domingo, 9 de julho de 2017

Não se deixa enganar ao comprar um diamante lapidado

Não se deixa enganar ao comprar um diamante lapidado

por Pedro Jacobi

O diamante é a mais importante pedra preciosa conhecida. Sua excepcional dureza (10 na escala de mohs) e brilho o tornam inconfundível. Por causa desta pedra o mundo viu guerras e revoluções.
A De Beers, a maior produtora de diamantes do planeta, de uma forma muito didática, vem ensinando à todos onde e como comprar as pedras que ela produz e comercializa.
A empresa controla totalmente o ciclo do diamante. Ela prospecta, descobre, lavra, corta e comercializa os seus diamantes. Mais ainda, ela compra praticamente todos os diamantes do mundo por intermédio da CSO. A CSO (Central Selling Organization) é a misteriosa organização  criada em 1930 pela De Beers para regular e controlar o mercado de diamantes do mundo.
A CSO é quem regula os preços  e as quantidades de diamantes no mercado.
O diamante
Qualquer "entendido" irá lhe dizer que avaliar um diamante lapidado é trabalho para um gemólogo experiente. Isso está correto, mas nem sempre se tem o tempo e o dinheiro para contratar um gemólogo não é? Portanto as dicas abaixo irão simplificar o trabalho permitindo que você possa ter uma boa ideia das qualidades e defeitos de uma pedra o que lhe auxiliará na compra.
É bom frisar que se a compra é de um diamante caro a assessoria de um especialista poderá ser imprescindível.
Para você ter uma ideia de como avaliar um diamante lapidado é necessário prestar atenção nos pontos abaixo. Este conjunto de informações irá compor uma visão mais completa da pedra em questão.
Peso (quilates):
Quanto maior o diamante mais raro ele é e, consequentemente mais valioso. Um quilate é uma medida de peso que corresponde a 0,2g em outras palavras 1 grama tem 5 quilates (abreviado ct em inglês) . O quilate por sua vez é dividido em 100 pontos. Ou seja, cada ponto corresponde a 0,002 grama. O uso de pontos pode levá-lo a super-estimar uma pedra. Por exemplo: ao lhe oferecer uma joia que tem 0,35 pontos na realidade você estará recebendo um "cheiro de diamante"...e por isso o preço está tão baixo.
Esta é a primeira característica da pedra que será falada pela noiva..., amigos e pelo investidor. No entanto existem outros pontos que irão ter uma influência maior no preço final da pedra. Portanto veja o peso com reservas. Um diamante não é só o seu peso. Mas é sempre interessante comprar um diamante que seja compatível em tamanho e qualidade com aqueles do círculo social da pessoa que vai usá-lo.
Cor:
As cores dos diamantes variam muito. Um diamante incolor por definição não deve ter nenhuma cor. Parece fácil, mas quando você coloca um incolor de verdade perto de uma pedra quase incolor você vai notar a diferença. Esta comparação, lado a lado, se possível, é a melhor forma de você analisar se o diamante em questão tem ou não alguma cor. Outro fator importante é a influência da luz sobre a cor. Algumas luzes artificiais fazem o diamante parecer mais azul e isso pode ser utilizado por vendedores para lhe "empurrar" um blue-white. Cuidado! Observe o diamante em mais de um tipo de iluminação e peça para comparar com pedras certificadas. Use uma lupa ou microscópio se possível, no caso de pedras pequenas.
Claridade-brilho:
O brilho de um diamante é um dos seus mais importantes atributos. Toda a beleza da pedra passa pelo seu brilho. Não se preocupe tanto com as pequenas inclusões. A grande maioria das pedras do mundo tem inclusões. São muito raras as pedras totalmente limpas. O importante é que a inclusão não seja demasiadamente grande a ponto de interferir na beleza da pedra durante a inspeção ao olho nu. As diferenças entre as classificações como VVS, VS e SI são muito sutis e só lhe devem preocupar se o diamante que você está comprando é um investimento e, então,  estas classificações passam a ser importantes para balizar o investimento. Neste caso não compre sem estar assessorado por especialista de confiança.
Corte:
O corte de um diamante pode valorizá-lo ou depreciá-lo. É aconselhável que o corte seja feito por um lapidário experiente. De uma forma geral as pedras pequenas e de mais baixo valor estão sendo cortadas na Índia enquanto que as maiores e mais  valiosas vão para Israel, Amsterdã e Antuérpia. Se a pedra que você está comprando é muito valiosa poderá ser importante fazer uma avaliação do seu corte. Existem equipamentos que mapeiam o corte permitindo um relatório preciso. Alguns joalheiros usam o corte para adicionar valor à pedra. O importante, se você não é um expert, é perceber a beleza da pedra. Afinal essa deve ser a primeira característica do diamante: a sua beleza.
O corte serve para valorizar o brilho do diamante. No entanto a joalheria moderna está criando inúmeras joias com o diamante bruto sem lapidação. Frequentemente são encontradas joias de alta qualidade com diamantes brutos coloridos. Estes diamantes são, em sua maioria pedras bem terminadas, mas de qualidade baixa e, portanto, não são aproveitados pelas lapidadoras. Neste caso, você estará comprando uma joia com diamantes onde o design geralmente é o ponto mais alto.
Esses 4 critérios acima representam os famosos 4 C´s (carat, colour, clarity, cut) em inglês
Dicas importantes na hora da compra
  • Não compre o diamante "barbada". Se o preço está muito abaixo do mercado cuidado! Deve haver um bom motivo para isso e ele pode não ser agradável.
  • Compre diamantes, de preferência, certificados e garantidos por uma joalheria de renome.
  • Cuidado com certificados complexos que só podem ser lidos por especialistas e que não garantem nada.
  • Considere os preços de mercado para aferir a compra do seu diamante.
  • Estude a pedra antes de comprá-la.
  • Em dúvida não compre.
  • Não compre se for para um investimento de curto prazo.
  • Lembre-se que a beleza, neste caso, é fundamental.
Aproveite. O seu diamante será desfrutado por gerações...
FONTE: Jornal do Ouro

A rocha que registra a história de como surgiram os organismos mais complexos na Terra

A rocha que registra a história de como surgiram os organismos mais complexos na Terra





As listras refletem os distintos mineirais que compõem a rocha© Foto: Fornecido por BBC As listras refletem os distintos mineirais que compõem a rocha
A imensa rocha de dois metros de comprimento e um de altura parece retirada de um bolo recheado e colorido.
Parte de uma nova mostra permanente do Museu de História Natural de Londres, a peça é um tipo de rocha formado por pedras e ferro bandado. Fica localizada no saguão principal, justamente embaixo do esqueleto de baleia, uma das peças mais famosas do acervo da instituição.
Pesando 2,5 toneladas, a rocha representa, na exposição, uma espécie de transição entre o mundo mineral e animal. 
Formações de ferro bandado surgiram nos oceanos há mais de 2 bilhões de anos. E registram, em suas camadas, uma transformação química crucial na história da Terra: a proliferação do oxigênio.
Foi uma mudança profunda que possibilitou o surgimento de formas de vida complexas, como humanos e outros mamíferos - assim como a baleia cujo esqueleto agora faz companhia à rocha.

Registros

As linhas onduladas na pedra são faixas de óxido de ferro, intercaladas com sílica. Os oceanos primitivos da Terra estavam possivelmente repletos de ferro, diluído e arrastado desde os continentes. Quando essa solução se combinou com o oxigênio produzido por bactérias, os óxidos resultantes se depositaram no leito marinho.
A pedra vem de uma mina a céu aberto no noroeste de Austrália© Foto: Fornecido por BBC A pedra vem de uma mina a céu aberto no noroeste de Austrália
As diferentes camadas incorporadas à rocha marcam, provavelmente, ciclos de expansão de diminuição das bactérias. À medida que o ferro ia sendo consumido nas águas, o oxigênio liberado não tinha onde ir a não ser para a atmosfera, o que foi permitindo a diversificação da vida terrestre.
E assim a Terra foi se tornando um lugar diferente.
"A rocha nos conta uma história fantástica", diz à BBC o diretor do departamento de Ciências da Terra do museu, Richard Herrington, explicando que o mineral testemunhou um período de grandes mudanças químicas que moldaram nosso planeta como ele é hoje.
"É o prelúdio da vida complexa. Respiramos oxigênio. Os organismos necessitam de uma fonte de energia, e queimar carbono na presença de oxigênio é de onde, majoritariamente, tiramos nossa energia", explica Herrington. "Devem ter passado 2 bilhões de anos entre o surgimento da rocha e o dos primeiros organismos multicelulares, mas isso é outra história."
A rocha chega ao museu em Londres© Foto: Fornecido por BBC A rocha chega ao museu em Londres A rocha do Museu de História Natural de Londres é proveniente da região de Pilbara, na Austrália.
Foi encontrada em uma mina a céu aberto, pertencente à multinacional Rio Tinto. A rocha contém 32% de ferro.
Fonte: BBC

Celulares velhos deixam R$ 300 milhões em ouro no lixo

Celulares velhos deixam R$ 300 milhões em ouro no lixo
tem-ouro-no-seu-bolso© image/jpeg tem-ouro-no-seu-bolso O smartphone que você carrega no bolso tem R$ 4,20 de ouro e R$ 0,63 de prata. Achou pouco? Agora considere que existem no Brasil cerca de 170 milhões de smartphones em uso – o que totaliza nada menos do que R$ 821 milhões só em ouro e prata. Uma verdadeira fortuna, e que não para de crescer: a cada ano, em média, 47 milhões de pessoas trocam de
smartphone – e os metais preciosos contidos nos aparelhos antigos, cujo valor é estimado em R$ 316 milhões (veja infográfico na página 48), ficam esquecidos no fundo da gaveta. Pode não parecer, mas os aparelhos eletrônicos, mesmo os mais baratos, contêm bastante ouro. É que o ouro é um excelente condutor de eletricidade e demora muito para se degradar, ou seja, é ótimo para os circuitos internos de gadgets em geral. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, existem nada menos do que 500 milhões de aparelhos eletrônicos nas casas dos brasileiros – e isso contando só os que já foram aposentados e estão sem uso. Mas a proliferação de gadgets está se tornando um problemão. “O mundo produz 41,8 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano”, explica Ruediger Kuehr, secretário-executivo do programa da ONU sobre lixo eletrônico. Isso dá aproximadamente 6 kg para cada pessoa – ou o equivalente a 32 iPhones. Reciclar eletrônicos é difícil, mas é necessário: inclusive porque, se não fizermos isso, uma hora não vamos mais ter como fabricar novos gadgets.
Para fazer aparelhos eletrônicos, é preciso usar mais da metade da tabela periódica. Alguns elementos são valiosos para a indústria em geral, caso do lítio, do níquel, do cobre e do paládio, além do alumínio, do ferro e de diferentes tipos de plásticos. Existem também as chamadas terra-raras – nome dado a 15 elementos: lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, itérbio e lutécio. Eles são fundamentais para produzir smartphones, turbinas eólicas, carros híbridos e óculos de visão noturna.
Para cada um deles, haverá um momento em que as reservas vão acabar. Um estudo da Universidade Yale analisou 62 metais usados em smartphones e gadgets em geral – e constatou que 12 deles simplesmente não têm substituto. “Todos nós gostamos dos nossos celulares. Mas será que, daqui a 20 ou 30 anos, ainda vamos ter acesso a todos os materiais necessários [para fabricá-los]?”, questionou a cientista Barbara Reck, coautora do estudo.
A humanidade sabia que isso ia acontecer. Já em 1865, bem antes da era digital, o economista William Stanley Jevons identificou o problema. Enquanto o mundo todo dizia que a demanda por carvão diminuiria porque as máquinas estavam se tornando mais eficientes, Jevons afirmava que a evolução da tecnologia levaria os produtos a se tornarem mais acessíveis. Logo, as vendas melhorariam e o consumo de carvão aumentaria. Foi o que de fato aconteceu. Recentemente, pesquisadores do MIT analisaram o mercado atual de eletrônicos à luz dessa teoria, conhecida como Paradoxo de Jenver. Concluíram que, sim, os recursos naturais, os metais valiosos, as terras-raras, tudo isso vai ser mais consumido porque a demanda vai aumentar. “O avanço da tecnologia, por si só, não garante sustentabilidade. Pelo contrário”, afirma o especialista em engenharia de materiais Christopher Magee, um dos autores do estudo.
Outro problema é o impacto ambiental. Para extrair o 0,034 g de ouro que vai em um único celular, é necessário escavar 10 kg de terra de minas. A fabricação do aparelho todo consome 13 mil litros de água, e emite 16 kg de CO2 – a mesma poluição gerada ao rodar 320 km com um carro popular. Em suma: cedo ou tarde, vamos precisar reaproveitar o lixo eletrônico da mesma forma que hoje fazemos com as latinhas de alumínio (98% delas são recicladas).
Esse tipo de reciclagem está engatinhando, mas já existem companhias especializadas nele. No centro de reciclagem da empresa Sinctronics, em Sorocaba (SP), o processo começa pela separação das partes úteis, ou seja, peças que estejam funcionando e possam ser reutilizadas. Depois, o que sobra é processado de acordo com seu material. A fábrica começou a operar em 2012 e conta com cem funcionários, que reciclam 95% de tudo o que entra ali – os demais 5% são usados por outras indústrias, como as de cimento, para gerar calor. Nada é descartado.
Depois de separados, os plásticos são triturados e derretidos. Uma máquina extrusora, que parece um funil gigante, transforma o material numa espécie de macarrão grosso, que é esfriado em água e depois picado em pedacinhos minúsculos. Esse plástico vai para máquinas injetoras, que criam peças novas, como alças para embalagens de papelão ou peças de impressoras – a HP é uma das maiores parceiras da companhia.
Já o metal é levado a um moinho, onde passa por um processo de separação magnética. O ferro cai numa bandeja e segue para empresas de materiais de construção. O alumínio e o cobre são vendidos para parceiros, que os fundem. O que sobra de plástico preso ali segue para aquele outro processo.
Você deve estar se perguntando: e o ouro? Ele está dentro das placas de circuito impresso, que não são processadas no Brasil. Elas são vendidas para as únicas cinco usinas de reciclagem no mundo devidamente equipadas para extrair o metal amarelo, na Alemanha, na Bélgica, no Canadá, na Suécia e no Japão. É isso mesmo: nós não ficamos com o ouro. “Eu consigo extrair ouro de uma placa. Já fizemos isso em laboratório. Mas os ácidos que usamos são muito poluentes. Para compensar os riscos ambientais, precisaríamos de um volume muito maior de placas”, explica Carlos Ohde, diretor da Sinctronics. O processo só vale a pena quando é realizado em larga escala: cada fábrica especializada nessa tarefa lida com 18 mil toneladas por mês – mais que o dobro de tudo o que o Brasil inteiro recicla em um ano. “Mesmo que todo o Brasil mandasse seus circuitos para cá, não seria suficiente”, afirma Carlos.
É por isso que apenas meia dúzia de empresas de países desenvolvidos (como a belga Umicore, líder mundial) recebem placas do mundo inteiro. “O Brasil ainda não possui tecnologia para extrair os metais das placas de circuito impresso [em larga escala]. O investimento necessário é muito alto”, reforça Daniela Moraes, professora de gestão da produção no Instituto Federal do Espírito Santo.
Reciclagem do mal
Tem gente que tenta extrair os metais preciosos na marra. É o que acontece em Guiyu, na China. Oficialmente, é o maior centro de reciclagem de e-lixo do planeta, com 60 mil pessoas processando 8 milhões de toneladas de peças eletrônicas por ano. Na prática, é um dos lugares mais poluídos que existem. Ali, famílias trabalham separando as peças, e depois cozinham tudo o que é pequeno demais para abrir. Incluindo os circuitos.
Cenário parecido é observado em Baotou, também na China, capital mundial da exploração de terra-rara, onde a falta de cuidado com o meio ambiente expõe os 2,3 milhões de habitantes da região a chuvas ácidas e água contaminada com urânio.
O resultado é ouro, sim. Mas o processo libera gases tão tóxicos que 80% das crianças dessas regiões estão contaminadas com chumbo no sangue. A reciclagem sem o menor cuidado acontece também na Índia, no Paquistão e na África – especialmente em Gana, na Nigéria e no Quênia. Em Nova Déli, 25 mil pessoas trabalham processando lixo eletrônico – tudo sem a menor proteção.
Desde 1989 existe a Convenção de Basileia, que estabelece normas globais para o manejo de equipamentos eletrônicos e restringe a exportação deles. Os Estados Unidos, que estão entre os maiores exportadores de lixo eletrônico do mundo, não assinaram a convenção nem aprovaram novas leis que buscavam melhorar esse quadro. De toda maneira, em vários países os próprios fabricantes são pressionados a criar programas de reciclagem. A Apple, por exemplo, tem o seu. Em 2015, recuperou uma tonelada de ouro – tudo vindo de gadgets reciclados.
No Brasil, desde 2010 os fabricantes são obrigados por lei a pegar de volta eletrônicos usados (você pode entrar em contato com eles e solicitar a devolução). Mas quase ninguém sabe – e, por isso, reciclamos apenas 2% de nosso e-lixo.
O mais impressionante é que, desse total, apenas 1% vem dos consumidores. Todo o resto da reciclagem, 99%, é feito a partir da sucata eletrônica fornecida por grandes empresas. Elas têm todo o interesse em reciclar lixo eletrônico – porque já perceberam que ele, mais do que um abacaxi ambiental, também pode ser uma verdadeira mina de ouro.

Cunha vai sustentar que Temer chefiava ‘organização criminosa’

Cunha vai sustentar que Temer chefiava ‘organização criminosa’
© Foto: Agência Brasil Por razões óbvias, a parte relativa ao presidente Michel Temer é considerada a mais vistosa da proposta de delação do ex-deputado Eduardo Cunha. Nos dez capítulos dedicados exclusivamente ao presidente, há acusações das mais diversas. Nas palavras de um interlocutor com quem tem conversado frequentemente, Cunha pretende demonstrar que o presidente da República é o “verdadeiro chefe” da organização criminosa formada pelo chamado “PMDB da Câmara”. Ele se dispõe a revelar negociações de propinas ocorridas na presença de Temer.
No rascunho da delação, Cunha relacionou Michel Temer a negócios escusos na Petrobras, especialmente na área internacional da estatal, onde foram alojados executivos indicados pelo presidente. Ele também liga o Temer a propinas pagas por empresas que atuam no setor de aeroportos e no Porto de Santos, ambos comandados, durante anos, por aliados do presidente – ao analisar arquivos encontrados no material apreendido com Cunha, por sinal, os investigadores da Lava-Jato encontraram um dossiê com informações sobre a atuação de Temer no porto do litoral paulista. “Tudo indica que, apesar de aliado, ele sempre desconfiou de Temer e guardava informações que poderiam ser usadas contra ele no futuro”, disse a VEJA um dos encarregados da investigação.
Integram ainda o cardápio da delação encontros entre o presidente e empreiteiros para discutir doações eleitorais ao PMDB atreladas à liberação de recursos do FI-FGTS, o fundo administrado pela Caixa que investe dinheiro dos trabalhadores em projetos de infraestrutura e cujas decisões cabiam, em grande medida, a apadrinhados do partido. Temer teria se reunido, por exemplo, com Benedicto Junior, executivo da Odebrecht, e com Léo Pinheiro, da OAS, para acertar doações em troca de aportes. Outro episódio que o ex-deputado prometeu relatar envolve um investimento na concessionária Via Rondon, uma das empresas da família Constantino, fundadora da companhia aérea Gol. Segundo Cunha, Temer deu o aval para que a empresa financiasse campanhas de políticos do PMDB como contrapartida à liberação do dinheiro. “O objetivo é provar que ele [Cunha] desempenhava apenas uma função dentro de uma organização criminosa, composta por líderes do PMDB da Câmara e comandada por Michel Temer”, diz outra fonte envolvida na negociação do acordo.
Além dos capítulos ofertados por Cunha, os procuradores já preparam uma lista de assuntos sobre os quais exigirão que o ex-deputado fale. Um deles envolve um emaranhado de empresas abertas pelo grupo de Cunha para receber propinas em paraísos fiscais. A Lava-Jato tem indicações de que essa é a ponta de um novelo que pode ligar Temer a contas secretas no exterior.
Fonte: Veja

Coreia do Norte alerta sobre risco de guerra nuclear na península

A Coreia do Norte criticou neste domingo (9) as manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul perto da fronteira intercoreana, acusando Washington e Seul de assumirem o risco de uma guerra nuclear na península.
Seul e Washington realizaram no sábado (8) uma demonstração de força, num momento de crescente tensão na península, após o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil balístico intercontinental (ICBM) em 4 de julho. As manobras militares dos dois aliados foram uma "resposta severa" aos potenciais lançamentos de mísseis por Pyongyang, segundo indicou o ministério sul-coreano das Relações Exteriores.
O exercício simulou a destruição por dois caças americanos de baterias de mísseis inimigas, enquanto aviões sul-coreanos realizaram uma série de bombardeios de alta precisão contra postos de comando subterrâneos inimigos.
© Fournis par RFI
"Não brinquem com um barril de pólvora", alertou o jornal norte-coreano Rodong, porta-voz do partido único no poder, em um editorial que acusa os Estados Unidos e a Coreia do Sul de aumentarem a pressão com as suas manobras militares conjuntas.
"Com a sua provocação militar perigosa, os Estados Unidos assumem o risco de uma guerra nuclear na península", escreveu o jornal, descrevendo a península como "o maior barril de pólvora do mundo". Para Pyongyang, esses exercícios militares são "uma perigosa tática militar dos beligerantes que tentam provocar uma guerra nuclear na península. Uma simples má avaliação ou um erro podem desencadear imediatamente uma guerra nuclear, o que levaria inevitavelmente a uma nova guerra mundial", ameaça o jornal.
Com informações da AFP