
O empresário diz que tem sido sondado por investidores estrangeiros, notadamente pelos chineses, cujas demandas por minerais é crescente. O interesse dos investidores existe, mas ele somente se concretiza, segundo afirma o empresário, quando se pode discutir concretamente as bases desse investimento. "Não há como negociar sem uma autorização de lavra", diz.
Quanto ao volume de investimentos a ser feito para passar da pesquisa à exploração mineral. Olacyr de Moraes esclarece que não se pode estimar valores porque não se tem sequer um modelo de negócios. "Nunca se sabe rapidamente o que se vai fazer: se vamos explorar e vender minério bruto, se vamos implantar uma planta industrial para beneficiário; se vamos usar um sistema totalmente mecanizado ou com uso maciço de mão de obra".
Ele acredita que a mineração deve gerar uma cadeia de negócios. "O emprego com salários melhores não será gerado apenas diretamente pela empresa mineradora, mas por toda uma rede de negócios em torno do investimento principal", explica.

Empresário condena a especulação no Estado

Olacyr de Moraes reconhece que existem especuladores no mercado de mineração. Para ele, são perniciosos aqueles que, tendo uma licença de pesquisa mineral, fazem disso um instrumento para especular.
Porém, ele diz que agem corretamente aqueles que fazem pesquisa mineral com objetivo de auferir ganhos. "Há trabalho na pesquisa. Entre não se fazer nada e se fazer algo por intermédio desse pessoal (que faz pesquisa mineral) penso que existe uma ação valida. Tudo é válido desde que haja interesse em se descobrir (os minérios) e se bota as coisas para frente", diz o empresário.
Ele compara investidores e empresas de pesquisa mineral aos bandeirantes que avançaram pelo Brasil no século 18, atrás de riquezas minerais. "Essa ação dá oportunidade para os pequenos",afirma o empresário. Ele também afirma que não se pode pensar em um marco regulatório que onere ainda mais o custo da mineração no Brasil.
"Não podemos exportar ou competir com custos ainda mais elevados", lembra. "É preciso pegar leve com os impostos. Nós temos é que pensar na redução de custos". Olacyr de Moraes afirma que a reivindicação dos estados por royalties minerais pode ser um risco.
"Os estados sonham com coisas irreais. É claro que precisam de uma participação, mas não podemos perder de vista que isso não pode ser um elemento de ampliação dos custos na atividade mineral", diz.

Os minerais buscados por Olacyr de Moraes

As pesquisas da empresa Itaoeste indicaram a existência de manganês e titânio (em forma de macrocristais de rutilo) em uma área de 60,9 mil hectares no município de Parnaguá. O manganês é usado para produção de sulfato usado na agricultura. O titânio se aplica na fabricação de tintas, indústria química e protetores solares. Em Porto Alegre do Piauí, em uma área de 20,9 mil hectares, pesquisam-se titânio e um tipo especial de ferro, altamente magnetizado.
Em Guadalupe, em associação com a Universidade Federal do Piauí, a empresa está pesquisando e desenvolvendo, em uma área de 10,5 mil hectares, processos para explorar a atapulgita, mineral usado na clarificação de óleos, perfuração de petróleo e como componente de produtos PET. Em fase de pesquisa, mas já aguardando autorização para exploração, a empresa busca argilas especiais em 1,1 mil hectares nas cidades de Jaicós e Conceição do Canindé.

Itaoeste negocia parceria em minério tálio

Itaoeste negocia parceria em minério tálio


Moraes: "Vejo a chance de fazer em mineração um 'replay' do que fiz na soja"
O empresário Olacyr de Moraes, às vésperas de completar 81 anos, aposta na mineração como uma nova frente de negócios. Ele está em negociações com três grupos estrangeiros para formar uma parceria de exploração e produção de tálio, um mineral raro na natureza, até agora só extraído como "impureza" de outros metais, principalmente do zinco. Por meio de sua empresa de pesquisa e desenvolvimento mineral, a Itaoeste, criada em 2002, o ex-rei da soja do país espera ainda este ano ter a licença para começar a extrair o metal.
"Estamos confiantes. O tálio é nosso projeto em melhor nível de maturação", afirmou Moraes, em entrevista ao Valor. Descoberta no ano passado, a reserva de tálio em Barreiras, na Bahia, é superior a 60 toneladas em apenas em uma área (704 hectares), que corresponde a apenas 2% de um total de 44 mil hectares pesquisados pela Itaoeste. Hoje, segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS), o consumo global de tálio está no patamar dos 10 toneladas por ano.
Cotado na faixa de US$ 6 o grama, o tálio é um mineral de alto valor agregado, utilizado em indústrias que adotam tecnologias de ponta. Ele é aplicado como contraste em exames cardiovasculares, em ligas metálicas supercondutoras, além de ser utilizado como material termoelétrico, que gera corrente elétrica pela diferença de temperatura (com uso em motores de veículos, geladeiras e até chips), além de leds, lente, células fotoelétricas e vidros.
Os únicos grandes produtores do metal são China e Cazaquistão. Em 2009, no entanto, a China eliminou benefícios fiscais para exportação e passou a importar, em um movimento para atender a demanda interna. O Cazaquistão está hoje, portanto, na liderança da produção do metal. "A demanda por tálio está reprimida e vai acompanhar o aumento da oferta do metal", disse o diretor de operações da Itaoeste, Carlos Cerri.
Na Bahia, o mineral foi encontrado em uma mina a céu aberto, associado a manganês e cobalto. Nas demais reservas do mundo, no entanto, aparece associado a zinco, chumbo e cobre, geralmente em minas subterrâneas, de alto custo de exploração. "No Brasil, o tálio é aflorante", disse Cerri. Segundo ele, já foi observado o mesmo potencial em toda a área requerida. O tálio será extraído junto com 300 mil toneladas de manganês, próprio para a produção de sulfato (uso na agricultura) e eletrolítico (para ligas especiais).
A Itaoeste admite que tem fôlego para implantar um projeto de produção, que pode ser um primeiro módulo, de 6 a 10 toneladas de tálio mais 30 mil toneladas de manganês ao ano. Para essa fase, teria investimentos de US$ 50 milhões. Com a venda dessa produção, poderia obter faturamento inicial na faixa de US$ 70 milhões a US$ 100 milhões por ano.
A ideia, informou Moraes, é começar a exportar o concentrado (material não refinado) para países como Coreia do Sul, Japão, China e para Europa, até que se tenha a tecnologia de refino. "Vejo a chance de fazer na área de mineração um 'replay' do que fiz no negócio da soja. Fui pioneiro, mas paguei um alto preço", comentou. Se tudo correr como espera, estima que a exploração apenas de desse metal raro poderá gerar US$ 1 bilhão de faturamento.
"Um parceiro aceleraria o processo e seria o ideal, para trazer a experiência do mercado", explicou Moraes. Segundo ele, a companhia domina o processo de extração e separação e aguarda a licença para a lavra do metal, que deve sair antes de um ano. "Quando ganharmos o poder de lavra, começamos a faturar. Até o fim de 2013, vamos começar a beneficiar o metal".
A Itaoeste investe R$ 1,5 milhão por mês em pesquisa e exploração, com recursos, segundo ele, próprios, grande parte provenientes de seus antigos negócios. A empresa tem 200 mil hectares nos Estados de São Paulo, Piauí e Bahia, em jazidas de ferro, cobre, titânio, fosfato, calcário para cimento, granito preto e mármore.