GEMAS DE COLEÇÃO
|
|
Gemas
menos tradicionais e de uso pouco difundido em joalheria podem ser
cobiçadas por colecionadores por sua raridade e beleza, apesar de
possuirem produção irregular e restrita a poucas localidades.
O Brasil é fonte de diversas dessas gemas de coleção, entre as quais destacaremos, neste artigo, a brasilianita, o esfênio e o euclásio.
BRASILIANITA
Rara
gema de coleção de cor amarela esverdeada clara, deve seu nome ao
nosso país por ter sido aqui descoberta, no ano de 1942, em um
pegmatito do município de Divino das Laranjeiras, em Minas Gerais.
Proporciona belos espécimes de coleção de forma prismática.
Constitui-se
de um fosfato de sódio e alumínio e, além do local do primeiro
achado, há outras ocorrências com pequena ou insignificante produção
atual, em Minas Gerais (Linópolis e Mendes Pimentel), Rio Grande do
Norte (Parelhas e Alto do Giz) e Paraíba (Alto Patrimônio).
Possui
dureza 5 ½, densidade 2,94 (± 0,03) e índices de refração de 1,602 -
1,621 (± 0,003), com uma birrefringência de 0,019 a 0,021.
ESFÊNIO
Também
conhecida como titanita, esta gema de coleção ocorre nas cores
amarela, verde e marrom. Em estado bruto, é reconhecível por sua forma
cristalográfica com aspecto de cunha, clivagem prismática e, nos
exemplares facetados, por sua elevada dispersão (superior à do
diamante e realçada ao lapidá-lo em estilo brilhante, mas nunca em
cabochão).
Quimicamente, constitui-se de um silicato de titânio e cálcio, de
dureza 5 a 5 ½, densidade 3,52 (± 0,02) e pleocroísmo intenso. Seus
elevados índices de refração, 1,900 - 2,034 (± 0,020), proporcionam
um brilho sub-adamantino e sua elevada birrefringência, da ordem de
0,100 a 0,135, ocasiona a duplicação das arestas do pavilhão em
exemplares lapidados, ao serem observados através da mesa.
O
esfênio exibe um espectro de absorção com uma série de linhas nas
regiões do alaranjado e do amarelo, devidas aos denominados elementos
terras raras. A principal ocorrência brasileira localiza-se no
município de Capelinha, em Minas Gerais.
EUCLÁSIO
Gema
muito apreciada pelos colecionadores, costuma ocorrer na forma
incolor, bem como em cores claras, sendo o azul e o verde seus matizes
mais frequentes, enquanto o amarelo e o violeta são menos comuns.
Possui
dureza 7 ½, densidade 3,10 (± 0,01) e índices de refração 1,654 (-
0,004) - 1,673 (- 0,002 a + 0,004), com uma birrefringência de 0,019 a
0,025.
No
Brasil, um dos poucos países onde há ocorrência deste mineral com
qualidade gemológica, ele é encontrado em Minas Gerais, nos municípios
de Ouro Preto – onde ocorre associado ao topázio imperial -, São
Sebastião do Maranhão e Buenópolis, bem como no Rio Grande do Norte,
na localidade de Equador.
| |
No Blog Gemas Do Brasil, você encontra tudo sobre pedras preciosas, Curso de Gemologia Online, Outros cursos online na promoção e com garantia Hotmart. Garimpo de ouro, Garimpo de Diamante, Garimpo de Esmeralda, Garimpo de opala em PedroII e Feira de Pedras Preciosas no Brasil e no Mundo, enfim tudo para vc ganhar muito dinheiro com pedras preciosas, pois o Brasil é o País mais rico em Gemas.
domingo, 7 de junho de 2015
GEMAS DE COLEÇÃO
TURQUESA
TURQUESA
|
|
Esta
gema deve sua beleza a sua extraordinária cor azul celeste e é
utilizada desde a mais remota Antiguidade. Há relatos de sua aplicação
como pedra ornamental desde aproximadamente 3.000 a.C. e,
possivelmente, antes da Primeira Dinastia do Antigo Egito. Era também
muito apreciada pelas antigas civilizações astecas do México e da
América Central.
O termo turquesa, empregado desde a Antiguidade, tem origem incerta. Uma versão sustenta que deriva do francês arcaico “tourques”, que significa “pedra da Turquia”, não por proceder deste país, mas pelo fato de que as pedras provenientes da Península do Sinai chegavam a Europa através dele.
Outra
versão dá conta de que o termo referia-se a algo estranho ou
distante, como tudo que se referia ao Oriente. O certo é que os turcos
estavam familiarizados com esta gema, especialmete com exemplares
oriundos da antiga Pérsia, o atual Irã.
Em
termos de composição química, a turquesa consiste de um fosfato
hidratado de alumínio e cobre, cuja exeuberante cor deve-se a este
último elemento. Geralmente, parte do alumínio é substituída por
ferro. À medida que isto ocorre, o material tende a uma tonalidade
verde azulada, que geralmente possui menor aceitação comercial.
A
turquesa é uma das gemas que planteia maior dificuldade de
identificação, por conta da existência de minerais de aspecto
semelhante, além de possuir um equivalente sintético e inúmeros
tratamentos e imitações.
Em
geral, admite-se que a turquesa é criptocristalina e sua massa está
constituída por um sem número de diminutos cristais misturadas com
material amorfo e poroso. A textura superficial irregular da turquesa
autêntica é muito característica: o material amorfo de cor azul pálida
aparece salpicado de partículas de cor branca e frequentemente se
observam veios de limonita (um óxido de ferro) escuros.
A
turquesa é opaca a semi-translúcida, possui brilho céreo (presente em
qualquer fratura ou superfície quebrada), dureza 5 a 6, densidade
2,76 (- 0,45 a + 0,08), índices de refração 1,610 - 1,650 (- 0,006),
sendo a leitura do índice médio, pelo método de visão distante, em
torno de 1,61 a 1,62.
O
espectro de absorção da turquesa na região da luz visível apresenta
bandas no azul e no violeta, que são dificilmente observáveis, mesmo
através das bordas dos exemplares traslûcidos com iluminação intensa.
A
turquesa ocorre principalmente em rochas sedimentares, na forma
massiva compacta ou reniforme, no Irã (minas de Nishapur, na Província
de Khorassan), México, China, Perú e EUA (sudoeste do país, nos
Estados do Arizona, Colorado, Nevada, Novo México e Califórnia).
No
Brasil, até onde sabemos, houveram ocorrências sem produção
significativa no Estado da Bahia, na região de Casa Nova, hoje
encoberta pelas águas da barragem de Sobradinho; e em Minas Gerais,
na localidade de Conselheiro Mata.
Sua
alta porosidade permite a impregnação com ceras, resinas, plásticos
ou outras substâncias, com o objetivo de estabilizar a cor e manter o
polimento.
A
turquesa foi obtida por síntese pela primeira vez pelo fabricante
Pierre Gilson em 1972. O material tem uma textura superficial
diferente do natural e cujo aspecto, curiosamente, se assemelha ao do
creme de trigo. Pode ser separado do natural também por meio de
susceptibilidade magnética ou da técnica avançada de espectroscopia de
infra-vermelho.
Vários
tipos de turquesa reconstituída são produzidos a partir de turquesa
natural de baixa qualidade (muito clara e pouco dura) e dela se
diferenciam pelas ausências da típica textura superficial e do
espectro de absorção, bem como pela menor densidade e maior
porosidade.
A
turquesa é mais comumente lapidada em cabochões de diversas formas,
além de contas, sendo também utilizada em esculturas e outros objetos
de adorno.
| |
DESAFIOS À FRENTE
DESAFIOS À FRENTE
|
|
O
progresso da gemologia depende de uma estreita e saudável relação com
a ciência, com a indústria joalheira e com o público consumidor.
Durante muito tempo, a gemologia restringiu-se, principalmente, ao estudo, à identificação e à caracterização de gemas naturais e à distinção de suas equivalentes sintéticas e tratadas.
Tudo
transcorreu sem maiores embaraços enquanto os melhoramentos de gemas
se resumriam ao tratamento térmico, à irradiação, ao tingimento e ao
preenchimento de fraturas com óleos e resinas.
Nos
últimos anos, no entanto, tratamentos mais complexos têm sido
desenvolvidos e rapidamente lançados no mercado e sua detecção requer,
em muitos casos, técnicas analíticas avançadas, que impõem mais tempo
de exame e custos mais elevados.
Intensiva
e laboriosa pesquisa tem sido empreendida em várias partes do mundo
com o objetivo de desvendar estes novos tratamentos e tornar a
detecção de, ao menos parte deles, rotineiramente possível por meio de
métodos estritamente gemológicos, o que, definitivamente, é tarefa
das mais difíceis.
Por
outro lado, o ensino e a difusão da gemologia precisam ser
constantemente atualizados e devem passar a cobrir um escopo mais
abrangente de temas, visando acompanhar a dinâmica e os avanços da
indústria joalheira.
Além
dos tradicionais tópicos relacionados à origem, modos de ocorrência,
propriedades e meios de identificação das gemas, ganharam importância
temas como normatização, classificação de qualidade, certificação,
revelação de tratamentos, comprometimentos ambiental e social, e
práticas comerciais.
Ademais, é recomendável que os segmentos da cadeia produtiva do setor de gemas e joias instruam o público consumidor e lhe disponibilizem, tanto individual como coletivamente - por meio de publicações, palestras, apresentações
e outros meios disponíveis - as informações gemológicas mais
importantes sobre os produtos que adquire, transmitindo-lhe assim a
confiança e a segurança imprescindíveis para bem respaldar suas
transações comerciais.
| |
TRANSPARÊNCIA
TRANSPARÊNCIA |
|
A
beleza das gemas depende inteiramente da luz, que as tornam únicas e
cobiçadas. Quando um raio de luz incide sobre uma delas, com ela se
interage e nos transmite cor, brilho, fogo, efeitos ópticos e
transparência.
Por este último termo designamos a quantidade de luz que pode ser transmitida através de uma substância, também denominada diafaneidade. Esta depende das porções de luz absorvidas e dispersadas ao passar através da gema, bem como da quantidade de luz refletida por sua superfície.
As gemas se classificam, quanto à transparência, em:
Transparentes:
aquelas que se deixam atravessar pela luz, permitindo distinguir
perfeitamente o contorno de um objeto visto através delas.
Translúcidas: apenas parte da luz é transmitida, mal permitindo ver um objeto através delas.
Opacas: impedem totalmente a transmissão da luz.
A rigor, pode-se acrescentar o termo “semitransparente”,
para referir-se às substâncias que se deixam atravessar quase
totalmente pela luz, mas o contorno de um objeto visto através delas
não é inteiramente nítido. Do mesmo modo, a designação “semitranslúcida”
pode ser usada para descrever as substâncias que transmitem apenas
uma ínfima parte da luz, não permitindo que vejamos um objeto através
delas.
A
maior parte dos principais tipos de gemas ocorre mais comumente na
forma transparente (diamante, rubi, safira, esmeralda, etc), o que não
significa que não possam ser encontrados também como espécimes
translúcidos ou opacos. Por outro lado, os que ocorrem usualmente na
forma opaca (lápis-lazúli, turquesa, ônix, etc), ou translúcida (jade,
opala de fogo, quartzo rosa, prehnita, etc), raramente ou jamais
ocorrem na forma transparente.
É
oportuno salientar que, embora tendamos a considerar sinônimos os
termos transparente e translúcido, no que tange à gemologia eles têm
diferentes significados, como se pode constatar por suas definições.
| |
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA DUPLA REFRAÇÃO
MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO
DA DUPLA REFRAÇÃO |
|
No
artigo anterior, descrevemos a propriedade óptica conhecida como
refração e a técnica de determinação da “dupla refração”, por meio do
instrumento denominado refratômetro.
Neste, abordaremos dois outros métodos de averiguação da dupla refração de uma gema, o primeiro utilizando um instrumento denominado polariscópio e o segundo empregando-se uma lupa de 10 aumentos.
Polariscópio
Este
é um instrumento simples que consiste de 2 filtros polaróides
giratórios montados paralelamente um sobre o outro, em posição
horizontal.
Polariscópio (Foto: Luiz Antonio Gomes da Silveira)
As
direções de vibração da luz através desses 2 filtros devem ser
perpendiculares entre si, o que se consegue girando o filtro superior
até obstruir a passagem da luz que chegaria ao observador, procedente
da base do instrumento.
Ao
se colocar uma gema entre filtros cruzados, apoiá-la sobre o filtro
inferior e promover-se uma rotação completa deste, ela pode se
comportar segundo uma das seguintes possibilidades:
- permanece escura: a gema é monorrefringente (minerais do sistema cúbico e materiais amorfo)s; - transmite e extingue a luz alternadamente: a gema é birrefringente (minerais dos demais sistemas); - permanece clara: a gema é um agregado birrefringente; - não transmite nem extingue completamente a luz, aparecendo manchada: a gema é “birrefringente” anômala (minerais do sistema cúbico e materiais amorfos submetidos a tensões).
Outra
forma de realizar o teste com os mesmos resultados, consiste em
manter fixos os filtros cruzados e girar a pedra lentamente,
observando-se o seu comportamento.
Lupa
Caso
uma gema possua dupla refração e sua birrefringência seja elevada,
pode-se detectar este fenômeno pela simples observação do exemplar com
uma lupa de 10 aumentos.
A
gema deve ser examinada através de sua faceta principal (mesa),
focalizando-se nitidamente as arestas das facetas inferiores próximas à
culaça, quando se notará que estas aparecerão duplicadas.
Este
procedimento é muito útil na distinção entre o diamante e a
moissanita sintética, uma vez que o primeiro cristaliza-se no sistema
cúbico (portanto é monorrefringente), enquanto a segunda apresenta o
referido efeito de maneira muito evidente, pois possui elevada
birrefringência (0,043).
Como
todas as gemas birrefringentes têm uma direção de monorrefringência -
que eventual ou propositadamente poderá coincidir com a direção
perpendicular à mesa - é prudente examiná-las também em outras
direções na tentativa de detectar uma possível duplicação de arestas.
Duplicação das arestas do pavilhão em moissanita sintética observada através de faceta bezel (Foto: Richard B. Drucker - www.gemguide.com)
Fontes:
| |
Assinar:
Comentários (Atom)