segunda-feira, 9 de abril de 2018

Estrutura eletrônica de compostos de urânio é desvendada


Estrutura eletrônica de compostos de urânio é desvendada

Os actinídeos são um grupo de 15 elementos radioativos que fazem parte da sétima linha da tabela periódica. Isto quer dizer que seus átomos possuem elétrons em todos os sete níveis de energia possíveis. Em ordem crescente de número atômico, começam com o actínio (89 prótons e 89 elétrons) e vão até o laurêncio (103 prótons e 103 elétrons). Urânio (92) e tório (90) são os actinídeos mais abundantes na crosta terrestre.
De modo geral, todas as propriedades macroscópicas dos materiais – e, por decorrência, suas aplicações tecnológicas – dependem da distribuição dos elétrons nas camadas mais externas dos átomos. É isso que define se o material é maleável ou rígido, se conduz muito ou pouco a corrente elétrica ou se responde fortemente ou fracamente ao campo magnético. Os orbitais mais externos podem também se combinar, formando orbitais híbridos, com diferentes formas e níveis de energia. Com isso, a hibridação de orbitais modifica as propriedades dos átomos, o modo como se ligam a outros átomos e até mesmo as estruturas das moléculas formadas.
Orbitais estudados com raios X
Agora, Ricardo dos Reis e uma equipe de pesquisadores brasileiros e do exterior usaram o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas (SP) para realizar um estudo experimental e teórico que investigou a configuração dos orbitais mais externos e de seu híbrido em compostos de urânio, trazendo conhecimentos inéditos sobre os actinídeos. A dificuldade em manipular esses materiais de forma segura havia feito com que suas propriedades permanecessem relativamente desconhecidas em comparação com as dos elementos mais leves. O novo estudo altera tal situação.
“Por serem elementos pesados, com muitos elétrons, os actinídeos apresentam uma distribuição peculiar de energia em seus últimos orbitais, dos níveis 5f e 6d. Nossa principal contribuição foi estabelecer as técnicas experimentais para poder sondar esses níveis exteriores. Conseguimos observar, de forma seletiva, as propriedades das camadas 5f e 6d e da hibridização delas. Isso não era possível antes. A maior parte das propriedades macroscópicas desses materiais se deve à interação entre os níveis 5f e 6d”, disse o professor Narcizo Marques Neto.
O grupo utilizou a técnica de dicroísmo circular magnético de raios X – XMCD, na sigla em inglês (X-ray magnetic circular dichroism) -, com raios X de energia relativamente alta – no patamar de 17 keV – para investigar os orbitais 5f, 6d e sua hibridização nos compostos de urânio. A expressão “dicroísmo circular magnético de raios X” refere-se às diferenças apresentadas por dois espectros de absorção de raios X em um campo magnético, um com luz polarizada à esquerda, o outro com luz polarizada à direita. Analisando essas diferenças podem-se obter muitas informações acerca das propriedades do átomo.
Supercondutores em temperatura ambiente
O grupo trabalhou com dois compostos silicatos: urânio-manganês e urânio-cobre. A ideia previamente existente, no caso do urânio-manganês, era a de que todo o magnetismo do composto se devia ao manganês; e, no caso do urânio-cobre, ao urânio. Os pesquisadores observaram que o urânio-manganês apresenta também, em temperatura ambiente, um certo magnetismo no urânio, induzido pelo manganês. E que, em baixas temperaturas, além do magnetismo induzido, a rede do urânio se ordena independentemente, apresentando, por isso, um magnetismo ainda mais forte.
No caso do urânio-cobre, o grupo descobriu que o cobre também apresenta um magnetismo induzido pelo urânio. Estes foram conhecimentos novos aportados pelo estudo. ”Além do comportamento de conjunto do urânio, observamos também o que acontece em suas camadas e subcamadas, no caso a 5f, a 6d e a híbrida, em baixa e altas temperaturas. E explicamos por que acontece”, ressaltou Narcizo.
Existem compostos de urânio que são alguns dos poucos exemplos de materiais supercondutores não convencionais, que combinam duas propriedades antagônicas: o ferromagnetismo e a supercondutividade. Até hoje, a supercondutividade, isto é, a propriedade que certos materiais apresentam de conduzir corrente elétrica sem resistência nem perdas, só foi alcançada com o resfriamento desses materiais a temperaturas extremamente baixas.
Entender a fundo esses compostos de urânio não convencionais pode ser um passo fundamental para se chegar a um material supercondutor em temperatura ambiente. Se obtido, tal material terá um impacto tecnológico e social extraordinário. “Embora nossa pesquisa tenha se dado no âmbito estrito da ciência básica, desdobramentos tecnológicos tão interessantes como este não estão fora de seu horizonte”, disse Narcizo.
Fonte: Inovação Tecnólogica

Obras de expansão de oleoduto no Canadá são suspensas

Obras de expansão de oleoduto no Canadá são suspensas

A construtora Kinder Morgan afirmou neste domingo que vai suspender todas as atividades não-essenciais e de gastos relacionados à controversa expansão do oleoduto da Trans Mountain. O projeto tem como objetivo triplicar os embarques de petróleo canadense para a costa do Pacífico do país. Segundo a companhia, a decisão é baseada na oposição ao projeto do governo da Columbia Britânica. As obras de expansão são foco de protestos no terminal marítimo da Kinder Morgan em Burnaby.
A Kinder Morgan disse que está consultando “vários interessados” para tentar chegar a um acordo até 31 de maio para que o projeto prossiga. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, insistiu que o projeto deve ser concluído apesar dos protestos irados e da contínua batalha do governo da Colúmbia Britânica contra as obras nos tribunais.
Fonte: Associated Press

Murray & Roberts scores $313 million worth of new mining projects

Murray & Roberts scores $313 million worth of new mining projects

South African engineering and construction group Murray & Roberts (JSE:MUR) unveiled Tuesday it had been awarded 3.7 billion rand (about $313 million) in mining projects located in sub-Saharan Africa, North America and Australasia. The company, currently subject of a takeover bid from Germany’s ATON, said the awarded underground projects included diamond, gold, copper, salt and platinum mines. It also said they were due for delivery in two to three years.
Last week, M&R rejected ATON’s buyout offer, which considered “opportunistic” and one with poor value for shareholders. The company, currently subject of a takeover bid from Germany’s ATON, said the awarded underground projects included diamond, gold, copper, salt and platinum mines.
ATON, a company owned by German investor Lutz Helmig, had offered to buy about 13.7 million M&R shares, increasing its stake in the company to 33.1%. It had also proposed to pen an offer to buy the remaining shares at 15 rand each.
It was the second time attempted to grab the Johannesburg-based company. Talks about a merger of the M&R’s underground mining business, known as Cementation, and a company owned by Aton in 2016, ended with no agreement.
The German company — which has a diverse portfolio of investments in the mining, engineering, aviation and health technology sectors — has a roughly 30% stake, but aims to rise it 33.1%, which is close to the level at which it must make an offer to all minority shareholders under JSE rules.
The South African firm’s underground mining division has an extensive geographic footprint, covering six continents. Its service offering spans the project value chain including specialist engineering, shaft construction, mine development, specialist-mining services, including raise boring and grouting, and contract mining.
Shares in Murray & Roberts closed up 1.45% on Tuesday to 14 rand.
Fonte: MINING.com

Preço alto do lítio pode tornar Portugal em potência dos carros elétricos


Preço alto do lítio pode tornar Portugal em potência dos carros elétricos

É à quinta-feira que Martim Facada define o preço do lítio. Quando não anda pelas minas da Bolívia, é no escritório da Industrial Minerals em Londres que o analista português contacta produtores e consumidores, até chegar ao valor que a cada semana serve de referência em todo o mundo. Hoje, o quilo do carbonato de lítio, aquele que é usado nas baterias, ronda os 23,30 dólares.
Um preço “alto”, segundo o especialista, que Portugal pode aproveitar. “Portugal ainda está numa fase júnior na exploração de lítio, mas tem muito potencial”, sublinha em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo o market reporter e analista do grupo Metal Bulletin, a agência mais antiga do mundo que publica o preço de quase quatro mil minerais e metais cotados e não cotados nas bolsas. A prova desse potencial está nos mais de 40 pedidos de licenças de exploração que o Governo já recebeu. Mas nem tudo é fácil nesta corrida ao ouro do século XXI. Entre o desejo e a concretização podem passar “à vontade” mais de dez anos.
O que por vezes afasta os investidores interessados no lucro rápido. Na melhor das hipóteses, Portugal começará a produzir a matéria-prima para os compostos de lítio usados na indústria automóvel no final de 2019. É essa a meta da Savannah Resources, uma empresa britânica que está a explorar uma mina em Trás-os-Montes. “Depois de se começar a produzir o spodumeno de lítio, com cerca de 5% ou 6% de conteúdo de lítio, ainda é preciso vender o material para fábricas de produção de compostos de lítio usados em baterias, se a empresa que explora não tiver a sua própria fábrica”, explica o analista.
É aqui que Martim Facada acredita que Portugal se pode posicionar. “Com os preços altos, os investidores estão interessados em aplicar alguns milhões no desenvolvimento de uma mina para depois, por exemplo, assinarem um contrato com fabricantes automóveis, como a BMW, Volkswagen, Mercedes ou Renault, e venderem em exclusivo os derivados de lítio com grau bateria. A Toyota fez isso com a Orocobre da Argentina. Se houver um acordo entre uma empresa que explore lítio em Portugal com uma fabricante automóvel, poderá depois ser possível construir fábricas no país, algo que temos visto na indústria nos últimos anos”, destaca o analista. Mas para aqueles que acreditam que o lítio será o petróleo português, Martim Facada aconselha a pôr um travão no entusiasmo. “Dizer que o lítio pode desenvolver a economia e industrializar o país é um exagero. Não é por ter uma matéria-prima que vale muito que um país é rico.
No caso do lítio, se for estabelecida uma indústria de extração e de produção de carbonato e hidróxido de lítio, isso vai criar emprego qualificado e desenvolver as regiões em torno das minas. Mas não vai fazer de Portugal uma economia rica”, esclarece o analista. A febre do lítio surgiu há cerca de dois anos, quando o preço do mineral mais do que triplicou, de 7 para 27 dólares. O trampolim veio da China e do seu plano de descarbonização. A produção de carros elétricos cresceu 200% entre o primeiro trimestre de 2017 e o período homólogo de 2018, o que mantém a procura por compostos de lítio muito acima da oferta, fazendo com que o preço se mantenha em níveis historicamente altos, acima dos 20 dólares no mercado chinês, onde se produzem mais de 60% das baterias a nível mundial. A Europa já parte atrasada na corrida, admite Martim Facada, mas ainda vai a tempo de apanhar o comboio.
“Os grandes produtores vão continuar a ser chineses, mas a Europa já está a acordar e o mercado vai ganhar relevância. França e Alemanha tomaram medidas no ano passado, o que é bom para Portugal, porque está próximo dos consumidores”, sublinha. Portugal está no top dez mundial das reservas de lítio, que estão estimadas em 60 mil toneladas métricas. No mês passado, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, revelou que este ano as licenças de prospeção vão passar a ser leiloadas. O lítio já é explorado em Portugal há décadas, mas o seu uso tem sido quase exclusivo na indústria cerâmica.
Fonte: Dinheiro Vivo

domingo, 8 de abril de 2018

Bovespa recua com escalada da tensão comercial entre China e EUA e atento a Lula

Bovespa recua com escalada da tensão comercial entre China e EUA e atento a Lula


SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice de ações da B3 fechou em queda nesta sexta-feira, pressionado pelo clima negativo no exterior, em meio à escalada na tensão comercial entre Estados Unidos e China, e com a cena política doméstica também em foco, após ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 0,46 por cento, a 84.820 pontos. Na mínima de sessão, o índice recuou 1,62 por cento. O volume financeiro somou 9,66 bilhões de reais.
Na semana, o índice recuou 0,64 por cento.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira que instruiu autoridades comerciais do país a avaliarem 100 bilhões de dólares em tarifas adicionais sobre a China “diante da retaliação injusta da China” contra sobretaxas impostas anteriormente pelos EUA.
Em resposta nesta sexta-feira, a China alertou que está totalmente preparada para responder em um “contra-ataque feroz” com novas medidas comerciais caso os EUA sigam com a ameaça de Trump.
A equipe da Verde Asset Management vê alguns riscos para o crescimento global desse novo “arranjo geoestratégico” EUA contra China, mas em princípio ainda dentro de uma trajetória construtiva para o mundo, de acordo com relatório de gestão sobre o desempenho de março.
Em Wall Street, o S&P 500 caiu 2,19 por cento, tendo ainda no radar comentários do chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, de que o Federal Reserve provavelmente precisará continuar elevando a taxa de juros para manter a inflação sob controle.
No Brasil, a sessão foi marcada pela expectativa em torno da prisão do ex-presidente Lula, que decidiu não se entregar às autoridades em Curitiba, como determinou o juiz Sérgio Moro no caso sobre o tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Moro deu prazo até 17h desta sexta-feira para Lula se apresentar.
ex-presidente estava cercado por aliados e simpatizantes em seu berço político em São Bernardo do Campo. No final da tarde, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido de habeas corpus da defesa de Lula.

DESTAQUES

- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB desabaram 9,17 e 8,17 por cento, pressionadas por incertezas quanto a mudanças no Ministério de Minas e Energia após a saída do titular da pasta, Fernando Coelho, para disputar eleições, e do secretário-executivo, Paulo Pedrosa, conforme publicado pela Reuters. A sucessão de cargos no ministério é vista como chave em um momento em que se discute a privatização da elétrica estatal.
- AMBEV ON cedeu 3,25 por cento, com expectativas pouco otimistas para o resultado dos primeiros três meses do ano. O Itaú BBA cortou previsão para o Ebitda do primeiro trimestre em 13 por cento, citando previsões de temperaturas mais frias e com chuvas bem como preços do alumínio.
- RD ON perdeu 3 por cento, entre as maiores quedas, com relatório do Credit Suisse cortando estimativas de lucros e reduzindo a recomendação das ações para ‘underperform’ ante ‘outperform’ e o preço-alvo para 68 reais ante 80 reais anteriormente. “Pausa para respirar”, foi o título do relatório dos analistas liderados por Tobias Stingelin, que ainda veem fundamentos sólidos para a empresa.
- RUMO ON avançou 3,9 por cento, na ponta positiva, segunda alta forte seguida. Na véspera, o Credit Suisse elevou o preço-alvo dos papéis para 16 reais, ante 15,50 reais, mantendo a recomendação ‘outperform’, citando entre outros fatores que esperam forte resultado no primeiro semestre e veem a operadora ferroviária bem posicionada para a negociação em andamento de contratos.
- GOL PN, que não está no Ibovespa, disparou 13,82 por cento, fechando na máxima desde fevereiro de 2011, a 23,89 reais, após divulgar estimativas para o primeiro trimestre, consideradas positivas por analistas. O movimento foi endossado pela alta dos preços-alvo dos ADRs (recibo de ação negociado nos EUA) da Gol por Morgan Stanley e BofA Merrill Lynch, sendo que este último ainda elevou recomendação dos papéis para ‘compra’.
- ELETROPAULO ON, que também não está no Ibovespa, saltou 12,71 por cento, após a companhia de energia elétrica Energisa anunciar no final da quinta-feira oferta para comprar a Eletropaulo, com preço por ação de 19,38 reais. ENERGISA UNIT recuou 1,47 por cento.
Fonte: Reuters