quarta-feira, 6 de agosto de 2014

UM MINERAL-SÍMBOLO PARA O RIO GRANDE DO SUL

UM MINERAL-SÍMBOLO PARA O RIO GRANDE DO SUL

 
            O Rio Grande do Sul tem vários símbolos reconhecidos oficialmente. Sua flor-símbolo é o brinco-de-princesa (Fuchsia regia), cuja escolha esteve envolvida em certa polêmica. Seu animal-símbolo é o cavalo crioulo, tão presente na história e no cotidiano dos gaúchos. A planta-símbolo é a macela (Achyrocline satureioide), ave-símbolo é o quero-quero (Vanellus chilensis), que não é típico do Estado (existe em toda a América do Sul e até na América Central), mas pelo qual os gaúchos têm um carinho muito especial; a bebida é o chimarrão; instrumento musical é a gaita; árvore é a erva-mate (Ilex paraguaiensis) e prato típico é o churrasco, todos aprovados oficialmente por decreto (brinco-de-princesa) ou leis.
            Se escolheu esses vários símbolos oficiais, pode muito bem o Estado escolher também seu mineral-símbolo. Isso não seria nenhuma novidade; o lápis-lazúli, por exemplo, é a pedra-símbolo do Chile e a rodocrosita, da Argentina.
Mas, qual seria o mineral-símbolo do Rio Grande do Sul? Para mim, sem dúvida, a escolha deve contemplar um mineral abundante no Estado, a ponto de poder ser considerado característico dele, e que se destaque pela beleza ou valor econômico. Assim sendo, não vejo outros candidatos que não sejam a ágata e a ametista.
 
 
O Rio Grande do Sul tem as maiores reservas de carvão mineral do Brasil e, com Santa Catarina, é responsável pela quase totalidade da produção brasileira. Mas, apesar do nome, carvão não é mineral e não pode se candidatar a esse título.
Temos então apenas as duas pedras preciosas concorrendo. Só que escolher uma das duas não é nada fácil...
            Em termos de valor econômico, são gemas que não se situam entre as mais caras do mercado, mas a ametista é claramente superior em preço à ágata. Ponto, portanto, para a ametista.
            Em termos de abundância no Estado, podemos encontrar tanto uma quanto a outra na metade norte do Rio Grande do Sul, mais precisamente nas rochas vulcânicas de idade mesozoica, sobretudo nos basaltos. Mas, nessa metade do Estado a ágata é bem mais abundante e mais amplamente distribuída que a ametista, podendo, portanto, ser considerada mais representativa do Estado. Ponto para a ágata.
            Em termos de produção, tanto a ágata quanto a ametista são produzidas em grande quantidade pelo Rio Grande do Sul e mais de 90% dessa produção vão para outros países. O Estado é o maior produtor brasileiro das duas pedras preciosas, que o colocam, junto com o citrino obtido por tratamento térmico da ametista, em segundo lugar entre os maiores produtores brasileiros de gemas, atrás apenas de Minas Gerais. Ponto para as duas, portanto.
            Até aqui, os critérios se aplicam com relativa facilidade. Só que determinam um empate. E quando se começa a falar de beleza, a escolha fica muitíssimo mais complicada. Ágata e ametista são tão diferentes que, simplesmente não dá para confrontá-las. Podemos avaliar a beleza de uma e a beleza de outra, mas sem fazer comparações.
            A ametista tem uma cor violeta que não é das mais comuns no mundo das gemas e pode ser perfeitamente límpida e transparente depois de lapidada. A ágata nunca será transparente (no máximo translúcida), mas as múltiplas cores numa mesma peça e o modo infinitamente variado como elas se distribuem e se combinam tornam cada ágata única, sendo impossível encontrar outra igual a ela. E nesse aspecto as ágatas gaúchas têm fama mundial, não sendo raro encontrarem-se fotografias delas em livros de Gemologia. Em termos de beleza, portanto, elas empatam e o placar fica em 3x3.

 
            Podemos falar também do uso. Com belezas bem diferentes, ágata e ametista são também empregadas de modo bastante diverso. A ágata presta-se maravilhosamente bem para objetos decorativos, aqueles que se usa sobre a mesa, como porta-retratos, cinzeiros, cabos de talheres, pesos de papel, porta-copos ou então como chaveiros, maçanetas, móbiles, etc., numa relação de usos cujos limites são os limites da criatividade de cada pessoa. Pode, é claro, ser usada também em objetos de adorno pessoal, como alianças e pingentes, mas não é esse o uso mais comum.  Já a ametista é mineral usado tipicamente para adorno pessoal, em joias de todos os tipos (anéis, brincos, colares, pulseiras, pingentes, abotoaduras, etc.), não em objetos decorativos, exceto quando o objeto é a própria ametista, nos belos agregados cristalinos chamados geodos (“capelas”) que são produzidos (e exportados) em larga escala no Rio Grande do Sul.
            Alguns poderão considerar o uso em joias mais importante, já que elas são em média mais valiosas que os objetos decorativos citados. Mas, haverão de convir que os objetos decorativos são maiores, têm mais visibilidade e dão muito mais liberdade de criação ao designer. Persiste, portanto, em minha opinião, o empate.
            Por fim, há outro aspecto que não pode ser esquecido e que nada tem a ver com Gemologia, Joalheria ou Decoração de Interiores. Caso sejam superadas as dificuldades apontadas acima e se chegue a um consenso, a escolha do mineral-símbolo deverá ser formalizada em documento legal, como foram as escolhas dos demais símbolos mencionados no início. E aí vem o aspecto político da questão.  A Política, queiram ou não, está presente sempre na nossa vida e não pode ser ignorada também neste caso.  Por quê?
Acontece que a produção de ametista no Rio Grande do Sul vem principalmente do município de Ametista do Sul, na região norte do Estado, secundariamente de outros sete municípios situados na mesma região (Iraí, Frederico Westphalen, Planalto, Trindade do Sul, Gramado dos Loureiros, Rodeio Bonito e Cristal do Sul). Já a produção de ágata provém mais da região central do Estado e não está tão concentrada como a de ametista. Desse modo, qualquer que seja a escolha, uma parcela da população do Estado ficará insatisfeita, e esta parcela provavelmente será maior se o mineral-símbolo escolhido for a ametista.  Esta é, então, outra variável a ser considerada nessa difícil escolha.
E se fosse escolhida ágata com ametista como mineral-símbolo do Rio Grande do Sul? A proposta não seria nenhum absurdo, pois pode-se encontrar na natureza geodos contendo as duas gemas. Só que isso não acontece no Rio Grande do Sul com uma frequência que justifique adotar essa associação como pedra símbolo dos gaúchos.
            Por outro lado, como as duas gemas são variedades de quartzo, não se poderia então adotar o quartzo como pedra-símbolo? Decididamente, não, porque existem muitas outras variedades desse mineral, mesmo considerando apenas aquelas usadas como pedra preciosa (ex.: quartzo enfumaçado, quartzo rosa, quartzo rutilado, jaspe, cornalina, cristal de rocha, ônix, etc.).
            Uma saída salomônica seria escolher não um, mas dois minerais-símbolos do Estado, ágata e ametista, o que é diferente de ágata com ametista.
          

Conheça os 30 minérios mais bonitos encontrados na natureza

Conheça os 30 minérios mais bonitos encontrados na natureza

MARCOS SZUECS
Os diamantes são os melhores amigos das mulheres, mas existem alguns minérios que conseguem ser mais bonitos – e raros – do que eles. Aqui no Mega Curioso, você já viu quais são as pedras preciosas mais valiosas do mundo, e a seguir você confere os 30 minérios mais belos encontrados na natureza.

1.Fósseis de árvores com anéis de crescimento de opala

2.Uvarovite

3. Fluorite

4. Kammererita

5. Hematita, rutilo e feldspato

6. Torbernite (material radioativo)

7. Clinoclase

8. Cristais de vanadinite sobre bário branco

9. Geodo de opala

10.Callaghanite azul na hidromagnesita branca

11. Stibnite com Bário

12. Chalcanthite

13. Karpatite

14. Cacoxenite

15. Fluorita

16. Labradorite

17. Opala negra

18. Cuprosklodowskite (radioativo)

19. Halita azul e silvinita

20. Bismuto

21. Opala

22. Turmalina

23. Bayldonite

24. Ósmio (o elemento natural mais denso)

25. Malaquita

26. Emmonsite

27. Aquamarine em moscovita

28. Meteorito Pallasite

                                                                                                                    

29. Boleíte

30. Crocoíta

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Opalas e garimpos

Opala

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Seu nome viria do sânscrita "upala" que quer dizer pedra preciosa, ou ainda do grego "opallios" e do latim "opalos" Ela se distingue pela irisação conforme o ângulo de visão em forma de arco-iris, que deram o termo "opalescênça". Gel de silicio hidratado, ela não cristaliza.
Pline o Antigo trata a opala e é graças à suas escritas que o nome latinizado desta pedra "opalus" chegou até aqui..
Em 1075, o bispo de Rennes lhe conferiu poderes especiais e, pensando que seu proprietario podia se tornar invisivel, a denominou "pedra dos ladrões".
O rei Louis XI teria feito cortar as mãos de um lapidario que teria quebrado uma magnifica pedra que ele o teria confiado.
Necessario ressaltar que sendo muito fragil, devendo ser lapidada com extrêmas precauções, esta pedra se quebra frequentemente em ponto de preparação. Nos dias atuais, nos paises anglo-saxões, ela permanece como a pedra simbolizando os noivados.
A heroina do romance de Walter Scott, Anne de Geierstein, que passou por terriveis aventuras, usava uma opala e, tendo-a lançada ao mar sua vida volta a ser tranquila. Um rumor se desenvolveu, divulgado na França pela imperatriz Eugênia que teria sido impressionada pela leitura do romance, afirmando que ela era maléfica. Ela foi proibida à côrte dos czars. Os diamantarios da época propagaram esta idéia, sem duvida porque eles tinham receio que seus clientes deixassem de lhes pagar se eles a quebrassem trabalhando-a.
Foi a Rainha Vitoria que usando uma opala da Australia em sua corôa assegara a promoção da opala da Australia em todo o Commonwealth.
Atualmente, criações dignas de elogios, voltaram a colocar a opala no lugar que ela merece em joalheria.
Suas cores são extremamente variaveis, verde, rosa, laranja vivo (opalas de fogo), indo até o "arlequim" à magnifica irisação.
A quincita é uma opala rosa descoberta em Quincy-sur-Cher perto de Bourges no centro da França, sua coloração rosa é devido à pigmentos de origem vegetal trazidas pelas algas no momento da formação da opala.
O cacholong é uma opala branca chamada porcelanica pois ela tem um aspecto de uma porcelana, onde a variedade utilizada em joalheria provém principalmente de uma região proxima do rio Kashgar no Xinjiang chinês. Sua composição se situa entre a opala e a calcedônia, até mesmo o jaspe, e sua especificidade é que ela é muito porosa. A camada superficial branca de uma rocha é constituida de cacholong e a presença desta camada significa que a rocha ou a calcedônia foi exposta muito tempo às variações climaticas permitindo a formação desta camada de cacholong que é portanto um indicador de sua ancianidade.

Local de extração

Durante milhares de anos, as opalas foram recolhidas perto de Cervenitsa no vale da Vah (região de Dubnik, atual Eslovaquia), mas as fontes foram esgotadas.
Entretanto pode-se citar os Estados Unidos (daho, Nevada, California, Oregon, Alaska, o Brasil, o Honduras, o México (onde os Astecas a exploraram e a mostraram à Cortez), a Etiopia, a Guatemala, a Indonésia, o Japão, a Russia, o Peru...e a França com suas jazidas dos Alpes Maritimos (Biot) e de Quincy, perto de Mehun-sur-Yèvre (Cher).
A Australia contém as principais jazidas : A caracteristica destas jazidas australianas é que são de origem sedimentar (como no Brasil) ao passo que outras jazidas são de origem vulcânica.(Nova Galles do Sul : Lighting Ridge, White Cliffs, Victoria, Queensland, Australia meridional :Coober Peddy, Andamooka).
A caracteristia dessas jazidas australianas é que elas são de origem sedimentar (como o Brasil) ao passo que as outras jazidas são de origem vulcânica.
Depois dos anos 70 : descoberta das opalas do Peru, chamadas também opalas dos Andes, elas são azuis, verdes, amarelas, rosas, translucidas ou opacas e sem irisação, são lapidadas em facetas ou em cabochões.
Hoje na Etiopia, opalas transparentes translucidas, com fogos de todas as cores, são produzidas.
O cacholong provém principalmente do Xinjinag chinês mas também de Ouzbequistão, da Mongolia, da Islândia, da Italia, da Austria, da França no Var, da Republica Tcheca na Moravia.
Ver las fotos das minas/outras fotos

Utilização em joalheria

A lapidação das opalas é muito delicada.
A opala de fogo é lapidada em facetas ou em cabochões, algumas têm fôgo.
Somente as opalas preciosas são empregadas em joalheria e os especialistas distinguem toda uma série de variantes :
As opalas comuns :de inumeras cores, mas sem fogo.
As opalas preciosas :opala nobre ou arlequim (antigamente chamada oriental), com todas as possibilidades de cores e de fogos, sendo as mais contadas de fogos vermelhos.
A opala hidrofana que é opaca e se torna transparente quando molhada de agua. Opala branca, opala negra, matriz (com veias de rocha metalica), opala d'agua (ou hialita, transparente opalescente), girassol : que é sempre embaçada e leitosa. Observa-se também opalas contendo inclusões, como a opala dendritica, opala musse, (espuma)...
O cacholong sendo uma materia muito porosa, absorve todos os liquidos e semore tratada para impedir de se manchar.
A opala é a pedra de aniversario do 14° ano de casamento.

Cuidado e precaução no cotidiano

Ela é uma das gemas mais frageis : ela é sensivel aos choques, aos costméticos, aos sabões, aos produtos de limpesa e é necessario evitar de guarda-la manipulando-a, até em lavar as mãos.
Montada em anel, é necessario evitar as batidas, os arranhões.
Ela é conservada em bom estado desde que mergulhada na agua o mais frequente possivel. Ela poderia alias permanecer continuamente dentro d'agua ! Sem humidade, a opala acaba "morrendo", quer dizer perder sua opalescença, seus fogos, se desintegrar. Ela perde facilmente seu polimento.
A opala, contendo de 3 à30% de agua, se desidrata e pode se partir se ela for conservada ao ar muito sêco, dai a necessidade de conserva-la ao abrigo do calor, numa atmosfera humida. Os gemologos se reservam o direito de não medirem seu indice de refração, por causa da agressividade do liquido otico.Atenção também ao calor da iluminação das vitrinas de joalheiros.

Litoterapia cultural e historica

Notemos que muitos litoterapeutas atribuem propriedades especificas à cada variedade de opala. Assim, a opala comum teria efeitos calmantes, tranquilizantes, estimularia e favoreceria o sono enquanto que a opala de fogo regularizaria os periodos de menstruação, ajudaria a procriação feminina e facilitaria os partos, oportuno sobretudo ao chacra do sexo eliminando as inibições, reforçando o desejo...
Atribui-se à opala o poder de favorecer o sono, os sonhos amorosos. Ela é uma pedra de ternura, de pureza dos sentimentos, da fidelidade e da confiança mutua.
A opala preta surpimiria o medo do escuro.Em razão de sua irisação, a opala constitui um laço entre nos e os diversos "coloridos" da vida. Os orientais lhe atribuiram a reunião das virtudes de todas as outras pedras, o que o médico e naturalista Boèce de Boodt confirma no século XVII°.
Simbolo de amor terno, da confiança, da pureza, ela iniciaria ao potencial luminoso de todos os fenômenos naturais e poderia aumentar nossa percepção ao nivel destes que são de origem cosmica, à luz branca que se divide em sete cores que se misturam para dar todas as outras. As cores dominantes indicariam os chacras aos quais elas correspondem.
A opala poderia também nos fazer sentir nossos desejos, nossas necessidades, nossas fraquezas e nossos bloqueios, mas ela despertaria também em nosso coração um sentimento de alegria, de satisfação.
A opala de fogo parece contribuir com um papel particular reativando nossos sentimentos e clareando nossa compreenção.
Ela corresponde ao signo de Peixes, de Câncer (a opala clara), de Sagitario, de Aquario, de Escorpião (a opala preta) de Aries (a opala de fogo)

Imitações e tratamentos

Apesar da imitação ser das mais mal feitas, pois a opala possuindo uma fonte fixa de fundo e uma outra proveniente da reflexão da luz, conseguiram mesmo assim imita-la. No século XVIII°, se serviam de vidro tingido em azul palido de aparência leitosa que era envolvido de um tecido de seda tingida. Foi também utilizado asas de borboletas, plumas de passaro-mosca, de pavão e também de vidro ou de resina. Imita-se também inserindo uma camada de madrepérola entre uma meia esfera de vidro opalescente ou numa resina.
A opala leitosa se reproduz mergulhando lascas metalicas em diversos coloridos num vidro opalescente. O corte de uma fina tira de uma madrepérola de uma certa concha do australiana, polida, sobreposta de prata, depois cimentada sobre o cristal ou vidro produz um excelente efeito.
A opala de fogo se imita utilizando uma espécie de baquelita que devolve uma aparência de uma chama ondulante na superficie mas ela é bem menos densa. E é dificil utilizar liquidos pesados de mesmo indice de refração para detectar as falsas pedras pois a opala natural é muito porosa.
Foi criado dublets com opalas muito finas coladas sobre uma opala comum ou um ônix ou um cimento preto podendo dar a ilusão de uma opala preta. Triplets une-se uma camada suplementar, encima, cristal de rocha, calcedônia translucida ou matéria plastica de baixa qualidade. Estas criações fraudulentas devem ser assinaladas sem ambiguidade.
Opala sintética é fabricada desde os anos 70.

Melhoramentos

As opalas que temem a desidratação devem ser regularmente imersas na agua.

Pedras historicas e legendas

As opalas célebre : a maior do mundo, dita Hungara, pesava 2410 quilates. Uma das mais belas e também muito grande, ainda conservada no Museum de historia natural de Viena, foi descoberta no leito de um riacho em Dubnik, em 1775, ela pesa mais de 600 gramas, medindo 12 por 5,7cm.
O Museum de historia natural de Nova York expõe uma das maiores opalas australianas (50x15 cm) e a Smithsonian Institution de Washington detém uma pesando 155 quilates.
O Tesouro britânico possui um dos dois fragmentos provenientes da fratura de uma opala descoberta no fim do século XIX° em Queensland, ela pesa 250 quilates e sua irisação reflete vermelho, violeta, verde, carmim. O museu de Bucareste possui a coleção mais completa de opalas de Dubnik : 366 926 amostras, pesando no total 58 645 quilates!
O Museum nacional de historia natural de Paris conserva uma opala fazendo parte do tesouro da coroa e tendo pertencido à Louis XVIII. Duas pedras de grande valor, a Orphanus que ornava a coroa do Saint Empire romano germânico e o Fogo troiano (ainda dito Incêncio de Troia) da imperatriz Josefina desapareceram.
Uma muito antiga legenda indica que no amanhecer da humanidade, num continente longinquo, bem além mar, um arco-iris depositou um Deus que os que habitavam la, reconheceram como sendo criador do tempo dos sonhos. Ora, um dia, sem prevenir e sem razão aparente, se foi. O arco-iris desaparecera, ele também, mas no lugar onde ele havia tocado o solo, as rochas se transformaram em pedras preciosas multicores. Este continente longinquo se tornou a Australia. A pedra preciosa aos multiplos brilhos irisados foi denominada opala.
Na idade média, acreditava-se que os ladrões que usavam uma envoltura numa folha de louro se tornavam invisiveis.
Na Roma antiga, onde ela era considerada como um amuleto, um senador, Nonius, preferira se exilar no Egito onde ele morreu pobremente, mas, conservando sua pedra, preferindo do que ceder uma opala do tamanho extraordinario de uma noz que Marco Antonio queria lhe tomar para oferecer à Cleopatra

Opalas negras

Opalas

Com as suas diversas variedades, as opalas têm maravilhado os Homens desde a Antiguidade. Esta pedra, com exemplares de uma beleza ímpar, é tida como a gema nacional da Austrália.
A opala ocorre em diversas variedades, entre as quais distingue-se a opala nobre, a opala comum, a opala de fogo e a opala de madeira. Todas são usadas em joalharia.
Tal como o quartzo, a opala é uma substância composta por sílica (SiO2) e também por água (até 10%). É uma substância amorfa, não possui uma estrutura cristalina e deste modo não pode ser denominada de mineral, no sentido estrito do termo, mas sim de mineralóide. Apresenta-se em veios, glóbulos e em crostas de várias cores. Tem uma dureza ligiramente inferior à do quartzo.

As opalas são muitas vezes impregnadas com óleo para disfarçar a presença de microfracturas que se desenvolvem espontaneamente, muito provavelmente devido à perda de moléculas de água quando expostas ao ar. Também se usam resinas e silicone. Estes tratamentos não são permanentes.
A opala comum quando surge com cores bonitas é, geralmente, talhada em cabochão(1) para fazer parte de aneis e colares. As cores passam pelo verde, amarelo, rosa, vermelho e azul.
A variedade mais importante é a que exibe um “jogo de cores”: a dita OPALA NOBRE. Pode ser descrita como preta ou branca consoante a sua cor: a preta inclui o cinzento, o azul escuro e o verde; a branca inclui os tons claros. A variedade mais valiosa é a opala nobre “preta” devido ao facto de ser a que mostra da melhor maneira (com mais contraste), a multiplicidade de cores. Algumas variedades brancas e porosas são tratadas de modo a torná-las “negras”. Para isso são imersas em soluções saturadas de açucar e posteriormente tratadas com ácido sulfúrico concentrado para retirar a água. O efeito traduz-se na retenção dos átomos de carbono do açúcar nos interstícios da pedra.
O “JOGO DE CORES” ou iridescência(2) é causado pela difracção da luz incidente que é devida ao tipo de estrutura que as opalas apresentam.
Até 1964 esta estrutura não era conhecida e consequentemente a síntese de opalas não era possível. Foi graças ao micoscópio electrónico, que se descobriu que os apreciados efeitos ópticos eram produzidos pelo arranjo tri-dimensional de esférulas de sílica de igual tamanho (ultramicroscópicas) espaçadas regularmente, que funcionam como uma rede de difracção.

A difracção da luz provoca a sua decomposição em cores do espectro de luz visível. São essas cores que se podem observar quando a pedra é olhada de diversos ângulos e que a tornam tão desejada.
O tamanho das esférulas de sílica varia consoante os diversos tipos de opala. Desta forma, consoante o maior ou menor tamanho das esférulas de sílica também o “jogo de cores” produzido tem mais ou menos cores: as opalas constituídas por esférulas maiores permitem a passagem, através dos espaços entre elas, de todos os componentes da luz branca; as opalas constituídas por esférulas menores bloqueiam os comprimentos de onda maiores (responsáveis pelos vermelhos e laranjas). Assim as primeiras produzem uma irisação com muitas cores (do vermelho ao violeta do espectro de luz visível) e as segundas produzem uma irisação com menos cores.

Depois de conhecida a estrutura das opalas, foi possível iniciar experiências para a sua síntese. Em 1974, as primeiras opalas sintéticas foram comercializadas por Pierre Gilson.
A opala é depositada em cavidades e fissuras nas rochas, a partir da precipitação química de águas ricas em silício ou pode ter origem na acumulação de restos de esqueletos de organismos marinhos animais (radiolários e espículas de certas esponjas) e vegetais (diatomáceas). Também ocorre em fósseis substituíndo as estruturas originais (opala de madeira).
A opala de madeira, xilopala ou xilóide, forma-se quando no processo de fossilização há a substituição da celulose, principal constituinte da madeira, por opala. Na floresta Petrificada de Holbrook, no Arizona, EUA, encontram-se magníficos troncos de araucária petrificados com 65m de comprimento e 3m de largura. Este local é actualmente um Parque Nacional.
A opala de fogo, também muito apreciada, apresenta-se transparente com uma bonita cor castanho-mel avermelhado. Por vezes esta variedade exibe também iridescência, tornando-se mais valiosa. Esta variedade provém essencialmente do México.

A melhor maneira da opala exibir o efeito do “jogo de cores” é quando é talhada em cabochão. As opalas de fogo são muitas vezes facetadas e no caso de poderem exibir alguma iridescência são frequente talhadas com a “mesa” (a faceta maior da coroa), ligeiramente curva.
Opalescência é um termo que se refere ao efeito translúcido e leitoso que algumas opalas apresentam; no entanto este termo é, muitas vezes, erradamente utilizado para definir o efeito óptico da multiplicidade de cores observadas nas variedades de opala nobre.
O nome opala deriva de upala, que em sânscrito significa pedra ou pedra preciosa. Esta pedra é conhecida e apreciada desde a Antiguidade. Os Romanos consideravam-na a gema mais bela depois da Esmeralda. Contava-se que “(…) no sec. I a.c., o senador Nonnio preferiu partir para o exílio a ter de ceder uma opala preciosa a Marco António.” In colecção Minerais e Pedras Preciosas, 1993.
Foi associada ao poder e a várias capacidades medicinais, mas mais tarde adquiriu fama de trazer azar. Esta fama perdurou durante muito tempo e só nos finais do sec. XIX, com a descoberta das enormes jazidas na Austrália, é que começou outra vez a ser procurada como pedra de adorno. A rainha Victória, que gostava muito desta gema, contribuiu muito para a sua divulgação.
As jazidas mais antigas localizam-se na ex-Checoslováquia. Actualmente cerca de 96% da produção de opalas nobre provem da Austrália. Há também jazidas no México, no Brasil, nos EUA (Oregon, Nevada e Idaho) e na Ucrânia.

As bonitas opalas australianas foram descobertas em 1869 em Listowel Downs (em Western Queensland), mas é só em 1889 que a indústria das opalas se estabelece, quando Tullie Wollaston as comercializa com sucesso. Ocorrem numa vasta região denominada de “cintura de opala de Queensland”, com 800 Km, entre New South Wales e a fronteira Queensland / Kynuna; são zonas muito áridas aonde as condições de vida são difíceis.
Actualmente os exemplares de opala nobre preta provêm de Lightning Ridge, New South Wales, mas no passado entre as décadas de 30 e 60 magníficas opalas pretas provinham da mina Mighty Hayricks.
Situada entre Adelaide e Darwin, Cober Pedy é a mina de opala mais larga do mundo e foi descoberta em 1915 por um rapaz de 14 anos de idade durante uma expedição à procura de água. Cober Pedy é responsável por cerca de 80% da produção australiana.
(1) Cabochão é um estilo de talhe: a pedra apresenta um topo côncavo de forma, geralmente, arredondada e uma base mais ou menos plana.
(2) Iridescência – reflecção das cores do arco-íris.

As Opalas

opala

Em tempos turbulentos e de tantas incertezas, não custa nada contar com a ajuda extra da proteção das gemas.
As  opalas são consideradas historicamente como as gemas mais mágicas e que mais trazem sorte. Ela é a gema com fenômeno óptico (opalescência) mais popular do mundo. Apresentando um jogo de  cores peculiar, uma irisação em forma de arco-íris que varia dependendo do ângulo que se olha. Esses arco-íris se formam graças à presença de inúmeras esferas minerais em sua estrutura que sempre tem um pouco de água.
 Várias culturas deram às Opalas podres e origens sobrenaturais. Os antigos gregos acreditavam que as Opalas davam a seus proprietários o poder da profecia e os protegia de doenças. Lendas árabes diziam que as Opalas caíam do céu nos flashes dos relâmpagos e adquiriam assim sua cor maravilhosa. Os europeus há muito a consideram símbolo de esperança, pureza e verdade.
 O nome Opala tem origem sânscrita “upala”, que significa pedra preciosa. Por ser uma gema delicada, ela é mais indicada para ser usada em pingentes e brincos, de preferência com uma montagem que proteja bem a pedra. Deve-se evitar manusear ácidos e álcoois quando se usajoias de Opalas. Elas também são sensíveis a ácido fluorídrico e soda caustica. Mudanças abruptas de temperatura podem causar fraturas nas gemas.
 Tipos:
1. Branca (ou Nobre): preciosa de cor clara com jogo de cores;
2. Negra: cinzento-escuro, azul-escuro e negra (sãomuito raras);
3. Opala de Fogo: marrom, amarela, laranja ou vermelha (nem sempre apresenta jogo-de-cor.
4. Matrix: com pedaços da rocha matriz intercalados com a opala nobre.
As principais minas produzindo Opalas na atualidadeestão  na Austrália (Branca e Negra), México (Opala de Fogo) e Brasil (Opala Branca). O maior garimpo  no Brasil é o de Boi Morto, no município de Pedro II, Piauí.