FENÔMENOS ÓPTICOS
ASTERISMO |
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Um
dos mais exuberantes fenômenos ópticos observados em gemas é o
denominado asterismo, termo derivado do grego áster, significando
estrela. Este efeito consiste no aparecimento de uma figura com aspecto
de estrela em determinadas gemas, quando corretamente lapidadas em
estilo cabochão ou em forma de esferas.
O
efeito-estrela tem lugar quando a luz se reflete em inclusões
aciculares (com aspecto de agulhas) dispostas paralelamente na gema,
provocando o surgimento de raios luminosos que, ao se cruzarem, dão
origem à figura. O fato da estrela parecer mover-se sobre a superfície
da gema à medida que esta é girada torna ainda mais espetacular o
efeito. A presença de cavidades, canais ou tubos de crescimento, no
lugar das inclusões aciculares, também pode ocasionar o fenômeno.O
asterismo é mais evidente se observado à luz refletida sob o sol ou
proveniente de um único foco artificial; as iluminações difusas ou
múltiplas prejudicam a apreciação deste fenômeno.Usualmente, estão
presentes 3 ou 6 raios luminosos, dando origem a estrelas de 6 ou 12
braços, respectivamente, embora em alguns tipos de gemas ocorram
somente 2 bandas luminosas, originando estrelas de apenas 4 pontas.
O
coríndon, constituído das variedades rubi, de cor vermelha, e safira,
das demais cores e incolor, é o mineral astérico por excelência.
Usualmente,
o rubi e a safira apresentam 3 raios que se entrecruzam formando
ângulos de 60o entre si, dando lugar a uma estrela de 6 braços,
idealmente com mesmo comprimento e brilho.
Os rubis e safiras astéricos de cores muito atraentes são extremamente raros, sendo as mais belas estrelas geralmente encontradas em safiras translúcidas de cor azul acinzentada. --->Safira Estrela Sintética produzida pelo Método de Fusão à Chama (Verneuil) (Foto: Mitchell Gore) A ocorrência do efeito-estrela não indica, necessariamente, que a gema seja natural, pois desde 1947 obtém-se coríndon astérico sintético de muito boa qualidade, inicialmente nos EUA e mais tarde em vários outros países. A técnica empregada denomina-se Fusão à Chama e é também conhecida como método de Verneuil, em alusão ao seu inventor. O procedimento para obter-se o asterismo consiste em adicionar, além dos elementos que formam parte da composição do mineral e dos cromógenos, uma pequena quantidade de óxido de titânio, que se precipita na forma de finas agulhas de rutilo (TiO2). A distinção entre os coríndons astéricos natural e sintético é feita de maneira semelhante à do material sem asterismo, isto é, observando-se as linhas de crescimento retilíneas e as inclusões minerais presentes no material natural e, por outro lado, as linhas de crescimento curvas e bolhas de gás porventura existentes no sintético produzido pelo método de Verneuil. Ademais, no coríndon sintético, a estrela de 6 braços é mais brilhante e definida que a apresentada pela maior parte dos exemplares naturais e, curiosamente, chega a transmitir ao observador a impressão de que flutua fora da massa da gema. Alguns rubis e safiras naturais possuem dispersos em suas estruturas o titânio necessário para a formação de estrelas e, ao serem aquecidos a temperaturas entre aproximadamente 1100 a 1500 o C, por períodos de tempo relativamente longos, ocasionam a precipitação deste titânio em forma de rutilo, induzindo o desenvolvimento de estrelas. Este procedimento é o mesmo adotado na produção de coríndon sintético estrela. Simultaneamente a este tratamento, no entanto, pode ocorrer um efeito indesejado de mudança de cor ou aumento da opacidade, provocado pela presença de outras impurezas na gema que não o titânio. Além do rubi e da safira, algumas outras gemas podem apresentar asterismo, entre elas:
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domingo, 7 de junho de 2015
FENÔMENOS ÓPTICOS ASTERISMO
FENÔMENOS ÓPTICOS EFEITO OLHO-DE-GATO
FENÔMENOS ÓPTICOS
EFEITO OLHO-DE-GATO |
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Um dos mais belos e instigantes fenômenos ópticos observados em gemas é o denominado efeito olho-de-gato, também conhecido como acatassolamento ou chatoyance.
Ele deve-se à reflexão da luz
em finas fibras cristalinas, cavidades, canais, tubos de crescimento ou
inclusões em forma de agulhas, dispostos paralelamente na gema,
resultando no aparecimento de um raio luminoso, sedoso e ondulante
perpendicular à direção das inclusões, nos exemplares adequadamente
orientados e lapidados em estilo cabochão. Quanto mais
numerosas e finas forem essas inclusões, mais perfeita a reflexão e
mais definido o raio que parece mover-se, à medida que giramos o
espécime.
O efeito olho-de-gato é mais
espetacular se observado à luz refletida proveniente de um único foco,
preferencialmente pontual, ou diretamente sob luz solar. As iluminações
difusas ou múltiplas prejudicam a apreciação deste fenômeno.
Entre
as gemas nas quais podemos observar o fascínio do chatoyance estão o
crisoberilo, o quartzo (inclusive nas variedades olho-de-tigre e
olho-de-falcão), a turmalina, o berilo, a apatita, o diopsídio, a
alexandrita, a pedra-da-lua, a cianita e as incomuns escapolita,
enstatita, petalita, tremolita, prehnita, caroíta e kornerupina.
Exemplares de coríndon (rubi e safira), topázio azul, peridoto e
zircão também podem, em raras ocasiões, exibir o fenômeno de
acatassolamento.
Alexandrita Olho-de-Gato sob luz natural (à esquerda) e sob luz incandescente (à direita) Fotografia: Wimon Manorotkul Fonte: Pala International (www.palagems.com) De acordo com as normas técnicas vigentes no Brasil e no exterior, o termo olho-de-gato sem descrição adicional se reserva apenas ao crisoberilo, o mais cotizado dentre os materiais gemológicos que podem apresentar este fenômeno; os demais devem ser designados pelo nome da gema, seguido do mencionado termo (ex: turmalina olho-de-gato). O crisoberilo que exibe este efeito é também denominado cimofana.
O
olho-de-gato pode confundir-se com algumas gemas de ampla ocorrência
no Brasil, sendo o quartzo olho-de-gato seu substituto mais comum,
embora este não apresente o feixe de luz ondulante tão bem definido, o
sutil fundo translúcido, nem seu polimento alcance a excelência do
material genuíno.
O
quartzo olho-de-gato costuma ocorrer nas cores castanha clara,
castanha amarelada, cinzenta ou amarela esverdeada e as inclusões
responsáveis pelo fenômeno são fibras de asbesto ou hornblenda.
Além
das características visuais mencionadas, faz-se a distinção entre
exemplares soltos de crisoberilo e quartzo, facilmente, mergulhando-os
em bromofórmio. Neste líquido, de densidade 2,89, o quartzo (d =
2,65) flutua, enquanto o crisoberilo (d = 3,73) afunda. Caso o espécime
esteja cravado, é possível identificá-lo mediante a leitura do seu
índice de refração médio pelo método de visão distante, com auxílio de
um refratômetro. O índice de refração médio do quartzo situa-se por
volta de 1,55, enquanto o do crisoberilo está próximo de 1,75. Se a
luz se transmitir através do exemplar, a averiguação do seu espectro
de absorção, com auxílio de um espectroscópio manual, é igualmente um
exame diagnóstico. O crisoberilo exibe uma banda de absorção na região
do azul-violeta, centrada em 444 nm (nanômetros), cuja intensidade
aumenta com a cor, enquanto o quartzo não apresenta quaisquer linhas ou
bandas de absorção na região do espectro visível.
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TURMALINAS CUPRÍFERAS DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 3ª Parte - SUBSTITUTOS
TURMALINAS CUPRÍFERAS
DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 3ª Parte - SUBSTITUTOS |
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Como
as turmalinas não são obtidas por síntese
para fins gemológicos, mas apenas experimentalmente e com
objetivos tecnológicos, outras gemas naturais, compostas
e imitações têm sido utilizadas com esta finalidade.
Os
mais eficazes substitutos são, evidentemente, as turmalinas
naturais não-cupríferas de cores algo similares
às das legítimas elbaítas da Paraíba.
Embora não apresentem a saturação vívida
destas, ocasionalmente suscitam dúvidas quanto a sua identidade
(cupríferas ou não), o que, infelizmente, não
pode ser conclusivamente diagnosticado apenas por meio de ensaios
gemológicos usuais.
A
apatita que, na realidade, trata-se de um grupo de minerais, é
a segunda gema natural mais utilizada como substituto da turmalina
da Paraíba. Este fosfato de cálcio e flúor
é empregado, principalmente, como fertilizante, nas indústrias
química e farmacêutica e, em muito menor proporção,
destinado à joalheria. Os exemplares azuis e azuis esverdeados
de qualidade gemológica provenientes, sobretudo, de Madagascar,
do Brasil e de Mianmar possuem aspecto e tons bastante similares
aos da turmalina da Paraíba. A distinção
entre a apatita e a turmalina é simples quando se dispõe
de instrumentos gemológicos básicos, pois, embora
estas duas gemas apresentem índices de refração
próximos, sua birrefringência, peso específico
e espectro de absorção (se presente) são
bastante diferentes.
A
apatita apresenta um suprimento relativamente grande, geograficamente
diversificado e regular. O inconveniente em utilizá-la
em larga escala na indústria joalheira reside no fato de
que sua dureza é de apenas 5 na Escala de Mohs, semelhante
à do vidro, o que significa que possui brilho menos intenso
e é muito mais facilmente riscável que a turmalina,
apresentando, portanto, menor durabilidade que esta. Em vista
disso, é recomendável empregá-la na confecção
de peças de joalheria menos sujeitas ao contato com outras
superfícies, principalmente na forma de brincos ou pingentes,
e menos aconselhável em anéis e pulseiras.
Recentemente,
apareceram no mercado brasileiro zircônias cúbicas
de cor azul “neon” muito similar à da turmalina
da Paraíba. Felizmente, elas são facilmente identificáveis
por sua densidade muito superior à da turmalina, sua natureza
isótropa (comporta-se de forma distinta ao exame no polariscópio,
extinguindo a luz por completo), por apresentarem leitura negativa
no refratômetro (o índice de refração
da zircônia cúbica é superior ao limite do
instrumento) e por não exibirem o cenário típico
de inclusões das turmalinas, caracterizado por inclusões
fluidas, tubos de crescimento e/ou minerais.
Outros
substitutos menos eficazes, mas vistos com enorme freqüência
no mercado, por se tratarem de materiais de baixo custo, são
os vidros artificiais e as gemas compostas (dobletes e tripletes).
Os
vidros artificiais que imitam a turmalina da Paraíba possuem
peso específico e índice de refração
variáveis segundo a composição, mas geralmente
muito inferiores aos da turmalina, apresentam completa extinção
da luz no polariscópio (por sua natureza monorrefringente)
e costumam exibir forte reação à luz ultravioleta
(sobretudo de ondas curtas). Além disso, com uma simples
lupa de 10 aumentos, pode-se observar o quadro de inclusões
característico dos vidros artificiais, com bolhas de gás
esféricas e/ou alongadas e estruturas resultantes da distribuição
heterogênea dos seus constituintes, conhecidas como “marcas
de redemoinho”, ausentes na turmalina.
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TURMALINAS CUPRÍFERAS DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 2ª Parte
TURMALINAS CUPRÍFERAS
DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 2ª Parte |
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Até
o ano de 2001, o termo “Turmalina da Paraíba”
referia-se à designação comercial das turmalinas
da espécie elbaíta, de cores azuis, verdes ou púrpureas
a violetas, que contivessem pelo menos 0,1% de CuO e proviessem
unicamente do Brasil, precisamente dos estados da Paraíba
(mina da Batalha, situada próxima à localidade de
São José da Batalha) e do Rio Grande do Norte (minas
de Mulungu e Alto dos Quintos, situadas nas vizinhanças
da cidade de Parelhas).
Tudo
começou a mudar quando, naquele ano, uma nova fonte de
turmalinas cupríferas foi descoberta na Nigéria,
na localidade de Ilorin (mina de Edeko), voltando a ocorrer quatro
anos mais tarde, em meados de 2005, desta vez em Moçambique,
na região de Alto Ligonha, aproximadamente 100 km a sudoeste
da capital Nampula.
De
modo geral, as elbaítas com cobre destes países
africanos não possuem cores tão vívidas quanto
às das brasileiras, embora os melhores exemplares da Nigéria
e de Moçambique se assemelhem aos brasileiros.
Análises
químicas revelaram que as turmalinas da Nigéria
têm concentrações surpreendentemente altas
de cobre (até 2,18 % CuO), muito similares aos das encontradas
no Brasil (Mina da Batalha: até 2,38 % CuO; Mulungu: até
0,78 % CuO; e Alto dos Quinhos: até 0,69 % CuO).
O
achado destes depósitos africanos ocasionou acalorados
debates no mercado e entre laboratórios, uma vez que as
gemas de cores azuis a verdes saturadas procedentes da Nigéria
e de Moçambique não podem ser diferenciadas das
produzidas no Brasil por meio de ensaios gemológicos usuais
e tampouco por análises químicas semi-quantitativas
obtidas pela técnica denominada EDXRF.
Recentemente,
constatou-se ser possível determinar a origem das turmalinas
destes 3 países por meio de dados geoquímicos quantitativos
de elementos presentes como traços, obtidos por uma técnica
analítica conhecida por LA-ICP-MS (abreviatura do termo
em inglês laser ablation-inductively coupled plasma-mass
spectometry).
De
modo geral, as turmalinas da Nigéria contêm quantidades
maiores dos elementos Ga, Ge e Pb, enquanto as procedentes do
Brasil têm teores mais elevados de Mg, Zn e Sb. As turmalinas
cupríferas de Moçambique, por sua vez, exibem conteúdos
enriquecidos dos elementos Be, Sc, Ga, Pb e Bi, mas nelas falta
Mg.
No
que se refere às inclusões, o quadro típico
das turmalinas da Nigéria guarda similaridade com o do
Brasil, e nele se observam inclusões bifásicas (líquidas
e gasosas), fraturas cicatrizadas, plumas, minerais e, ocasionalmente,
tubos de crescimento. Estes últimos, de cor amarela amarronzada,
são muito mais freqüentes - embora não exclusivos
- das turmalinas da Nigéria.
Esta
política é consistente com as normas da CIBJO, que
consideram a turmalina da Paraíba uma variedade ou designação
comercial e a definem como dotada de cor azul a verde devida ao
cobre, sem qualquer menção ao local de origem.
Por
outro lado, como essas turmalinas cupríferas são
cotizadas não apenas de acordo com seu aspecto, mas também
segundo sua procedência, tem-se estimulado a divulgação,
apesar de opcional, de informações sobre sua origem
nos documentos emitidos pelos laboratórios gemológicos,
solicitação que muito poucos terão recursos
para atender satisfatoriamente.
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TURMALINAS CUPRÍFERAS DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 1ª Parte (PARAÍBA)
TURMALINAS CUPRÍFERAS
DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 1ª Parte |
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As
turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”,
em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas,
causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional
de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então
jamais vistas.
A
descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência
deu-se sete anos antes, no município de São José
da Batalha, onde estas turmalinas, da espécie elbaíta,
ocorrem na forma de pequenos cristais irregulares em diques de
pegmatitos decompostos, encaixados em quartzitos da Formação
Equador, de Idade Proterozóica, associadas com quartzo,
feldspato alterado, lepidolita, schorlo (turmalina preta) e óxidos
de nióbio e tântalo, ou bem em depósitos secundários
relacionados.
Estas
turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis
turquesas, azuis “neon”(ou fluorescentes), azuis esverdeados,
azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda,
devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes,
sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado
como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A
singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída
a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação
mais forte que os usualmente observados em turmalinas azuis e
verdes de outras procedências.
Estes
matizes azuis e verdes estão intimamente relacionados à
presença do elemento cobre, presente em teores de até
2,38 % CuO, bem como a vários processos complexos envolvendo
íons Fe2+ e Fe3+ e às transferências de carga
de Fe2+ para Ti4+ e Mn2+ para Ti4+. Os matizes violetas avermelhados
e violetas, por sua vez, devem-se aos teores anômalos de
manganês. Uma considerável parte dos exemplares apresenta
zoneamento de cor, conseqüência da mudança na
composição química à medida que a
turmalina se cristalizou.
Em
fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de Tucson, nos
EUA, teve início a escalada de preços desta variedade
de turmalina, que passaram de umas poucas centenas de dólares
por quilate a mais de US$2.000/ct, em questão de apenas
4 dias. A mística em torno da turmalina da Paraíba
havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo dos
anos 90, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de
minerais. A máxima produção da Mina da Batalha
ocorreu entre os anos de 1989 e 1991 e, a partir de 1992, passou
a ser esporádica e limitada, agravada pela disputa por
sua propriedade legal e por seus direitos minerários.
A
elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à
escassez de sua produção, estimulou a busca de material
de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando
na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas
à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do
Norte.
Embora
as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram
naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só
as adquiram após tratamento térmico, a temperaturas
entre 350 oC e 550 oC. O procedimento consiste, inicialmente,
em selecionar os espécimes a serem tratados cuidadosamente,
para evitar que a exposição ao calor danifique-os,
especialmente aqueles com inclusões líquidas e fraturas
pré-existentes. Em seguida, as gemas são colocadas
sob pó de alumínio ou areia, no interior de uma
estufa, em atmosfera oxidante. A temperatura ideal é alcançada,
geralmente, após 2 horas e meia de aquecimento gradativo
e, então, mantida por um período de cerca de 4 horas,
sendo as gemas depois resfriadas a uma taxa de aproximadamente
50 oC por hora. As cores resultantes são a cobiçada
azul-neon, a partir da azul esverdeada ou da azul violeta, e a
verde esmeralda, a partir da púrpura avermelhada. Além
do tratamento térmico, parte das turmalinas da Paraíba
é submetida ao preenchimento de fissuras com óleo
para minimizar a visibilidade das que alcancem a superfície.
Até
2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio
Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas
oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção
da presença de cobre com teores anômalos através
de análise química por fluorescência de raios
X de energia dispersiva (EDXRF), um ensaio analítico não
disponível em laboratórios gemológicos standard.
No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas
na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado
debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios
gemológicos do mundo em torno da definição
do termo “Turmalina da Paraíba”, sobre o qual
trataremos no artigo do próximo mês.
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