quinta-feira, 3 de maio de 2012

jazida de opala


Piauí da gema: Maior jazida de opala fica em Pedro 2º

da Folha de S.Paulo
A opala, pedra preciosa conhecida por produzir lampejos das sete cores do arco-íris, tem sua maior jazida brasileira na cidade piauiense de Pedro 2º.
Encontrada também em países como Austrália, México, Honduras, Estados Unidos, Eslováquia, Polônia e Hungria, a gema já foi até símbolo de azar --e, sempre, teve status variado na história das civilizações.
Para os romanos, a opala era símbolo de pureza e de esperança. Já os árabes acreditavam que essas pedras de brilho discreto caíam do céu nos flashes dos relâmpagos e assim adquiriam sua coloração. Na época medieval, a pedra era usada contra doenças nos olhos. Nos tempos atuais, supersticiosos atribuíram à pedra uma influência maléfica.
O Ministério da Ciência e Tecnologia pesquisa atualmente que condições de Pedro 2º favoreceram a formação da opala. Na região, uma pedra de boa qualidade --o que depende da quantidade e intensidade do seu jogo de cores-- custa cerca de R$ 200 por grama, quando comprada diretamente do garimpeiro.
Vendida na Europa, a pedra custa até 10 vezes mais.

terça-feira, 1 de maio de 2012

TOPÁZIO


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O topázio está entre as gemas mais tradicionais e de uso mais antigo. Pode ser encontrado em muitas cores – amarelo, rosa, azul, incolor, vermelho -, mas, por ser a amarela a mais valiosa, muitos pensam ser sempre esta sua cor.
A variedade amarela/alaranjada, comercialmente conhecida como topázio imperial, é particularmente importante para os brasileiros, pois nosso país é o único que a produz. Ele é extraído apenas em Minas Gerais e somente no município de OuroPreto. Trata-se, pois, de uma gema de ocorrência muito restrita.
 
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O citrino, uma variedade de quartzo de cor semelhante à do topázio imperial, mas de menor valor, é freqüentemente vendido como se fosse esta gema. Estima-se que 80% da que é vendido como topázio são, na verdade, citrino. Isso explica o grande número de nomes comerciais enganadores dados ao quartzo amarelo: topázio da Boêmia, topázio de Salamanca, topázio Escocês, Topázio Hinjosa, topázio Madagascar, etc. No Brasil, já fo-ram muito usados os nomes topázio Rio Grande, topázio Bahia e topázio Palmeira, dos quais o primeiro pelo menos foi praticamente abandonado no Rio Grande do Sul, seu principal produtor.
 
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Esses nomes podem enganar o consumidor duplamente: primeiro por ser tratar de citrino e não de topázio; segundo porque muitas vezes a cor desse citrino foi obtida artificialmente, por tratamento térmico de ametista.
O quartzo amarelo assim obtido é muito apreciado e responde por boa parcela das exportações de gemas gaúchas. Mas, não se trata de nenhuma fraude, desde que ele seja vendido pelo que é, citrino e não topázio.
 
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Mas, como distinguir citrino de topázio imperial?
Se forem gemas brutas, a distinção não é difícil, bastando verificar a dureza (maior no topázio), clivagem (ausente no citrino) e morfologia dos cristais, por exemplo. Mas, se forem lapidadas, fica bem mais difícil e é preciso recorrer a equipamento gemológico que permita determinar propriedades como o índice de refração e a densidade (ambos mais altos no topázio).
 
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A água-marinha e o topázio azul também podem ser confundidos. Mas, neste caso o topázio é que é a gema menos valiosa e são raros os nomes enganadores, tipo água-marinha Nerchinsk (topázio azul).
 
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Quartzo rosa


Uma das muitas variedades de quartzo é aquela de cor rosa, relativamente rara, mas produzida em grande quantidade noBrasil. Essa cor é devida à reflexão da luz em agulhas de rutilo muito finas, disseminadas no interior da gema, ou, algumas vezes, à presença de manganês (Mn³+).
Ao contrário de outras variedades de quartzo, que são facilmente encontradas na forma de belos cristais (ex.: ametista, citrino, quartzo enfumaçado), o quartzo rosa invariavelmente é maciço, sendo muito raros os cristais bem formados.

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quartzo rosa com lapidação facetada

Ao contrário também das variedades citadas, nunca é transparente, apenas translúcido ou, no máximo semitransparente. O quartzo rosa conhecido no comércio como quartzo-sabonete, é bastante translúcido, mas não chega a ser transparente.
No quartzo rosa, pode-se ver, algumas vezes, o fenômeno conhecido como asterismo. São faixas luminosas que se cruzam, com o aspecto de uma estrela (aster, em latim), formadas por inúmeros feixes de inclusões aciculares muito curtas.

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quartzo rosa do tipo "sabonete", no estado bruto

Pode-se nele ver também o fenômeno conhecido como pleocroísmo, uma mudança de cor conforme a direção em que a gema é observada. O pleocroísmo do quartzo rosa, porém, não é acentuado, variando do rosa ao rosa-claro.
Fluorescência, se houver, também será fraca, em cor violeta-escura.
O quartzo róseo usado como gema, por não ter transparência é lapidado quase sempre em cabuchão, raramente facetado. Mas, ele é mais usado na forma de objetos decorativos, como esferas, pirâmides, pequenas esculturas, etc.

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quartzo rosa bruto, com lapidação facetada e esculpido

A sua cor pode enfraquecer ou mesmo desaparecer por exposição prolongada à luz do Sol.
O quartzo rosa é produzido principalmente no Brasil, em estados como Minas Gerais, Bahia e Paraíba. Santa Catarina já teve uma produção significativa, no município de Nova Trento. 
 

Água-marinha


A água-marinha é uma das diversas variedades de berilo, “irmã” da esmeralda, da morganita, do heliodoro, da bixbita e da goshenita, outras variedades daquele mineral.
Ela tem particular interesse para nós, brasileiros, porque é considerada a pedra preciosa mais típica do Brasil.
Sua cor, como bem diz o nome, é a cor da água do mar, variando do azul ao verde, em tons claros. Mas, quanto mais azul ela for mais valiosa será, razão pela qual deve ser lapidada com a orientação cristalográfica correta, caso contrário ficará esverdeada.
 
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O Museu Americano de História Natural, de Nova Iorque, possui um cristal de água-marinha no estado bruto, procedente do Brasil, com cerca de 15 cm de altura, que mostra uma cor azul belíssima.
O berilo é um silicato de berílio e alumínio de variadas aplicações industriais. A variedade água-marinha forma-se quando pequena quantidade de ferro entra como impureza na estrutura cristalina do mineral.
Essa gema pode ser encontrada em cristais muito grandes, com mais de 100 kg. Ficaram famosas várias águas-marinhas encontradas no Brasil, como a Marta Rocha, achada em 1955 e que tinha 33,9 kg; a Lúcia, encontrada no mesmo ano, com 61 kg, e a Cachacinha, um pouco maior, de 65 kg. Mas, em tamanho, elas ficaram muito aquém de outra, encontrada em Marambaia (MG), que pesou 111 kg,medindo 45 cm x 38 cm.
No Brasil, Minas Gerais é o estado que mais produz esse gema.
Ao contrário da esmeralda, que praticamente não fornece gemas límpidas, a água-marinha pode ser encontrada em cristais grandes e sem inclusões.
  
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AMETISTA

Uma das pedras preciosas mais conhecidas e apreciadas, a ametista é uma variedade de quartzo de cor roxa, devida à presença de ferro como impureza. Essa cor varia de um roxo bem claro até o bem escuro, e quanto mais escura a cor mais valiosa é a ametista. Exposta ao Sol por tempo prolongado, o colorido da ametista enfraquece.

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Geodo de ametista com 35 cm de altura, serrado ao meio.
Acervo do Museu de Geologia. (Foto: P. M. Branco)

Aquecida a uma temperatura adequada, em torno de 475 ºC, esta gema adquire cor amarela ou alaranjada, excepcionalmente vermelha, transformando-se, assim, em citrino, outra pedra preciosa muito apreciada (ver fotos ao lado e abaixo). O citrino, porém, pode ser encontrado também na natureza e deve-se alertar que, seja natural ou produto de tratamento térmico da ametista, seu preço de mercado é o mesmo.

A ametista é em geral transparente, às vezes semitransparente, com brilho vítreo. Não tem clivagem, o que facilita sua lapidação.
Ocorre em cavidades de rochas vulcânicas e em pegmatitos. Seu maior produtor mundial é o Brasil (Rio Grande do Sul e Bahia, principalmente), seguindo-se Rússia (Sibéria), Sri Lanka, Índia, Madagascar, Uruguai, Paraguai e México. 
 
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Os geodos com cristais de ametista extraídos no norte do Rio Grande do Sul podem atingir 2 m de comprimento, e já seencontrou um medindo 10 x 5 x 3 m, com 35 t. No Museu Britânico, há um cristal com cerca de 250 kg. Na coleção particular de Dom Pedro II, Imperador do Brasil, havia um cristal de 80 x 30 cm procedente do Rio Grande do Sul.


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Cristais de ametista desenvolvidos sobre cristal de calcita.
Coleção Pércio M. Branco (Foto P. M. Branco)

Ametistas sintéticas de ótima qualidade vêm sendo produzidas na Rússia, por processo hidrotermal e já são abundantes no mercado internacional.
Na lapidação, recomenda-se os estilos cabuchão, pêra ou brilhante. 


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Ametista Parque Museu, em Ametista do Sul (RS).
(Foto: P. M. Branco)

Em Ametista do Sul, município responsável pela maior parte da ametista gaúcha, há um interessante museu, o Ametista Parque Museu, que, além de exibir belas gemas e outros minerais da região, permite aos visitantes entrar em galerias que foram abertas para extração daquela gema, e vê-la ainda na rocha, exatamente como ocorre na natureza.
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 Pirâmide na praça principal de Ametista do Sul.
(Foto: P.M. Branco)

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Jóia com ametista, circundada por ametistas marteladas, (prontas para lapidar).
Fonte: Brasil Paraíso das Pedras Preciosas, de Jules Sauer 


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Geodos de ametista com 2 m de altura, no Ametista Parque Museu

A igreja da cidade está sendo revestida internamente de ametista e no centro da praça principal, há uma grande pirâmide de vidro de cor roxa, cuja base, de alvenaria, é também parcialmente revestida por essa gema internamente.
O nome da ametista tem uma origem curiosa. Amethystos, em grego, significa não ébrio, porque se acreditava, na Idade Média, que a bebida alcoólica servida em cálice feito com essa gema não provocava embriaguez. Ametisto é forma mais correta, mas não é usada. 

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Pórtico interno do Ametista Parque Museu que leva às galerias onde houve extração de ametista
(Foto: P. M. Branco)