sábado, 6 de outubro de 2018
CNT/MDA: Bolsonaro tem 42,6% dos votos válidos e disputa 2º turno com Haddad
CNT/MDA: Bolsonaro tem 42,6% dos votos válidos e disputa 2º turno com Haddad
Em terceiro lugar está Ciro Gomes, citado por 9,9% dos entrevistados (11,5% dos votos válidos)
Por Da redação
access_time6 out 2018, 14h26 - Publicado em 6 out 2018,

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), candidatos à Presidência da República (Diego Vara/Reuters - Paulo Lopes/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, lidera a corrida eleitoral com 36,7% (42,6% dos votos válidos), segundo pesquisa CNT/MDA divulgada no início da tarde deste sábado. Se a eleição fosse hoje, o candidato iria para um segundo turno com o petista Fernando Haddad, que caiu para 24,0% (27,8% dos votos válidos). Os votos válidos excluem os brancos e nulos.
Em terceiro lugar está Ciro Gomes (PDT), citado por 9,9% dos entrevistados (11,5% dos votos válidos). Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com 5,8% (6,7% dos votos válidos), João Amoêdo (Novo) tem 2,3% e Marina Silva (Rede) ficou com 2,2%. Alvaro Dias (Podemos) tem 1,7%, Henrique Meirelles (MDB),1,6%, e Cabo Daciolo (Patriota) tem 1,3%. Guilherme Boulos (PSOL), João Goulart Filho (PPL), Vera Lúcia (PSTU) e José Maria Eymael (DC) não pontuaram. Branco e nulos somaram 7,8% e os indecisos ficaram em 6,0%.
Vale notar que o levantamento demonstra uma arrancada de 8,5 pontos porcentuais em votos totais de Bolsonaro em relação à pesquisa CNT/MDA anterior, divulgada em 30 de setembro. Haddad, por sua vez, caiu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 2,2 pontos porcentuais para mais, ou para menos. Na ocasião anterior, o candidato do PSL tinha 28,2% das intenções de voto e Fernando Haddad 25,2%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 5 de outubro de 2018. Foram ouvidas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões do país. A pesquisa tem 95% de nível de confiança e está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sob o número BR-04819/2018.
Segundo Turno
Em simulação de segundo turno, Jair Bolsonaro venceria Fernando Haddad, caso a eleição fosse hoje, por 45,2% a 38,7%. Jair Bolsonaro também venceria Geraldo Alckmin (de 43,3% a 33,5%) e aparece em empate técnico contra Ciro Gomes. Fernando Haddad perderia para Ciro Gomes (de 40,9% a 31,1%) em eventual segundo turno e aparece empatado com Geraldo Alckmin.
Fonte: Veja
Ametista do Sul: garimpeiros sonham com as pedras

Os moradores de Ametista do Sul , no Extremo Norte do Estado, principalmente os trabalhadores de garimpo, também acreditam no poder místico das pedras. As crenças estão ligadas à energia emanada dos minerais, mas também, em muitos casos, associadas à religião católica – cada mina tem em sua entrada um altar com os santos de devoção. Quem trabalha em garimpo costuma dizer que as ametistas surgem nos sonhos dos que atuam no subsolo do município. São comuns, entre os garimpeiros, as histórias de quem foi contemplado por uma revelação enquanto dormia.
É o caso do garimpeiro Izaldir Antonio Sganzerla, que em 1973, quando tinha 22 anos, sonhou com uma grande pedra preciosa reluzindo sobre a terra vermelha num barranco às margens de uma estrada. No sonho, ele reconheceu o cenário: era a via de acesso à mina da família, onde ele trabalhava, um ponto explorado por outros mineiros. A sensação de realidade foi tanta que Izaldir convidou o pai, Izidoro Sganzerla, na época com 46 anos, para irem ao lugar. Os dois caminharam por algumas horas até Izaldir cismar com a imagem de um cedro e de uma canela com raízes expostas e entrelaçadas em pedras-ferro, cuja trilha levava a um granito de 15 toneladas – o único trecho jamais explorado por quem trabalhava na região à procura de pedras semipreciosas.

Havia escavações a 30 centímetros da rocha, mas a força humana fora incapaz de removê-la. Com um trator, eles arrastaram a grande pedra por cerca de um metro, o suficiente para Izaldir surpreender-se por estar diante de uma pedra avermelhada semelhante à do sonho. Com quase meia tonelada, era a maior e mais valiosa ametista encontrada pelos dois. Imediatamente, a notícia se espalhou entre os garimpos da região. Um grupo de compradores se uniu para adquiri-la. Com o dinheiro da venda, os Sganzerla compraram 25 hectares de terra e seguiram garimpando. O pai, que também costumava se basear nos sonhos para encontrar ametistas, guardou 24 pequenos pedaços da pedra para usá-los quando fosse preciso. Até agora, aos 91 anos, Izidoro mantém reservada uma pontinha como troféu.
— Em Ametista do Sul, os moradores acreditam que cada pedra tem um dono destinado e tem uma força própria para chamar esse dono. E isso pode ocorrer em um sonho – acredita Izaldir, hoje presidente da Cooperativa de Garimpeiros do Médio Alto Uruguai (Coogamai).
Clique na fotografia abaixo e conheça a rotina dos garimpeiros da cidade
Dois anos após encontrar aquela que é considerada a pedra da sorte da família, Izaldir teve um novo sonho revelador. Desta vez, a pedra era dourada e estaria em terras da região ainda desconhecidas pelo garimpeiro. Na manhã seguinte, outro sinal: um idoso, que bebia vinho e jogava cartas em um boteco, contou ter descoberto uma ametista em uma área plana perto de uma mina desativada, cavoucando o chão com um facão, ao mesmo tempo em que fumava um cigarro. A descrição das pedras encontradas por ele era a mesma da pedra sonhada pelo mineiro. A cavalo, Izaldir seguiu para o lugar descrito. Com a autorização do proprietário do terreno, começou a cavar em diferentes pontos. Não encontrou nada até visualizar, a distância, a área de terra escura e remexida. O dono daquelas terras explicou que se tratava de um local explorado por um garimpeiro durante 10 anos. Izaldir encontrou, ali, o buraco feito pelo facão do jogador de cartas. Imediatamente, chamou o pai, que veio com um trator — mas nem precisava: na primeira virada de terra, a pedra dourada surgiu.
— A pedra era para mim — sentencia Izaldir, com a concordância do pai. – O cara fez o acampamento dele no local e montou o fogão justamente onde não devia. Todos os dias, cozinhava o feijão em cima da pedra preciosa e ia garimpar ao lado. Era um geodão, uma gema da joia. Tinha uns 400 quilos. Contando ninguém acredita. É uma coisa mística.
Segundo o prefeito Gilmar da Silva, a procura de turistas e forasteiros curiosos aumentou nos últimos dois anos. Em 2016, 7 mil visitantes passaram pelo posto de atendimento aos turistas localizado no município. Em 2017, foram 20 mil pessoas. De janeiro a agosto deste ano, já são quase 15 mil. A maioria procura pelos atrativos que destacam o esoterismo. O prefeito ressalta que a principal fonte de renda do município ainda é a extração de minerais nas 136 minas em funcionamento no subsolo de Ametista do Sul. Porém, o tempo de vida desses garimpos não deverá passar de 35 anos, estima. Por isso, a administração municipal tem apoiado a diversificação da economia local. Há poucos dias, um empresário de Gramado palestrou para representantes do setor turístico. A ideia é fomentar a área e ampliar os negócios no segmento.
Fonte: Brasil Mineral
Gemas e garimpos no Brasil.
Com raras exceções, sua história pessoal repete a da maioria dos garimpeiros do Brasil, país pródigo em recursos minerais, pobre em investimentos no setor, confuso quanto à legislação e à fiscalização, ignorante quanto ao volume produzido, o valor movimentado, o número de pessoas envolvidas e a importância de tal contingente na economia, especialmente nas pequenas cidades. “Garimpeiro é esbanjador; vive sonhando”, afirmam Maurino dos Santos e Valdomiro Pinheiro, parceiros nas catas e túneis de Padre Paraíso, município ao norte de Teófilo Otoni.
Maurino e Valdomiro foram contratados para VALDOMIRO, com a picareta, alargando o túnel pelo qual entrará com um carrinho de mão para retirar o entulho: “Qualquer hora a gente acha a pedra grande” mostrar aos visitantes, especialmente aos compradores estrangeiros, de onde vêm e como são extraídas algumas das pedras preciosas que eles, avidamente, procuram. Franceses, holandeses, alemães, ingleses, chineses, indianos, israelenses e sul-africanos, as feiras brasileiras do setor atraem gente do mundo inteiro. Tem até quem venha e fique, como o engenheiro mineral Markham Wilson, da Carolina do Norte, EUA. Ele veio duas vezes ao ano nos últimos 15 anos. Neto de joalheiros, comerciante de pedras brutas para colecionadores, certa vez foi convidado a visitar túneis e minas na região de Téofilo Otoni, algo que jamais ocorrera nos demais países que visitara. Ele sonhava com tal oportunidade. Queria saber como os garimpeiros chegavam às pedras que ele aprendeu a gostar – sempre usa uma em forma de colar. Encantado, descobriu nos túneis que tinha “coração garimpeiro” e mudou-se de mala e cuia para o Brasil. “As pedras me chamaram.” Virou otoniense.
Robson também reclama da legislação por favorecer, indiretamente, a “máfia do GPS” – expressão com a qual se designa os que usam aparelhos de GPS (sistema de posicionamento global via satélite) para “marcar” terrenos potencialmente produtivos em terras alheias e reivindicar o direito de explorá-los, adiantando-se ao proprietário da terra. A propósito, o subsolo brasileiro é propriedade da União. A concessão é dada a quem a peça primeiro e demonstre condições de exploração, desde que cumpra uma série de exigências (leia O que fazer, na última página). O presidente do IBGM – Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos, Écio Moraes, concorda com Robson nesse ponto. “Se um alemão, por exemplo, chega em Teófilo Otoni ou Valadares (Governador Valadares, palco da Brazil Gem Show, outra grande feira comercial de caráter internacional) e compra uma pedra bruta, ele sai do país com imposto de exportação zero. Se eu trago essa mesma pedra para lapidar (agregar valor) em São Paulo, pago 12% de ICMS”, compara. Em sua opinião, a tributação excessiva é o principal entrave ao desenvolvimento do setor – chega a 53%. Além de restrições de natureza tributária, Écio reclama da burocracia, capaz, segundo ele, de fomentar a informalidade, cujo índice ultrapassa 50% atualmente. Ou seja, mais da metade da produção e da comercialização de pedras preciosas no Brasil é feita por baixo do pano. Não se sabe ao certo quanto se tira do subsolo nem quanto se vende, muito menos o montante real nas transações. Problemas à parte, as exportações vêm crescendo 20% ao ano, de acordo com o IBGM – uma espécie de confederação de associações estaduais e empresas do setor.
O Brasil produz 90 tipos diferentes de pedras preciosas. Há de tudo no mercado. Pedras sintéticas, artificiais, coloridas por irradiação, tratadas por difusão, tingimento, imersão em óleo e outras técnicas. Encontra-se até diamantes sintéticos, embora ainda de qualidade inferior àqueles formados há milhões de anos no interior da Terra, de cujo magma emergiram para cristalizar em Diamantina, Gran Mogol, no mundo inteiro, enfim, para satisfação de seu Ida, Totôca, seu Marão e tantos outros.
Todos os estados brasileiros abrigam riquezas minerais. Alguns, mais, outros, menos, como se pode ver no mapa ao lado. Legalmente, o subsolo pertence à União. Se um fazendeiro quiser saber o que há em suas terras deve contratar um geólogo. O segundo passo e pedir um Requerimento de Autorização de Pesquisa ao DPNM – Departamento Nacional de Produção Mineral, vinculado do MME – Ministério de Minas e Energia, descrevendo o tipo de mineral e sua localização. Também é preciso incluir um plano de pesquisa, detalhando prazo e orçamento – a descrição da área e o plano deve ser preparado e assinado obrigatoriamente por um geólogo ou engenheiro de mineração. O DNPM o avalia e, caso não haja nenhum impedimento legal – se não estiver dentro de área indígena, parque nacional ou área de proteção ambiental e não houver requerimentos sobrepostos – emite um “Alvará de Pesquisa”, válido geralmente por três meses, mas renovável. Antes, porém, de pôr a mão na massa, o fazendeiro precisará de licenciamento do órgão responsável pelo meio ambiente (varia de estado para estado), de estudo e relatório de impacto ambiental (EIARima) e autorização de outras instituições, caso necessite cortar árvores, usar muito água ou atingir área de proteção ou hidrovia federais. Nesse caso, terá de bater na porta do Ibama. Por baixo, gastará mais de 20 mil reais. Fonte: Globo.com |
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