terça-feira, 2 de setembro de 2014

Gigantes chinesas otimistas com o gás do xisto

Gigantes chinesas otimistas com o gás do xisto




A China detém uma das maiores reservas de xisto oleígeno do mundo.

Já há algum tempo as grandes empresas chinesas de energia começaram a investir na prospecção e extração do gás natural do xisto, uma fonte limpa de energia que deverá substituir o carvão. Os avanços chineses na área sempre foram considerados com restrições, já que o país carece de água abundante e de infraestrutura adequada nas regiões onde os xistos abundam.

No entanto as últimas declarações das gigantes Sinopec e PetroChina não escondem um misto de euforia e otimismo. Os dirigentes dessas empresas acreditam que a China poderá fazer a sua revolução do xisto em muito menos tempo do que a dos Estados Unidos, com um custo menor. Parte do otimismo é derivado dos menores custos da sondagem: os chineses gastam em torno de US$9.8 milhões por furo. Este custo é o dobro do custo americano, mas já é 60% mais barato do que a sondagem chinesa de 2013. Essa redução de custos e aumento da velocidade de sondagem é o fruto do aumento da experiência chinesa na exploração do xisto.

Em 3 anos os chineses esperam reduzir ainda mais os custos da sondagem. Hoje o processo de fracking já é feito em 45 dias: demorava 80 dias em 2013.

No campo de Fulling, controlado pela Sinopec, a produção anual deverá atingir em 2015,  5 bilhões de metros cúbicos.

As grandes chinesas estarão produzindo 30 bilhões de metros cúbicos de gás do xisto em 5 anos, um volume maior do que toda a produção brasileira de gás convencional no ano de 2013.

Enquanto isso no Brasil, a candidata Marina, que ameaça reduzir investimentos no pré-sal e incentivar outras fontes de energia não menciona, no seu plano de governo, a palavra xisto que é uma fonte gigantesca de hidrocarbonetos que pode ser colocada em produção em poucos anos e que está revolucionando economias bem maiores do que a do Brasil.

O xisto brasileiro tem a capacidade de, em poucos anos, criar a revolução energética que o país precisa para se tornar desenvolvido.  

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

As chagas do garimpo

As chagas do garimpo

Um lugarejo de Madagáscar, na África, onde se
encontraram safiras, repete a saga de Serra Pelada

Raras atividades trazem em si contradições tão grandes quanto o garimpo. Enquanto o comércio de pedras preciosas é sempre associado a riqueza, glamour e ostentação, sua extração está ligada a condições insalubres de trabalho, miséria e violência. A transformação da vila de Ilakaka, ao sul da ilha de Madagáscar, no litoral oriental da África, é um espelho dessas mudanças provocadas pela febre do garimpo. Há dois anos, vinte casebres compunham a vila, miserável como a maior parte do país. Desde que a notícia da descoberta de uma nova e promissora mina de safiras se espalhou, mais de 100 000 garimpeiros aportaram à região, em busca de enriquecimento rápido e fácil. Com raríssimas exceções, a promessa permanece como uma ilusão inalcançável. A safira de Ilakaka reproduziu no sul da África o fenômeno que o ouro gerou em Serra Pelada, no norte do Brasil.
As safiras de Ilakaka estão num aluvião, ao longo de um antigo leito de rio. Como em todas as minas desse tipo, que têm produção farta mas vida curta, quase não há interesse de grandes mineradoras em investir na prospecção mecanizada. Como conseqüência, o formigueiro humano de garimpeiros faz a lavagem da terra à procura das safiras de forma artesanal. A prospecção é feita em valas ou em pequenos poços cavados pelos garimpeiros, com dimensões poucas vezes superiores a 5 metros quadrados, e com 10 a 20 metros de profundidade. A terra retirada de lá é depois lavada numa peneira, para que as safiras, que na maioria dos casos não chegam a 1 quilate (200 miligramas), com o tamanho de uma cabeça de fósforo, possam ser identificadas. O processo é extremamente demorado e perigoso. Quando chove, a possibilidade de desabamentos é grande. Num período de dez dias, no ano passado, dezesseis garimpeiros morreram em acidentes em Ilakaka.
O crescimento acelerado acontece sem a mínima infra-estrutura. As construções são precárias, feitas com o material descartável disponível no momento. O rio usado para a lavagem das pedras é também a única fonte de consumo de água e depósito de esgoto. As epidemias são freqüentes. No entorno da vila, proliferou rapidamente uma gama de serviços para atender os novos habitantes. São restaurantes, pequenos comércios e, para satisfazer a população quase que exclusivamente masculina, bordéis, bares e salões de jogos. A corrida pelas safiras não atrai somente garimpeiros. Compradores de pedras preciosas de diversas nacionalidades circulam pelas vilas de garimpo em busca de mercadorias. O preço pago ao garimpeiro pode ser multiplicado até 100 vezes antes de chegar ao comprador final. A movimentação de dinheiro atrai também a violência. Não são incomuns os casos de roubos, brigas e disputas a tiros pelas pedras. Por via das dúvidas, muitos compradores andam pela cidade acompanhados de guarda-costas armados.
O fenômeno da transformação de Ilakaka é quase um repeteco da saga de Serra Pelada – pode-se prever que vá se encerrar de forma igualmente melancólica. Com a descoberta de ouro no Pará, no início dos anos 80, duas cidades nasceram do nada para abrigar 400.000 homens que trabalhavam dia e noite procurando pepitas num buraco de 100 metros de profundidade. As cidades hoje estão às moscas e o veio, esgotado, foi abandonado. A prospecção de ouro em Serra Pelada gerou uma riqueza estimada em 1,5 bilhão de dólares. Pouco disso, porém, ficou nas mãos dos garimpeiros. "Como sempre, o garimpeiro permanece na miséria e quem enriquece são os intermediários", lamenta o gemólogo Rainer Schultz Güttler, da Universidade de São Paulo.

Embalada pelas pesquisas eleitorais Petrobras sobe mais de 5%

Embalada pelas pesquisas eleitorais Petrobras sobe mais de 5%



O mercado está eufórico com a possível queda de Dilma e do PT. As ações da Petrobras , Eletrobras e do Banco do Brasil estão disparando nas bolsas.

A Petrobras sobe mais de 5% e poderá atingir, facilmente, 6% somente no dia de hoje tudo isso graças à última pesquisa do Datafolha que mostra Marina ganhando com 10 pontos de vantagem no segundo turno.

A pesquisa mostra que Dilma só ganha nos estados pobres da federação onde o bolsa família teve um impacto importante na população. Já nos demais estados, onde os serviços, indústrias e o agronegócio são as molas propulsoras da economia, como São Paulo ela perde fragorosamente.

Esta pesquisa mostra que os coros ouvidos nos estados de futebol contra a Dilma não eram necessariamente da chamada “elite branca”. O coro representava, como se vê agora, a maioria do povo brasileiro que já não aguenta mais tanta corrupção e mau gerenciamento de um país como o Brasil.

Petronas vai investir no xisto argentino

Petronas vai investir no xisto argentino




A Petronas e a YPF assinaram um acordo em Kuala Lumpur, Malásia, para o desenvolvimento e exploração do óleo não convencional do folhelho (xisto) de Neuquén.

Na primeira fase serão investidos US$550 milhões no Projeto Amarga Chica que tem 187 Km2 de área da Formação Vaca Muerta o principal alvo do consórcio.

Nesta fase serão perfurados 30 furos verticais e horizontais onde será utilizado  o método do fracking.

A Argentina, assim como o Brasil, tem grandes reservas de xisto com enorme potencial de produção de gás e óleo. Acredita-se que os folhelhos (xistos)  da Formação Vaca Muerta hospedem uma enorme reserva de hidrocarbonetos não convencionais.

O acordo é mais um importante passo na direção da autossuficiência energética da argentina.

domingo, 31 de agosto de 2014

Pedra brasileira vale mais que diamante

Pedra brasileira vale mais que diamante

Turmalina paraíba foi descoberta há 20 anos, em São José da Batalha (PB). Pedra tem um azul único e um brilho incomparável.

Serra da Borborema, região do cariri paraibano. A imensa cordilheira que corta a caatinga tem muito mais do que beleza. Na região foi descoberta a mais especial e rara das pedras preciosas: a turmalina paraíba. De um azul único, brilho incomparável, alcançou valores nunca imaginados. Um recorde: a turmalina brasileira superou a cotação dos diamantes.

Um caminho de terra e poeira é a ligação da cidade do tesouro com o resto do mundo. Em São José da Batalha, o berço das turmalinas, nada mudou com a descoberta das pedras tão valiosas. O povoado segue a rotina sem pressa e sem novidades. Os moradores
apenas assistiram a riqueza ser levada para bem longe do local. As turmalinas permanecem nas histórias que alimentam muitos sonhos na região.

"Muita gente teve pedras valiosas na mão", conta o ex-garimpeiro Antônio Carlos Costa.

"Uma pedrinha dessas custa de R$ 8 a R$ 10 mil. Não me desfaço dela. Fica como lembrança, para as pessoas verem o que eu faço na vida. Pelo menos fica para os netos, bisnetos, tataranetos. E a história continua", diz o ex-garimpeiro Gerlado Oliveira.

Os moradores guardam mágoa de um passado em que a riqueza esteve bem perto, ao alcance das mãos deles. Mas naquele tempo a turmalina paraíba não tinha o valor que tem hoje.

"Ninguém sabia o valor, entoa, trocava por moto, carro. E assim mandaram tudo para fora", conta Geraldo Oliveira.

E é atrás da história de persistência e obstinação que se vai ao encontro do garimpeiro José de Souza, conhecido por Deda. Dá para imaginar que o homem que ocupa uma casa tão modesta já morou na melhor casa da cidade? Ele já foi dono de caminhões, de um bom carro, de minas de garimpo. Tudo comprado com o dinheiro das turmalinas que achou. Mas hoje a cobiçada pedra azul não passa de um retrato na parede.

"Não tenho ideia de quanto a pedra valeria hoje, mas eu não entregaria a ninguém por menos de R$ 2 milhões. Tenho esperança de que vou conseguir outra", diz Deda, que vai em busca da pedra da fortuna. A caminhada é longa. São seis quilômetros até a mina. Basta seguir por um túnel.

O garimpeiro não teve dinheiro para pagar a energia e tem que trabalhar no escuro, à luz de velas. A mina tem 150 metros de extensão.

"Na realidade, dá para ver o mínimo. Mas não tem outro jeito", conta o garimpeiro, que não tem medo de perder a turmalina no meio da escuridão. "Trabalhamos de olho nela".

Não importa se é dia ou noite, o caçador solitário de turmalinas cava sem parar. A maratona continua empurrando o carrinho.

De carregamento em carregamento, todo o material é retirado de dentro da mina. São toneladas de cascalho. O rejeito da mina cobriu toda a encosta do morro. Deda conta que são oito anos de suor no local. "Meu pensamento fica em Deus", diz.

Caulim é uma argila branca, onde os garimpeiros encontram as turmalinas. Na primeira mina de turmalina da região, uma galeria gigantesca está desativada. Exploração agora, só com máquinas.

"É impossível calcular, mas, pela experiência que temos, ainda não foram explorados 10% dessa mina", conta o minerador Sérgio Barbosa.

As galerias têm passagens para todos os lados e chegam a 60 metros de altura.

E pensar que a mais rara das pedras preciosas foi encontrada em uma região marcada pela aridez, em uma terra considerada pobre, que não serve para plantar. A primeira turmalina paraíba foi descoberta a sete metros de profundidade, 20 anos atrás, graças à obstinação de um homem: Heitor Barbosa, que o Globo Repórter foi conhecer em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Heitor Dimas Barbosa é o dono da mina de São José da Batalha. Todas as pedras que ele guarda vieram de lá. Com orgulho, mostra revistas estrangeiras onde é citado como o homem que descobriu a raríssima turmalina paraíba, em 1982. Era tão bonita e diferente que até comerciantes de joias achavam que não era verdadeira.

"Falavam que era sintética", lembra Heitor Barbosa, que não desistiu. Enviou amostras do mineral ao Gemological Institut of America, nos Estados Unidos, que comprovou: era uma turmalina com cobre e manganês na composição, o que dá o azul especial. Heitor Barbosa diz que não ficou rico porque vendeu as pedras por valor muito baixo e aplicou todo o dinheiro na mina de São José da Batalha, mas garante que ainda vai enriquecer. "Eu tenho uma convicção muito forte de que ainda vou encontrar uma pedra acima de três quilos", diz.

A mina do tesouro, em São José da Batalha, fica em uma região onde não existem empregos. Homens arriscam a vida diariamente nas profundezas da terra.

O local de trabalho do garimpeiro José Tadeu Taveira fica a 60 metros de profundidade. O jeito é colocar o capacete e encarar uma escada. "Não tem perigo", garante Tadeu, que enfrenta esse expediente todo dia.

Os garimpeiros trabalham sempre em dupla: um retira o caulim com a picareta e o outro recolhe com a pá. É também uma medida de segurança. Em caso de desmoronamento, um pode socorrer o outro.

"O perigo está sempre por perto", diz José Tadeu.

Mais perto do que se imagina. Durante a entrevista, uma barreira desabou.

"Na época da chuva é perigoso porque dá infiltração e começa a desabar", explica José Tadeu.

O desmoronamento foi em uma parede. Por precaução, as escavações estão suspensas nas galerias mais profundas.

O professor José Adelino Freire, do Departamento de Minas da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), alerta: o garimpo de São José da Batalha é uma atividade arriscadíssima. "Quem trabalha lá corre risco de morte. Acho que a universidade deve atuar nessas áreas e orientar os garimpeiros para que eles façam uma exploração mais racional", diz o professor.

O garimpeiro Geone de Sousa escapou de morrer graças ao colega que estava com ele e foi buscar socorro. "Caiu uma barreira quando eu estava embaixo, suspendendo a bomba. Quando escutei o barulho, não deu tempo de correr. Caiu por cima de mim. Eu quebrei o fêmur em dois lugares", conta Geone, que retornou ao trabalho com oito pinos na perna e contando com a proteção divina.