domingo, 9 de outubro de 2016

As coloridas Turmalinas

 As coloridas Turmalinas

As Turmalinas são um grupo de minerais responsável por gemas de variadas e intensas cores. As mais conhecidas são as de cor verde, que em tempos foram denominadas de esmeraldas brasileiras.
As turmalinas representam um grupo de minerais que se podem encontrar numa grande variedade de cores e também multi-coloridos. As mais divulgadas são as de cor verde, que em tempos foram denominadas de esmeraldas brasileiras. São constituídas por silicatos complexos com boro, alumínio e metais (magnésio e ferro, entre outros), e ainda vestígios de outros elementos. A “variabilidade” composicional que podem apresentar, dentro de certos limites, contribui para a grande diversidade de cores em que estes minerais se apresentam. 
 
Pertencem ao sistema trigonal e têm uma dureza de 7 ou ligeiramente superior, na escala de Mohs. Os seus cristais prismáticos (de 3 ou 6 lados), com faces convexas e estriadas, são muito apreciados, principalmente quando terminam com faces piramidais. São frequentes os cristais de quartzo com turmalinas incluídas, alguns constituindo exemplares de colecção. Devido à sua estrutura cristalina, os cristais com simetria polar apresentam propriedades piroeléctricas e piezoeléctricas, ou seja, desenvolvem cargas eléctricas quando aquecidos ou submetidos a pressões direccionadas, permitindo a sua utilização em aparelhos de precisão.

O termo deriva do cingalês turamali, que significa “pedra que atrai a cinza” e que designava as pedras importadas do antigo Ceilão, actual Sri-Lanka. (Carvalho, 2000).

Na maioria destas gemas pode-se observar um distinto a forte pleocroísmo, ou seja, cores diferentes de acordo com a direcção em que a pedra é observada; podem ser vistas duas cores distintas ou diferentes tons da mesma cor. As amarelas tendem a ter um fraco pleocroísmo.

Neste grupo de minerais, e de acordo com a sua composição química, distinguem-se as espécies: escorlite, rica em Ferro e de cor negra; dravite1, rica em Magnésio e com cores acastanhadas a amarelo pálido; elbaíte2, rica em Lítio e Sódio e de cores variadas. Recentemente, em 1977, foi separada como espécie mineral a liddicoatite, uma turmalina rica em Lítio e Cálcio, policromática, que provem essencialmente de Madagáscar. Foi denominada em honra de R. T. Liddicoat (presidente do GIA3), pelos seus contributos na área da gemologia.
Ainda, para distinguir entre as diversas turmalinas, é comum o uso dos termos rubelite para designar as de tons rosado ou encarnado, verdelite as verdes e indicolite as azuis.

Os zonamentos de cores são muito comuns entre as turmalinas e, geralmente, quando cortadas perpendicularmente ao eixo do crescimento dos cristais exibem padrões geométricos muito apreciados. Nas liddicoatite observa-se por vezes, num núcleo rosado, uma espécie de estrela de 3 eixos, fazendo lembrar o símbolo da Mercedes Benz. As turmalinas verdes por fora e encarnadas por dentro são usualmente designadas de watermelon (ou melancia), por fazerem lembrar este fruto.
 
 
Por fim, entre as variedades mais belas e dispendiosas de turmalinas, encontram-se as comercialmente denominadas de turmalinas de Paraíba – elbaítes cupíferas – que apresentam cores impressionantes de verde forte e azul “vivo”. Foram descobertas em 1982, no nordeste brasileiro, no estado de Paraíba, e são vestígios de cobre, presentes na sua composição química, que lhes conferem as suas impressionantes cores intensas.

Talhe: Geralmente o material com mais do que uma cor é cortado em taliscas ou esculpido, de forma a evidenciar os padrões geométricos. As turmalinas de uma cor costumam ser facetadas e o material de menor qualidade transformado em esferas para colares ou cabuchões; são também cortadas em cabuchão as turmalinas que, por conterem numerosas inclusões orientadas, podem mostrar o efeito óptico de olho-de-gato ou Chatoyance.

Tratamentos: As turmalinas, como tantos outros minerais, sofrem muitas vezes tratamentos para melhorar a sua aparência: o mais comum é por aquecimento, com o intuito de aclarar espécimes muito escuros ou então para retirar tons indesejáveis na cor. Também a irradiação pode ser utilizada para produzir cor.
Ocorrência: As turmalinas aparecem essencialmente em pegmatitos (rochas intrusivas, geneticamente relacionadas com grandes massas de rochas ígneas, geralmente granitos). Apresentam minerais de grandes dimensões (por vezes gigantes), que se desenvolvem nas fases finais de cristalização do magma. Também ocorrem em rochas metamórficas. Os pegmatitos podem ter diversas formas e tamanhos. No nordeste brasileiro, onde são encontradas as turmalinas paraíba, apresentam-se em lineamentos finos de rochas, que vão desde alguns centímetros até 2 – 4m, no máximo, sendo certo que os diques mais produtivos têm menos de 1m.

Em Portugal, na Serra de Sintra, existe uma rocha formada essencialmente por turmalinas azuladas (indicolite) e por isso denominada de turmalinito. Na Península Ibérica são comuns ocorrências de escorlites e na Serra de Guadarrama (Espanha), extraem-se exemplares grandes e bonitos desta turmalina negra.

Comercialmente, estes minerais provêm do Brasil, Moçambique, Tanzânia, Namíbia, Madagáscar, USA, Rússia; Afeganistão e Paquistão. 
 

Como Saber o Valor de uma Esmeralda

Como Saber o Valor de uma Esmeralda

3 Métodos:Avaliando limpidez, corte e tamanhoExaminando a corComprando uma esmeralda
Esmeraldas são uma das pedras preciosas mais cobiçadas há mais de 4.000 anos.[1] Inúmeros historiadores associaram essa gema à rainha Cleópatra, última da linhagem dos faraós egípcios. Cleópatra era tão obcecada com esmeraldas que frequentemente fazia uso delas para ornamentar seus vestidos, joias e coroas. Essas pedras são quase 20 vezes mais raras do que diamantes e têm um valor altíssimo. Embora você provavelmente não queira uma esmeralda para colocá-la em uma coroa, pode estar no mercado em busca de comprar ou vender uma gema de boa qualidade. É importante conhecer os elementos que contribuem para a valorização de uma esmeralda, antes de comprá-la ou vendê-la.

Método1
Avaliando limpidez, corte e tamanho

  1. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 1
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    Procure por inclusões. Esse termo se refere a quaisquer materiais (como bolhas de ar ou pequenos cristais) que tenham ficado presos dentro da pedra durante sua formação. Quase 99% das esmeraldas apresenta inclusões visíveis a olho nu ou com o auxílio de uma pequena lupa usada por joalheiros.
    • Uma grande presença de inclusões classifica uma esmeralda como gema de Tipo 3, significando que elas podem ser vistas a olho nu ou estão sempre presentes.
    • Uma esmeralda com uma quantidade excessiva de inclusões que diminui sua transparência ou limpidez valerá menos do que outra, que as tenha em menor quantidade.
    • Tome cuidado com inclusões que cheguem à superfície da pedra, que podem causar rachaduras.
  2. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 2
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    Examine o corte da esmeralda. Esmeraldas podem ser difíceis de cortar porque a prevalência de inclusões as torna vulneráveis a rachaduras durante o processo de corte. Com frequência, esmeraldas são cortadas em um formato retangular (conhecido como “corte em degraus” ou “corte esmeralda”) que ajuda a manter a consistência de sua cor.
    • O corte de uma esmeralda deve ajudar a protegê-la de possíveis danos decorrentes de uso e desgaste.[4]
    • Um corte de qualidade aprimora a matiz, o tom e a saturação da esmeralda. Ele a deixará brilhante e com uma coloração atraente, enquanto um corte inadequado pode resultar em uma boa coloração, mas com característica opaca.[5]
  3. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 3
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    Entenda que esmeraldas existem em diversos tamanhos. Assim como a maioria das pedras preciosas, esmeraldas podem existir em uma grande variedade de tamanhos, de pequenas gemas com 0,02 a 0,5 quilates (1 a 5 mm) até pedras de 1 a 5 quilates (7 a 12 mm) para anéis ou colares.
  4. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 4
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    Não pense que apenas o tamanho representa o valor. É verdade que as pedras maiores são mais valiosas do que as menores. No entanto, qualidade é algo tão importante quanto o tamanho, e esmeraldas de grande porte tendem a apresentar inclusões maiores ou mais visíveis que podem afetar sua limpidez. Uma pedra menor de qualidade superior provavelmente valerá mais do que uma maior e de qualidade inferior. Além disso, a coloração de uma gema pode impactar significativamente seu valor.

Método2
Examinando a cor

  1. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 5
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    Entenda a importância da cor. Esmeraldas vêm em diversas tonalidades distintas. Desse modo, a cor representa um dos fatores mais importantes na determinação de seu valor. A variância na cor de esmeraldas ocorre devido às diversas quantidades de cromo, vanádio e ferro no ambiente onde as pedras foram formadas.[6] Ela pode ser subdividida em categorias de matiz, tom e saturação.
  2. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 6
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    Identifique o matiz da esmeralda. O matiz é provavelmente aquilo em que você pensa ao ouvir a palavra “cor”. O matiz de uma esmeralda se refere ao tipo específico de verde que ela apresenta.[7]
    • Os matizes de esmeraldas vão do verde-azulado ao verde-amarelado.
    • Por exemplo, as esmeraldas obtidas no Zâmbia se caracterizam por seus verdes profundamente azulados, enquanto suas contrapartes mineradas no Brasil e na Colômbia apresentam um matiz verde mais puro e intenso.[8]
  3. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 7
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    Observe o tom de uma esmeralda. O tom se refere à tonalidade da cor de uma pedra. No caso das esmeraldas, é possível encontrar tons de verdes muito claros e outros muito escuros. A associação entre tom e valor é difícil de ser estabelecida. Frequentemente, esmeraldas mais escuras são consideradas mais valiosas, mas, se uma pedra ficar escura demais, ela acaba perdendo seu valor.[9]
    • Esmeraldas com tons médios a médio-escuros são as mais valiosas existentes no mercado.
    • Esmeraldas com tons de verde puro ou verde-azulado são as mais cobiçadas, em parte porque estão associadas a uma mina colombiana de alta reputação, chamada Muzo.
    • Esteja ciente de que as pedras muito amareladas ou azuladas podem não ser consideradas como esmeraldas e, por isso, são muito menos valiosas.
  4. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 8
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    Avalie a saturação de uma esmeralda. A saturação se associa à transparência de uma esmeralda. Gemas com uma saturação elevada (significando que são muito transparentes) são mais valiosas do que aquelas que apresentam níveis mais baixos de saturação.
    • Essa característica pode ser associada tanto à inclusão quanto ao tom; gemas com muitas inclusões podem parecer menos transparentes. Da mesma forma, esmeraldas com cor verde muito escura não absorvem muita luz e, por isso, parecem mais opacas do que pedras mais claras.

Método3
Comprando uma esmeralda

  1. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 9
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    Consulte um joalheiro renomado. Compre gemas valiosas apenas de fontes confiáveis. É importante ter a certeza de que o joalheiro tem uma reputação já estabelecida. Tente encontrar um profissional com uma política de devolução para produtos vendidos com descrições inadequadas relativas a limpidez e qualidade.
  2. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 10
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    Leve a esmeralda para uma avaliação de preço. É uma boa ideia levar as pedras mais caras (ou aquelas com tamanho igual ou superior a 3 quilates) para uma avaliação profissional.
    • Para maiores informações sobre como avaliar uma pedra preciosa já lapidada, entre na página do Serviço Geológico do Brasil.
    • Lembre-se sempre de escolher esmeraldas de alta qualidade.
    • Exercite boas práticas de avaliação ao comprar esmeraldas.
    • É importante saber como reconhecer esmeraldas verdadeiras para não cair em enganos e golpes.
  3. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 11
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    Obtenha um relatório de um laboratório gemológico de boa reputação, como oSINDIJOIAS. Para uma avaliação adequada do valor da esmeralda que você deseja comprar, é possível pedir o relatório de um laboratório gemológico capaz de identificar suas características relativas a tipo, tamanho, corte, limpidez, cor e origem.
    • Esse relatório dará a você uma maior confiança com respeito à qualidade e ao valor de sua gema, até mesmo antes de obter a avaliação de um joalheiro profissional.
  4. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 12
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    Entenda o sistema de preços. Antes de comprar uma esmeralda, é preciso ter certeza de que você está obtendo algo de boa qualidade pelo preço que está pagando. O relatório de um laboratório gemológico será um bom ponto de partida, mas talvez não sirva como representação precisa do que a esmeralda vale no mercado (os preços dados por relatórios quase sempre são inflacionados). Para obter uma avaliação mais realista do preço da gema, você pode consultar o valor praticado por diferentes joalheiros, fazendo anotações com respeito à cor, corte e qualidade.
    • Lembre-se de que apreçar uma pedra preciosa é algo subjetivo e, desse modo, não é possível descobrir uma “fórmula” específica usada para definir seu valor exato.
  5. Imagem intitulada Know Emerald Value Step 13
    5
    Entenda o processo de lubrificação. Quase sempre, esmeraldas passam por um processo de lubrificação a fim de aprimorar sua limpidez. Esta é uma prática comum considerada por muitos como uma pequena melhora na aparência da pedra.[10]
    • Pergunte se a esmeralda passou por mudanças pequenas, moderadas ou significativas. É bastante comum a execução de melhorias mínimas, como a lubrificação, mas processos mais intensos, como o tratamento com resina ou tinta, mudam a aparência da pedra e mascaram seu valor real.

Dicas

  • Descubra se a esmeralda representa uma gema minerada ou uma imitação artificial. Pedras de grande limpidez, tons verdes intensos e quase nenhuma inclusão podem ser “perfeitas demais”, indicando uma imitação artificial de qualidade.
  • Peça a avaliação independente de alguém sem conexão com o vendedor, antes ou logo depois da compra. Se ela não é genuína ou foi vendida com informações falsas concernentes à qualidade, volte ao joalheiro com essa avaliação em busca de um reembolso ou uma troca.

ESMERALDAS

ESMERALDAS


A esmeralda é a gema mais antiga conhecida da humanidade; foi comercializada há cerca de 6000 anos na Babilônia, anterior ao diamante. Era muito apreciada na Pérsia e na Índia. Seu nome vem do grego smáragdos, latinizado smaragdus, provavelmente derivado do sânscrito marakatam, originário do idioma acadiano barraqtu, que significa pedra reluzente, brilhante. O nome era usado para pedras de diferentes composições químicas, mas geralmente de cor verde. Atribuiu-se à esmeralda o significado de imortalidade.
A esmeralda é a variedade verde do mineral berilo, um silicato dos metais berílio e alumínio (Be3Al2Si6O18), que forma cristais de prismas hexagonais. Outras variedades com qualidade de gema são a água-marinha (azul), o heliodoro (amarelo) e a morganita (rosa). A variação de cor é causada pela inclusão de traços de elementos metálicos, chamados cromóferos, no caso da esmeralda cromo e/ou do vanádio. Entre todas as variedades, a esmeralda é a mais rara, formada em condições geológicas muito específicas. Esmeraldas transparentes e de cor verde intensa e uniforme são muito raras, podendo atingir preços superiores aos dos diamantes, considerando sempre como base de preços o quilate (0,2 g).
Esmeralda da Lavra Carnaíba – Carnaíba, BA, em exposição na atração
Inventário Mineral do MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal.

As minas de esmeraldas mais antigas encontram-se no Egito, na costa do Mar Vermelho, e já foram exploradas há 5.000 anos ou mais, fornecendo gemas para o Oriente e para gregos e romanos. há cerca de 2.000 anos os romanos descobriram esmeraldas nos Alpes da Áustria, perto de Salzburgo. Estas pedras abasteceram o mercado europeu durante séculos até a descoberta das esmeraldas no Peru pelos espanhóis.
As primeiras esmeraldas das Américas foram levadas à Europa pelos espanhóis depois da conquista do México por Hernando Cortez (1485-1547) nos anos de 1519/22, onde foram saqueadas em templos e túmulos. Não há notícias de minas de esmeralda no México. Foram trazidas provavelmente do Peru, onde as minas de esmeralda já eram exploradas há mais de 1000 anos.
O fato mais importante na história das esmeraldas nas Américas, foi a conquista do Peru por  Francisco Pizarro (ca. 1475 -1641) com uma tropa de somente 180 homens, nos anos 1530 a 1533. Acharam muitas esmeraldas com os nativos, mas os espanhóis não conseguiram localizar as minas. Em março de 1537, eles receberam de presente algumas esmeraldas dos índios, que também indicaram a localização das minas de Chivor, situadas na encosta oriental da Cordilheira de Bogotá. Como o um lugar era de acesso muito difícil, os espanhóis abandonaram logo os trabalhos. Pouco tempo depois tiveram conhecimento de outras minas nas terras da tribo Muzo, que ofereceu muita resistência aos conquistadores. Somente em 1555 os espanhóis, liderados por Antonio Lanchero, conseguiram derrotá-los, tendo, assim, acesso às minas das melhores esmeraldas do mundo.
O vale dos Muzo está situado cerca de 100 km a norte de Bogotá, e a exploração de esmeraldas começou em 1558. Ambas as ocorrências estão situadas nas montanhas Somondoco, que significa deus das pedras verdes na língua dos nativos da tribo chibcha.
A produção de esmeraldas na Colômbia foi tão grande, que afetou o preço das esmeraldas orientais (e da Áustria) na Europa. O padre jesuíta José d’Acosta relata que, quando voltou do Peru à Espanha em 1587, foram transportadas no mesmo navio duas caixas com algumas dezenas de quilos de esmeraldas.
Até hoje, a Colômbia produz aproximadamente 60 % das esmeraldas no mundo e 80 % das de melhor qualidade. Até a descoberta das esmeraldas nos Montes Urais na Rússia, em 1831, a Colômbia forneceu quase toda a produção mundial. Geologicamente, a ocorrência do vale Muzo se distingue das jazidas mencionadas (Egito, Áustria, Rússia e outros países) como também das brasileiras. Ali a esmeralda ocorre em finos veios de calcita, intercalados em xistos carbonosos e calcíferos, fortemente dobrados.
Uma pedra do tamanho de um ovo de galinha foi encontrada, junto com objetos de ouro, por Antonio de Sepulveda, em 1580, quando tentou drenar o Lago Guatavita, um lago formado em uma cratera vulcânica a cerca de 60 km ao norte de Bogotá. Este e outros lagos eram locais de cultos e cerimônias de consagração de caciques. Depois de untados com óleo e cobertos com ouro em pó, os novos caciques eram levados ao meio do lago em uma balsa carregada com objetos de ouro e esmeraldas, onde se banhavam, tirando o ouro em pó. Os objetos de ouro também eram jogados na água como oferendas ao deus do sol. Essa cerimônia deu origem à lenda do Eldorado, que não é propriamente dito um lugar, mas sim o homem dourado.
Preparação do cacique Manoa para a cerimônia de posse, tendo seu corpo coberto com ouro em pó, virando o El Dorado. (Theodore de Bry, Grand Voyages, vol. 8, 1599)
As riquezas em ouro, prata e esmeraldas, encontradas pelos espanhóis no México e no Peru, provocaram a inveja do soberano português, no caso D. João III (1502/1521-1557), e também de seus sucessores. D. João III iniciou a colonização do Brasil e em 1548 incumbiu Tomé de Souza, primeiro governador-geral do Estado do Brasil (1549-1553) com sede em Salvador, de explorar o interior do país. Este contatou o espanhol Felipe de Guillén, morador em Porto Seguro desde 1538, que havia passado pelo Peru, e tinha conhecimentos de química e mineralogia, pedindo-lhe que organizasse uma expedição de reconhecimento. Guillén recusou a tarefa devido à sua idade, mas, numa carta de 1550 ao rei, se mostrava convencido da existência de esmeraldas no Brasil, e relata que Tomé de Souza “…esteve determinado para me mandar ao descobrir, porque é necessário para isso um homem de muito siso e cuidado, e que saiba tomar a altura [do sol para determinação da latitude] e fazer roteiro da vinda e inda, e olhar a disposição da terra e o que há, porque sem duvida há lá esmeraldas e outras pedras finas.”
Começou a epopéia das esmeraldas no Brasil. A expedição planejada por Tomé de Souza partiu de Porto Seguro em 1554 com 12 homens brancos e numerosos índios sob o comando de outro espanhol, Francisco Bruza de Espinoza, atravessando o sul da Bahia e o nordeste de Minas Gerais até o Rio São Francisco. Retornou após 18 meses sem resultados concretos, a não ser o conhecimento da imensidão do sertão do interior do Brasil. Seguiram outras entradas partindo do litoral da Bahia ou do Espírito Santo: Vasco Rodrigues Caldas (1562), Martim de Carvalho (1567/68?), Sebastião Fernandes Tourinho (1572/3), Antônio Dias Adorno (1573), João Coelho de Souza (1580), Diogo Martins Cão (1596), Marcos de Azeredo (1596 e 1611/12); todas elas à busca de esmeraldas e da serra resplandecente. Quase todas essas entradas convergiram, mesmo com itinerários  diferentes, no nordeste de Minas.
A crença das esmeraldas foi alimentada por contatos com os nativos. Pero de Magalhães Gandavo escreveu no seu “Tratado da Terra do Brasil” (ca. 1570): “… A este capitania de Porto Seguro chegaram certos índios do sertão a dar novas de uma pedras verdes, que havia numa serra muitas léguas pela terra dentro, e traziam algumas delas por amostras, as quais eram esmeraldas, mas não de muito preço; e os mesmos índios diziam que daquelas havia muitas, e que esta serra era muito fermosa e resplandecente.” Estas “novas” era o sinal para a entrada de Martim de Carvalho que partiu com 50 ou 60 portugueses e alguns índios locais, percorrendo umas 220 léguas pela região entre os rios Jequitinhonha e Doce.
Marcos de Azeredo partiu em 1596 de Vitória, no Espírito Santo, e subiu pelos rios Doce e Suaçuí Grande e voltou com amostras de pedras verdes. Frei Vicente de Salvador, na sua “História do Brasil” (1627) relata o seguinte: “… De cristal sabemos em certo haver uma serra na capitania do Espírito Santo em que estão metidas muitas esmeraldas, de que Marcos de Azeredo levou amostras a el-Rey, e feito exame por seu mandado, disseram os lapidários que aquelas eram da superfície e estavam tostadas do sol, mas se cavassem ao fundo as achariam claras e finíssimas.” Marcos de Azeredo deixou o roteiro de sua viagem e descobrimento, que foi usado por outros sertanistas na busca das esmeraldas, entre eles Fernão Dias.  
Vários cartógrafos do século XVII desenharam a serra resplandecente ou mesmo a Serra das Esmeraldas nos seus mapas. O divisor das águas entre os rios Jequitinhonha e Araçuaí ao norte, e os rios Mucuri, São Mateus e Doce ao sul, chamava-se Serra das Esmeraldas nos mapas até o século XIX; hoje é conhecida como Serra Negra.
Fernão Dias Paes Leme (ca. 1608-1681) é certamente o mais famoso dos bandeirantes na caça às esmeraldas. Saiu de São Paulo como Governador do Descobrimento das Esmeraldas em julho de 1674 com muitos paulistas e índios. Andou mais de 1000 km durante sete anos até o norte de Minas, de onde trouxe pedras verdes. Tudo indica que cruzou a Serra das Esmeraldas, e ele morreu convencido de ter localizado as escavações do Azeredo, porém, hoje supõe-se que as pedras eram turmalinas.
Mapa da capitania de Porto Seguro, mostrando a Serra das Esmeraldas ao norte do Rio Doce junto a uma grande lagoa. Esta localização deve ser atribuída às expedições de Marcos de Azeredo (1596 e 1610/11). Fonte: Atlas ”Estado do Brasil” de João Teixeira Albernaz, 1631. Fonte: (Mapoteca do Itamarati, RJ)
Passaram-se mais de duzentos anos até serem encontradas esmeraldas legítimas no Brasil, quase sempre por um acaso. A primeira ocorrência foi localizada na região de Brumado (ex-Bom Jesus dos Meiras) na Bahia por volta de 1912. Seguiram-se outras descobertas: na Fazenda Lajes em Itaberaí, Goiás, em 1920, e ainda no mesmo ano na Fazenda Bom Sossego em Ferros, Minas Gerais, localizada cerca de 50 km ao norte de Itabira. Fica cerca de 170 km de Belo Horizonte por rodovia e 120 km (em linha reta) da Quinta do Sumidouro na margem do Rio das Velhas, o pouso da bandeira de Fernão Dias nos anos de 1670. A distância até a Serra Negra (ou Serra das Esmeraldas), também em linha reta, é de cerca de 130 km. Assim, foi por pouco que Fernão Dias não acertou na localização das sonhadas esmeraldas.
Em 1939 foram encontradas esmeraldas na região de Anagé, Bahia (40 km noroeste de Vitória da Conquista) e nos anos 1950 em Tauá, Ceará. Nenhuma destas ocorrências chegou a ter uma produção considerável. Somente na segunda metade do século XX registra-se a descoberta de depósitos maiores: Carnaíba (1964) e Socotó (1983), perto de Campo Formoso na Bahia, e Santa Terezinha (1981) em Goiás. Em todos estes lugares houve uma invasão de garimpeiros que tomaram conta da exploração das gemas.
Uma nova ocorrência foi descoberta em Minas Gerais, em 1978, localizada cerca de 15 km a sul de Itabira, quando José Ota Melo, um ferroviário da Estrada de Ferro Vitória Minas, encontrou umas pedrinhas verdes no sangradouro de um açude que, posteriormente, foram identificadas como esmeraldas. Imediatamente houve uma invasão de garimpeiros; no segundo ano (julho de 1979 a agosto de 1980) foi registrada uma produção de 32 kg de pedra bruta.
Atualmente a jazida está sendo explorada pela empresa Belmont Mineração, uma empresa de referencia na mineração de esmeraldas. A rocha que contém a gema é lavrada em mina de subsolo, depois de britada passa por peneiras, e as esmeraldas brutas são catadas manualmente. A Belmont Mineração é a única mineradora de esmeralda no Brasil e uma das poucas no mundo, pois as outras ocorrências estão sendo exploradas por garimpeiros. O Brasil é hoje, depois da Colômbia, o segundo maior produtor de esmeraldas no mundo, especialmente devido à operação contínua desta mineradora.
Outras ocorrências (Capoeirana, Piteiras, Toco, Canta Galo, Alfié) foram achadas posteriormente na região, na mesma formação geológica, formando um cinturão de rochas esmeraldíferas de cerca de 80 km de extensão, a leste de Itabira, entre São Domingos do Prata e Ferros. A gênese da esmeralda nestas ocorrências é praticamente idêntica em todas elas. Biotita-xistos (às vezes de flogopita, uma mica preta com teores mais elevados de magnésio) foram cortados por fluídos magmáticos de altas temperaturas contendo o elemento berílio. Estes fluidos solubilizam dos xistos traços de cromo que entram na estrutura dos cristais de berilo, formando assim a esmeralda. Quanto mais devagar o resfriamento e crescimento do cristal, mais limpo fica a gema.

Mina na Bahia vai quintuplicar oferta nacional de diamantes

A RIQUEZA COM DOIS MILHÕES DE QUILATES

Pedra em estado natural
Dois milhões de quilates de diamantes brutos começarão a ser retirados em breve das minas do projeto Braúna, localizado na pequena Nordestina, cidade com pouco mais de 12 mil habitantes, encravada no meio do sertão da Bahia.
As pedras preciosas — avaliadas em cerca de US$ 310 o quilate — estão enterradas a cerca de 3 quilômetros abaixo da superfície. A estimativa é que a retirada total das rochas primárias do mineral deverá ser executada em sete anos.
O kimberlito é uma formação rara, que forma o manto da terra. Chega à superfície após uma erupção vulcânica. Foi nessas explosões, ocorridas há bilhões de anos, que o kimberlito trouxe para próximo da superfície terrestre os diamantes.
Desde então, por meio da erosão natural do solo, os diamantes podem se soltar e chegar até aluviões de rios, onde são encontrados na maior parte das vezes.
PRODUÇÃO OFICIAL
O Brasil, até hoje, tem “produzido” diamantes dessa forma, com produção anual de 47 mil quilates, de acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) — cerca de 0,04% de todo o diamante explorado no mundo.
Agora, apenas a produção de Nordestina deve multiplicar por cinco a oferta nacional de diamantes, aumentando também o valor do minério, uma vez que não é oriundo de aluviões, mas de fonte primária – da própria rocha.
Há apenas 20 minas de kimberlito em atividade no mundo. O grupo de países do qual o Brasil vai fazer parte é pequeno: as minas estão no Canadá, em países no sudoeste africano e na Rússia.
O bloco de rocha kimberlítica no qual está a pequena Nordestina pertence ao cráton (bloco de rocha com mais de 1 bilhão de anos) do São Francisco, que ficava junto ao cráton do Congo, na África, antes da separação dos blocos em continentes.
Praticamente todo esse diamante será exportado para Dubai, Bélgica, Canadá e, em particular, Israel onde o comércio tradicional e lapidação do minério são atualmente concentrados (monopolizados).

A BELEZA DAS ROCHAS EM DRUSAS E GEODOS

A BELEZA DAS ROCHAS EM DRUSAS E GEODOS

Formas geométricas naturais
Durante muito tempo – e até hoje ainda acontece – as pedras de cor foram chamadas de semipreciosas, um recurso malicioso dos compradores para desvalorizar os minerais no garimpo.
Elas só se tornavam preciosas de fato, depois de lapidadas e cravadas nas joias das granfinas ou quando passavam a integrar o exclusivo acervo de algum magnata, em geral estrangeiro.
Como desqualificar, por exemplo, qualquer desses raros e belíssimos espécimes, muitos deles ainda em seu estado bruto, natural, presos a drusas e geodos?
Pedra preciosa
Pedra vermelha
Pedra verde
Ovo mineral
Formas geométricas naturais
Drusa de crocoíta
Geodo de ametista