Ebola afeta drasticamente a mineração africana
A epidemia do vírus Ebola que atinge milhares de
pessoas no oeste africano, começa a atingir fortemente as operações
mineiras da região.
A Arcelor Mittal teve a sua expansão paralisada quando 15 empresas
contratadas declararam força maior e evacuaram 645 empregados de suas
minas de minério de ferro da Libéria. Com a parada, causada pelo Ebola, a
unidade que produziria 10 milhões de toneladas por ano em 2015, está
comprometida. O vírus está paralisando 4.000 empregados, só da Arcelor
Mittal.
As notícias são devastadoras.
Em Serra Leoa a firma britânica London Mining já evacuou todos os
empregados considerados não essenciais e os estrangeiros de sua mina de
minério de ferro Marampa.
Marampa deveria produzir 6,5 milhões de toneladas de minério de ferro.
Até as operações de minério de ferro da Vale na Guiné estão sendo
atingidas. Lá os expatriados foram evacuados e o restante dos empregados
receberam férias compulsórias.
Nestas operações comprometidas medidas extremas contra a disseminação do
vírus, começam a ser implementadas e praticamente todas as empresas de
mineração estrangeiras estão ou paralisando as suas operações ou
adotando sérias medidas restritivas como a AngloGold Ashanti.
Não se sabe se esses esforços serão o suficiente para evitar a
proliferação e a erradicação do vírus. Caso o surto continue espera-se
um enorme prejuízo decorrente do fechamento das operações mineiras nos
países atingidos.
Os sintomas são a febre e dores musculares, de cabeça e garganta que
levam à insuficiência renal e hepática e, em mais de 50% dos casos, à
morte. Este surto é o maior da história do vírus que foi identificado em
1976.
Publicado em: 10/8/2014 21:00:00
China, a hora de comprar ferro gusa
Com a queda dos preços do minério de ferro centenas de milhões de
toneladas deixarão de ser vendidas. Não se sabe exatamente quantas
toneladas de minério de alto custo e de baixo teor serão alijadas do
mercado, mas calcula-se que o número supere as 200 milhões de toneladas
já em 2014.
Isso implica no fechamento de muitas minas, principalmente chinesas.
Esse número engloba também, aquele minério de ferro de baixo teor, entre
56 a 58% de Fe, que mesmo barato é causador de maiores custos de
energia, gerando mais rejeitos e poluição, uma situação inaceitável
conforme as novas leis ambientais chinesas.
O que os chineses ainda não estão enxergando é o enorme potencial de
lucro, tanto financeiro como ambiental, por trás da importação de ferro
gusa. Ao importar ferro gusa eles irão transportar somente 4% de lixo já
que o gusa tem 96% de ferro: um desconto médio de quase 40% no preço do
frete.
No caso dos minérios de baixo teor mais de 40% da carga transportada é
lixo, que será convertida em escória e rejeitos poluentes no seu próprio
país.
Em outras palavras, para suprir o aço necessário ao crescimento do país
os chineses estão importando poluição na forma de mais de 300.000.000 de
toneladas de rejeitos, pó, lama e escórias venenosas a cada ano, o lixo
que vem junto com o minério de 55 a 62% Fe. Produtos que degradam o
meio ambiente contaminando o solo e o lençol freático.
Imagine uma fila de 10 milhões de caminhões repletos de escória
venenosa chegando ao seu país a cada ano. E o mais irônico é que a China
está pagando o frete transoceânico desta poluição...
Enquanto os chineses importam mais e mais minério de ferro (somente em
julho a importação cresceu 11%) os guseiros do Brasil estão fechando as
portas e as plantas em uma indústria decadente, mas que já produziu mais
de 35 milhões de toneladas ao ano.
China torpedeia o mercado de terras-raras e compra quase toda a cota do segundo semestre de 2014
Em julho deste ano a China decidiu que a cota de
exportação dos terras-raras para o segundo semestre de 2014 seria de
15.501 toneladas sendo 13.696 de TR leves e 1.809t de TR pesados.
A notícia parecia um progresso nas tensas negociações internacionais, já
que os Estados Unidos e o Japão estavam pressionando para que a China
colocasse mais terras-raras no mercado. O país controla mais de 95% da
produção mundial...
No entanto, um fato extremamente interessante, que mostra a
agressividade da China, ocorreu nesta semana e ainda não foi plenamente
avaliado pelo mercado. Somente nestes últimos dias a China comprou 65%
das TR a serem vendidas no segundo semestre, esgotando as possibilidades
de compra de outros países. Foram adquiridas, nada menos do que 10.000
toneladas de terras-raras, dela mesmo é claro.
Esta deve ser uma estratégia para aumentar os estoques e suprimir os
terras-raras do mercado aumentando os preços exponencialmente. Mais um
desdobramento da guerra subterrânea pelo controle destes elementos
fundamentais na indústria dos celulares, TVs de tela plana, imãs de alta
potencia e muitíssimos outros eletrônicos de ponta.
Os preços que estavam em declínio desde 2011 deverão, agora, subir.
Somente os preços dos óxidos de praseodímio-neodímio caíram 76% desde
2011.
Com essa estratégia irão se acirrar as batalhas legais, em andamento,
onde Japão e Estados Unidos, os dois maiores consumidores de
terras-raras, junto com a Organização do Comércio Mundial (WTO) querem
forçar a China a acabar com a política de cotas de exportação.
Foto, mina de terras-raras Mountain Pass da Molycorp que pode reduzir o controle da China
Importação de minério de ferro da China cresce 11%. Um novo bull?
Em julho os chineses importaram 11% a mais minério de ferro do que em
junho de 2014. Estes números mostram a atividade da indústria chinesa
que não perde força e uma compra alimentada por preços baixos do minério
de ferro.
As importações atingiram 82,5 milhões de toneladas e é o terceiro maior volume importado em um mês na história da China.
Muitos analistas já começam a antever um novo bull Market quando o
crescimento das importações será continuado alavancando uma subida nos
preços. Por enquanto os preços do minério 62% Fe ainda não subiram e se
mantem em torno dos US$96/t.
Como ganhar um salário acima de R$20 milhões por ano na mineração?
Quando falamos de salários ultraelevados pensamos sempre em superstars, jogadores de futebol americano, de golfe ou de futebol.
No nosso caso nem é preciso ir tão longe, pois os gigasalários, de
milhões de dólares por mês, também existem na mineração. Basta que você
seja um CEO de uma mineração importante que o seu salário junto com as
bonificações poderá atingir cifras estratosféricas, maiores do que as
dos grandes jogadores de futebol.
Não acredita?
Veja o caso do CEO da Yamana, Peter Marrone, que recebe um pacote de
R$63 milhões por ano que corresponde a um salário de mais de R$23
milhões juntamente com ações no valor de R$60 milhões.
O pacote de Marrone, sozinho, já é maior do que o salário do Neymar que é de R$29 milhões ao ano.
Surpreso? Não fique.
Existem vários CEOs da mineração faturando salários dignos de um
superstar. É o caso de Richard Adckerson da Freeport-McMoRan que faturou
mais de R$121 milhões no ano de 2013.
Em alguns casos, como o do
CEO da PotashCorp’s, Bill Doyle, o salário é relativamente baixo (R$14
milhões) mas o pacote das ações muito elevado atingindo R$220 milhões.
A lista de CEOs com salários milionários é extensa. O que chama atenção é
que no meio destes só existe uma mulher. É a CEO da Turquoise Hill, Kay
Priestly cujo salário é o menor entre os tops: R$2 milhões ao ano.
Portanto, se você é um dos high flyers e quer ganhar salários de
superstars é só adequar os seus planos futuros e começar a trabalhar
agora. O seu futuro poderá ter cifras ainda maiores que essas.
Arregace as mangas e boa viagem!