domingo, 7 de junho de 2015

PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES A PARTIR DOS ANOS 90 - 2 ª Parte Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (I)



PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES
A PARTIR DOS ANOS 90 - 2 ª Parte
Sistema de Certificação do Processo de Kimberley (I)


A questão da legitimidade de comercialização de diamantes brutos procedentes de regiões conflituosas atraiu a atenção internacional a partir do final dos anos 90. 
O assunto veio à tona durante a guerra civil ocorrida em Serra Leoa e, mais tarde, soube-se de ocorrências ou trânsito em outros países do oeste e centro do continente africano: Angola, Costa do Marfim, Libéria, República Democrática do Congo (ex-Zaire, ex-Congo Belga), República do Congo (ex-África Equatorial Francesa) e Gana.
Na época, os recursos provenientes da venda de parte substancial da produção da maioria destes países financiavam atividades militares ilegais por parte de forças ou facções opositoras a governos legítimos e internacionalmente reconhecidos e, de acordo com estimativa do Conselho Mundial de Diamantes (WDC), as pedras oriundas dessas áreas conflituosas representavam cerca de 4 % da produção mundial.
A partir de 1998, a ONU adotou uma série de resoluções e sanções visando deter a comercialização dos diamantes de regiões de conflitos e, contando com o apoio de organizações governamentais e não-govenamentais, bem como do setor diamantário, criou o denominado Sistema de Certificação do Processo de Kimberley.
Por meio deste acordo, ratificado em 2003, os 53 países signatários, produtores e/ou processadores de diamantes, dentre eles o Brasil, estabeleceram normas para a livre comercialização de diamantes brutos de regiões não-conflituosas, desde que obrigatoriamente acompanhados de certificados de origem de reconhecimento internacional.
O assunto ganhou maior notoriedade a partir de 2001, quando foi abordado pela indústria cinematográfica e, desde então, as pedras ilícitas oriundas destas fontes tornaram-se enorme e popularmente conhecidas como diamantes de sangue
Passados 5 anos desde sua implementação, constata-se que os controles da exportação do Processo de Kimberley são um primeiro e importantíssimo passo para identificar o país de procedência do diamante e uma relevante contribuição para erradicar a comercialização da produção ilícita, contudo, em nossa opinião, ainda insuficientes para determinar efetiva e conclusivamente sua mina ou local de origem.

Isto se deve ao fato de que determinadas formas cristalográficas, inclusões e outras características, visuais ou detectáveis pelas atuais técnicas gemológicas, fornecem indícios de procedência sem serem, no entanto, diagnósticas, por poderem ser comuns a múltiplas fontes.
Segundo estimativa do Conselho Mundial de Diamantes (WDC), hoje mais de 99 % da produção mundial proviriam de fontes não-conflituosas e seriam oficialmente comercializados sob os auspícios do Processo Kimberley, atualmente endossado por 71 países, enquanto menos de 1 % proviria de áreas de conflito remanescentes.
Já há algum tempo, é notável que determinados países, cooperativas e empresas que comercializam sua produção com marcas distintivas têm feito campanhas promocionais voltadas ao estímulo do consumo ético e consciente, através das quais afirmam garantir não somente que seus diamantes provêm de áreas não conflituosas, como também que as minas dos quais foram extraídos operam em condições sociais e ambientais responsáveis.
Nos últimos anos, é crescente o clamor das nações produtoras, sobretudo na África, e notadamente em Botswana e Namíbia, bem como Austrália, Canadá, Rússia, África do Sul e Tanzânia, para que os diamantes e demais recursos naturais nelas extraídos sejam localmente processados e a receita obtida de sua comercialização se reverta em benefício da promoção do crescimento econômico sustentável e do desenvolvimento e prosperidade de suas populações, neste que tende a ser o maior desafio do setor diamantário no século XXI.

PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES A PARTIR DOS ANOS 90 - 1ª Parte

PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES
A PARTIR DOS ANOS 90 - 1ª Parte



A exploração, produção, distribuição e marketing do diamante já eram bastante sofisticados, em sua maior parte, desde o final do século XIX. 
O ponto crucial para sua modernização deu-se em 1888, quando foi fundada a De Beers Consolidated Mines Ltd. A partir daquele ano e durante mais de um século, este conglomerado deteve praticamente o monopólio da comercialização de diamantes, adquirindo cerca de 80% da produção mundial de bruto através de uma espécie de cooperativa, denominada Central Selling Organization (CSO), aberta em 1916.
Na prática, a De Beers funcionava custodiando estoques reguladores, mantendo assim o equilíbrio entre oferta e demanda, de modo que os preços permanecessem relativamente estáveis.
Depois de serem adquiridos pela CSO, renomeada Diamond Trading Company (DTC) em 2000, os diamantes brutos de diferentes procedências são misturados, classificados por tamanho e qualidade, avaliados e, finalmente, vendidos a um seleto grupo de empresas ou negociantes, denominados sightholders, que são convidados a adquirir os lotes pré-selecionados contra pagamento imediato.
Há 10 oportunidades de compra por ano, denominadas vistas (sights), cada qual com duração de uma semana, em Londres, Lucerna (Suíça) e Kimberley (África do Sul). De acordo com o atual contrato, firmado para o período de 2008 a 2011, o número de negociantes escolhidos foi reduzido a apenas 79 em todo o mundo.
De posse dos sightholders, a maioria da produção destina-se, seja qual for a rota, a um dos 5 maiores centros de lapidação: Mumbai (Índia), Antuérpia (Bélgica), Tel Aviv (Israel), Johanesburgo (África do Sul) ou Nova York (EUA). 
Os diamantes lapidados fazem uma última parada, antes de sua longa jornada para as joalherias, nas bolsas de diamante, nas quais há também severas regras de filiação e conduta.
foto: reprodução
Diamante bruto “Letseng Legacy”, de 493 ct,
extraído da mina Letseng-Ia-Terai, no Lesoto, África
A grosso modo e não sem alguns percalços, tudo funcionou mais ou menos assim durante mais de cem anos, até que uma conjunção de fatores políticos, econômicos e sociais alterasse por completo o panorama mundial do diamante a partir do início dos anos 90.
O principal fator que contribuiu para estas mudanças foi o influxo, a partir de 1991, de diamantes provenientes de um número bem mais diversificado de fontes que as até então habituais.
O colapso da União Soviética em 1991 e o decorrente anseio por se desfazer de parte do seu estoque de bruto através da cooperativa Alrosa, de controle majoritário da República Semi-Autônoma de Yakutia (Sakha), localizada no extremo norte da Federação Russa; a decisão de não escoar exclusivamente através da De Beers a enorme produção da mina australiana de Argyle a partir de 1996; e a impossibilidade da De Beers deter o controle majoritário da significativa produção canadense, que teve início em 1999, levaram a uma total restruturação no mercado mundial.
Diante deste novo cenário, em julho de 2000 a De Beers percebeu que teria de modificar sua estrutura para se adaptar ao novo sistema de distribuição ramificado emergente e anunciou formalmente ter cessado seus esforços para seguir controlando o suprimento mundial. Já no ano seguinte, detinha “apenas” cerca de 57 % da produção, contra os históricos aproximadamente 80%. 
Em vista disso, o mercado tem se tornado significantemente mais competitivo e diversificado, com a participação de um maior número de companhias mineradoras e governos, o que deverá gerar uma maior volatilização dos preços, no que parece ser uma fase de transição para uma possível 'comoditização' do diamante.

PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS 2ª Parte: Tenacidade, Clivagem, Fratura e Partição

PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS
2ª Parte: Tenacidade, Clivagem, Fratura e Partição



TENACIDADE
Define-se tenacidade como a resistência ao rompimento ou esmagamento, também conhecida como coesão. Tendemos a confundir esta propriedade com a dureza que, por sua vez, trata-se da resistência ao risco.
Enquanto a dureza relativa de um mineral é determinada numa série de 1 a 10, conhecida como Escala de Mohs, em termos de tenacidade geralmente apenas o designamos como frágil ou resistente.A durabilidade de uma gema depende destas duas propriedades, entre outros aspectos.Exemplificando, o diamante possui dureza extremamente elevada (nenhuma substância é capaz de riscá-lo), mas pode ser rompido ou esmagado por um golpe, pois sua tenacidade não é tão significativa.Por outro lado, o jade (*) apresenta dureza 6 a 7 (portanto, vários minerais podem riscá-lo), no entanto é muitíssimo resistente ao rompimento, pois sua estrutura granular ou fibrosa é extremamente coesa.

CLIVAGEM

Define-se clivagem como a tendência de certos minerais se partirem segundo planos de debilidade estrutural, denominados planos de clivagem, que são invariavelmente paralelos às faces reais ou possíveis do cristal.
Na descrição da clivagem, deve-se indicar sua qualidade e direção cristalográfica. A qualidade se expressa como perfeita, boa, regular, etc.

Topázio imperial, no qual se observa clivagem basal
Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira
Nem todas as gemas apresentam clivagem e somente poucas, comparativamente, a exibem em grau notável; nestes casos, ela serve como critério diagnóstico decisivo. Nas gemas brutas é fácil observá-la, porém, nas lapidadas, existe muito pouca ou nenhuma evidência desta propriedade.
Apresentam clivagem perfeita, entre outras, as seguintes gemas:
topázio (clivagem basal, em 1 direção)
calcita (clivagem romboédrica, em 3 direções)
diamante e fluorita (clivagem octaédrica, em 4 direções)
espodumênio (**) (clivagem prismática, em 2 direções).

FRATURA

Entende-se por fratura a maneira pela qual um mineral se rompe, quando isso não se produz ao longo de superfícies de debilidade estrutural.
Os seguintes termos usam-se comumente para designar os diferentes tipos de fratura: conchoidal (ou concóide), plana ou irregular. O primeiro tipo é, de longe, o mais frequente entre as gemas. Os vidros, sejam artificiais ou naturais, também apresentam fratura conchoidal, inclusive de forma mais evidente que a maioria das gemas.

Obsidiana (vidro natural), na qual se observa fratura conchoidal
Fotografia: Kevin Walsh
PARTIÇÃO
A partição consiste no desenvolvimento, em determinados minerais com maclas (***) ou sujeitos às tensões, de planos de menor resistência estrutural, ao longo dos quais podem romper-se.
Distingue-se da clivagem pelo fato de que, enquanto esta ocorre em todos os exemplares de um dado mineral, a partição pode ocorrer apenas naqueles maclados (geminados) ou submetidos a tensões.Um exemplo clássico em gemologia é a partição de forma romboédrica do coríndon (rubi e safira), por conta da eventual existência neste mineral das denominadas maclas polissintéticas, importantíssimas para sua identificação.
* Termo genérico utilizado para referir-se aos minerais jadeíta ou nefrita.
** Mineral cujas variedades kunzita (rósea), hiddenita (verde) e trifana (amarela) são designações mais familiares aos que lidam com gemas, sobretudo a primeira, que o da própria espécie.
*** Intercrescimento rotacional de dois ou mais cristais de uma mesma espécie mineral.

PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS 1ª Parte: Dureza


PROPRIEDADES FÍSICAS DAS GEMAS
1ª Parte: Dureza



A propriedade física designada dureza é de fundamental importância em gemologia e em mineralogia.
Estas duas ciências empregam métodos de estudo semelhantes, no entanto, a abordagem do tema é bastante distinta.
O mineralogista pode riscar, pulverizar ou submeter a reações químicas os materiais a serem examinados, sem que se planteie qualquer problema.
O gemólogo, por lidar principalmente com exemplares lapidados, deve limitar-se a ensaios que utilizem instrumentos e técnicas específicas. Se estes não forem conclusivos, ao menos lhe permitem acumular informações que, acrescidas a outras, conduzem à identificação das gemas sem danificá-las. 
Por seu caráter destrutivo, o ensaio de determinação da dureza, frequentemente utilizado em mineralogia, raramente é executado em gemologia. Recomenda-se proceder a este teste apenas em exemplares gemológicos brutos e nos casos estritamente necessários.
Define-se dureza como a resistência ao risco ou à abrasão. Ela é uma propriedade vetorial, isto é, varia segundo a direção, e depende da natureza das ligações entre os átomos na estrutura cristalina. Não fosse esta uma propriedade vetorial e os diamantes não poderiam ser lapidados e polidos, pois não teriam direções cristalográficas de menor dureza que outras. 
Se, por um lado, a dureza relativa das gemas é poucas vezes determinada em laboratório, por outro, o conhecimento desta propriedade é de fundamental importância, por constatarmos que as gemas de maior dureza:
- têm maior durabilidade;
- adquirem melhor polimento e, consequentemente, maior brilho;
- não costumam apresentar arestas desgastadas.
A dureza é determinada por comparação com uma série que consiste de 10 minerais dispostos em ordem crescente e se conhece por escala de Mohs, em homenagem ao mineralogista alemão que a concebeu em 1822.

Fluorita policrômica
Mineral pertencente à escala de Mohs, de dureza 4
(Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
Escala de Dureza Relativa de Mohs
1. Talco
2. Gipsita
3. Calcita
4. Fluorita
5. Apatita
6. Feldspato Ortoclásio
7. Quartzo
8. Topázio
9. Coríndon
10. Diamante

Cada mineral desta série risca o anterior e deve ser riscado pelo seguinte. Por exemplo: o coríndon (dureza 9) risca o topázio (dureza 8) e é riscado com facilidade pelo diamante (dureza 10).
Apenas por comparação, é interessante sabermos que as unhas têm dureza 2 ½, o vidro comumente 5 a 5 ½ e uma lâmina de canivete geralmente 6.

Apatita com efeito olho-de-gato
Mineral pertencente à escala de Mohs, de dureza 5

(Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
Ao proceder a determinação, deve-se observar o seguinte: algumas vezes, quando um mineral é menos duro do que outro, porções do primeiro deixarão marcas sobre o segundo, que podem ser tomadas por engano como riscos. No entanto, elas podem ser removidas esfregando-se o local com o dedo umedecido, ao passo que um sulco será permanente.
É sempre aconselhável, quando se faz o ensaio de dureza, confirmá-lo invertendo-se a ordem do processo, isto é, não tentar sempre riscar o mineral A com o mineral B, mas também tentar riscar B com A.
Como a escala de Mohs é relativa, não tem valor quantitativo e, portanto, varia o intervalo de dureza absoluta entre os pares de minerais contíguos na escala. Por exemplo: a diferença de dureza entre o diamante e o coríndon é muitas vezes maior do que entre este e o topázio.

Topázio (variedade imperial)
Mineral pertencente à escala de Mohs, de dureza 8

(Fotografia: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
Em vista disso, as gemas mais valorizadas, salvo algumas exceções, são aquelas cujas durezas são superiores a 7, que corresponde à dureza do quartzo. Gemas de durezas inferiores a esta podem até mesmo ter o seu polimento e brilhos alterados com o passar do tempo, pela ação da poeira, que contem grande quantidade de partículas de quartzo. Além disso, elas estão mais sujeitas ao risco das facetas e ao desgaste das arestas, pelo atrito com outros materiais devendo, portanto, ser manipuladas com cuidado.

DIAMANTE AZUL Gema recordista por preço de quilate em leilão



DIAMANTE AZUL
Gema recordista por preço de quilate em leilão



Um diamante azul lapidado, pesando 6,04 quilates, tornou-se a gema de maior valor por quilate já vendida em um leilão, ocorrido em 08 de outubro de 2007. 
Segundo a casa de leilões Sotheby's, em Hong Kong, onde teve lugar a venda, o exemplar foi arrematado pela quantia de US$7.981.835,00, o que corresponde a um custo unitário de US$1.321.496,00 por quilate, após uma disputa de lances que durou apenas 8 minutos. 
Este valor superou com grande margem o recorde anterior de US$926.000,00 por quilate, então de posse de um diamante vermelho de 0,95 ct denominado “Red Hancock”, vendido há 20 anos, em abril de 1987.
Apenas para efeito de comparação, o preço por quilate pago pelo referido diamante azul é aproximadamente 15 vezes superior ao preço por quilate de um diamante absolutamente incolor (grau de cor D), que tenha o mesmo peso e igual grau de pureza (IF).

DIAMANTE - em lapidação esmeralda,
Peso: 6,04 ct - Grau de Cor: Fantasia Azul Vívido (Fancy Vivid Blue)- Grau de Pureza: IF
(Fotografia: Artigo de Ettagale Blauer, Diamond Rapaport Report, vol.30, No.41- 02/11/07 )
Acompanhado de 2 certificados emitidos pelo GIA (Gemological Institute of América), com o mesmo número e datados de 20 de agosto de 2007 e 21 de  setembro de 1999, o raro diamante azul, embora não muito grande, possui um excelente grau de pureza, IF ou “Internally Flawless”, o que significa absolutamente transparente e livre de qualquer inclusão ao exame com equipamento óptico de 10 aumentos.
A pedra foi lapidada com extrema perfeição, em estilo esmeralda e forma aproximadamente quadrada com os vértices truncados. Os referidos certificados atestam sua cor de fantasia natural azul vívido (fancy vivid blue), bem como o classificam como pertencente ao tipo IIb. Diamantes deste tipo e coloração são muito raros e sua causa de cor está relacionada à presença do elemento químico boro, que substitui átomos de carbono na estrutura cristalina e os torna semi-condutores de eletricidade. Quanto maior a concentração deste elemento, mais intenso o azul; como o boro é muito mais escasso em diamantes que um elemento como o nitrogênio, por exemplo, as pedras azuis são muito mais raras que as amarelas. Normalmente, os diamantes de matiz azul possuem também um componente modificador cinza, que deprecia seu valor.
Cravado em um anel de platina e acompanhado por dois outros diamantes incolores também lapidados em estilo esmeralda, o referido exemplar foi vendido por um colecionador particular da Ásia à Joalheria Moussaieff, de Londres, especializada na aquisição de espécimes extremamente valiosos.

Pedra de centro da peça: diamante com lapidação esmeralda - Peso: 6,04 ct
Grau de Cor: Fantasia Azul Vívido (Fancy Vivid Blue) - Grau de Pureza: IF

(Fotografia: Site da Associated Newspapers Ltd (Daily Mail)
Os primeiros diamantes azuis de que se tiveram notícia provinham da Índia (minas de Gani e Colore) e, a partir de aproximadamente 1866, foram descobertos também na África do Sul, sobretudo nas minas Premier e Jagersfontein. Atualmente, ocorrem de forma esporádica na República Centro-Africana, Índia, Brasil e Indonésia.
Os diamantes azuis, muito raros e valorizados, fazem parte do imaginário dos colecionadores e um deles, denominado “Hope” é, provavelmente, a pedra preciosa mais conhecida pela Humanidade.
Descoberto na Índia, ele pesa 45,52 quilates e acredita-se que seja parte do famoso Tavernier Azul, que pertenceu a Luis XIV, da França, e a Maria Antonieta, tendo sido roubado durante a Revolução Francesa. A pedra reapareceu em 1830, em Londres, onde foi adquirida já relapidada para o peso atual por Henry Philip Hope, razão pela qual tem atualmente esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a má reputação de levar azar a quem o possuía, tendo em vista os infortúnios por que passou a família.
O Hope está exposto no Instituto Smithsonian, em Washington (EUA), desde 1958 e, segundo graduação efetuada pelo GIA em 1988, possui grau de pureza VS1 e cor de fantasia azul acinzentado intenso.