sábado, 26 de novembro de 2016

As pedras preciosas do Brasil: Granada – Minas Gerais e Tocantins

As pedras preciosas do Brasil: Granada – Minas Gerais e Tocantins

O Brasil é um país rico em belezas naturais. Entretanto, suas maravilhas nem sempre ficam concentradas aqui, podendo percorrer e encantar pessoas em todo o mundo. As pedras preciosas aqui encontradas, exemplificam bem este fato. Joalherias nacionais e internacionais dedicam-se a trabalhos delicadíssimos para transformar as pedras preciosas nas mais admiráveis joias.
No post de hoje, da série “As pedras preciosas do Brasil”, você conhecerá um pouco mais sobre uma de nossas gemas: a granada. Confira!

As características da granada

granada
Granada é uma pedra preciosa cujo nome vem do latim “granatus” que significa “grão”. Essa designação foi escolhida pelo fato de ela se assemelhar à semente de uma punica granatum, mais conhecida no Brasil como romã.
Esta gema tem como coloração mais conhecida o vermelho-escuro, pela presença do manganês e do ferro em sua composição. Porém, como esta pedra tem uma grande variedade de espécies — ou seja, tem propriedades semelhantes, mas composições químicas diferentes — pode se apresentar também em tons de laranja, amarelo, verde, azul, roxo, marrom, preto, rosa e até incolor. Ela não apresenta clivagem, o que facilita muito o trabalho do lapidador. São opacas, transparentes ou semitransparentes.
No Brasil, a granada pode ser encontrada nos estados de Minas Gerais e do Tocantins. Em outras partes do mundo, há centros de extração na África do Sul, Sri Lanka, Índia e Austrália.

O misticismo das pedras: granada

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Acredita-se que a granada, assim como outras pedras preciosas, tem efeitos terapêuticos. Sobre o corpo, ela atua no coração, direcionando os batimentos e o ritmo cardíacos. Auxilia também na pressão e circulação sanguínea.
Em relação à psiquê, a granada tem fortes poderes sobre as amizades e o matrimônio. Dizem que ela também atua sobre a criatividade, estimulando o pensamento a fugir do senso comum. Tal gema confere a quem a utiliza o poder de decisão, fidelidade e simpatia.

A granada e as datas comemorativas

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Ao completar 35 anos de matrimônio, um casal comemora Bodas de Granada. O simbolismo de tantos anos juntos merece ser representado por uma joia personalizada com esta pedra. Para presentear seu par, ou pessoas queridas que estão festejando esta data, que tal um belo par de brincos ou um delicado pingente? Com certeza, este momento ficará guardado para sempre, na memória e na caixinha de joias!
Agora, se você deseja presentear um dentista por sua recente formatura ou por sua brilhante carreira nesta área da saúde, um anel de granada, pedra símbolo da profissão, também será muito bem reconhecido. Afinal, que não gosta de uma joia, não é mesmo?!
Mas independente das festividades acima citadas, qualquer dia é transformado em um belo momento quando se recebe (e se oferta, por que não?!) uma joia com uma gema como a granada. Escolha seu momento especial e o torne eterno por meio de um item como este!

Acionistas da Vale travam disputa sobre prêmio controle, diz fonte

Acionistas da Vale travam disputa sobre prêmio controle, diz fonte

O grupo de acionistas que controla a Vale há duas décadas está divergindo em relação a quanto aqueles que possuem uma participação menor devem pagar para preservar seu poder de decisão, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto. O fundo de pensão estatal brasileiro Previ, maior acionista da gigante do minério de ferro, quer receber um prêmio equivalente a 25% do valor das ações que detém para continuar dividindo poder de decisão com os acionistas privados Banco Bradesco SA e Mitsui & Co., disse a pessoa. O Bradesco e a Mitsui negociam pagar menos para continuar no bloco de controle, disse a pessoa, que pediu anonimato porque as negociações são privadas.
As discussões ocorrem no momento em que o acordo, criado em 1997, quando a mineradora com sede no Rio de Janeiro foi privatizada, está perto de expirar. Se não houver um novo acordo até abril, todo o poder de decisão sobre o futuro da maior produtora mundial de minério de ferro voltaria para as mãos do governo, prejudicando a imagem pró-negócios do governo e deixando o Bradesco e a Mitsui com uma participação sem direitos na tomada de decisões.
A Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil, não quis comentar, assim como o Bradesco, a Vale e a Mitsui.
A não renovação do acordo “teria terríveis consequências para todos, inclusive para a Vale, que voltaria a ser vista como empresa estatal”, disse Paschoal Paione, analista da Votorantim, por telefone, de São Paulo.

Oscilações de preço

Os outros membros do grupo que controla a Vale por meio da Valepar são os fundos de pensão estatais Funcef, Petros e Funcesp e o BNDES. Os dois anos de recessão do Brasil prejudicaram os retornos dos fundos de pensão, enquanto os preços voláteis do minério de ferro — que acumula alta de 74 por cento no ano após três anos de queda — dificultam a definição de um prêmio de controle.
A Previ contratou o Morgan Stanley para assessorá-lo nas negociações e pode considerar vender parte de suas ações na Valepar, disse a pessoa.
O fundo detém 78,4% da Litel Participações, que possui 49% da Valepar. A Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, a Petros, fundo de pensão da Petrobras, e a Funcesp, fundo de pensão da empresa de energia de São Paulo Cesp, também possuem participações na Valepar por meio da Litel. A Previ quer o prêmio de 25% para a Litel, que tem ações sem direito a voto na Valepar, disse a pessoa.
O BNDES, por meio da BNDESPAR, tem 11,5% do capital votante da Valepar e um assento no conselho. O governo federal possui 12 ações chamadas “golden shares” na Vale, que dão direito a vetar decisões, inclusive sobre a localização da sede da companhia.
Fonte: UOL

Origem - Formação - Características

Origem - Formação - Características
 
Rocha é constituída por minerais.
Mineral é um constituinte natural, geralmente pesado, compacto e duro. A maioria dos minerais possui formas definidas denominadas cristais.
Os minerais são utilizados pelo homem nas mais diferentes formas e atividades.
A mica é utilizada na produção de papel de parede, lubrificantes e tintas.
A turmalina é usada em manômetros.
Experiências ultra-sônicas utilizam o quartzo.
Na goma de mascar é empregada a calcita.
Isso sem falar na utilização dos metais, que também são minerais.
Um grande atrativo dos minerais é sua variada gama de cores. Esse colorido é bastante resistente, não se altera, mesmo com a prolongada exposição ao sol. É determinado pela composição química do mineral.
As rochas podem ser:
  • Rochas magmáticas: pelo magma e gases ígneos da terra ou em correntes de lava vulcânica.
  • Rochas metamórficas: formados pela nova cristalização de alguns minerais existentes,em grande pressão e temperatura.
  • Rochas sedimentares: se cristalizam de soluções aquosas.
Cristal é um agregado de milhões de átomos formando um retículo específico. Esse padrão se repete em várias direções e quantidades formando o "mapa" geométrico do cristal.
Se o cristal for quebrado, cada pequena partícula apresentará essa mesma "arrumação", mesmo se reduzido a pó. Essa é a forma de se identificar um cristal.
Gema é uma rocha bonita, atraente, ornamental.
As gemas conquistaram o homem desde o início dos tempos. E poderia ser diferente?
Uma das primeiras a ser utilizada foi o âmbar, talvez por ser muito mole.
Foi aplicada, assim como outras, mais adiante, em objetos de adorno, talismãs, objetos de poder, etc.
A seguir ressaltam-se o lápis lazuli, turquesa, ametista, jade, coral, pérola, cristal e várias outras.
Com o passar do tempo surgiram as imitações. Devido ao alto valor que adquiriram aguçaram a ganância do homem.
Mas o homem foi mais longe e criou tecnologia para sintetizar materiais e produzir, em laboratórios, gemas idênticas às naturais.
As gemas se dividem em várias categorias:
  • Gemas inorgânicas: aquelas que não são produzidas por seres vivos. Ex: quartzo, rubi, diamante, ametista, turmalina, etc        
  • Gemas orgânicas: ao contrário da categoria anterior, essas gemas são produzidas por seres vivos, plantas ou animais. Ex: pérola, azeviche, coral, âmbar, marfim.                                
  • Gemas sintéticas: a atração do homem pelas gemas é tanta que era inevitável o desejo de produzi-las artificialmente, imitando a natureza. As primeiras gemas sintéticas começaram a surgir no século passado, e daí em diante as técnicas foram se aperfeiçoando. A gema sintética possui as mesmas características da sua correspondente natural.
  • Gemas reconstituídas: são obtidas através da junção de minúsculos fragmentos de uma gema. Obtém-se assim um "bloco de gema" possível de ser lapidado. Essa técnica é muito utilizada com a turquesa.      
  • Gemas compostas: Formadas por mais de uma gema. Podem ser:  
Doublet: 2 peças presas entre si por cimento ou fusão;
Triplet: 2 partes de uma gema incolor cimentadas com substância colorida.                                           
A intenção desse procedimento é fortalecer uma gema frágil ou alterar a aparência da mesma.                                                  
A gema composta é chamada falsa quando nenhuma das partes é composta pela gema designada. É verdadeira quando as duas partes são da gema intitulada. Também poderá ser semi-genuína quando apenas uma das partes é da gema especificada, a outra parte é de outra gema.            

Elemento de Força e Brilho

Elemento de Força e Brilho
Elemento químico, em geral sólido, que possui um brilho particular.
Estão distribuídos de forma irregular pela crosta do planeta. Não é comum encontrá-los em estado natural, puros. Em geral são encontrados juntos a outros  elementos, nos minerais, e com grande quantidade de impurezas.
São encontrados em 4 estados: Sólido - Líquido - Pastoso - Gasoso
Os cristais do metal estão distribuídos de forma arrumada em sua massa quando o mesmo está recozido e mole (de acordo com seu estado natural).
Quando o metal é trabalhado por meio de forja, laminação, repuxo, prensa, ou qualquer forma de pressão física, ele adquire rigidez excessiva. Por esse motivo quem trabalha com metal precisa estar sempre "recozendo" o mesmo. Além de tornar-se difícil o manuseio pode apresentar rachaduras e trincas quando se ultrapassa seu limite de tolerância, ou "ponto de fadiga".
Metais (6295 bytes)
Metal em seu estado natural
Metais (6116 bytes)
Metal trabalhado
Metais (6409 bytes)
Metal recozido
A têmpera do metal ocorre quando ele é aquecido a uma temperatura ideal e resfriado rapidamente. Esse processo possibilita a obtenção da maior dureza possível.
Portanto, quando o metal é aquecido (recozido) e deixado a resfriar lenta e naturalmente o resultado é maleabilidade e moleza. Quando esse resfriamento é feito abruptamente o metal pode tornar-se extremamente rígido.
Características dos metais:
  • Condutibilidade: de eletricidade, calor, vibrações.
  • Ductibilidade: a capacidade de se transformar em fios.
  • Maleabilidade: possibilidade de deformar-se, sem que se quebre ou trinque, até o ponto de uma fina lâmina.
  • Elasticidade: característica apresentada por alguns metais que faz com que, depois de serem pressionados por uma força, voltem à sua forma de origem.
  • Tenacidade: resistência à tração.
A natureza pode nos oferecer cerca de 70 metais puros.
Unidos a outros elementos formam os compostos. Os mais comuns são os óxidos.
Quando dois ou mais metais são fundidos juntos temos uma liga.
  • O aço é uma liga de ferro + carbono.
  • O latão é uma liga de cobre + zinco.
  • O bronze é uma liga de estanho + cobre.
O objetivo ao se preparar uma liga é obter um composto com características mais eficientes do que os elementos que lhe deram origem.
Platina1750 ºC
Ferro1520 ºC
Níquel1450 ºC
Cobre1083 ºC
Ouro1070 ºC
Prata960 ºC
Alumínio658 ºC
Zinco419 ºC
Chumbo327 ºC
Estanho232 ºC
São chamados metais nobres aqueles que não são atacados por ácidos ou sais, não se oxidam, são raros na natureza e permanecem sempre puros.
O Ouro, Prata e Platina são classificados como metais nobres.
Tanto a prata quanto o ouro são moles para o uso em peças de adorno, pois podem ser facilmente danificados por riscos e deformações.
Para se utilizar esses metais, é preparada uma liga que os torna mais duro.
No caso do ouro, a liga mais utilizada é a 750 (a mesma de 18 quilates).
Isso significa que nessa liga:
  • 750 partes são de ouro puro (999)
  • 250 partes são de outros metais - prata e cobre
Sua cor varia conforme a proporção da liga prata/cobre, e de acordo com o metal utilizado para endurecer a liga. Veja: 
Ouro + 2/3 de prata + 1/3 de cobre
Ouro Amarelo
Ouro + 1/3 de prata + 2/3 de cobre
Ouro Rosa
Ouro + prata + zinco
Ouro Azul
Ouro + prata + ferro (ou aço)
Ouro Negro
Ouro + cobre
Ouro Vermelho
Ouro + paládio
Ouro Branco
Ouro + prata
Ouro Verde
O mercúrio é prejudicial e pode danificar peças de ouro irremediavelmente.
Calcula-se que o ouro é conhecido há mais de 6.000 anos.
Esteve associado à maioria dos sistemas monetários do passado.
Metal preferido e básico dos ourives, o ouro agrada por seu brilho, beleza, raridade, possibilidades de aplicação e texturas.

Por tudo isso é, merecidamente, intitulado o "Rei dos Metais".

A história por trás do dono de R$ 20 bilhões em barras de ouro



A história por trás do dono de R$ 20 bilhões em barras de ouro

Com território e moeda própria, o excêntrico Werner Rydl acumula projetos e histórias inacreditáveis




O bilionário Werner Rydl, na sala da OAB no Fórum da Justiça Federal em Cuiabá.
Bilionário, excêntrico, não gosta de gastar à toa, dono de umafortuna de quase R$ 20 bilhões em barras de ouro, possuidor de um território próprio com moeda própria e colecionador de histórias quase que inacreditáveis.

Características que facilmente poderiam lembrar o lendário personagem Tio Patinhas, dos estúdios Disney, na verdade definem o empresário Werner Rydl, de 59 anos, que esteve de passagem por Cuiabá, na última semana.

Oriundo da Áustria – país em que foi protagonista de um dos maiores escândalos fiscais da história   - e naturalizado brasileiro desde os anos 90, Rydl é, no Brasil, omaior detentor individual de ouro (120 toneladas) que, como eternizado pelo bordão do apresentador Silvio Santos, "vale mais do que dinheiro".

O empresário veio à capital mato-grossense, nesta semana, para prestar esclarecimentos à Justiça sobre o episódio ocorrido em março do ano passado, quando foi preso (e liberado dias depois) por portar uma barra de ouro sem nota fiscal.

Ele relatou que sempre carrega a barra consigo e a classificou de “anjo da guarda”.

“Viajo o país e o mundo todo com esta barra de ouro e nunca havia dado problema. Sempre que a barra era descoberta, eu explicava a situação aos delegados. A barra está marcada com o meu CPF”, contou Rydl ao MidiaNews, acompanhado de seu diretor executivo Eugênio Costa.

Os dois dias em que ficou preso no Carumbé, aparentemente, não incomodaram o bilionário, que ainda mantém forte sotaque alemão, idioma predominante em seu país de origem, onde moram sua mulher e filhos.

“Café da manhã: gratuito. Almoço: gratuito. Jantar: gratuito. Não existe coisa melhor para um milionário”, brincou o empresário sobre a “estadia” no presídio. 

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Um dos depósitos de ouro de Werner Rydl

Extradição

O pouco-caso de Rydl com o curto período detido em Cuiabá não é sem motivo. Ele passou quatro anos e um mês (2005 a 2009) recolhido no extinto Presídio da Papuda, no Distrito Federal, local onde aguardou um longo e polêmico processo de extradição que tramitou no Supremo Tribunal Federal (STF).

A extradição foi pedida pelo Governo da Áustria, que exigia a devolução de Werner Rydl para ser julgado pelos alegados crimes financeiros que teria cometido naquele país, no caso, o não pagamento de cerca de 116 milhões de euros em impostos, no final dos anos 80.

O bilionário, no entanto, diz que não pagou os impostos, na época, como um “embargo” ao governo austríaco, que, segundo ele, obrigava os empresários a compactuar com corrupção.

“Eu era empresário de construção na Áustria. Eu me recusei a participar desse sistema de pagar propina para receber contratos de obras públicas. A mesma coisa que acontece no Brasil. Então eu promovi um embargo contra o governo austríaco. Eu declarei meu imposto, mas deixei claro que não iria pagar para aquele sistema corrupto. Sonegar é crime, mas eu não soneguei. Eu declarei oficialmente e não paguei, e isso não é crime na Áustria e nem aqui. Não se pode ser preso por dívidas. E o governo passou a me ameaçar por alguns anos. Então vim para o Brasil”, contou.

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Manchete de jornal austríaco sobre Werner Rydl

Em protesto contra a corrupção do governo austríaco, Rydl chegou a queimar 21 milhões de euros em uma praia de Recife, em 2002 

Durante sua prisão na Papuda, Rydl contou que dividiu cela com uma figura “ilustre”: o italiano Cezare Battisti, que havia fugido para o Brasil em 2004 após ser condenado na Itália à prisão perpétua, sob acusação de terrorismo.

“Tudo o que publicavam sobre ele [Battisti] eu já sabia antes porque ele me contava na cela. Cezare Battisti foi o primeiro e único comunista de verdade que conheci”, detalhou Rydl.

Outra celebridade do crime que Werner Rydl conviveu na penitenciária de segurança máxima foi Fernandinho Beira Mar, líder do Comando Vermelho e considerado um dos maiores traficantes de drogas da América Latina.

"Jogava xadrez todo dia com ele, era uma pessoa maravilhosa de conviver. Éramos equilibrados nas partidas. Ele tinha uma altíssima inteligência, mas possuía problemas para controlar seus ânimos. Havia momentos em que ficava muito agressivo”, disse.

A permanência do bilionário na Papuda foi encerrada em 2009, quando o STF, após longos debates, autorizou a extradição (vejaAQUI). Na Áustria, ele foi absolvido por alguns crimes, outros prescreveram e os delitos em que foi condenado resultaram em três meses de prisão. Após cumprir a pena, voltou ao Brasil.

No entanto, ele só foi reconhecido como cidadão brasileiro em 3 de fevereiro de 2015. Nesta data, o então ministro da Justiça e atual advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, assinou oficialmente sua naturalização no país.

Passado o período na cadeia, Werner Rydl relatou que processou o governo austríaco e conseguiu ser indenizado pelo fato de ter ficado mais de quatro anos preso por culpa do pedido de extradição.

“Foi um ato de abuso de poder. Ninguém no mundo ficou tanto tempo preso por extradição quanto eu. Na Aústria, consegui direito à indenização pela prisão. Cada dia que fiquei preso na Papuda eu faturei um valor de 9 milhões de euros de indenização, então no final das contas foi ótimo”, acentuou.

Território e moeda própria

Em 2014, Werner Rydl deu início a um projeto curioso e excêntrico, para dizer o mínimo: a Fundação Seagar, situada na “Seagarlandia”.

Trata-se de um território flutuante no Oceano Atlântico, localizado em águas internacionais, fora da extensão marítima brasileira e registrada em nome do bilionário. Uma espécie de país não-oficial.

Para lá, Rydl transportou cerca de 765 kg de ouro, avaliados em 32 milhões de dólares.

seagarlandia mapa
Mapa da Seagarlandia


O ouro transportado tem como finalidade a criação da moeda própria do território, chamada de “Eternity”.

“É um papelzinho e dentro do papel você tem 1 grama de ouro. Nessa minha atividade social, eu publico o Eternity. A pessoa compra pela mesma cotação da grama do ouro e pode vender pelo mesmo preço. É um dinheiro mundialmente público. A finalidade é uma atividade social para restabelecer nosso sistema financeiro mundial. Cada indivíduo pode comprar. Hoje temos no mundo cerca de 170 mil toneladas de ouro. Se você dividir por pessoa, cada pessoa fica com 30 gramas. O ouro do mundo pode ser distribuido e isso estabiliza a pessoa. Quando a pessoa tem 30 gramas de ouro, ela não é pobre e nem rica. Tem o necessário”, explicou.

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O projeto do bilionário, no entanto, já tem causado polêmica. Isso porque não há regulamentação que trate sobre a saída de produtos do Brasil para um território que não possui registro oficial como país.

“Não consegui registrar como país porque para isso precisaria de um povo, de uma comunidade, etc, por isso não autorizaram. Minha luta agora é com a Polícia Federal. Porque eu transporto ouro para lá e na hora de declarar eles dizem: “não, mas esse país não existe. Se você sai do Brasil e não entra em outro país, voce fica onde?”. Eu digo que eu saio do Brasil mas não vou para outro país, e sim para a Seagarlandia”, relatou.

Um processo administrativo já foi requerido por Rydl para regularizar a situação.

“Isso é tudo muito novo. É importação se eu trago ao Brasil algo de um lugar que não é um país? É exportação se eu levo um produto do Brasil a um lugar que não é um país?”, questionou.

Vida simples

O império de 120 toneladas de ouro que possui, segundo Werner Rydl, começou assim que chegou no Brasil, em 1991.

“Com o dinheiro que acumulei na Áustria, comecei a comprar ouro aqui. O ouro não quebra, não perde valor igual o papel. Comprei todo o ouro que podia, cerca de 200 kg, 300 kg por semana. No início eu usava outras pessoas para cuidar do ouro, mas hoje só eu faço isso. Uma vez por mês eu saio com o barco para transportar o ouro para os locais onde guardo. Eu construí uma torre em que guardo uma parte do ouro, que tem uma porta de 4 toneladas. Não tem vigia, nada. Abro a porta, entro, fecho. Nunca aconteceu nada em 21 anos”, disse ele, dando detalhes sobre a torre localizada na mesma praia de Recife onde queimou os 21 milhões de euros.

Ele também possui um programa chamado "Ouro Vale Para Todos", em que adquire o ouro de pequenas comunidades de garimpeiros. O programa possui pelo menos oito unidades no Brasil e outras dezenas na África.

Apesar da fortuna, Rydl diz que mantém uma vida simples: não possui imóveis, avião, nem segurança pessoal.

“Me perguntam porque não divulgo a questão do ouro, não apareço na mídia. Não tenho vaidade, não dou importância a isso. Eu sou um ser humano e acabou. Claro, eu fico louco quando alguém tira 1 grama de ouro de mim (risos). Eu tenho contas pessoais em que saco R$ 2 mil, R$ 3 mil por mês. Não faço transferências milionárias, apesar de poder fazer isso”, disse.

“Viajo o tempo inteiro e não tenho uma casa onde posso dizer que moro. Quando acordo não sei onde vou dormir e nem onde vou acordar. Eu mesmo dirijo o barco para transportar o ouro”, completou.