quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Trump pode ajudar a recuperar venda de diamantes, diz produtora

Trump pode ajudar a recuperar venda de diamantes, diz produtora

Susanne Barton e Danielle Bochove
(Bloomberg) -- Mais uma commodity deverá se beneficiar com as políticas de Donald Trump: os diamantes.
"É provável que sejam positivas, certamente a curto prazo -- impostos menores e mais empregos se traduzem em mais renda disponível e em mais compras de diamantes", disse Bruce Cleaver, CEO da maior produtora do mundo, a De Beers, em entrevista concedida na terça-feira, no escritório da Bloomberg em Nova York.
Se realmente gerarem uma demanda maior por itens de luxo nos EUA, as políticas do presidente eleito dariam novo impulso a uma projeção de recuperação modesta para os diamantes, segundo Cleaver. A De Beers, uma unidade da Anglo American, estima que as vendas permanecerão estáveis ou serão ligeiramente menores neste ano, em parte devido à força do dólar americano, antes de crescerem "um pouco" no ano que vem.
A De Beers reportou um declínio nos preços de cerca de 7 por cento no primeiro semestre e Cleaver afirmou que os preços dos diamantes polidos estão "razoavelmente estáveis" no segundo semestre. A perspectiva de preço para o ano que vem provavelmente não ficará "descontroladamente fora de sintonia" com a projeção de vendas, disse Cleaver.
A longo prazo, o mercado será respaldado pela perspectiva de que o crescimento da demanda superará a expansão da oferta em 2018 ou 2019, disse ele. A exploração é difícil e a De Beers desconhece qualquer descoberta que possa mudar a curva da oferta, hoje plana.
As commodities industriais, como o cobre e o minério de ferro, ampliaram o rali após a eleição dos EUA porque os investidores se concentraram na demanda adicional de até US$ 1 trilhão em investimentos em infraestrutura.
Embora a desregulação geralmente seja boa para os negócios, não está claro quais efeitos as políticas de Trump provocarão no restante do mundo, disse Cleaver, considerando também que o dólar americano mais forte tornará as commodities mais caras em outras moedas.
Ele espera alguma consolidação nos segmentos de corte, polimento e varejo do negócio de diamantes, embora as fusões e aquisições entre produtoras de diamante sejam improváveis.

'Grandes oportunidades'

A China e a Índia oferecem "grandes oportunidades" de aumento da demanda, disse ele. "Com cada vez mais famílias passando à classe média em países em crescimento, há cada vez mais consumidores potenciais de diamantes."
No início do mês, a De Beers anunciou que inundaria sua mina de diamantes deficitária de Snap Lake, nos Territórios do Noroeste, no Canadá, um método mais barato de manter o local em termos de cuidado e manutenção. A companhia acredita que a mina poderá ser reativada no futuro, dependendo das condições de mercado, mas quanto

Diamantes são mais eternos do que casamento para jovens chinesas

Diamantes são mais eternos do que casamento para jovens chinesas

Bloomberg News
1,
  • Martial Trezzini/AP
Jily Ji tinha 24 anos quando ganhou de seus pais seu primeiro anel de diamante, de 2,5 quilates. Nos três anos que se passaram, a assistente executiva em Xangai reuniu uma coleção de 15 peças de diamantes, incluindo um anel, brincos longos e colares que ela mesma comprou.
"Não precisamos esperar passivamente que um homem nos dê um diamante de presente", disse ela, solteira e com formação universitária. "Joias de diamantes são uma forma natural de nos expressarmos. São um investimento muito melhor do que a maioria dos itens da moda porque além de aumentarem de valor também podem ser transmitidas a outras gerações."
Independente financeiramente, com formação universitária e nascida na China depois de 1980, Ji personifica um grupo de consumidores-chave para o crescimento do setor mundial de diamantes. A chamada geração Y responde por 68 por cento das vendas de joias de diamantes por valor no país mais populoso do mundo -- equivalente a US$ 6,76 bilhões no ano passado, segundo uma pesquisa feira pela De Beers, a maior produtora de diamante do planeta.
As mulheres da geração Y -- definidas pela De Beers como aquelas com 18 a 34 anos -- gastaram cerca de US$ 26 bilhões em joias de diamante em 2015 nos quatro principais mercados do mundo, comprando mais do que qualquer outra geração, disse o CEO Bruce Cleaver em um relatório em setembro. Essas 220 milhões de potenciais consumidoras de diamantes ainda estão a uma década da etapa mais próspera de suas vidas e representam uma "oportunidade significativa" para o setor, disse Cleaver.
Aproveitar essa oportunidade poderia elevar o preço das gemas, que recuou 18 por cento no ano passado, a maior queda desde 2008.

Marca de conquistas

Para a geração Y chinesa os diamantes são mais uma marca cheia de estilo de conquistas do que um símbolo do amor eterno, disse Joan Xu, vice-diretora de planejamento em Xangai da J. Walter Thompson, uma agência de publicidade. Essa tendência está mudando o modo em que companhias como Chow Tai Fook Jewellery Group e Lao Feng Xiang, negociada em Xangai, criam e publicitam joias na China.
A Chow Tai Fook, cuja metade da clientela é da geração Y, lançará novas linhas e produtos até o fim de 2017 e contratou porta-vozes como o cantor e ator sul-coreano Li Min-ho, 29, e o rapper G-Dragon, 28, para atrair consumidores jovens, disse Adrian Cheng, diretor-executivo da Chow Tai Fook, em entrevista em Hong Kong.
A Lao Feng Xiang, que tem sede em Xangai e pertence majoritariamente ao governo de Xangai, com 3.000 lojas em toda a China e 5,4 por cento do mercado, também está empenhada em oferecer mais opções às jovens chinesas, disse o gerente de marketing Wang Ensheng.
"Essa consumidora não quer joias supercaras", disse Wang, em entrevista por telefone. "Ela está em busca da moda, ela troca de visual todos os dias e quer joias para combinar. Precisamos oferecer a ela joias personalizadas e únicas -- mas não muito caras, porque ela terá várias, não apenas uma joia de diamante."

DIAMANTES

Carbono puro, isso mesmo, essa é a composição dessa pedra tão fascinante e desejada.
Cristalizado sob altas pressões e temperaturas, nas mais profundas entranhas da terra há bilhões de anos.
Para se ter uma idéia, a mais jovem rocha vulcânica da qual se extrai diamantes possui a idade de 70 milhões de anos.A origem do nome, “Adamas”, é grega. Significa invencível, indomável.
Foram trazidos à superfície por erupções vulcânicas, ficaram depositados nos locais de onde atualmente podem ser extraídos por métodos economicamente viáveis.
As jazidas são encontradas, portanto, em terras vulcânicas, no entanto a maioria delas está localizada em depósitos aluvionais, formados pelas correntezas de rios. Em média 250 toneladas de minério são extraídas para que se obtenha 1 quilate de diamante lapidado.
Seu sistema de cristalização pode ser monoclínico ou cúbico, de simetria normal. Os cristais exibem faces curvas ou estriadas e com depressões triangulares sobre as faces. A clivagem é octaédrica perfeita e fratura concóide. Sua dureza na escala de Mohs é 10. É a substância mais dura que se conhece. A outra única substância conhecida de igual dureza é o nitreto de boro (borazon) obtido artificialmente. O peso específico do diamante varia de 3,516 a 3,525. Pode apresentar uma variedade de cores partindo do incolor, amarelo, vermelho, alaranjado, verde, azul, castanho e preto. Seu índice de refração é 2,4195.
Se for submetido a altas temperaturas em presença de oxigênio, será convertido em CO2. Sem o contato com oxigênio transforma-se em grafita, a 1900ºC.
Dizem os especialistas que não existem dois diamantes iguais. Cada um é único e exclusivo, com suas características próprias.
Têm-se notícia do surgimento dos primeiros diamantes por volta de 800 a C., na Índia.
Um diamante passa por diversos processos até chegar à forma na qual costumamos vê-los em jóias. É preciso lapidá-lo para que adquira o brilho intenso tão característico.
Diamantes
Foram os hindus quem descobriram que somente um diamante poderia cortar o outro. No entanto, esse povo apenas acentuava algumas “falhas” naturais da gema bruta, por receio na redução de peso.
Mas um diamante só estará devidamente aproveitado em seu brilho quando totalmente lapidado.
Com a lapidação a gema perde uma boa parte de seu peso, isso é inevitável para que se melhore seu efeito ótico, seu brilho e sua capacidade de decompor a luz branca nas cores do arco-íris.
O mais belo corte (lapidação) para o diamante é o chamado brilhante, criado pelo joalheiro veneziano Peruzz, no final do século XVII. Essa lapidação tem a forma redonda e compõ-se de 58 facetas. Cada faceta é simétrica e disposta num ângulo que não pode variar mais de meio grau.
As pessoas costumam errar ao dizer que querem comprar uma peça com brilhantes. A gema é diamante, brilhante é apenas o nome da lapidação. O diamante pode ser lapidado em diversas outras formas e lapidações e então não será mais “brilhante”.
Para ser lapidado um diamante deve ser primeiramente entregue a um especialista que examinará cuidadosamente a pedra buscando o melhor aproveitamento possível conjugado à valorização da pedra sob todos os aspectos.
Diamantes
De início a gema deve ser clivada ou serrada.
A clivagem é feita por meio de uma batida sobre uma lâmina. A gema será dividida.
A pedra também pode ser serrada em partes, se assim indicar o especialista. Serrando diamente
Depois dessa fase o diamante segue para as mãos de outros profissionais, aquele que dá o formato básico da pedra, e os abrilhantadores que definem as facetas da pedra. Em geral esse serviço é especializado, há aqueles que fazem as facetas da parte de cima e a mesa; há os que fazem a parte de baixo (pavilhão) e há os profissionais que fazem a cintura da pedra.
Diamantes
Esquema de lapidação
Quando a lapidação começou a ser desenvolvida, alguns lapidários acreditavam que o maior número de facetas daria maior brilho à gema, esse pensamento não é correto. A lapidação brilhante é a que explora ao máximo a capacidade de brilho e dispersão de luz (arco-íris) nessa gema.
Podem ser lapidados em outras formas como gota, navete, baguete, coração, etc.
Hoje em dia encontramos diferentes lapidações, graças ao surgimento do laser, são cabeças de cavalo, estrelas, luas, entre outros.

Avaliação

Seria uma falha grave deixar de mencionar o clássico padrão para classificação e avaliação de um diamante.
São os 4 C’s:
C – Color (cor)
C – Clarity (pureza)
C – Cut (lapidação)
C – Carat (peso) (quilates)
Fonte: www.joia-e-arte.com.br
Diamantes
Diamantes

Origem do Nome

Diamante, do grego ‘adamas’, significa invencível e ‘diaphanes’, que significa transparente. Durante a Idade Média, acreditava-se que um diamante podia reatar um casamento desfeito. Era usado em batalhas como símbolo de coragem. Os antigos o chamavam de pedra do sol, devido ao seu brilho faiscante e os gregos acreditavam que o fogo de um diamante refletia a chama do amor. Sugere, portanto, a força e a eternidade do amor.

O Diamante como Jóia

Só a partir do século XV, o diamante foi caracterizado como a jóia da noiva. Sendo Mary de Burgundy a primeira mulher a receber um colar de diamantes como um símbolo de noivado com o Arqueduque Maximilian da Austria em Agosto de 1477. Dos séculos XVII a XIX, usavam-se argolões como anéis de noivado. No século XX, ficou em moda o estilo “chuveiro”, mais tarde o anel fieira. Depois o solitário, o estilo mais usado atualmente.

Exploração

A exploração das minas de diamante começou na Índia, entre os anos 800 e 600 A.C. Durante 2.000 anos, o Oriente produziu todos os diamantes conhecidos, incluindo o “Koh-i-Noor”, o russo “Orloff”, o “Esperança” e outros diamantes célebres.
O seu uso era reservado às cortes reais e aos dignitários da igreja. As espadas, os colares das ordens, os cetros e as coroas usadas nas cerimônias eram ornadas de diamantes.

Os Mais Famosos Diamantes do Mundo

O CULLINAN, o maior dos diamantes já encontrados, pesava 3.106 quilates quando bruto e originalmente um pouco menos de 1 libra e meia. Ele foi cortado em 9 pedras principais e 96 pedras menores.

O Estrela da África

É a maior das pedras cortadas do Cullinan. é um dos doze mais famosos diamantes do mundo e pertence à COROA INGLESA. Ele pesava 530,20 quilates, tem 74 facetas e ainda é considerado como o maior diamante lapidado do mundo.

Koh-I-Noor (“Montanha de Luz”)

Foi mencionado pela primeira vez em 1304, pesando 186 quilates. Uma pedra de corte oval. Acredita-se ter estado, certa vez, engastado no famoso trono de pavão do Xá Jehan como um dos olhos do pavão. Relapidado no reinado da Rainha Vitória, encontra-se hoje em dia entre AS JÓIAS DA COROA INGLESA e pesa atualmente 108,93 quilates.

O Olho do Ídolo

Uma pedra no formato de pêra achatada e do tamanho de um ovo de galinha. O seu tamanho lapidado é de 70,20 quilates. Um outro diamante famoso que uma vez foi colocado no olho de um ídolo antes de ter sido roubado. A lenda também diz que ele foi dado como resgate da Princesa Rasheetah pelo “Sheik” da Kashmir ao Sultão da Turquia qua a tinha raptado.

O Excelsior

A segunda maior pedra já encontrada é o Excelsior, que era de 995,2 quilates quando bruto. Alguns dizem que o Braganza é a segunda maior pedra já encontrada, mas não há registros de sua existência e muitos acreditam ser mitológico ou nem mesmo um diamante.

O Regente

Um diamante verdadeiramente histórico descoberto em 1701 por um escravo índio perto de Golconda, pesava 410 quilates quando bruto. Quando pertencente a William Pitt, primeiro-ministro inglês, foi cortado em um brilhante no formato de uma almofada de 140,5 quilates e, até ter sido vendido para o Duque de Orleans, Regente da França, quando Luís XV ainda era uma criança em 1717, era chamado de “O Pitt”. Foi então rebatizado como “O Regente” e colocado na coroa de Luís XV para a sua coroação. Após a Revolução Francesa, foi possuído por Napoleão Bonaparte que o colocou no cabo de sua espada. Atualmente está exposto no Louvre.

O Blue Hope (Esperança Azul)

Mais famoso do que qualquer outro diamante, o Hope foi uma vez possuído por Luís XV, sendo oficialmente designado de “o diamante azul da coroa”. Roubado durante a Revolução Francesa, tornou a aparecer em Londres, em 1830 e foi comprado por Henry Philip Hope, razão pela qual atualmente tem esse nome. Foi em poder da família Hope que este diamante adquiriu a reputação horrível de trazer azar. Toda a família morreu na pobreza. Uma infelicidade similar ocorreu com um proprietário posterior, Sr. Edward McLean. Atualmente, encontra-se na Instituição Smithsonian em Washington.

O Grande Mogul

Foi descoberto no século XVII. A pedra tem esse nome em homenagem ao Xá Jehan, que construiu o Taj Mahal. Quando bruto, diz-se ter pesado 793 quilates. Atualmente encontra-se desaparecido.

O “Sancy”

Pesava 55 quilates e foi cortado no formato de uma pêra. Primeiramente pertenceu a Charles, o Corajoso, Duque de Burgundy, que o perdeu na batalha em 1477. A pedra de fato tem esse nome devido a um dono posterior, Senhor de Sancy, um embaixador francês na Turquia no final do século XVI. Ele o emprestou ao rei francês Henry III que o usou no gorro com o qual escondia sua calvície. Henrique VI da França, também pegou emprestado a pedra de Sancy, mas ela foi vendida em 1664 a James I da Inglaterra. Em 1688, James II, último dos reis Stuart da Inglaterra, fugiu com ele para Paris. O “Sancy” desapareceu durante a Revolução Francesa.

Taylor – Burton

Com 69,42 quilates, este diamante no formato de uma pêra foi vendido em leilão em 1969 com a pressuposição de que ele poderia ser nomeado pelo comprador. Cartier, de Nova York, com sucesso, fez um lance para ele e imediatamente o batizou de “Cartier”. Entretanto, no dia seguinte, Richard Burton comprou a pedra para Elizabeth Taylor por uma soma não revelada, rebatizando-o de “Taylor-Burton”. Ele fez seu debut em um baile de caridade em Mônaco, em meados de novembro, onde Miss Taylor o usou como um pendente. Em 1978, Elizabeth Taylor anunciou que o estava colocando à venda e que planejava usar parte da renda para construir um hospital em Botswana. Somente para inspecionar, os possíveis compradores tiveram que pagar $ 2.500 para cobrir os custos de mostrá-lo. Em junho de 1979, ele foi vendido por quase $ 3 milhões e a última notícia que temos dele é que se encontra na Arábia Saudita.

O Orloff

Acredita-se que tenha pesado cerca de 300 quilates quando foi encontrado. Uma vez foi confundido com o Grande Mogul, e atualmente faz parte do Tesouro Público de Diamantes da União Soviética em Moscou. Uma das lendas diz que “O Orloff” foi colocado como olho de Deus no templo de Sri Rangen e foi roubado por um soldado francês disfarçado de hindu.

Hortensia

Esta pedra cor de pêssego, de 20 quilates, tem esse nome em honra de Hortense de Beauharnais, Rainha da Holanda, que era filha de Josephine e a enteada de Napoleão Bonaparte. O Hortensia fez parte das Jóias da Coroa Francesa desde que Luís XIV o comprou. Junto com o Regente, atualmente está em exposição no Louvre, em Paris.
Entre os mais novos diamantes famosos está o “Amsterdã”, uma das pedras preciosas mais raras do mundo, um diamante totalmente negro. Proveniente de uma parte do Sul da África, cujo local se mantém em segredo, tem peso bruto de 55.58 quilates. A belíssima pedra negra tem um formato de uma pêra e possui 145 faces e pesa 33.74 quilates

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

ÁGUA-MARINHA E BERILOS MAXIXE E TIPO-MAXIXE

ÁGUA-MARINHA E
BERILOS MAXIXE E TIPO-MAXIXE




A água-marinha é a variedade azul a azul-esverdeada da espécie mineral berilo e, certamente, trata-se da gema mais característica e representativa do Brasil, onde existem inúmeras ocorrências significativas em corpos pegmatíticos e depósitos secundários deles derivados.
A imensa maioria das águas-marinhas utilizada em joalheria, no Brasil e no exterior, foi já submetida a tratamento térmico. Como o consumidor de jóias prefere a atraente cor puramente azul desta gema, o procedimento consiste em submeter os espécimes de matiz originalmente azul-esverdeado a aquecimento a temperaturas entre aproximadamente 400 e 450oC, mediante as quais adquirem a cor azul, pela remoção do componente amarelo, devido à redução de Fe3+ para Fe2+. Como a cor resultante é permanente, esta é uma prática comercial estabelecida e que não requer, obrigatoriamente, a sua revelação, embora seja recomendável que o produtor a informe ao montador e este ao seu público consumidor.
Berilo Maxixe e Berilo Tipo-Maxixe
Uma grande oportunidade de ganhar dinheiro.
Eventualmente, deparamos-nos com berilos de intensas cores azuis ou azuis-esverdeadas que, no entanto, não são águas-marinhas. Estas cores ocorrem na natureza, mas podem ser igualmente obtidas por irradiação e ambas são instáveis. A taxa de descoloração destes materiais é bastante variável, de modo que o empalidecimento pode ocorrer em apenas umas poucas semanas ou durar até dezenas de anos, de acordo com as condições em que são mantidos e/ou da freqüência com que são usados.
Acredita-se que o material original, não-tratado, foi encontrado na segunda década do século passado na Mina do Maxixe, ao sul de Araçuaí (MG), daí a designação "berilo Maxixe". No início da década de 70, material similar, provavelmente oriundo de Barra de Salinas, município de Rubelita (MG), reapareceu no mercado internacional de gemas, sendo então designado "berilo tipo-Maxixe".
Atualmente, atribui-se o azul intenso destes materiais a um centro de cor produzido por irradiação (natural no berilo Maxixe e induzida no berilo tipo-Maxixe) em espécimes originalmente incolores, rosas pálidos ou amarelos pálidos, de determinadas localidades no Brasil e em outros países, desde que possuam certos precursores (NO3no berilo Maxixe e CO3-2 no berilo tipo-Maxixe).
Os berilos Maxixe e tipo-Maxixe podem, geralmente, ser identificados através de ensaios gemológicos convencionais, como a espectroscopia de absorção na região da luz visível (apresentam linhas intensas na região do vermelho e débeis próximas da região do amarelo, todas ausentes no espectro da água-marinha); a averiguação do pleocroísmo (exibem dicroísmo anômalo, pois, ao contrário da água-marinha, a cor mais intensa corresponde ao raio ordinário); e o exame das inclusões por microscopia (podem apresentar películas fluidas com aspecto listrado característico).
Além disso, usualmente os berilos Maxixe e tipo-Maxixe possuem densidade e índices de refração superiores aos da água-marinha e o berilo tipo-Maxixe pode apresentar fluorescência azul-esverdeada sob luz ultravioleta de ondas curtas, embora estas características não sejam diagnósticas e, portanto, devam ser interpretadas com muita cautela.
Pode-se identificar materiais suspeitos submetendo-os também a um eventual teste direto de descoloração, mediante exposição à luz do sol, durante uma ou mais semanas; por meio de tratamento térmico a aproximadamente 200oC; ou através da imersão em água, em ebulição, ambos durante cerca de 30 minutos.
Caso os ensaios acima referidos não sejam suficientes para identificar a amostra, faz-se necessário recorrer às técnicas analíticas avançadas e não estritamente gemológicas.

ALEXANDRITA

ALEXANDRITA 


A mais rara e valiosa variedade de crisoberilo exibe as cores verde e vermelha, as mesmas da Rússia Imperial, e seu nome é uma homenagem a Alexandre Nicolaivich, que mais tarde se tornaria o czar Alexandre II; de acordo com relatos históricos, a sua descoberta, nos Montes Urais, em 1830, deu-se no dia em que ele atingiu a maioridade.

Como uma das mais cobiçadas gemas, esta cerca-se de algumas lendas, a mais difundida das quais diz que o referido czar teria ordenado a execução de um lapidário, depois que este lhe devolveu uma pedra de diferente cor da que lhe houvera sido confiada para lapidar.

Esta lenda deve-se ao fato de que a alexandrita apresenta um peculiar fenômeno óptico de mudança de cor, exibindo uma coloração verde a verde-azulada (apropriadamente denominada “pavão” pelos garimpeiros brasileiros) sob luz natural ou fluorescente e vermelha-púrpura, semelhante a da framboesa, sob luz incandescente. Quanto mais acentuado for este cambio de cor, mais valorizado é o exemplar, embora, para alguns, os elevados valores que esta gema pode alcançar devam-se mais a sua extrema raridade que propriamente à sua beleza intrínseca.

Esta instigante mudança de cor deve-se ao fato de que a transmissão da luz nas regiões do vermelho e verde-azul do espectro visível é praticamente a mesma nesta gema, de modo que qualquer cambio na natureza da luz incidente altera este equilíbrio em favor de uma delas. Assim sendo, a luz diurna ou fluorescente, mais rica em azul, tende a desviar o equilíbrio para a região azul-verde do espectro, de modo que a pedra aparece verde, enquanto a luz incandescente, mais rica em vermelho, faz com que a pedra adote esta cor.

Este exuberante fenômeno é denominado efeito-alexandrita e outras gemas podem apresentá-lo, entre elas a safira, algumas granadas e o espinélio. É importante salientar a diferença entre esta propriedade e a observada em gemas de pleocroísmo intenso, como a andaluzita (e a própria alexandrita), que exibem distintas cores ou tons, de acordo com a direção em que são observadas e não segundo o tipo de iluminação a qual estão expostas.

Analogamente ao crisoberilo, a alexandrita constitui-se de óxido de berílio e alumínio, deve sua cor a traços de cromo, ferro e vanádio e, em raros casos, pode apresentar o soberbo efeito olho-de-gato, explicado detalhadamente no artigo anterior, no qual abordamos o tema do crisoberilo.

As principais inclusões encontradas na alexandrita são os tubos de crescimento finos, de forma acicular, as inclusões minerais (micas, sobretudo a biotita, actinolita acicular, quartzo, apatita e fluorita) e as fluidas (bifásicas e trifásicas). Os planos de geminação com aspecto de degraus são também importantes características internas observadas nas alexandritas.

Atualmente, os principais países produtores desta fascinante gema são Sri Lanka (Ratnapura e diversas outras ocorrências), Brasil, Tanzânia (Tunduru), Madagascar (Ilakaka) e Índia (Orissa e Andhra Pradesh).

No Brasil, a alexandrita ocorre associada a minerais de berílio, em depósitos secundários, formados pela erosão, transporte e sedimentação de materiais provenientes de jazimentos primários, principalmente pegmatitos graníticos. Ela é conhecida em nosso país pelo menos desde 1932 e acredita-se que o primeiro espécime foi encontrado em uma localidade próxima a Araçuaí, Minas Gerais. Atualmente, as ocorrências brasileiras mais significativas localizam-se nos estados de Minas Gerais (Antônio Dias/Hematita, Malacacheta/Córrego do Fogo, Santa Maria do Itabira e Esmeralda de Ferros), Bahia (Carnaíba) e Goiás (Porangatú e Uruaçú).

A alexandrita é sintetizada desde 1973, por diversos fabricantes do Japão, Rússia, Estados Unidos e outros países, que utilizam diferentes métodos, tais como os de Fluxo, Czochralski e Float-Zoning, inclusive na obtenção de espécimes com o raro efeito olho-de-gato.

A distinção entre as alexandritas naturais e sintéticas é feita com base no exame das inclusões e estruturas ao microscópio e, como ensaio complementar, na averiguação da fluorescência à luz ultravioleta, usualmente mais intensa nos exemplares sintéticos, devido à ausência de ferro, que inibe esta propriedade na maior parte das alexandritas naturais.

Na prática, a distinção por microscopia é bastante difícil, seja pela ausência de inclusões ou pela presença de inclusões de diferente natureza, porém muito semelhantes, o que, em alguns casos, requer ensaios analíticos mais avançados, não disponíveis em laboratórios gemológicos standard.
O custo das alexandritas sintéticas é relativamente alto - mas muito inferior ao das naturais de igual qualidade - pois os processos de síntese são complexos e os materiais empregados caros. O substituto da alexandrita encontrado com mais frequência no mercado brasileiro é um coríndon sintético “dopado” com traços de vanádio, que também exibe o câmbio de cor segundo a fonte de iluminação sob a qual se observa o exemplar. Eventualmente, encontram-se, ainda, espinélios sintéticos com mudança de cor algo semelhante à das alexandritas.