quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Copelmi assina MOU com coreanos para investimento de US$1,8 bilhões

Copelmi assina MOU com coreanos para investimento de US$1,8 bilhões



Talvez agora a mineradora Copelmi consiga, finalmente, deslanchar.

A empresa é uma das pioneiras na extração de carvão no Rio Grande do Sul, mas há alguns anos ela vem enfrentando sérios problemas que a levaram a buscar associações com empresas como a Rio Tinto e com a MMX de Eike Batista. Nos dois casos a associação não progrediu. A Rio Tinto desistiu de seu projeto de carvão, devolvendo a sua participação na Copelmi e Eike, como é sabido, faliu.

 A empresa é controlada pela Família Faria é dona de várias jazidas de carvão na região de Arroio dos Ratos, Charqueadas  e Seival.

Recentemente foi anunciado o interesse da Copelmi em desenvolver o seu projeto Guaíba, onde seriam investidos US$1,8 bilhões de Capex. Trata-se de um processo de gaseificação de carvão onde a Copelmi estará associada ao grupo coreano Posco.

Segundo a Copelmi o projeto gerará 4.000 empregos diretos.

A licença ambiental está tramitando desde o início do ano. Hoje a Posco, na audiência com o Governo do RS assinou, junto com a Copelmi, um MOU que trata dos investimentos, incentivos fiscais e da venda do gás para a Sulgás.

A planta começará a operar em 2020 quando é esperada uma produção de 2 milhões de metros cúbicos por dia de gás. 

Uma solução inteligente e limpa para os gigantescos jazimentos de carvão do Brasil.

Hoje, o Rio Grande do Sul consome cerca de 1,8 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, importado da Bolívia.



Foto: planta de geração de energia de 11,2MW da Posco


Alderon: a empresa que ganhou o prêmio Developer of the Year pode nunca decolar

Alderon: a empresa que ganhou o prêmio Developer of the Year pode nunca decolar




A mineradora canadense Alderon é a mais nova vítima da guerra do minério de ferro.

Tudo parecia perfeito para a Canadense Alderon, uma empresa considerada de alta qualidade no Canadá. Além de prêmio de melhor Developer ela tem um minério de fácil recuperação, sem contaminantes e uma infraestrutura invejável.

Recentemente a Alderon fechou importantes contratos de offtake com a Hebei e com a Glencore que aportaram centenas de milhões de dólares para garantir o recebimento da produção da mina Kami.

Que possivelmente nunca será entregue.

A empresa tem um sério problema, talvez incontornável. O seu all-in sustaining cost (AISC) é muito acima do preço atual do minério de ferro.

Já na época que foi feito o estudo de viabilidade econômica o Portal do Geólogo teve a oportunidade de debater os elevados custos da operação com o COO da Alderon.

Na época calculava-se, até com um certo otimismo, que o break-even da Alderon estaria em torno de US$70/t para o minério posto na China. Lembrar que o break-even é um número abaixo do AISC...

Em suma, parece que, com esses custos e preços a Alderon nunca irá decolar o seu projeto Kami.

Os investidores, que não são bobos, já perceberam que o buraco é abaixo do nível d’água, e fizeram o preço da ação despencar. Desde fevereiro de 2014 até hoje a ação passou de C$2.1 para C$0.25: uma queda de quase 90%...

Vale faz o dever de casa: resultados irão aparecer

Vale faz o dever de casa: resultados irão aparecer



A Vale está realmente lutando para sobreviver como uma das maiores mineradoras do planeta.

Ela está cortando os custos operacionais do seu principal produto o minério de ferro.

Com a entrada de S11D este custo médio deverá cair pois, segundo experts da área, o custo operacional por tonelada do S11D (não é o AISC) será de US$15/t já que o minério é mais friável do que o de Carajás e de alto teor.

Os custos do frete estão sendo reduzidos a medida que os portos chineses começam a aceitar os giganavios valemax de 400.000t.

A empresa está vendendo vários ativos entre estes ela vai vender até 40% de toda a sua divisão de metais básicos. Esta venda será feita através de um IPO de uma nova empresa que irá incorporar todos os ativos de níquel que um dia pertenceram à INCO. Desta forma a Vale irá levantar em torno de US$15 bilhões e evitar a contaminação dos problemas com o minério de ferro em uma divisão que vem crescendo.

O interessante é que a Vale acha que a nova empresa deverá valer em torno de US$35 bilhões...um interessante efeito de multiplicação dos pães já que a Vale toda vale hoje US$42 bilhões...

De qualquer maneira, com ou sem a mágica da multiplicação, ela está, praticamente, devolvendo a INCO, cujos ativos estão no Canadá, aos investidores canadenses o que deverá ser bem aceito na Bolsa de Toronto.  Inclusive o nome INCO deverá voltar a ser usado em uma grande jogada de marketing.

Como parte de sua estratégia a Vale estará cortando, também, 30% dos investimentos futuros que seriam de US$14,8 bilhões. É o quarto ano seguido que a mineradora efetua cortes nos investimentos.

Mesmo assim, ela ainda aposta tudo na sua divisão de minério de ferro que ampliou a produção no último trimestre para 85,7 milhões de toneladas.

A empresa e seu CEO acreditam piamente que os preços irão voltar a subir em 2015 e que os investimentos bilionários que estão sendo feitos no aumento da produção e na viabilização do seu grande projeto S11D, serão recompensados.

A Vale acaba de receber o grau BBB de investimento da Morningstar. BBB significa que a empresa tem um risco moderado de inadimplência...Não é bom, mas deve melhorar. 

Carpathian em desintegração: uma queda de 96% em dois anos

Carpathian em desintegração: uma queda de 96% em dois anos



A Carpathian é uma junior canadense que opera a mina de ouro Riacho dos Machados.

A empresa, que vem enfrentando sérios problemas, entregou o seu relatório financeiro do terceiro trimestre na segunda semana de novembro. Ela já havia sido penalizada por atrasar os balancetes ficando proibida de negociar ações por algum tempo.

Neste relatório ela informa que a sua mina Riacho dos Machados produziu 39.384 onças de ouro. A empresa tem recursos NI 43-101 de 8,1 milhões de onças, mas o seu valor de mercado hoje é de apenas US$10 milhões ou o equivalente a 8.312 onças de ouro.

Em outras palavras a Carpathian é uma das empresas mais desvalorizadas da Bolsa de Toronto. Qual o motivo?

Os motivos existentes estão relacionados à baixa produção de ouro da mina Riacho dos Machados, ao atraso nas licenças, chuvas, problemas ambientais, problemas no projeto da Romania, falta de financiamentos e um all-in sustaining cost (AISC) muito elevado no momento em que o ouro cai.

As ações já caíram 96%, desde janeiro de 2013.

Será o fim da Carpathian?

sábado, 29 de novembro de 2014

Repensando a Geologia: Centro de Relacionamento Empresa-Universidade

Repensando a Geologia: Centro de Relacionamento Empresa-Universidade










  Os    tempos mudaram e a geologia moderna requer, a cada dia que passa,  profissionais mais bem preparados do que as universidades estão conseguindo formar.
Este vazio só é sentido quando o novo profissional começa a trabalhar.

Hoje, o geólogo, engenheiro ou técnico de mineração terá que enfrentar uma gama de equipamentos e processos modernos necessários para a condução e supervisão das novas e gigantescas minas que estão entrando em produção. O mesmo ocorre em todas as áreas da geologia, da exploração mineral à mineração.
Se você ainda acha que ao geólogo de exploração basta uma lupa, bússola e um martelo prepare-se para uma grande surpresa pois a tecnologia já chegou à exploração mineral.
Sem um bom GPS, notebook carregado de softwares especializados para operar GIS, estatísticas e interpretação de imagens não é bom nem sair de casa.
Mais ainda, se você estiver trabalhando em pesquisa mineral em áreas novas é bom ter um analisador portátil de fluorescência de raio X (XRF) do tipo INNOV-X (foto abaixo) ou um similar.
               
 XRF de mão
Poder analisar essa brecha gossanizada em   apenas 20 segundos ainda é para poucos. Mas, em pouco tempo será tão   essencial para o geólogo de exploração quanto o GPS
 
Imagine receber uma tabela digital com dezenas de elementos analisados, com grande precisão, em apenas 20 segundos, de suas amostras de testemunho, solo, rocha ou até mesmo sedimento de corrente?

Imbatível!

Um    sonho impossível para aqueles geólogos que, há poucos anos atrás, tinham que aguardar meses para receber os resultados de análises do seu projeto.
  Soluções tecnológicas como essa exemplificam bem o ponto em debate e podem ser a solução entre o sucesso e o fim de um projeto. Estar a par da existência    desses novos equipamentos é primordial.

A cada dia que passa, o que se vê são novas minas sendo construídas, lastreadas em investimentos bilionários, dando empregos a milhares de funcionários. Nesses novos empreendimentos estão sendo aplicados os processos e os equipamentos mais revolucionários assim como os softwares de última geração. A mineração atinge o fundo do mar e outros lugares jamais pensados antes como o espaço sideral. Essas novas fronteiras podem ser instigantes e interessantes mas irão demandar a formação de um novo    tipo de geólogo. Este novo mundo requer profissionais preparados e atualizados capazes de operar os megainvestimentos que se tornam mais frequentes, juntamente com a nova tecnologia associada.

Não é preciso dizer que    neste mundo dinâmico todos os profissionais com aspirações devem se manter a frente da tecnologia.

Pare e pense.

Se você acredita que o seu conhecimento, em uma área fundamental do seu trabalho, já começa a ser    ultrapassado é hora de pensar em uma reciclagem.
É a hora de falar com a chefia e planejar os próximos cursos e workshops. Atualizar-se é preciso!
 
No caso dos estudantes e formandos isso não será possível.

A solução inteligente que cria uma ponte de conhecimento entre o projeto e o novo profissional é o estágio.
Milhares de técnicos de mineração se beneficiaram do estágio obrigatório. Este estágio obrigatório, no curriculum dos técnicos, é uma das grandes soluções criadas para reduzir a distância entre indústria e o banco da escola. É a forma como as empresas e os técnicos iniciam uma relação profissional duradoura.

Infelizmente esse conceito ainda não foi estendido aos bancos das escolas de geologia. Nós sabemos que um Geólogo que teve a oportunidade de fazer um estágio apresenta uma outra visão do mundo profissional permitindo a empresa uma avaliação preliminar do funcionário.

É no estágio que o profissional poderá aprender, na    prática, sobre os processos, procedimentos, softwares, metodologias e políticas da empresa que poderá, amanhã, ser a sua empregadora. No nosso mundo o estágio passa a ser fundamental, evitando que o profissional junior chegue    ao seu primeiro trabalho sem nunca ter tido a oportunidade de saber sobre os  diferenciais da empresa e do trabalho que estará fazendo.

A distância    entre as empresas e as universidades ainda é um ponto a melhorar. São raros os casos em que as empresas, as universidades e os professores estejam juntos tentando atualizar-se e atualizar os alunos. Esta proximidade faz o professor crescer e evita o vazio de conhecimento que afeta a tantos alunos.

  Cada Escola de Geologia deveria ter um Centro de Relacionamento Empresa-Universidade.  Através desse centro, praticamente online, os profissionais das empresas poderiam contribuir com    palestras, workshops e debates sobre os interesses da empresa, metodologias empregadas e sobre o perfil de seus profissionais. Esses contatos irão, também, direcionar os professores fazendo com que esses possam preencher os    seus próprios vazios de conhecimento.

Esse relacionamento, com certeza, irá criar um novo profissional de geologia, mais apto e mais atualizado.
 
É através desse centro de relacionamento com empresas que os estágios serão oferecidos aos alunos.

Se essa solução for implementada todos irão ganhar. As empresas, as universidades, os professores e, naturalmente os    alunos e a sociedade.

Vamos melhorar a Geologia. Promova e implemente essa ideia! Muitos irão agradecer.