sexta-feira, 2 de julho de 2021

Ibovespa avança com apoio de Wall St e melhora da produção industrial no Brasil


Ações1 hora atrás (02.07.2021 12:00)
Ibovespa avança com apoio de Wall St e melhora da produção industrial no Brasil© Reuters. REUTERS/Paulo Whitaker

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice do mercado acionário paulista avançava nesta sexta-feira, favorecido por otimismo em Wall St após dados do mercado de trabalho norte-americano, enquanto a pauta brasileira mostrou crescimento na produção industrial após três meses de retração.

Às 11:48, o Ibovespa subia 0,91%, a 126.812,61 pontos. O volume financeiro somava 9 bilhões de reais.

Em Nova York, o S&P 500 renovou máxima histórica após dados que mostraram criação de vagas de trabalho acima do esperado nos Estados Unidos, com o rendimento médio desacelerando a alta e a taxa de desemprego mostrando elevação.

"O 'payroll' mostra evidentemente a continuada recuperação do mercado de trabalho americano, um sinal que deve ensejar cautela por parte do Fed", disse o estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felipe Sichel, referindo-se ao BC dos EUA.

"Por outro lado, o avanço na taxa de desemprego e a estabilização dos salários podem ser tomados como atenuantes."

No Brasil, a indústria apresentou avanço de 1,4% em maio em relação a abril, segundo dados do IBGE, retomando o nível pré-pandemia, embora abaixo do esperado, conforme ainda busca se recuperar das cicatrizes deixadas pela Covid-19.

"O recuo das medidas de lockdown e o aumento da mobilidade durante a segunda metade de abril e ao longo de maio abriram caminho para um fortalecimento gradual da atividade industrial", observou o chefe de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.

"No entanto, as pressões de custo e fricções na cadeia de abastecimento estão limitando o lado positivo de curto prazo para o setor", acrescentou.

DESTAQUES

- VALE ON (SA:VALE3) subia 1,4%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no azul nesta sessão diante de alta dos futuros do minério de ferro na China. A companhia também informou nesta sexta-feira que está comissionando as atividades no carregador de navios 6 (CN6), no Terminal Marítimo Ponta da Madeira, em São Luís, após cinco meses de parada para manutenção.

PETROBRAS PN (SA:PETR4) recuava 0,3%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior. A empresa anunciou na quinta-feira, após o fechamento do mercado, que iniciou o processo de venda da sua participação em blocos exploratórios localizados em terra na Bacia do Paraná.

- BTG PACTUAL (SA:BPAC11) UNIT avançava 3,15%, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, após concluir a venda de sua participação de 49% na Credpago Serviços de Cobrança para a Loft Tecnologia, estimando um ganho de aproximadamente de 1,4 bilhão de reais com o negócio. BRADESCO PN (SA:BBDC4) subia 0,2% e ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) caía 0,1%.

- ULTRAPAR ON (SA:UGPA3) valorizava-se 3,4%, em sessão de recuperação, após fechar na véspera na mínima desde o começo de março. No setor, BR DISTRIBUIDORA ON (SA:BRDT3) subia 3,15%, mantendo o sinal positivo da quinta-feira, após a Petrobras vender sua participação na companhia nessa semana.

- MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) avançava 4,1%, reagindo após duas sessões consecutivas de queda, quando acumulou declínio de 4,5%. No setor, B2W ON (SA:BTOW3) subia 1,6% e VIA VAREJO ON (SA:VVAR3) tinha acréscimo de 0,8%.

- RUMO ON (SA:RAIL3) recuava 1,5%, em a ajustes após alta de mais de 3% na véspera, quando reagiu a uma notícia do Valor Econômico de que a companhia e a Santos Brasil (SA:STBP3) avaliam unir operações de contêineres. No final da quinta-feira, ambas as empresas afirmaram que avaliam constantemente oportunidades de negócios, mas que não há documento vinculante a respeito do assunto tratado na matéria.

- TEGMA ON (SA:TGMA3), que não está no Ibovespa, disparava 13,5%, maior alta do Small Caps, após a JSL (SA:SIMH3) anunciar proposta de aquisição pela rival. A transação em dinheiro e ações inclui o pagamento de 989 milhões de reais aos acionistas da Tegma, bem como 49,4 milhões de novas ações da JSL. JSL ON saltava 8,3%.


Fonte: Reuters

OS DIAMANTES DE RONDÔNIA VALEM US$ BILHÕES


 




OS DIAMANTES DE RONDÔNIA VALEM US$ BILHÕES
Por que o Brasil deixa a maior jazida de diamantes do país, na terra dos índios cintas-largas, entregue aos contrabandistas?
"Sempre que uma grande riqueza é descoberta, um banho de sangue acontece." Essa é a frase de abertura do filme Diamante de Sangue, que colocou em evidência o tortuoso caminho percorrido pelas pedras retiradas de países em guerra até as joalherias mais finas. No cinema, o ator Leonardo DiCaprio interpreta um mercenário que troca diamantes por armas para as milícias em Serra Leoa, na África da década de 90. O filme impressiona, e até revolta, mas a tragédia dos diamantes também está do lado de cá do Atlântico. Na Amazônia, garimpeiros, contrabandistas internacionais e atravessadores - como o mercenário interpretado por DiCaprio - voltaram a explorar ilegalmente a maior jazida de diamantes do Brasil.
Desde janeiro, quatro máquinas retroescavadeiras removem a terra vermelha do garimpo do Laje, situado na terra indígena dos cintas-largas, em Rondônia. A cratera aberta pelas máquinas já possui cerca de 10 quilômetros de perímetro. A exploração de diamantes na região deveria estar suspensa desde 2004, quando o massacre de 29 garimpeiros chocou o mundo. Mas nem a presença da Polícia Federal consegue evitar novas invasões na área indígena.


O que se diz da jazida de Laje lembra os antigos mitos de Eldorado amazônico. Segundo Luís Paulo Barreto, secretário-executivo do Ministério da Justiça, pesquisas geológicas feitas por duas multinacionais da mineração indicam a presença de 15 formações rochosas vulcânicas de onde saem os diamantes, chamadas kimberlitos. Isso seria três vezes mais que as principais jazidas da África do Sul e Botsuana, os maiores produtores mundiais de diamantes. Mas todo esse potencial nacional está desperdiçado. Estima-se que o garimpo desordenado e ilegal consiga tirar cerca de R$ 100 milhões por ano de Laje. Se fosse uma mineração com recursos industriais, seria possível extrair rochas mais profundas e retirar até R$ 3 bilhões por ano.
Essa quantia seria capaz de sacudir o mercado global de diamantes, que hoje movimenta cerca de US$ 10 bilhões por ano, ou R$ 58 bilhões. O comércio mundial é dominado pela empresa multinacional De Beers, sediada na África do Sul. A De Beers, da família sul-africana Oppenheimer, possui minas em Botsuana, Zaire, Austrália e Canadá. Também compra a produção de outros países. Em seus cofres, estima-se que estejam 40% dos diamantes extraídos no mundo. Toda segunda-feira, a operadora de vendas da De Beers, a Central Selling Organization, reúne os grandes negociantes das pedras em s Londres. É ali que a De Beers avalia como está o preço internacional dos diamantes e decide quantas e quais pedras vai lançar no mercado. Sua decisão regula o valor internacional dos quilates de diamantes. Hoje, 1 quilate (equivalente a 0,2 grama) de uma pedra de boa qualidade vale US$ 1 mil. Da reserva dos cintas-largas, já saiu um raro diamante-rosa que teria sido vendido por R$ 7 milhões no mercado negro.
O Brasil já foi o maior produtor mundial de diamantes entre os séculos XVIII e XIX. Com o declínio da exploração artesanal em Minas Gerais, o país perdeu posição para os grandes produtores africanos, da De Beers. Hoje, o Brasil exporta apenas R$ 60 milhões por ano. Está fora do time dos grandes produtores: Botsuana, África do Sul, Canadá, Rússia, Índia e Austrália. A perspectiva de legalização das jazidas das terras dos cintas-largas poderia colocar o país entre os três maiores produtores mundiais.

Essa vida mudou com a chegada dos primeiros garimpeiros e seringueiros. "Primeiro, mataram as crianças que brincavam no rio", diz Bravo. "Depois, invadiram as aldeias atirando em todo mundo." Quase todos os caciques da região também são órfãos de contato e perderam seus pais e irmãos de forma semelhante. "Lembro de ter ficado semanas caído no chão. Estávamos tão doentes que víamos nossa família morrer e não podíamos fazer nada", afirma Oita Matina, outro dos líderes da terra indígena. As chacinas e epidemias de gripes trazidas pelos invasores reduziram a população de mais de 10 mil cintas-largas para 1.300 indivíduos. A pior matança ocorreu em 1963 e ficou conhecida como o Massacre do Paralelo Onze. O inquérito policial do caso relata que dinamites foram jogadas nas aldeias para dispersar os índios para a floresta, onde eram surpreendidos por pistoleiros. "Tudo explodia. Nós ficávamos tentando flechar os aviões", diz João Bravo. Durante o massacre, uma índia foi pendurada pelo pé e esquartejada viva.
Esse enorme potencial de riqueza, até agora, só tem trazido calamidades, como ilustra a história do cacique João Bravo, que controla a área indígena onde fica o garimpo. Com 60 anos, o cacique é o que os antropólogos consideram um órfão de contato. Ele é um dos cintas-largas que perderam todos os parentes com a chegada de invasores brancos, entre os anos 60 e 70. O primeiro contato dos cintas-largas com os brancos aconteceu por meio dos garimpeiros. João Bravo conta que, antes de ser cacique, vivia na região do Rio Aripuanã, em Mato Grosso. Nessa época, os cintas-largas ainda estavam isolados na floresta. Eram exímios caçadores e temidos guerreiros canibais. De acordo com Bravo, a vida na floresta só era possível por causa de um intenso treinamento que começava aos 10 anos de idade. "Ficávamos durante toda a manhã passando frio debaixo das cachoeiras", diz. "Depois, todo mundo tinha de ir caçar ou morria de fome", afirma o cacique.




Depois de tentar a guerra contra os brancos, os cintas-largas decidiram, na metade da década de 70, entrar em acordo com os garimpeiros e invasores. João Bravo foi um dos que visitaram as cidades próximas às aldeias para distribuir colares de presente para a população. Em 1974, a Funai demarcou o território. Em menos de 30 anos de convívio com o mundo civilizado, os cintas-largas tiveram de aprender a falar português, dirigir carros e lidar com dinheiro. Muitos ainda não dominam nenhuma dessas habilidades. Donos de um território de 2,7 milhões de hectares, grande parte das mulheres, crianças e velhos ainda compreende apenas o tupi-mondé, a língua tradicional da etnia. João Bravo fala um português limitado e sua caminhonete vive amassada por batidas. Seus filhos estudam até o ensino fundamental, mas ainda passam pelo treinamento de guerreiro - não mais para lutar com outras tribos, mas para formar a milícia que toma conta do garimpo. As meninas se casam antes dos 15 anos, geralmente com os tios, em uma teia social na qual o dono da casa exerce o papel central. Um cinta-larga poderoso chega a ter várias esposas de uma só vez. João Bravo tem cinco mulheres.
O garimpo de mais de três décadas atingiu seu auge em 1999, quando milhares de aventureiros chegaram de vários cantos do país, atraídos pela "fofoca do diamante". Os índios incorporaram o garimpo em seu modo de vida. "Decidimos controlar a área. Senão os brancos entravam e roubavam tudo", diz João Bravo. A situação saiu do controle em 2004, quando 5 mil garimpeiros circulavam no Laje. Qualquer aventureiro queria entrar na reserva. Até que a chacina de 29 garimpeiros ganhou as manchetes nacionais. Os índios são os principais acusados. Depois das mortes, mais seis pessoas foram assassinadas na região, entre índios, contrabandistas e garimpeiros. A polícia estima que outros 20 estejam desaparecidos. Para tentar conter o conflito, o governo federal interditou a região em 2004 e proibiu o garimpo em qualquer terra indígena do país.

A Polícia Federal tem seis bases fixas na região, batizadas de Operação Roosevelt. Mas nem a intervenção do governo federal consegue conter a corrida pelos diamantes. Cerca de 500 homens - entre índios e garimpeiros - transitam no local. Jatos de água derrubam o barranco e outras máquinas separam o cascalho dos diamantes. O lucro é dividido entre os garimpeiros proprietários das máquinas e os caciques. Cerca de 6% são distribuídos entre os garimpeiros pobres, índios mais jovens e as cozinheiras dos acampamentos. A matemática seria boa, mas os índios alegam ter sido roubados com freqüência por atravessadores de diamantes. Na semana passada, um dos filhos de João Bravo, Raimundinho, acusou um suposto vendedor de levar 700 quilates de diamantes, no valor de R$ 600 mil, dos cintas-largas. Segundo a polícia, o contrabandista teria se oferecido para vender as pedras em Cuiabá e desapareceu.


Fonte: Portal do Geólogo

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quarta-feira, 30 de junho de 2021

Dólar supera R$5,00 com ruídos domésticos e cautela internacional em dia de Ptax

 

Moedas1 hora atrás (30.06.2021 10:51)
Dólar supera R$5,00 com ruídos domésticos e cautela internacional em dia de Ptax© Reuters. Cautela internacional e ruídos domésticos elevam dólar em dia de Ptax; moeda caminha para perda mensal 03/11/2009 REUTERS/Rick Wilking

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia acentuadamente e chegou a superar a marca psicológica de 5 reais na manhã desta quarta-feira, dia que deve contar com volatilidade devido à formação da Ptax de fim de mês, enquanto os operadores monitoravam ruídos políticos domésticos e a aversão a risco no exterior.

Apesar da alta nesta manhã, a moeda norte-americana caminhava para fechar junho em queda frente ao real, o que marcará seu terceiro mês consecutivo de desvalorização.

Às 10:40, o dólar avançava 1,10%, a 4,9974 reais na venda, enquanto o dólar futuro trabalhava em alta de 0,93%, 5,002 reais.

Na máxima do pregão, a moeda foi a 5,0122 reais na venda.

No radar dos investidores brasileiros, "enquanto as incertezas quanto à reforma tributária seguem tirando fôlego dos ativos locais, a nova acusação de corrupção contra o governo na compra do imunizante da AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34) promete manter tensões elevadas em Brasília", disse em nota Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

O Ministério da Saúde anunciou na noite de terça-feira a exoneração do servidor Roberto Ferreira Dias, acusado de pedir propina a um representante de uma empresa vendedora de vacinas para que a companhia assinasse um contrato de fornecimento do imunizante da AstraZeneca com o governo federal.

Segundo especialistas, a notícia representa escalada nas investigações da CPI da Covid-19 no Senado. "A CPI ajuda a fragilizar a situação do Executivo", escreveu em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos. "As propostas de reformas vindas do Executivo devem 'custar mais caro' politicamente, assim como sua posição política perante a sociedade fica mais fragilizada à medida que o tempo passa."

Além do fator político, vários analistas chamavam a atenção para a briga entre comprados e vendidos na formação da Ptax de fim de mês nesta quarta-feira, que tende a elevar a volatilidade no dia.

Já no exterior, o foco dos investidores internacionais estava na disseminação da variante Delta do coronavírus, mais infecciosa. Indonésia, Malásia, Tailândia e Austrália estão enfrentando surtos e apertando as medidas contra a Covid-19, enquanto Espanha e Portugal anunciaram restrições para turistas britânicos não vacinados.

Ao mesmo tempo, os mercados aguardavam ansiosamente dados sobre a criação de empregos fora do setor agrícola nos Estados Unidos, que podem fornecer pistas sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve. Este mês, os investidores foram surpreendidos por uma guinada "hawkish", ou dura com a inflação, na perspectiva de juros do banco central norte-americano.

Dados separados, menos abrangentes, desta quarta-feira mostraram que a criação de vagas de trabalho no setor privado dos EUA aumentou de forma sólida em junho.

índice do dólar contra uma cesta de moedas subia levemente no exterior, sendo negociado em patamares altos e caminhando para registrar forte ganho mensal.

JUNHO DE PERDAS

Apesar dos ganhos acentuados desta quarta-feira, a moeda norte-americana à vista caminhava para encerrar o mês de junho em queda de 4,5% contra o real. Essa seria sua maior desvalorização mensal desde novembro de 2020 (-6,82%), e marcaria o terceiro mês seguido de perdas.

No segundo trimestre do ano, a queda acumulada do dólar é de cerca de 11,4%. A divisa dos EUA deve registrar seu pior trimestre contra o real desde o período de abril a junho de 2009 (-15,80%).

Para Tulio Portella, diretor comercial da B&T Corretora, um dos principais fatores de pressão para o dólar tem sido a esperança de alívio da pandemia no mundo, apesar das novas variantes de coronavírus, principalmente devido ao ritmo de imunização das populações e ao início de reabertura de várias economias importantes.

Além disso, ele explicou à Reuters que o ciclo de aperto monetário por parte do Banco Central do Brasil tem ajudado o real -- a taxa básica de juros Selic está em 4,25%, depois da terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual.

"Aumentando os juros, a gente tende a atrair uma maior atenção dos grandes 'players' do mercado, levando à entrada de divisas estrangeiras no Brasil", afirmou.

"Ao mesmo tempo, temos taxas de juros baixas (nos Estados Unidos) e uma maior estabilização do mercado como um todo", o que colabora para o apetite por risco.

Com esse cenário em mente, a B&T projeta o dólar a 4,50 reais no final de 2021.



Fonte: Reuters